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EMISSARIOS NOTURNOS CAP: 2

Capitulo 2
O primeiro enviado

Padre Alberto despertou com uma pergunta insistente a lhe incomodar; Onde procurar esses seres especiais, como saberia ele quem seriam essas pessoas?
Alberto então sentiu como se uma leve brisa passasse por seu corpo, e uma voz quase imperceptível lhe soprasse ao ouvido “Nas escrituras encontraras o caminho”.
Sem entender direito o significado daquelas palavras, Alberto se dirigiu ate o altar de sua pequena igreja e começou a folhear o livro sagrado com esperanças de que ali estivesse a resposta para suas indagações.
Sem encontrar porem, nada que pudesse lhe indicar uma direção, Alberto fechou a bíblia com certo desapontamento, deslocandoa sem querer de seu local habitual, denunciando estranhos entalhes abaixo do livro.
Os tais entalhes eram na verdade escrituras antigas em latim que traduzidas diziam; ‘Nas mãos de Deus esta vosso destino’.
Alberto então investigou minuciosamente cada imagem, cada estatua que ornamentava sua igreja, ate que em uma dessas imagens descobriu uma pequena e quase imperceptível alavanca, tocou-a e o som de antigas engrenagens ressoou pelo recinto.
A estatua se deslocou, e logo abaixo surgiu uma passagem , que talvez levaria Alberto ate a resposta as suas perguntas.
Descendo pela passagem Alberto encontrou um salão repleto de livros algumas anotações que aparentavam serem muito antigas.
Um livro em especial lhe chamou atenção “Enviados” Alberto então começou a folheá-lo e ali encontrou muito mais detalhes de tudo quanto Miguel havia lhe dito.
Nas paginas finais daquele livro Alberto encontrou sinais e anotações que lhe deram uma direção certa de onde e como começar sua busca pelos enviados.
Juntamente com essas anotações havia certo mapa onde estavam marcados os lugares aproximados de onde os enviados talvez pudessem ter nascido.
Quando Alberto subiu novamente pela passagem já se havia passado quase mais da metade do dia, mesmo assim ele estava determinado a começar imediatamente sua busca, uma busca em que estavam colocadas todas as esperanças de um futuro de paz ou talvez de destruição de toda a humanidade.
Realizando todos os procedimentos necessários para que sua paróquia não ficasse sem a assistência necessária, Alberto saiu pela cidade para começar sua busca, talvez aquela fosse a missão mais importante de toda sua vida.
Naqueles dias a violência havia tomado proporções sem tamanho por todos os lugares da cidade, crimes eram cometidos a qualquer hora e em qualquer lugar sem espaço para compaixão ou qualquer tipo de sentimento bom para com seus semelhantes.
Parecia que uma bruma de ódio havia pairado por sobre aquela cidade, outrora tão calma e pacifica.
Distante daquele lugar em uma das muitas vilas e bairros esquecidos pelos mais privilegiados pela vida, Ana dormia calmamente, e sonhava que caminhava por um lugar por ela desconhecido, porem de infinita beleza e paz.
Crianças brincavam por toda parte,Ana estava encantada com o colorido e o perfume das flores que se espalhavam ate onde sua vista pudesse
alcançar.
Ana levava em seus braços uma criança e mesmo ela tendo quase certeza que tudo aquilo era um sonho e que seu filho ainda não havia nascido, ela sabia que aquela criança era seu filho.
Ao seu lado agarrada a sua mão estava uma pequena menina de olhos e cabelos negros. A beleza de seu pequeno rostinho transmitia grande meiguice e sua voz ao chama-la de tia Ana a conquistou imediatamente e Ana foi caminhando com aquela menina e conhecendo todos os recantos daquele paraíso que a encantava tanto.
Ana sentou-se ao lado de uma grande e frondosa arvore postada em uma encosta que dava para um lindo lago de águas límpidas e calmas.
Encantada com a paisagem Ana nem notou que a menina ao seu lado não tirava os olhos da criança em seus braços.
Então o silencio foi quebrado pela menina que pedia a Ana para segurar o bebe um pouco.
Ana teve uma estranha sensação mais mesmo assim ela concordou.
Aquela menina brincou com o bebe por vários minutos, tudo parecia normal e natural, mas de repente a menina levantou-se e disse a Ana:_ É preciso que eu vá embora agora e leve comigo essa criança.
Ana assustou-se e tentou segurar a menina que a empurrou com uma força que não era normal para uma criança daquela idade.
Ana ficou desesperada porem não desistiu e começou a lutar para tirar a criança dos braços da menina, pedia socorro mas ao olhar a sua volta notou que tudo estava se transformando e que já não havia mais ninguém ali alem dela e da menina a sua frente.
O lugar outrora belíssimo e cheio de vida, agora estava sombrio e deserto.
Ate mesmo as imensas e belíssimas arvores, adquiriram formas estranhas e sinistras, o lago de águas límpidas que a encantava ate a poucos minutos agora era um pântano de águas lamacentas e negras.
Parecia que Ana havia sido transportada para um outro mundo, um mundo de onde ela queria sair imediatamente.
Depois de tanto lutar Ana conseguiu finalmente arrancar a criança de suas mãos e saiu correndo a procura de um lugar aonde se esconder ou quem sabe a saída daquele lugar horrível.
Ao olhar para traz Ana percebeu que embora a menina estivesse apenas andando ela não conseguia se distanciar como estivesse em câmara lenta e isso a apavorou ainda mais.
Já cansada Ana não conseguindo mais correr parou e ao se virar viu que aquela menina outrora meiga e bela tinha adquirido uma aparência monstruosa, parecia que toda carne de seu corpo havia sumido ficando apenas pele e osso, seu rosto agora adquirira feições horrendas e aqueles olhos expressavam uma maldade que lhe congelava a alma.
Aos poucos aquele ser horrível foi se transformando ate que das suas costas brotaram imensas asas negras,nesse momento aquele monstro alçou vôo e passou a persegui-la e a gritar com uma voz que apavoraria qualquer ser humano.
Não adianta fugir Ana, dizia a criatura;nós a encontraremos aonde você for.
Nós vamos matar você e essa criança, nos vamos te destruir Ana, maldita.
Ana despertou aos prantos e com aquela voz pavorosa ainda ecoando em seus ouvidos como se tudo aquilo houvesse realmente acontecido.
Graças a Deus, disse Ana por ver que estava em seu quarto e ali, ela se sentia segura.
De repente a porta se abriu e uma figura corpulenta entrou correndo pelo quarto, era D.Vandinha que entrara toda desengonçada, culpa do enorme peso e também da exagerada preocupação com Ana.
Aninha minha filha, o que foi? Perguntou D.Vandinha toda apavorada.
Ana:_ Calma madrinha, respondeu Ana, foi só um sonho ruim, eu já estou bem, não precisa se preocupar.
D.Vandinha:_Se qué um chá, uma água, eu busco pra você filha,fala filha, que sonho é esse que te fez acordar chorando assim?
Ana:_Foi um pesadelo madrinha, só isso, agora já acabou, eu acho que eu vou dormir em paz agora.
D.Vandinha:_Você qué que a madrinha fica aqui filha, eu fico, eu vou me sentar aqui na cadeira e vou cuidar de você, pra você dormir em paz, pode deixar, dorme que eu fico aqui.
Ana:_ Madrinha, não precisa nada disso, eu já to bem e não sou mais criança também não é? Pode dormir sossegada que eu já esqueci do sonho viu!
D. Vandinha então, beijou na testa de Ana e saiu do quarto.Ana porem a chamou:_Madrinha.
D.Vandinha:_ Que foi minha fia?
Ana: _ Nada madrinha, eu só queria dizer, que eu te amo muito, e que eu agradeço todos os dias por Deus ter me enviado a senhora.
D.Vandinha apenas sorriu amorosamente como que respondesse: Não foi nada amor.
Ana tinha D.vandinha como se fosse sua própria mãe,pois, desde que seus pais morreram em um acidente de carro que elas moravam juntas, pois, somente D.Vandinha foi quem lhe estendeu a mão e a trouxe para sua casa, Ana tinha então apenas oito anos e aprendeu a amar e respeitar sua madrinha como se fosse sua mãe.
Ate mesmo quando Ana engravidou de seu namorado e foi abandonada, D.Vandinha não disse nenhuma palavra de desaprovação e sim a apoiou em tudo.
D. Vandinha era uma dessas pessoas que ajudam a todos sem medir esforços e nunca pedir nada em troca e por isso era muito querida por todos do bairro do pescado, onde morava.
O bairro do Pescado recebeu esse nome por estar ali morando quase todos os pescadores da região e ali abrirem suas peixarias.
Seu Conrado era um deles, ele morava quase no final do bairro mas sua freguesia se estendia a quase toda aquela comunidade, por motivo de ser um dos mais antigos do bairro,mais principalmente por sua simpatia com todos.
Não era difícil ver Seu Conrado dando peixe de graça aos que não tinham condição de pagar.
Isso deixava alguns dos pescadores irritados, mas, no fim eles acabavam deixando de lado, pois, todos por ali eram amigos de Seu Conrado e o admiravam.
Mas como em todo lugar, também ali havia pessoas que só se sentiam felizes fazendo a infelicidade dos outros.
Esse mal sempre presente em todos os lugares era o que deixava o Padre Alberto ainda mais apreensivo e temeroso com relação ao destino daqueles por quem ele procurava.
Será que ele conseguiria encontra-los antes dos anjos do mal?E se encontrasse será que juntamente com eles teria sucesso em proteger a mulher que carregava o novo messias em seu ventre?
Perdido em suas indagações Padre Alberto sentou-se na praça que enfeitava o centro da cidade.
Pensando em seus planos para cumprir tão grandiosa missão, Alberto foi chamado a realidade por alguém que ele nem mesmo tinha notado que havia se sentado ao seu lado.
Padre! Boa noite padre!
Boa noite meu irmão, em que posso ajuda-lo? Respondeu Alberto.
Padre o senhor podia me dar uma carona para casa? O ultimo ônibus já passou e é longe demais para ir a pé, o senhor sabe né, ta perigoso por ai.
Alberto: _ Claro meu filho; vamos lá, aonde você mora?
Com o endereço já determinado Padre Alberto e seu novo amigo saíram em direção aos bairros mais afastados do centro da cidade.
Padre Alberto foi entrando em ruas, becos, conforme seu carona foi detalhando o endereço.
Por aquelas ruas Padre Alberto foi observando pessoas que circulavam de madrugada pelas ruas, pensou em parar o carro mas foi impedido pelo cidadão sentado a seu lado.
Padre, num para não, isso é gente ruim, capaz deles ate quere rouba seu carro.
Alberto:_ É verdade, eu acho que você tem razão é melhor a gente não para mesmo, eu não tinha certeza que essas pessoas me respeitam só por minha posição de Padre.
Alberto continuou o caminho para levar o rapaz até seu endereço, mas em seus pensamentos algumas coisas lhe diziam que aquele lugar, entre aquelas pessoas havia algo que o ajudaria em sua busca.
Chegando ao destino, Padre Alberto nem mesmo ouviu os agradecimentos do rapaz, tão introspectivo que estava.
Padre; Padre disse ao rapaz em voz alta tirando Alberto de seu transe pensativo.
Hõ; O que foi; disse Alberto.
Padre o senhor não entra pra tomar um café?Alberto:_Não obrigado, já esta tarde e eu tenho que resolver umas coisas, mais qualquer dia eu volto.
Volta mesmo Padre?
Alberto: _ Com certeza meu filho, pode esperar, eu preciso ir agora, Deus te abençoe, adeus.
Adeus Padre; disse o rapaz, eu vou esperar mesmo heim!
Padre Alberto apenas sorriu como resposta, e saiu já tinha em seus planos voltar até aquela rua e investigar, talvez ali ele pudesse encontrar respostas, ou algum sinal que o indicasse o caminho á seguir.
Alberto estava tão aprofundado em seus pensamentos que havia se esquecido das anotações que havia pego na igreja.
Parou então o carro e começou a lê-la, notou que comparando com o mapa da cidade, aquelas anotações dos lugares prováveis de onde estariam cada pessoa ligada a sua missão. Certamente naquelas redondezas encontraria um desses locais.
Alberto rodou por muito tempo, com todo cuidado ele olhou cada rua, cada casa, cada pessoa que ainda se encontrava acordada andando por aquelas ruas.
Alberto decepcionado consigo mesmo por talvez não encontrar nenhum sinal especial, que pudesse estar por ali, para lhe mostrar uma direção, resolveu continuar seu caminho, talvez ate quem sabe, ir ate Miguel e pedir-lhe ajuda.
Alberto seguia devagar com seu carro, pensando, quando de repente outro carro atrás do seu vinha em alta velocidade, e parecia desgovernado.
Na verdade, eram jovens, e o motorista estava alcoolizado como os demais.
Eles ultrapassaram o carro de Alberto, gritando muito alto e ate o insultando.
:_Sai da frente seu molenga, tira essa lata velha daí tartaruga.
A cada frase soltavam sonoras gargalhadas e seguiram para uma pista paralela a que Alberto estava.
Alberto tirou a atenção daquele carro por apenas um segundo, então ouviu-se um barulho de uma pancada como se alguém tivesse sido atropelado e parou o carro.
Felizmente não havia sido uma pessoa, mas sim, um pobre cão que teve o azar de cruzar o caminho daqueles inconseqüentes.
Os vândalos nem pararam o carro, aceleraram, gritando e rindo ainda mais.
Alberto pensando que o animal já estaria morto resolveu não ir ate lá, só ficou ali parado olhando.
De repente alguém que estava sentado junto com outras pessoas nos muros das casas que havia por ali, se levantou e foi andando em direção ao animal caído no meio da rua.
A baixou-se e pegou o animal em seus braços e sem que Alberto entendesse, parecia que aquele menino havia o notado, pois, ali abaixado com o animal nos braços ele apenas levantou a cabeça e voltou seu olhar em direção a Alberto.
Alberto não sabia direito se o que estava vendo era real ou algum reflexo das luzes das ruas, mas parecia que os olhos daquele rapaz brilhavam como luzes prateadas, e aquela luz parecia tocar sua pele, era um deles, só podia ser, dizia Alberto pra si mesmo.
O menino levantou-se com o animal nos braços e entrou em uma daquelas casas.
Alberto imediatamente ligou o carro e seguiu ate lá.
Parou na frente da casa, foi ate a porta, bateu e esperou.
Um senhor alto, já meio idoso, abriu a porta.
Um pouco desconfiado ele disse: Um padre, aqui, a essas horas? O que o senhor quer padre? Alberto não sabia direito o que dizer, pois se falasse o que realmente estava procurando talvez ate o expulsariam dali.
Mas antes mesmo de falar qualquer coisa uma senh0ra apareceu dizendo: Que falta de respeito Jose, sê num chama o padre pra entra não?
Desculpa padre, disse a senhora, vamos entrar, vo busca um café pro senhor.
Alberto entrou e se sentou esperando o café, e também esperava ver aquele menino, quem sabe se ao vê-lo ele saberia o que dizer e quem sabe ter certeza se o menino era mesmo quem ele estava procurando.
O senhor que o atendeu parecia nervoso, Alberto da sala podia ouvi-lo conversando com a mulher na cozinha: Será que o Pedro fez alguma coisa errada por ai?
Não fala isso, sê sabe que nosso filho é bom, ele não fez coisa errada.
Jose:_ Ele vive no meio desses moleque ruim por ai, quem me garante que ele não faz nada?
Deixa pra lá, eu vou levar o café pro padre e você vai dormir, se tem que acordar cedo pra trabalhar, vai.
Jose foi para o quarto enquanto Josefa levava o café ate a sala.
Entregando o café para Alberto, Josefa ate a porta, como se quisesse falar algo que o marido não pudesse escutar.
Ao ver que ele havia ido dormir, mas tranqüila ela veio e se sentou ao lado de Alberto, olhou bem em seus olhos e disse: O senhor veio atrás do meu filho não é?
Alberto: _ Como a senhora sabe?
Josefa: _ O Jose fica nervoso, por que nosso filho tem umas coisas esquisitas e as pessoas vem aqui atrás dele direto, o Jose não gosta, acha que o menino tem algum problema.
Alberto: _ Que coisas esquisitas?
Josefa: _ Desde pequeninho ele, há, o senhor não vai acreditar, vai achar que eu to louca.
Alberto: _ Não, pode dizer, eu garanto pra senhora, eu vou acreditar.
Josefa: _ Bem, ele consegue, não sei como, salva animal que ta quase morto só rezando e benzeno eles, e ele benze as pessoas também, e tudo mundo fala que é batata, ele reza e a pessoa cura.
Alberto: _ Eu posso ver o menino?
Josefa: _ Ele ta com medo, antes do senhor chegar ele já sabia que o senhor vinha e foi se esconder lá no quarto.
Alberto: _ Por favor, diga a ele pra vir falar comigo, é só um instante, e é muito importante também.
Josefa: _ Ta bom eu vo ver, mas não sei se ele vai vim.
Josefa então foi ate o quarto do menino, alguns minutos depois ela voltou junto com Pedro.
Pedro se sentou em frente a Alberto de cabeça baixa e pediu a sua mãe que os deixasse sozinhos um pouco.
Josefa foi pra cozinha, um pouco a contra-gosto mas sabendo que aquela conversa seria muito importante.
Alberto: _ Alberto sabe quem sou eu?
Pedro: _ Não, mas eu de alguma maneira sabia que o senhor viria.
Alberto: _ Você sabe quem você é?
Pedro: _ As vezes, em meus sonhos eu acho que sei, mas quando eu acordo eu ,sei lá, não tenho certeza, é muito complicado,eu acho.
Alberto: _ Você acredita em Deus?
Pedro: _ Sim, sem ele eu não faria as coisas que eu faço.
Alberto: _ Você sabe como você consegue realizar esse milagres?
Pedro: _ Não é milagre, eu só rezo e as pessoas se curam, os animais também, milagre não é.
Alberto: _ Você já se perguntou qual é realmente sua missão, o por que de você ter tantas perguntas sem respostas?
Pedro: _ Aquela pergunta fez com que Pedro se interessasse mais pela conversa,ele levantou seus olhos e ficou olhando atentamente para Alberto, como se esperasse que o padre tivesse as respostas para suas indagações.
Mas Alberto não disse nada, só deixou que Pedro tentasse responder sozinho aquela pergunta.
Pedro como não viu resposta nenhuma de Alberto, pensou um pouco e falou: _ Sabe, às vezes eu acho que já vivi em outros lugares, e que tenho que encontrar umas pessoas, eu sonho com elas e nesse sonho nós nos conhecemos e sabemos que temos que fazer uma coisa muito importante, mas eu não lembro o que é.
Alberto: _ Eu vou te contar tudo o que eu sei, e também algumas coisas que você talvez não entendesse e nem acreditara direito, mas quem sabe se com isso você consiga descobrir o que tem que fazer.
Pedro: _ Tudo bem, pode falar.
Alberto então lhe contou tudo que sabia, tudo que ele havia visto do mundo sobrenatural, também contou sobre a morte estranha da mulher da vila dos rosários e por fim, contou-lhe sobre Miguel e o que ele havia lhe contado.
Aquilo tudo que foi dito, parece ter despertado algo em Pedro, algo que estava guardado profundamente em seu subconsciente.
Agora parecia que Pedro tinha certeza de tudo, tinha uma noção definitiva de quem era e do que tinha que fazer.
Sorriu e disse a Alberto: _ Obrigado Padre o que você me disse era realmente o que eu precisava para dispertar e enxergar o por que disso tudo, e o mais importante, o que eu devo fazer, a missão que temos que cumprir.
Alberto: _ É mas temos que resolver um outro problema mais imediato, você sabe qual é, não é?
Pedro: _ Claro, eu sei.
Pedro chamou sua mãe até a sala, ela não demorou, pois, já estava escutando a conversa a um certo tempo.
O que foi meu filho, disse Josefa assustada e apreensiva com tudo que ouvira.
Pedro: _ Mãe eu preciso lhe pedir algo e preciso que a senhora compreenda.
Josefa tinha uma certa idéia do que seria esse pedido, mas mesmo assim ela perguntou: _ Você vai ter que ir embora não é meu filho?
Pedro: _ Sim minha mãe, é isso mesmo, mas eu não quero que a senhora fique preocupada,pois o que devo fazer é muito importante e tenho que começar agora.
Josefa mesmo com muito medo de deixar seu filho partir, tinha no coração o desejo de que aqueles dons talvez um dia o levaria a se tornar um padre, o que a deixaria muito orgulhosa.
Esse desejo e a confiança que padre Alberto havia despertado nela mesmo o tendo conhecido a poucas horas foi o que a deixou mais tranqüila para dar a sua benção para que seu filho partisse e pudesse cumprir sua missão.
Josefa: _ Pode deixar Pedro eu explico tudo pro seu pai amanhã, vai com Deus filho, mas vê se não esquece da sua mãe velha aqui viu!
Pedro a abraçou longamente e entre lagrimas disse: _ Eu nunca vou te esquecer minha mãe.
Quando tudo isso acabar eu volto correndo pra você viu, pode esperar.
Dando um longo beijo em sua mãe Pedro seguiu com padre Alberto para continuarem juntos a missão de juntar as pessoas que vieram com a missão de proteger o filho de Ana.
Alberto estava feliz consigo mesmo por ter conseguido realizar essa primeira etapa de sua missão.
Ele sentia-se orgulhoso de si mesmo por ter tido capacidade de ver em Pedro os sinais que o faziam estar acima da qualidade de simples seres humanos.
Agora estava bem mais confiante, confiante nele mesmo, por sua capacidade e também por estar agora contando com a ajuda de Pedro, de quem Alberto sentia emanar grande força espiritual.
Juntos eles conseguiriam com certeza encontrar e reunir todas as pessoas ligadas àquela missão.
Já era dia quando eles chegaram ao jardim das flores, um bairro em que moravam pessoas da alta sociedade.
E era exatamente entre elas que as anotações de Alberto diziam que estaria a próxima pessoa a ser encontrada.
 

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