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Em decisão inédita, FUNDASP ignora votação popular e elege o candidato menos votado a reitor da PUC-

Felagund

Usuário
A PUC-SP por anos se orgulhou de ter sido a primeira faculdade no Brasil a instituir um método democrático para a escolha de seus reitores. Mesmo que institucionalmente a decisão final coube-se á FUNDASP (Fundação São Paulo), que é a fundação católica mantenedora da universidade, sempre houve bom senso por parte da mesma de legitimar a escolha popular dentro a listra triplice que é disposta aos alunos, professores e funcionários para votarem.

As eleições correram bem, o atual reitor Dirceu de Mello foi reeleito e tudo parecia caminhar para a legitimação deste candidato.
Porém, em decisão inédita na sua história, a FUNDASP, liderada pelo Dom Odilo, grão-chanceler da PUC indicou a terceira mais votada, Maria Cintra, candidata da FUNDASP e derrotada em ultimo lugar nas eleições livres.

A reitoria está para ser ocupada pelos alunos e professores, que se negam a aceitar tal arbitrariedade por parte da FUNDASP.

Aqui estáum manifesto assinado por diversos C.As da PUC-SP:
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Uma pena que a tradição livre e democrática da PUC esteja sofrendo tamanho atentado por parte daqueles que deveriam ser reponsaveis por manter a sua tradição e sua diversidade. A PUC tem uma tradição e um nome a zelar, e não permitiremos que a FUNDASP ou qualquer cardeal despreze a nossa votação.
 

Anexos

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Chega a ser cômico. As PUCs estão em um estado lastimoso, tradição católica jogada às traças, currículos até de teologia invadidos pelo modernismo, caráter religioso e espiritual desrespeitado todo o tempo.

Eu não concordo com a decisão da Fundasp em 'voltar atrás' na escolha do reitor mas ter de aguentar piquete de aluno por preferência da instituição pela democracia? Um bispo sendo afrontado em sua soberania? Bom, se tal soberania existe como ele ainda defender, pra que abrir as pernas ao modernismo democrático? Pra fazer tipo? Típico de Roma: não sabe onde amarrou o bode, se no mundo moderno ou no medievo.

Não estou dizendo que concordo com a forma antiga da Igreja romana 'governar' suas universidades, mas que é um entreguismo lastimável, ah, isso é.
 
Isso, de certa forma, aconteceu na USP, não?
O Rodas, se não me falha a memória, não foi o reitor mais votado... foi interferêcia do governador... ou estou falando bobagem? :think:
Mas enfim, é um ato pra se lastimar...
 
Chega a ser cômico. As PUCs estão em um estado lastimoso, tradição católica jogada às traças, currículos até de teologia invadidos pelo modernismo, caráter religioso e espiritual desrespeitado todo o tempo.

Eu não concordo com a decisão da Fundasp em 'voltar atrás' na escolha do reitor mas ter de aguentar piquete de aluno por preferência da instituição pela democracia? Um bispo sendo afrontado em sua soberania? Bom, se tal soberania existe como ele ainda defender, pra que abrir as pernas ao modernismo democrático? Pra fazer tipo? Típico de Roma: não sabe onde amarrou o bode, se no mundo moderno ou no medievo.

Não estou dizendo que concordo com a forma antiga da Igreja romana 'governar' suas universidades, mas que é um entreguismo lastimável, ah, isso é.

É justamente pelo retorno dessa "tradição católica" que a Anna Cintra foi nomeada. Ela é católica daquela Igreja que pensa pairar acima da sociedade, daí a preferência do bispo, que valeu-se dessa soberania, sempre passível de críticas, principalmente quando as decisões tomadas de forma unilateral ignoram atos democráticos e afetam diretamente a vida da comunidade acadêmica - essa sim, proprietária da universidade. Outra: antes das eleições, todos os canditados à reitoria assinaram um termo no qual se prontificaram a renunciar ao cargo caso não fossem o primeiro colocado nas eleições do campus.

É de se lastimar, mesmo. Apesar de católica no nome, a PUC sempre primou, tanto no ensino quanto nas pesquisas, por independência em relação à Igreja. Sujeitar-se é retrocesso.
 
Última edição:
É justamente pelo retorno dessa "tradição católica" que a Anna Cintra foi nomeada. Ela é católica daquela Igreja que pensa pairar acima da sociedade, daí a preferência do bispo, que valeu-se dessa soberania, sempre passível de críticas, principalmente quando as decisões tomadas de forma unilateral ignoram atos democráticos e afetam diretamente a vida da comunidade acadêmica - essa sim, proprietária da universidade. Outra: antes das eleições, todos os canditados à reitoria assinaram um termo no qual se prontificaram a renunciar ao cargo caso não fossem o primeiro colocado nas eleições do campus.

É de se lastimar, mesmo. Apesar de católica no nome, a PUC sempre primou, tanto no ensino quanto nas pesquisas, por independência em relação à Igreja. Sujeitar-se é retrocesso.

Do ponto de vista modernista é um retrocesso sim.

Do ponto de vista tradicional é um retrocesso também.

Percebe? O que tira toda a credibilidade da Igreja é essa ambiguidade. Ou se assume de uma vez a entrega da PUC ao modernismo ou se mantém a tradição católica de vez.

No primeiro caso a PUC deixa de ser PUC, vira mais uma universidade. No segundo ela é PUC. Não faz sentido se chamar de católica se seus princípios não forem os católicos.
 
Bem, na universidade em que estudei os votos tinham pesos diferentes, algo como os votos de alunos tinham peso 1, voto de funcionário tinha peso 2, voto de professor tinha peso 4.

Essa proporção era baseada no tempo em que os votantes permaneciam na faculdade (em tese os alunos eram os que ficavam por menos tempo) de modo que os pesquisadores tinham uma voz bem maior na votação (é muito difícil pesar a contribuição de cada público)

O que nos leva aos fundamentos em que uma universidade se baseia. No exterior existem laboratórios e pesquisadores que se voltam para fazer ciência e educar alunos sem quebrar os parâmetros e regras da instituição que os financia. Entretanto no Brasil é mais bagunçado e pode ocorrer de haver programações incoerentes com o objetivo de uma instituição (uma das razões é a flexibilidade da contratação devido a carência de mão de obra qualificada).
 
Isso, de certa forma, aconteceu na USP, não?
O Rodas, se não me falha a memória, não foi o reitor mais votado... foi interferêcia do governador... ou estou falando bobagem? :think:
Mas enfim, é um ato pra se lastimar...

Sim, aconteceu o mesmo, mas na USP é mais corriqueiro né, já aconteceu algumas outras vezes enão gera tanto barulho. No caso da PUC é a primeira vez na nossa história que a FUNDASP age tão arbitrariamente em relação ao reitor.

Bem, na universidade em que estudei os votos tinham pesos diferentes, algo como os votos de alunos tinham peso 1, voto de funcionário tinha peso 2, voto de professor tinha peso 4.

Essa proporção era baseada no tempo em que os votantes permaneciam na faculdade (em tese os alunos eram os que ficavam por menos tempo) de modo que os pesquisadores tinham uma voz bem maior na votação (é muito difícil pesar a contribuição de cada público)

Na PUC tanto alunos quanto professores e funcionários tem o mesmo peso de voto, apesar de que para a FUNDASP o nosso voto tem apenas um peso: Nenhum
 
Acho que eu sou o único que não vê problema nisso :think:

Como não? Estão acabando com toda atradição democratica da PUC, tradição essa que sempre tanto nos orgulhou, que sempre foi celebrada na PUC como a primeira universidade do Brasil a eleger seus próprios reitores por decisão popular.
Além disso, como o Cantona bem disse, todos os candidatos a reitores assinaram um documento de que não assumiriam a reitoria se não fossem os mais votados.

Se existe algum dispositivo legal no nosso regulamento que permita uma atitude tão autoritária quanto essa, então que se mude o regulamento! É inaceitável qualquer tipo de discurso legalista que justifique um ato desse apenas porque "é permitido". Todos os golpes na história recente do mundo se fizeram assim, com dispositivos legais que foram usados sem se respeitar a sociedade e desprezando a decisão popular, aqui cito três: Getulio em 37, Hitler em 32 e militares em 64. Todos deram golpes por vias "legais" e mesmo assim foi golpe.
 
É uma incoerencia da parte da PUC. Se não é para respeitar o processo de eleição que ela mesma aderiu, então para que realizar a eleição? E mais, se era de desejo que dos canditos não ganhasse então por que constar o nome dele na lista tríplice?
 
Estão acabando com toda atradição democratica da PUC...

Se existe algum dispositivo legal no nosso regulamento que permita uma atitude tão autoritária quanto essa, então que se mude o regulamento!

Desculpe, mas o seu discurso é totalmente incoerente. Você tá querendo simplesmente que valha a regra que beneficiar a você, quando a democracia é valer a regra. Ora, se está previsto que se possa fazer isso, não tem nada de ilegal/ incorreto no que foi feito.

E não, a PUC não é dos alunos nem da comunidade. A PUC é privada e pertence a uma instituição que pode fazer o que bem entender, ainda mais se for pra defender os interesses primários dela, indo contra todas as vontades.
 
Desculpe, mas o seu discurso é totalmente incoerente. Você tá querendo simplesmente que valha a regra que beneficiar a você, quando a democracia é valer a regra. Ora, se está previsto que se possa fazer isso, não tem nada de ilegal/ incorreto no que foi feito.

E não, a PUC não é dos alunos nem da comunidade. A PUC é privada e pertence a uma instituição que pode fazer o que bem entender, ainda mais se for pra defender os interesses primários dela, indo contra todas as vontades.

Não existe incoerencia nenhuma. A PUC sempre respeitou a decisão dos alunos, os reitores idem. Se existe incoerencia nessa história é da Anna Cintra ao assinar que não assumiria a reitoria caso perdesse as eleições e agora assumir.
E pelo amor, idai que a PUC é privada? O interesse da PUC é a formação academica e a comunidade de professores e alunos é SIM a dona da PUC. Fico feliz que esse discursso utilitarista de "mas é faculdade privada, não tem pq reclamar" é raro na faculdade. A PUC é uma fundação, não uma empresa, a PUC tem uma tradição, uma história que está sendo manchada por esse ato completamente absurdo e incoerente com a nossa própria instituição.
Os interesses primários da PUC são: Formação plural e laica, desenvolvimento de pesquisa e a melhor qualidade possivel para que tudo isso ocorra, além de defender os principios democráticos que tanto marcaram ela nos anos de ditadura.

E eu não seria beneficiado em nada com o Dirceu assumindo ou não. O que é impossivel de engolir é essa atitude "mas ta no regulamento, então pode" puta pensamento legalista, fora do conceito que a PUC sempre se posicionou, fora do respeito ao ato democrático, fora de tudo que a PUC sempre lutou.
 
Do ponto de vista modernista é um retrocesso sim.

Do ponto de vista tradicional é um retrocesso também.

Percebe? O que tira toda a credibilidade da Igreja é essa ambiguidade. Ou se assume de uma vez a entrega da PUC ao modernismo ou se mantém a tradição católica de vez.

No primeiro caso a PUC deixa de ser PUC, vira mais uma universidade. No segundo ela é PUC. Não faz sentido se chamar de católica se seus princípios não forem os católicos.

No primeiro caso, a PUC não deixa de ser PUC, antes se reafirma como tal. Além do mais, ela não é qualquer universidade. Há um história progressista, de luta acadêmica e social, há uma herança de Paulo Freire, MaurícioTragtenberg, Florestan Fernades. E de bons quadros da Igreja, também, que davam em suas atitudes respostas concretas à problemas concretos, como Dom Paulo. Nunca houve imposição de nenhum princípio católico e assim a Universidade se construiu.

No segundo caso, vira uma escola de teologia a discutir o sexo dos anjos. Ou seja, não vale de nada.

Desculpe, mas o seu discurso é totalmente incoerente. Você tá querendo simplesmente que valha a regra que beneficiar a você, quando a democracia é valer a regra. Ora, se está previsto que se possa fazer isso, não tem nada de ilegal/ incorreto no que foi feito.

E não, a PUC não é dos alunos nem da comunidade. A PUC é privada e pertence a uma instituição que pode fazer o que bem entender, ainda mais se for pra defender os interesses primários dela, indo contra todas as vontades.

Quando o justo entra em conflito com o legal, devemos batalhar pelo justo. Principalmente se considerarmos que as leis são elaboradas para manter benefícios daqueles que são mais iguais que os outros.

Finalizando, o prédio é privado. A PUC é da comunidade acadêmica, única responsável pela construção de sua história, sempre ao lado dos direitos democráticos.
 
No primeiro caso, a PUC não deixa de ser PUC, antes se reafirma como tal. Além do mais, ela não é qualquer universidade. Há um história progressista, :roll:de luta acadêmica e social, há uma herança de Paulo Freire :roll: , MaurícioTragtenberg, Florestan Fernades. E de bons quadros da Igreja, também, que davam em suas atitudes respostas concretas à problemas concretos :roll:, como Dom Paulo. Nunca houve imposição de nenhum princípio católico :roll: e assim a Universidade se construiu.

Vc sabe o que é uma universidade católica? As instituições de ensino católica se REGEM por princípios católicos. Se você não gosta do bispo, do Papa, da moral católica, simplesmente mude de universidade.

Ocorre que como você mesmo colocou essa PUC não é mais PUC. Trocaram Tomás de Aquino por Paulo Freire (:roll:), a vida contemplativa pela mera luta social desprovida de uma espiritualidade enraizada na Tradição católica, enfim, todo aquele processo modernizante de substituição da tradição teológica e moral que norteavam essas instituições por marxismo e 'nova teologia'. Esse processo que envolve o Concílio Vaticano II renderia monografias, até livros.

Ignorar esse conflito cultural entra Tradição e modernidade no seio da vivência dessas universidades, até como manifestação da realidade eclesial, é fazer o que você está fazendo: colocando essa modernidade como única voz dentro da PUC. Não é nem a única voz nem a mais antiga nem a mais tradicional. É a mais popular e é obviamente a mais anti-católica, pra usar palavras de católicos puquianos que eu conheço.

No segundo caso, vira uma escola de teologia a discutir o sexo dos anjos. Ou seja, não vale de nada.

Nem tem o que falar aqui. Você parece ignorar o que é teologia, nem sua função, 'utilidade', valor e essencialidade dentro da própria identidade católica da universidade. Aí fica difícil. Encarar a PUC como mais uma universidade em torno da qual se podem fazer demandas contra a própria identidade confessional dela. Absurdo. Sò pelo que leio aqui já dá pra ver o que esses puquianos que eu conheço queriam dizer com essa deturpação da mesma identidade.

Mas é a minha opinião: pra mim substituir a pedagogia tradicional por Paulo Freire e Marx como referencial filosófico beira o absurdo.

Modernistas obviamente discordarão. Colocarão as novas tendências, a luta social, o desprezo pela tradição teológica e o viés contemplativo como coisas retrógradas, senis, incompatíveis com o 3º milênio.

Mas não é esse o meu ponto. O meu ponto é a incoerência de uma hierarquia religiosa que se alia ao modernismo e depois se volta contra sua instituição para preservar seus interesses. Isso é escuso, hipócrita, etc.
 
Última edição:
E não, a PUC não é dos alunos nem da comunidade. A PUC é privada e pertence a uma instituição que pode fazer o que bem entender, ainda mais se for pra defender os interesses primários dela, indo contra todas as vontades.

E mesmo se fosse universidade pública, isso não significaria que o método da lista tríplice é antidemocrático, porque os alunos, professores e funcionários são uma pequeníssima parte daqueles que bancam a instituição (praticamente todo mundo, via impostos), não há por que essa pequena parte determinar os rumos dela de forma independente de votos de fora da universidade (representados pela figura do governador, presidente, etc). Afinal a universidade não é uma democracia em si mesma ou território isolado, ela faz parte de um conjunto maior, esse sim democrático (ou que procura sê-lo). É claro que esse sistema não é perfeito, o governador representa o povo só na teoria e etc etc, mas aí é um problema do sistema representativo como um todo que deve ser atacado, e não algo específico da universidade.

Não sei qual é a exata relação da Igreja com as PUCs, mas se ela dá recursos para as PUCs, dá pra fazer uma analogia com a situação das públicas. E ainda tem a variante de que eu se quiser não posso parar de pagar os impostos que vão para as públicas, mas todo mundo é livre de parar de pagar mensalidades e boicotá-la, e ir para uma universidade que escolha os reitores como for melhor... É claro, porém, que são válidas críticas aos métodos de escolha do reitor, assim como métodos de escolha de um gerente de uma empresa, porém devem ser só isso, críticas, expressão de opinião, discurso para apontar um caminho que melhore a universidade, e não um discurso alarmista como se um direito moral ou legal tivesse sido quebrado (não foi), se a universidade tivesse sido de alguma forma 'atacada' por agentes com interesses anti-universitários, etc. Isso independe, aliás, da universidade ser no fundo uma empresa ou não. Mas, assim como uma empresa, se os dirigentes da universidade decidirem ignorar um clamor tão óbvio e patente por “”democracia”” por parte da "comunidade acadêmica" (entidade etérea que não se resume ao prédio e a instituição jurídica), e continuasse a intervir nas eleições, seria natural que isso se refletisse com o esvaziamento da universidade daqui alguns anos, a "comunidade" oprimida se moveria para outros prédios e instituições jurídicas. Será que isso vai acontecer? Eu apostaria que no fundo a PUC continuaria praticamente a mesma, o que indicaria que essa é uma questão no mínimo marginal.
 
Vc sabe o que é uma universidade católica? As instituições de ensino católica se REGEM por princípios católicos. Se você não gosta do bispo, do Papa, da moral católica, simplesmente mude de universidade.

Ocorre que como você mesmo colocou essa PUC não é mais PUC. Trocaram Tomás de Aquino por Paulo Freire (:roll:), a vida contemplativa pela mera luta social desprovida de uma espiritualidade enraizada na Tradição católica, enfim, todo aquele processo modernizante de substituição da tradição teológica e moral que norteavam essas instituições por marxismo e 'nova teologia'. Esse processo que envolve o Concílio Vaticano II renderia monografias, até livros.

Ignorar esse conflito cultural entra Tradição e modernidade no seio da vivência dessas universidades, até como manifestação da realidade eclesial, é fazer o que você está fazendo: colocando essa modernidade como única voz dentro da PUC. Não é nem a única voz nem a mais antiga nem a mais tradicional. É a mais popular e é obviamente a mais anti-católica, pra usar palavras de católicos puquianos que eu conheço.



Nem tem o que falar aqui. Você parece ignorar o que é teologia, nem sua função, 'utilidade', valor e essencialidade dentro da própria identidade católica da universidade. Aí fica difícil. Encarar a PUC como mais uma universidade em torno da qual se podem fazer demandas contra a própria identidade confessional dela. Absurdo. Sò pelo que leio aqui já dá pra ver o que esses puquianos que eu conheço queriam dizer com essa deturpação da mesma identidade.

Mas é a minha opinião: pra mim substituir a pedagogia tradicional por Paulo Freire e Marx como referencial filosófico beira o absurdo.

Modernistas obviamente discordarão. Colocarão as novas tendências, a luta social, o desprezo pela tradição teológica e o viés contemplativo como coisas retrógradas, senis, incompatíveis com o 3º milênio.

Mas não é esse o meu ponto. O meu ponto é a incoerência de uma hierarquia religiosa que se alia ao modernismo e depois se volta contra sua instituição para preservar seus interesses. Isso é escuso, hipócrita, etc.

E você, Paganus, sabe o que é a PUC-SP, além da grafia e fonética?

Mas te dou razão: Marx, Paulo Freire, eles não tem nada a dizer. Vamos de São Tomás de Aquino, de vida contemplativa. É disso que precisamos: um mosteiro e reza. Tudo resolvido.

Não sei qual é a exata relação da Igreja com as PUCs, mas se ela dá recursos para as PUCs, dá pra fazer uma analogia com a situação das públicas. E ainda tem a variante de que eu se quiser não posso parar de pagar os impostos que vão para as públicas, mas todo mundo é livre de parar de pagar mensalidades e boicotá-la, e ir para uma universidade que escolha os reitores como for melhor...É claro, porém, que são válidas críticas aos métodos de escolha do reitor, assim como métodos de escolha de um gerente de uma empresa, porém devem ser só isso, críticas, expressão de opinião, discurso para apontar um caminho que melhore a universidade, e não um discurso alarmista como se um direito moral ou legal tivesse sido quebrado (não foi), se a universidade tivesse sido de alguma forma 'atacada' por agentes com interesses anti-universitários, etc (...) Será que isso vai acontecer? Eu apostaria que no fundo a PUC continuaria praticamente a mesma, o que indicaria que essa é uma questão no mínimo marginal.

Legalmente, não houve quebra, pois a Igreja possui esse instrumento. Moralmente, sim, pois fere princípios democráticos, pelos quais a comunidade acadêmica sempre se colocou a favor, inclusive com membros do clero. Na época da invasão militar ao campus, foi Dom Paulo Evaristo Arns quem peitou os milicos, dizendo que "militar só entra na PUC se prestar vestibular". Vá lá, era um outro contexto, mas é justamente das coisas que passaram que uma identidade vai se construindo.
Existe sim, medidas anti-universitários na atitude. O interesse maior da Igreja é transformar a universidade numa empresa de ensino caça-níquel, formadora apenas de mão-de-obra, norteada por esses anacrônicos princípios católicos que só ensinam a dizer amém para o status quo. A criação do CONSAD foi a primeira manobra nesse sentido, colocando dois padres para apitarem os rumos acadêmicos, juntamente com o reitor. Agora, com uma candidata empossada (que não será), também rezando a cartilha clerical, a PUC vira mais uma, cuspindo na própria biografia.

É com essa mentalidade de "não está satisfeito, acha que é uma porcaria, sai", que as coisas vão se mantendo. O transporte público é uma merda, eu compra um carro. O ensino público é capenga, eu pago o particular. O hospital público tá entregue, eu banco um plano de saúde. Os incomodados não devem se mudar. Devem mudar.
 
Última edição:

Esse é um video daTV PUC mostrando os atos do dia 14 e o depoimentos de vários professores.
Uma pena ver a representante da CIÊncias Sociais defendendo a posse da Anna Cintra pq ela teve maioria nos votos dos professores, envergonhou todo o curso.
 
Última edição por um moderador:
Vamos de São Tomás de Aquino, de vida contemplativa. É disso que precisamos: um mosteiro e reza. Tudo resolvido.

Exatamente.

Talvez seja extraordinário pra você, mas existem pessoas que querem dedicar suas vidas à contemplação, até mesmo a um mosteiro onde vão abdicar de todas as suas riquezas, amores, família, carreira, pretensões intelectuais para servir o mundo e a Igreja através da oração incessante.

Tipo eu.

E eu não condeno a luta social. Condeno a luta social que despreze a vida espiritual. Por que não aliar Aquino a Paulo Freire? São incompatíveis? Não, porque é mais fácil ter a cabeça fechada e em vez de se preservar a Tradição aceitando ideias novas e libertadoras se absolutizar uma postura ideológica, mesmo que isso fira e destrua a identidade cultural e espiritual de uma instituição.
 
Última edição:
Exatamente.

Talvez seja extraordinário pra você, mas existem pessoas que querem dedicar suas vidas à contemplação, até mesmo a um mosteiro onde vão abdicar de todas as suas riquezas, amores, família, carreira, pretensões intelectuais para servir o mundo e a Igreja através da oração incessante.

Tipo eu.

E eu não condeno a luta social. Condeno a luta social que despreze a vida espiritual. Por que não aliar Aquino a Paulo Freire? São incompatíveis? Não, porque é mais fácil ter a cabeça fechada e em vez de se preservar a Tradição aceitando ideias novas e libertadoras se absolutizar uma postura ideológica, mesmo que isso fira e destrua a identidade cultural e espiritual de uma instituição.

Toda luta social que se mereça - não Ongs que se alimentam de miséria - já traz consigo o sagrado que age. Aquela coisa da fé com frutos. Paulo Freire era cristão. Numa entrevista, disse que quanto mais lia Marx, mas continuava camarada de Jesus.


Nesse sentido, não vejo estreitamento ideológico nenhum.

Nós vamos continuar discordando em muitos pontos, Paganus. Mas uma coisa é certa: tua convicção me admira.
 
Última edição por um moderador:

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