Balbo Bolseiro disse:
Eu inclusive já encomendei um clone do meu vô, pra nascer em setembro do ano que vem (mesmo mês em que ele nasceu). O velhinho já tá nas últimas. Mas agora eu não me preocupo mais, já que vai ter o clone depois.
Essas palavras ditas dessa forma... São um desrespeito tremendo para a vida humana como nunca vi. Mas a verdade é que já estava à espera de coisas do género desde que comecei a ver aqueles programas sobre as noções das pessoas sobre a clonagem. Oiçam, posso ter 14 anos, ser muito novinho e coisa e tal, mas já tenho maturidade suficiente para perceber quando uma pessoa tem as noções das coisas acavancadas ou não. Esse clone que vais fazer do teu avô. Ele não é o teu avô. O teu avô, quando morrer, morreu, e não volta mais. Apenas sobram as lembranças que temos de uma pessoa, nada mais, mas essas lembranças, se nós gostavamos realmente de uma pessoa, são suficientes para a manter viva para sempre. Agora não, agora as coisas são bem simples, não é? "Eh, vamos fazer um clone! As pessoas podem morrer, os vossos filhos podem ter uma doença, os vossos pais podem ter morrido, mas não há problema! Vamos clona-los! Eles nunca mais vão morrer!". Acontece, que o que ninguém percebe, é que o clone não era a pessoa que morreu anteriormente. O clone é outro ser vivo completamente diferente, não por fora, mas por dentro, e ao qual estão a tentar impingir uma vida que não é dele. Vão obrigá-los a viver a vida de uma pessoa que eles não são, vão tentar ver nele algo que ele não é. E se há alguma coisa que uma pessoa não tem direito de fazer à outra é isso. Isso chama-se ditadura. Eu compreendo que talvez não percebam nada do que estou a dizer, para vocês isto é um disparate pegado, o vosso familiar morreu e vão tê-lo de volta, o clone é uma cópia dele, é ele. Mas isso não é verdade. Há tanta coisa que ainda não percebemos, tanta coisa que ainda não compreendemos sobre a mente humana, é, para além do desrespeito e de tudo isso, perigoso procedser à clonagem sem sequer compreender a mente humana. Não compreendemos sequer o que somos, nós que nascemos e morremos, aquilo que os confins da nossa mente nos têm para dizer sobre nós. Nem sequer sabemos o que estamos a fazer aqui. Como conseguimos, nós acima de qualquer raça ter esta inteligência. Independentemente da nossa religião, crenças, ou tudo isso, o que nos tornou no que somos? O que nos fez evoluir de forma tão acelerada mentalmente, que em milhares de anos fazemos o que nenhuma outra espécie fez em milhões neste pleneta. Terá sido obra de um Deus? Terá sido alguma inteligênciaq já existente que fezs isto? Terá sido obra do acaso? Não sabemos. Cada um acredita na sua teoria, mas não temos
a certeza. E para fazermos experiências destas
temos de ter a certeza. Não podemos avançar por aí sem saber os efeitos dos nossos actos. É isso que temos vindo a fazer desde sempre, desde que ganhamos consciência do Mundo: fazemos tudo sem nos perguntarmos porquê, sem pensarmos nas consequências, como se tudo à volta não intressasse, e nós, fossemos uma raça imaculada, intocável. Mas isso é mentira, e por isso estamos cada vez mais perto de nos lançarmos na estrada da extinção, e quase toda a gente não se apercebe disso. E os que se apercebem, que lutam pelos direitos dos outrso e pela nossa continuação, mostram-se como uma minoria tão pequena que acabamos por nos tornar impotentes. Tudo o que temos a fazer é sentarnos e ver enquanto as pessoas se enganam e são enganadas, e se vão afundando cada vez mais neste Mundo de erros que nós próprios fizemos. E o que é que poderiamos fazer? Ordenar o que tudo parasse, obrigar as pessoas a compreender algo que elas não conseguiam e violar tudo aquilo que defendemos? Não, eu não tenho de obrigar ninguém a nada, apenas tenho que tentar fazer as pessoas
verem. O resto é com elas. Não é com os elefantes, ou com os pandas ou com os tigres que temos de nos preocupar. A vida vai e vem, isso é o ciclo natural das coisas. Animais extinguem-se, espécies novas vêm ocupar o seu lugar. E não somos nós que vamos conseguir alterar isso. Podemos lançar todo o nosso ecossistema connosco para o abismo do esquecimento, mas não podemos extinguir a vida, pois esta esconde-se em todo o lado, e consegue sobreviver nos locais mais improváveis. Podemos acabar com grande parte das espécies existentes e lançar o planeta na escuridão durante milhões e milhões de anos, mas a vida sempre sobrevive, e milhões de anos depois, nem que sejam centenas, poderá voltar ao que era. Novas ordens de animais podem surgir. Mas a vida persiste. E nós nada mais do que ossos enterrados na pedra. O que nós temos de fazer é trabalhar para a
nossa sobrevivência. E se os elefantes e rinocerontes estão a morrer por algo feito por nós é sinal de que não tardaremos a ir atrás deles. Quando digo não dardaremos digo que em centenas de anos poderemos ter deixado de existir. Oun talvez menos. Não estou a dizer que os clones nos vão extinguir. Não. Apenas comecei a falr do assunto e passei para outro também da máxima importância. Os clones são um desrespeito, não por irem contra regras religiosas ou coisas assim, mas porque vão contra os direitos das pessoas. Não podemos criar um ser e dizer-lhe: "Pronto, tu és o Joãozinho da Praça, que morreu esta semana a palntar plantas carnívoras e agora podes voltar à tua vida." Pois, mas o aque acontece é que o Joãozinho da praça morreu. É o ciclo naural das coisas. Nasce-se e morre-se, é natural. Podemos chorar pelos nossos amigos e parentes, ter saudades deles, mas nunca mais ou vamos ver como seres vivos e temos de aceitar isso. Temos que aguentar e continuar a viver. Criar um ser vivo e tentar dar-lhe uma vida que não lhe pertence é um desrespeito. As pessoas por vários factores podem não perceber muitas coisas, mas têm de fazer um esforço. Não podemos de tal maneira fazer uma coisa assim. Não só pela pessoa que criamos mas pela que morreu. Para ambas é um desrespeito.