Em defesa do livro - Intelectuais e imprensa ...

[Zuleica]

Interessados em conhecer obras de valor?
Luiz Costa Lima, em "Um poeta inexistente: Sousândrade", tocou em um assunto que se deixa passar ao largo. Os registros oficiais da nossa cultura estão ao sabor da vontade e gosto de Editores e a classe dominante que pouco interesse tem no que ocorre fora de seu campo de atuação, tipo: se não conheço, não tem valor, assim a história se perde, falo em nossa história literária.
O artigo "Em defesa do livro - intelectuais e imprensa nos anos 90" de Isabel Travancas, serve para ilustrar incidentes como o de Sousândrade. Uma pequena mostra do texto:

[...] Apesar das diferenças pessoais e mesmo de nacionalidade, é possível afirmar que praticamente todos os membros do grupo revelaram uma postura individualista em termos de valorização de suas subjetividades pessoais. A escolha, a opinião, o sentimento, a visão particular de cada um em relação à vida em geral e ao livro em particular é extremamente valorizada e será determinante na definição do suplemento e, no caso dos editores, do catálogo da empresa.
Fica evidente no discurso dos entrevistados como eles se consideram capazes de, com suas qualidades pessoais, definir o que deve ser lido. Estes quatro jornais não são representativos de um gosto 'popular' ou de um estilo de vida operário, por exemplo. Ao contrário, seus suplementos são veículos de elite, redigidos para a elite. [...]

Instigante não? Leia, vai dar o que pensar ao encontrar algo que considerar bom, não citado pelos divulgadores da época.
Caso estiver interessado em aprofundar o assunto sobre Sousândrade há o artigo de Danglei de Castro Pereira, resumo de sua dissertação de mestrado fev/2003.