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Em decisão inédita, FUNDASP ignora votação popular e elege o candidato menos votado a reitor da PUC-

Anw

Vamos explicar o que está acontecendo na PUC - Pontifícia Universidade Católica - em 6 pontos genéricos. Eis aí (há muitos detalhes pressupostos, mas o grosso é isso):

1. Na PUC, por determinação do Estatuto da Universidade e do Regimento da Fundação São Paulo, o Reitor é escolhido, em última instância, pelo cardeal, presidente da FUNDESP e Grão-Chancelar da Universidade.

2. Para tanto, há uma "consulta à comunidade acadêmica", comumente chamada de "Eleição".

3. Dessa "consulta à comunidade acadêmica" se retira uma "lista tríplice" e dessa lista o cardeal - por razões que lhe são asseguradas pelo próprio estatuto - escolhe o reitor.

4. Acontece que, ao longo dos últimos trinta anos, tornou-se costume escolher o primeiro nome da lista, dando a impressão equivocada de que a "consulta à comunidade" se configurasse uma "eleição" em termos de "democracia direta".

5. A ideia de que a consulta fosse uma eleição era tão forte que os candidatos, entre eles, assinavam um carta de compromisso garantindo que não aceitariam a nomeação em caso de o cardeal não escolher o primeiro. No entanto, tal documento não tem nenhuma validade assegurada no estatuto.

6. Nesse ano, numa atitude inesperada, o cardeal resolveu não escolher o primeiro da lista tríplice, mas o último. E, pra piorar, a candidata nomeada pelo cardeal tomou posse, mesmo assinando a lista de compromisso. Esses dois atos - cardeal não indicar o primeiro da lista e a nomeada assumir a reitoria - deu uma puta má-impressão na comunidade acadêmica, já que ele quebrou uma "suposta tradição democrática".

Francisco Westvleteren-Trappist Razzo

Ou seja, a chamada 'tradição democrática' é um unicórnio rosa.
 
Última edição por um moderador:
Um unicornio rosa que há 30 anos está rondando na puc, e se não fosse para ser cumprido não deveria nem ter começado, pois do contrário dá a impressão de ser uma atitude de má fé.

Pra mim é um conflito de tradições. Uma tradição democrática que foi se formando ao longo dos anos e exagerando sua importância. Mas é complicado agora tirar dos universitários a ideia de uma democracia funcionando aí.
 
Ou é para ter ou não ter, se não complica mesmo. Hoje é um osso que a comunidade não vai querer largar e eu não tiro a razão para isso.
 
E essa "tradição democrática" não se resume apenas pela escolha de reitor. Há toda aquela áurea de postura e luta pela redemocratização do país; os quadros da universidade, alguns de destaque, que sempre se posicionaram contra o status quo; os simpósios que abordam os problemas sociais de uma perspectiva mais a esquerda; etcetera.
 
E essa "tradição democrática" não se resume apenas pela escolha de reitor. Há toda aquela áurea de postura e luta pela redemocratização do país; os quadros da universidade, alguns de destaque, que sempre se posicionaram contra o status quo; os simpósios que abordam os problemas sociais de uma perspectiva mais a esquerda; etcetera.

rçrçrçrçrç
 
"Pontifícia Universidade Católica: pontifícia e católica"

É líquido e cristalino o direito do grão-chanceler da PUC-SP, arcebispo de São Paulo, de nomear reitor um entre os três professores eleitos pela comunidade universitária.

O procedimento da lista tríplice, igualmente adotado em várias instâncias do Estado --como na escolha de juízes de tribunais superiores ou do chefe do Ministério Público--, revela-se altamente democrático.

Ele produz um equilíbrio saudável entre o sufrágio dos eleitores e a participação crítica do moderador que, entre três pessoas, dará posse àquela que mais se aproxima do perfil ideal para ocupar o cargo.

No caso da PUC-SP, os corpos docente e discente, bem como os funcionários, em votação universal, endossam os três candidatos com potencial para assumir a reitoria.

O grão-chanceler, autoridade máxima da universidade, nomeia um deles. Fá-lo com cabal discricionariedade, tendo em vista o bem maior da instituição.

A PUC-SP é uma escola confessional, católica e pontifícia, conforme indica seu próprio nome, estando sob a égide tanto do direito estatal quanto do direito canônico.

Com efeito, reza a constituição apostólica Ex Corde Ecclesiae, a lei canônica que disciplina as universidades católicas, que uma das características essenciais desse jaez de instituição de ensino consiste na "fidelidade à mensagem cristã tal como é apresentada pela Igreja" (13, 3).

Dom Odilo tem dado o melhor de si para recrudescer a confessionalidade da PUC-SP, resgatando-lhe a "alma católica". Infelizmente, essa postura do grão-chanceler, assaz benemérita e imprescindível do ponto de vista pastoral e jurídico-canônico, arrosta opositores vorazes.

Debaixo do inconsistente vexilo da independência acadêmica, alguns desejam mesmo que o catolicismo seja banido do campus e cambiado por um relativismo cristão ou cristianismo light ou, então, por outras ideologias.

É possível imaginar não protestantes assumindo a direção da Universidade Presbiteriana Mackenzie? É claro que não, haja vista a natureza confessional dessa escola. Quer-se preservar a integridade da doutrina de Calvino. Eles têm todo o direito de proceder desse modo. Vivemos num país livre.

E as escolas hebraicas de São Paulo? Acolheriam elas em seus quadros executivos católicos ou protestantes? É óbvio que não fazem isso. São judeus, quando não rabinos, que dirigem essas entidades.

Tal raciocínio é válido inclusive para empresas privadas. Quanto tempo duraria na fábrica da Volkswagen um diretor que fosse grande defensor e entusiasta dos automóveis montados pela Ford? Cuido que não teria sobrevida de uma semana.

No entanto, querem que a PUC-SP seja complacente com professores que defendem, por exemplo, o aborto na mídia --e que só tem acesso aos jornais em virtude de exibirem o título de professor ou professora da PUC-SP.

Quanto mais congruente com os valores autenticamente católicos, tanto mais a PUC-SP acenderá ao cume da excelência científica, pois a Igreja é perita em humanidades (Populorum Progressio, 13).

___

EDSON LUIZ SAMPEL, 47, doutor em direito canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense, do Vaticano. É professor do Instituto Teológico Pio XI (Unisal) e da Escola Dominicana de Teologia (EDT)

Defesa firme, pugnaz e resoluta do caráter confessional da PUC.

:clap:

Ou seja, esse esquecimento do catolicismo que norteia a verdadeira Tradição da PUC e a preferência por uma suposta 'tradição' democrática que intenta até mesmo contra a ÓBVIA autoridade do chanceler beira a insanidade. Ou a estupidez mesmo.
 
A PUC não é convento. Seu significado ultrapassa essa nomenclatura católica.

E professor da PUC defende na mídia o aborto, porque essa é uma questão de saúde pública, não moral religiosa.

Enfim, a Anna Cintra, ao que parece, tem a posse mais distante:


São Paulo – Depois de quase um mês de greve de professores e alunos, desde que o nome de Anna Maria Marques Cintra foi escolhido apesar de ser a candidata menos votada em uma lista tríplice, o Conselho Universitário da PUC-SP decidiu hoje pela suspensão da posse da professora, que estava marcada para esta sexta-feira.

Segundo decisão do Conselho Universitário, a professora, que foi convidada para as duas reuniões que aconteceram hoje, mas não compareceu, tem cinco dias a partir de segunda-feira para analisar o recurso apresentado pelos membros em greve da PUC.

Em nota, a entidade afirmou que “Anna Cintra deverá sustentar sua defesa na próxima reunião do Consun, no dia 12.12. O professor Conselheiro Marcos Tarciso Masetto foi indicado pelo Consun para assumir a reitoria durante o período de vacância”.

A decisão reitera que o Conselho Superior Universitário seria a instância máxima da Universidade, que é controlada pela Fundação São Paulo, presidida pelo arcebispo Odilo Scherer. Seguindo o estatuto da universidade, Scherer escolheu a reitora com base na lista formulada através de eleições diretas. Pela primeira vez, porém, foi escolhido um candidato que não teve o maior número de votos, desencadeando um movimento grevista com apoio de alunos, professores e funcionários.

“O cardeal renegou a história da PUC e pela primeira vez em 30 anos não nomeou o primeiro colocado da lista tríplice feita por eleições diretas”, explica a aluna de Direito Isadora Martinatti, participante do movimento grevista. Anna Cintra chegou a assinar um documento se comprometendo a não assumir a menos que fosse a primeira colocada.

“Ela jamais será vista como legítima”, afirma Isadora.

Segundo representantes do Conselho Universitário, a decisão é soberana e, caso contrariada, representaria uma "ruptura" na PUC. Se a posse ocorrer, ela não será considerada legítima pelo Consun.

Procurada, a assessoria de imprensa da PUC afirmou que quaisquer esclarecimentos sobre a transição teriam de ser feitos pela Fundação São Paulo. O atual reitor (e o candidato com mais votos nessa eleição), Dirceu de Mello, não quis se pronunciar sobre o assunto. Até o fechamento da matéria, a assessoria de imprensa da Fundação São Paulo não quis prestar mais esclarecimentos.

Fonte
 
Não tem o que discutir. A PUC é católica, o chanceler tem óbvia autoridade de escolher quem quiser pro cargo de reitor.

Porra, eu to vendo gente querendo impor seus candidatos sobre o chanceler de uma universidade católica, meu Deus do céu! Isso é o cúmulo do absurdo da arrogância modernista.

E não, Cantona, não é assunto de utilidade pública. Aborto é assassinato mesmo, condenado pela moral cristã. Na Igreja Católica pela excomunhão direta.

Todos esses 'argumentos', seja o do aborto, do homossexualismo e outras bazófias modernistas não tem nada a ver com o assunto, são desvios de foco e inúteis: ignoram que a universidade CATÓLICA se rege não pela democracia tradicional de 30 anos mas por 2000 anos de moral e doutrina religiosa. Não gosta? Cai fora.

Isso é mais chororô de juventude esquerdoide desocupada e birrenta. Basta ler o regimento da Universidade pra ver que os parâmetros da PUC não é nenhum manifesto esquerdista, é o Catecismo da Igreja Católica, o magistério Papal e a Tradição católica.
 
Última edição:
E hoje a FUNDASP desafiou os alunos e a decisão do Consun e tentou empossar a professora Anna Cintra (que eu descobri de forma muito engraçada que mora no prédio da minha namorada :lol:).
Os alunos, professores, funcionários e sindicatos ocuparam toda a entrada do chamado prédio velho e impediram qualquer acesso dos golpistas ao prédio.

Abaxio, algumas imagens do que rolo hoje:

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Reitor interiono nomeado pelo Consun falando com os alunos.

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Alunos e professores reunidos em frente ao prédio velho e ao prédio da reitoria para impedir a posse da Professora Anna Cintra.

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Intervenção colocada na PUC representando o luto pela morte da tradição democrática.

E aqui, uma matéria do Estadão sobre os acontecimentos de hoje: http://www.estadao.com.br/noticias/...ar-na-sala-da-reitoria-da-puc-sp,967385,0.htm
 
Estatize-se a PUC e fim de papo.

Bem melhor.

Pra que ficar chamando a PUC de pontifícia se não é a Igreja que manda nessa porra?

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Vamos ficar chovendo no molhado.

Amém, Paganus.

http://www.vatican.va/holy_father/j...jp-ii_apc_15081990_ex-corde-ecclesiae_po.html

Beijo do Papa. =*

Lembra aquela coisa de professor de história do ginásio que falava pra gente olhar a história com os olhos da época? Pois é, você está olhando pra uma universidade católica como se olha pra um pública, são formas completamente diferentes de universidade, por mais que as PUCs tenham abandonado sua tradição católica e sejam mais covis de esquerdistas hoje em dia.

Eu ainda fico embasbacado com isso. Tá no regimento que a Universidade e católica e os arruaceiros acham mesmo que tem direito de se opor à decisão soberana da Igreja romana.

E ainda chamam o bispo de 'golpista'. Eita imbecilidade ideológica desses universitários, pqp.

Coisa tá feia mesma pra Igreja romana, não tem mais autoridade alguma nesse país, nem sobre suas próprias universidades. Depois reclamam quando falo mal dessa bosta de Estado laico.
 
Última edição:
E ainda chamam o bispo de 'golpista'. Eita imbecilidade ideológica desses universitários, pqp.
Você chama de imbecilidade ideológica, mas fica nesta sua defesa da tradição sobre qualquer vontade ou qualquer valor secular e julga tudo isso como "lixo da modernidade". Se isso não for imbecilidade ideológica sua, eu não sei o que é.
Tu reclama demais quando os ateus vem aqui e chamam os religiosos de burros, alienados e etc, mas não poupa adjetivos ao criticar aqueles que negam e não respeitam a tua posição. Pega leve Pagz, você é um cara inteligente demais para ficar nessa de chamar alunos e professores de "imbecils".
E não chamamos só o bispo de golpista, mas sim a Anna Cintra, que afirmou um compromisso de nõa assumir caso não fosse a mais votada e mesmo assim aceitou a decisão.

Eu ainda fico embasbacado com isso. Tá no regimento que a Universidade e católica e os arruaceiros acham mesmo que tem direito de se opor à decisão soberana da Igreja romana.
A luta é exatamente essa. Tirar essa decisão final do grão-chanceler e obrigar a FUNDASP que sempre foi distante da PUC e que agora se aproximou. Precisamos exigir que ela respeite nossa autonomia universitária.

Bem melhor.

Pra que ficar chamando a PUC de pontifícia se não é a Igreja que manda nessa porra?
Da mesma forma que se chama de "Federal" universidades federais, mas não necessariamente que manda lá é o governo federal. Claro que tem influência, em algumas universidades mais do que na outras, mas a autonomia universitária é o que move qualquer universidade! É requisito básico para o desenvolvimento sádio e livre de qualquer espaço de ensino academico.

Estatize-se a PUC e fim de papo.
A UNESP fez uma proposta de incorporação da PUC em 2006 quando a crise da faculdade ficou mais latente. A Igreja e a FUNDASP não aceitaram.
 
Você chama de imbecilidade ideológica, mas fica nesta sua defesa da tradição sobre qualquer vontade ou qualquer valor secular e julga tudo isso como "lixo da modernidade". Se isso não for imbecilidade ideológica sua, eu não sei o que é.
Tu reclama demais quando os ateus vem aqui e chamam os religiosos de burros, alienados e etc, mas não poupa adjetivos ao criticar aqueles que negam e não respeitam a tua posição. Pega leve Pagz, você é um cara inteligente demais para ficar nessa de chamar alunos e professores de "imbecils".
E não chamamos só o bispo de golpista, mas sim a Anna Cintra, que afirmou um compromisso de nõa assumir caso não fosse a mais votada e mesmo assim aceitou a decisão.

Ninguém é imbecil por ser de esquerda ou por ser ateu. É imbecil por achar que uma universidade católica deva se submeter antes a uma vontade popular que à Igreja. Isso é imbecilidade, é desconhecer o que é uma universidade católica, confessional, pior, é não buscar conhecer e querer impor sobre ela uma suposta tradição democrática.

Da mesma forma que condenar o moderno por ser moderno é uma imbecilidade. Tradicionalismo não é isso. O mal da modernidade é o secularismo e o materialismo, sempre afirmei isso. E nunca esperei que alguém aqui concordasse comigo, sei que são opiniões que vão abertamente contra o zeitgeist contemporâneo.

A luta é exatamente essa. Tirar essa decisão final do grão-chanceler e obrigar a FUNDASP que sempre foi distante da PUC e que agora se aproximou. Precisamos exigir que ela respeite nossa autonomia universitária.

Estatizem então, que o Estado pague ao Vaticano e estatize. Não tem sentido essa PUC continuar sendo PUC. Ela é somente U. O P e o C já foi jogado no lixo faz tempo.

Da mesma forma que se chama de "Federal" universidades federais, mas não necessariamente que manda lá é o governo federal. Claro que tem influência, em algumas universidades mais do que na outras, mas a autonomia universitária é o que move qualquer universidade! É requisito básico para o desenvolvimento sádio e livre de qualquer espaço de ensino academico

Essa influência é explicada no documento papal que linkei no post anterior.
 
É que a tradição da PUC-SP nunca coincidiu de tal forma com as universidades confessionais pelo resto do mundo. Aliás, arrisco dizer que todas as PUCs da América Latina não o são. A tradição aqui se formou diferente, vc tá defendendo um modelo de faculdade católica que nunca foi aplicado na PUC. É uma tradição mais artificial do que o que vc chama de "suposta" tradição democratica. A tradição de se eleger reitor tem 30 anos, a da igreja interferir nos assuntos interno tem 4.

E a relação Igreja/Academia sempre foi boa! Quando Dom Evaristo Arns era o grão-Chanceler os padres e bispos davam palestrasna PUC e eram assistidos e aplaudidos pela forma como participavam da PUC. O que aconteceu agora foi uma intervenção nova, legalista, algo que fere tudo que a PUC foi e, se tudo der certo, continuará sendo.
E é impossivel não associar isso com a guinada pela tradição que Bento XVI levou a igreja. Infelizmente o corpo de padres que a PUC sempre teve em sua história estão afastados.

Mas aqui vale um ponto que eu debati muito ontem na PUC com a professora Monica de Sociologia. Ela defendeu que a Igreja entrou pesado na PUC nos ultimos anos para acabar com uma onde muito negativa que ta rolando por lá que é um exceço de corporativismo por parte dos professores. A PUC vive um momento em seu quadro docente (em especial nos diretórios ligados a Ciências Sociais) em que a meritocracia morreu na faculdade. O que rola no diretório e política na PUC é um desastre! O NU-SOL, grupo dos pós-modernistas/anarquistas estão remodelando todo o curso de Política para seus próprios pares, até a antropologia ta vendo isso. A professora contou de alguns casos onde a banca de escolha dos professores foi ignorada pelos diretórios nas esclhas de novos professores entre outras coisas. Para essa professora, por mais bizarroque possa parecer, a Igreja entrou na PUC para impedir que isso ocorra em maior escala, por isso a rejeição da mesma pelo Dirceu, que é um crápula realmente.

Eu não sei o que achar disso, ouvindo tudo que a Monica disse e o que meu tio (que foi professor de política da PUC por anos) também disse, é de se assustas o quadro que estamos: Ou aceitamos a interferencia da FUNDASP para lutarmos contra o corporativismo dentro dos diretórios, ou mantemos a tradição democratica e corremos o risco de ver esse quadro aumentar e o nivel do ensino despencar...
 
Sobre essas questões internas e mais específicas eu me abstenho por não conhecer mais a fundo. Mas dá pra ver que a situação está diferente de quando eu era católico. :think:
 
Vou tentar te fazer o panomarama do que eu conheço sobre toda essa história Pagz:
O atual reitor, Dirceu de Mello, foi muito inteligente em traçar sua base de apoio. Ele conseguiu aliaças na extrema direita e na extrema esquerda da PUC. Com isso, ele fez os dois grupos ficarem brigando na base e conseguiu assim da uma silenciada no Movimento Estudantil, salve dois ou tres episódios onde a esquerda rompeu e foi ocupar a reitoria, a convivencia entre os dois grupos e o Dirceu sempre foi conivente.
O Dirceu é incompetente. Fez muito pouco pela PUC e falou muita groselha. Um professor meu disse que quase pediu demissão pq reprovou um aluno na banca do mestrado, o Dirceu então mandou um carta anulando aquela banca, anulando a decisão, convocando uma nova banca e avisando que o rapaz deveria passar. Isso é tão absurdo que é até dificil d acreditar, mas infelizmente é verdade.

O Dirceu aceitou diversas ordens da sua base da esquerda na Ciências Sociais para beneficiar grupos já enraizados nos diretórios, em especial o NU-SOl. A oposição os mesmo, que são os anarquistas e os "burocratas" (grupo d eprofessores que defendem a meritocracia e o respeito as normas de escolahs da PUC) ficaram em grande minoria e aos poucos foram saindo. A PUC, portanto, ficou presa em diversas áreas em uma rede de corporativismo absurda! A própria Monica, professora que citei no ultimo post, me contou uma história de arrepiar!
Ela disse que, em uma banca para escolher dois professores para o diretório de politica, ela fez grupo com o Edson Passeti, lider do NU-SOL, Lúcio Flávio, "lider" da alá marxista, Miguel Chaía e mais um professor.
Durante as reuniões da banca, o Edson Passeti, dito anarquista, chamou ela para pedir que a aluna dele, a Salete, fosse aprovada. A Monica disse que não, apenas se a Salete ficasse entre as 2 primeiras.
No dia da escolha, a Salete ficou em terceiro. O Edson Passeti falou que não reconhecia aquele resultado, que se negava a escolher entre os dois primeiros e chamou o Lúcio Flávio (até então, ambos eram inimigos quase mortais) e disse: Lúcio, vc se importaria que o Pedro (aluno do Lúcio Flávio) entrasse junto com a Salete? O Lúcio Flávio disse: Não, por mim tudo bem. Quando a professora Monica veio reclamar o Miguel Chaía falou: Desculpa MOnica, mas vc não pode falar nada sobre isso, agora é decisão do diretorio.
E foi assim que a terceira colocada (Salete) e o OITAVO colocado (Pedro) se tornaram professores, e os dois melhores candidatos entraram em alguma outra instituição.

É esse tipo de corporativismo que precisa ser combatido na PUC, pq isso empobrece o curso. Alguns dizem que a criação do Consad (Conselho onde o reitor decide junto a dois representantes da FUNDASP os destinos da PUC) e agora a nomeação da Anna Cintra serviu. Para tacar esse corporativismo.

Eu não acredito nisso. Para mim a Anna Cintra nem o Consad foram criados com esses interesses. Para mim é para cabar com um corporativismo e criar um clientelismo entre universidade/igreja que tais decisões foram tomadas, mas ainda assim vale o exercicio de reflexão: Será que nós, alunos e professores, soubemos usar de tanta liberdadede decisão como tinhamos? Será que não falhamos ao nos fiscalizar para evitar que este tipo de comportamento tão negativo fosse instaurado? Seja qual for o resultado da greve, acredito que toda a universidade deve repensar o que está acontecendo com ela.
 
Anna Cintra foi empossada ontem, no escuro. Sorrateira, igual bandido.

Paganus, eu fui nessa aula. O professor dizia que errado é olhar para o passado com os olhos do presente, emitindo juízos de valor. Olhar para uma época, com os olhos em concordância, é humanamente saudável e imprescindível. Exatamente como você colocou. Pois então, a Igreja tem lá sua certidão de nascimento amarelada, mas suas decisões, suas movimentações sempre acompanharam os contextos históricos e o poder. A "Tradição Católica", no que tem de política, é bem maleável e se faz nos tempos presentes.

Como eu já disse, pois estou lá há cinco anos - sem contar os semestres dos cursos que comecei e larguei pela metade-, a PUC vai além da grafia e da fonética.

Finalizando, universidade é lugar de muitas vozes, inclusive a católica. Mas não só a católica, pois um local de produção de conhecimento que só lê uma cartilha e que se considero o portador da verdade absoluta, termina por legar exatamente essa relação de poder autoritária, sem diálogo. Eu mando, você obedece e a merda é sempre a mesma.
 
Última edição:
A crise na PUC-SP devido à nomeação da terceira colocada em uma lista tríplice evidenciou uma questão mais grave, que não diz respeito apenas ao mecanismo viciado de escolha de reitor. Artigo publicado na Folha por dom Odilo Pedro Scherer demonstra profunda distorção no sentido do que é uma universidade.

Uma universidade não é apenas um espaço de formação profissional e de qualificação técnica. Desde o seu início, ela foi uma ideia vinculada à constituição de um espaço crítico de livre pensar. Ela era a expressão social do desejo de que o conhecimento se desenvolvesse em um ambiente livre de dogmas, sem a tutela de autoridades externas, sejam elas vindas do Estado, da igreja ou do mercado. A universidade dialoga com essas três autoridades, mas não se submete a nenhuma delas, mesmo quando é dirigida pelo poder público, por grupos confessionais ou empresários.

Por isso, há de se falar com clareza: no interior da República, não há espaço para universidades católicas, protestantes, judaicas ou islâmicas, mas universidades dirigidas por católicos, dirigidas por protestantes etc., o que é algo totalmente diferente.

Uma universidade não existe para divulgar, de maneira exclusiva, valores de qualquer religião que seja. Ela admite que tais valores estejam presentes em seu espaço, mas admite também que nesse mesmo espaço encontremos outros valores, pois só esse livre pensar é formador do conhecimento.

Se certos setores da igreja não querem isso, principalmente depois do realinhamento conservador de Bento 16, então é melhor que eles se dediquem à gestão de seminários.

A universidade, mesmo particular, é uma autorização do poder público que exige, para tanto, a garantia de que valores fundamentais para a formação livre serão respeitados.

Se a igreja percebe a PUC como um instrumento de defesa de seus valores, então não há razão alguma para ela fazer isso com dinheiro do Estado, já que seus cursos de pós-graduação recebem dinheiro público via agências de fomento.

Ao que parece, alguns acreditam que, em uma universidade dirigida por católicos, professores não devem se manifestar publicamente a favor do aborto e do casamento homossexual. E o que fará tal universidade com professoras que abortam e professores que se declaram abertamente homossexuais? Serão convidados a se retirar?

E o professor que ensina Nietzsche e a "morte de Deus", Voltaire e seu pensamento anticlerical? Terão o mesmo destino do professor de história que pesquisou as barbáries da Inquisição ou das relações entre o Vaticano e o fascismo ou da professora de psicologia que defende teorias "queers", já acusadas pelo papa de minar os valores da família cristã?

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/vladimirsafatle/1199052-universidade-catolica.shtml
 

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