• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Elfos Relações

Nossa, o cara deve ser um viciado em pornô chanchada pra justificar que algo não é literatura porque "the entire question of sexual relationships is omitted."
Sem falar de quão pretensioso é esse lance de querer definir o que é e o que não é literatura. Pode gostar ou não, pode apontar qualidades e defeitos, mas quando tenta ditar o que é e o que não é literatura eu paro de prestar atenção porque vem bobagem na certa.
 
Nossa, o cara deve ser um viciado em pornô chanchada pra justificar que algo não é literatura porque "the entire question of sexual relationships is omitted."
Sem falar de quão pretensioso é esse lance de querer definir o que é e o que não é literatura. Pode gostar ou não, pode apontar qualidades e defeitos, mas quando tenta ditar o que é e o que não é literatura eu paro de prestar atenção porque vem bobagem na certa.

Pois é. Por isso acho difícil acreditar que isso seja "lugar comum dentro do padrão da crítica literária acadêmica ortodoxa moderna" ou que seja levada a sério por um conjunto de "escolas de exegese e hermenêutica literárias modernas". Mesmo o P. Curry, que almeja listar as principais críticas a Tolkien (nostálgico, infantil, marxista, etc.), separando-as por seções, no final das contas não cria uma seção "anti-sexo", mas menciona esse "debate" de forma brevíssima, ao final da seção "sexista?". E traz apenas um autor, o tal do Kenneth MacLeish. Duvido que a linha de raciocínio defendida por esse cara seja minimamente relevante para "manter Tolkien fora do 'cânone' da literatura ocidental".

Então, quando a Tyelas cita um determinado autor enunciando esse julgamento não significa que a) ela concorda com ele e b) que esse autor seja um caso isolado. O que algumas pessoas no tópico ainda não pegaram é isso...

Huuum, quem serão essas "pessoas no tópico" que "não pegaram" isso? :think: :hellboy: De minha parte, eu observei que ela traz um caso isolado apenas após ser convidado a ler o texto para me convencer de que não se tratava de um espantalho, isto é, de bater numa posição tão distorcida que não seria defendida por ninguém (relevante). Se a leitura fosse de fato útil para tanto, esperaria que ela tivesse trazido mais do que um caso isolado (e aparentemente nem o caso isolado ela trouxe direito, como discuti no post anterior).

Sem falar que o texto foi alardeado como útil para (1) iluminar a discussão de fã que vínhamos tendo sobre Gimli e Galadriel, (2) apontar supostas inconsistências entre o Leis e Costumes e os demais textos de Tolkien, o que também seria um interesse dos fãs. Com (1) em mente eu apontei a pouca relevância do texto. Pelo que vejo o texto não faz nem (1) e nem (2), serve apenas para rebater pessoas de fora do fandom com interpretações bem esdrúxulas (pessoas que, ainda acredito, de pouca relevância numérica e acadêmica), então paciência, não diria que ninguém daqui é o público-alvo do texto, a não ser que meramente queira ler um compilado de cenas da Terra-Média com um (implícito ou implicitíssimo) conteúdo sexual....
 
Última edição:
Para entender como a crítica literária tende a ver Tolkien, lá fora no mundo WASP, há que se dar uma olhada nesse texto aí onde Thomas Honneger examina e refuta ou desconstroi os argumentos usuais dessa galera.


http://www.patrickcurry.co/papers/Tolkien-and-Critics.pdf

Tb tem texto excelente do mesmo autor sobre o tema aí:

 
A obstinação que algumas pessoas tem de ler só partes de textos e extrapolar conclusões de acordo com noções preconbebidas sem fazer pesquisa por conta própria é o que tende a transformar certas interações em "conversa de surdos " na Internet.

Há que se saber quando se deve ou não empoderar ou quando é hora de puxar o plugue uma vez que single minded view does not, necessarily, a conversation makes.

Tb é importante saber quando um autor listado e citado é "exaustivo" e quando ele é meramente "exemplificativo" de uma tendência que ainda é a que predomina, já que o padrão da crítica na área acadêmica das letras "canônicas" em inglês é FINGIR que Tolkien não ´ é relevante e só avaliá-lo ( e mal muito mal, como os textos do Hostetter demonstram) em relação, quando muito, ao Hobbit e ao Senhor dos Anéis e ignorar tudo o mais que o autor escreveu.

Mas ficam aí, além dos que coloquei acima, mais uns textos de referência:









It is an interesting fact that a great many of the very best contemporary Tolkien scholars are not professors: Wayne Hammond and Christina Scull, Doug Anderson, David Bratman, Richard West, Carl Hostetter... many of these scholars have academic affiliations (at libraries, etc.), but they aren't professors of English or history or cultural studies. Yet they are among the best.

One big reason for this phenomenon is that Tolkien scholarship has not been an academically respected field. The only person I know who did a dissertation on Tolkien and has an academic position (and tenure) is Verlyn Flieger (also one of the very, very best Tolkien scholars ever). So, with academia rejecting Tolkien scholarship for whatever reason, the field was open for independent scholars to make a mark.



 
Última edição:
A obstinação que algumas pessoas tem de ler só partes de textos e extrapolar conclusões de acordo com noções preconbebidas sem fazer pesquisa por conta própria é o que tende a transformar certas interações em "conversa de surdos " na Internet.

Há que se saber quando se deve ou não empoderar ou quando é hora de puxar o plugue uma vez que single minded view does not, necessarily, a conversation makes.

Tb é importante saber quando um autor listado e citado é "exaustivo" e quando ele é meramente "exemplificativo" de uma tendência que ainda é a que predomina, já que o padrão da crítica na área acadêmica das letras "canônicas" em inglês é FINGIR que Tolkien não ´ é relevante e só avaliá-lo ( e mau muito mau, como os textos do Hostetter demonstram) em relação, quando muito, ao Hobbit e ao Senhor dos Anéis e ignorar tudo o mais que o autor escreveu.

Mas ficam aí, além dos que coloquei acima, mais uns textos de referência:














50adfcf0f2d552d9e6f83ea8bb87b4df.gif
 


 
Em tempo...

Tb tem texto excelente do mesmo autor sobre o tema aí:


Legal o livro! :joinha: Como você editou post 'antigo' para adicionar esse livro, e se autocitou em seguida, pode dar a impressão que é conteúdo que já estava lá.... e passar batido, embaixo do "Clique para ampliar...", pra quem já leu aquele post....
 

E o livro inteiro do Shippey(aí em cima) que foi uma vez indiretamente citado no meu texto da Ungoliant já em 2001, onde eu linkei uma resenha pro livro, traduzida no Estado de São Paulo, que mostrava a percepção "canônica" acadêmica sobre Tolkien e as análises do Shippey. citando o texto lá https://de-vagaesemhybrazil.blogspot.com/2009/09/ungoliant-dualismo-e-livre-arbitrio-nos.html
Depois de tudo isso, o mais irônico é ver textos como esse traduzido no Estado de S.Paulo ( e escrito por Andrew Rissik) , uma matéria que comentava a falta de introspeção filosófica e religiosa nos livros de Tolkien e no seu mundo “onde raças se misturam à vontade” ( sic) LOL (comentários meus aí :-P ;-P

Essa “obra prima do pensamento humano” pode ser encontrada no seguinte link e foi desse texto que eu extraí o trecho transcrito logo abaixo.

http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2000/09/10/cad939.html

“É ESSA AUSÊNCIA DE SENSO PRÁTICO LITERÁRIO QUE ME FAZ SENTIR QUE UM CRÍTICO QUE ELEVA A CRIAÇÃO DE HOBBITS E MIDDLE EARTH ACIMA DO QUE REALIZARAM YEATS, ELIOT, CONRAD, JOYCE, D.H. LAWRENCE OU AUDEN OU É ARTISTICAMENTE SURDO OU INOFENSIVAMENTE CADUCO. APÓS OS TRAUMAS DAS GUERRAS DO SÉCULO PASSADO, É SIMPLESMENTE PERVERSO ATRIBUIR GRANDEZA À ESSA ESTRANHAMENTE SIMPLIFICADA TERRA-DO-NUNCA PSEUDOTEUTÔNICA, ONDE RAÇAS SE MISTURAM À VONTADE E GRANDES BATALHAS SÃO TRAVADAS, MAS ONDE NÃO HÁ NUNCA, NENHUM TRATAMENTO CONVINCENTE, POR REMOTO QUE SEJA, DAQUELAS PREOCUPAÇÕES HUMANAS FUNDAMENTAIS POR MEIO DAS QUAIS TODAS AS SOCIEDADES, EM ÚLTIMA INSTÂNCIA, SE DEFINEM - RELIGIÃO, FILOSOFIA POLÍTICA E CONDUTA NAS RELAÇÕES SEXUAIS.”

(TRADUÇÃO DE TAMARA DIAMANT SCHULHOF)


Devo dizer que, no processo de fazer esse ensaio, eu cheguei a desejar que o crítico tivesse razão...

Lá eles , basicamente, ignoraram tudo que ele falou, disseram que não tem importância ou relevância e se esbaldaram em cima da falácia do espantalho (ficou claro que o resenhista fez, no máximo, uma leitura de trechos isolados do livro pra saber do que tratava e pra tentar voltar os argumentos de Shippey contra ele mesmo (incluindo as comparações com William Golding, George Orwell, Kurt Vonegutt e outros autores que passaram pelo mesmo tipo de experiência na guerra de Tolkien, escreveram livros com temas de ficção especulativa e são considerados canônicos e não infantis, aceitos pela Academia, Beiraram o Ad Hominem, generalizaram e fizeram TROCENTAS outras arbitrariedades e atrocidades retóricas comentadas no meu post lá no Yahoo groups que tenho salvo no meu tera. Depois eu colo o reply aqui já que o Yahoo groups da Calaquendi-Valinor aparentemente não foi salvo. Será que o @Deriel pode ajudar a linkar meu reply?
Aí embaixo tem uma discussão sobre a mesma resenha onde meus "irmãos de alma" devem ter feito o mesmo que eu fiz em português.
BINGO!
Foto do perfil de Baranmir

Baranmir​

20 de set. de 2000 00:04:43


para
Inspired by Carl Edlund's comments on the reviews of Tom Shippey's new book on
Tolkien, I decided to read them. Here are my impressions of the negative one.

The negative review by Andrew Rissik is simple name-calling and not analysis.
It is apparent that he has not read any parts of the HOME series, On Fairy
Stories, Shippey's earlier books and important books by others. I also did a
search on Google and discovered a few other reviews done by Rissik. He also
produced a 3-part drama for the BBC based on Helen of Troy. His other reviews
included one of James Bond movies and an historical account of whaling on the
high seas. A reference to James Bond and Ancient Greek writers appears in the
review below.
Just as an exercise, I though I would quote the review and emphasize the
insulting names thrown at Shippey, Tolkien, C.S. Lewis and their works.
Middle Earth, middlebrow JRR Tolkien the author of the 20th century?
Andrew Rissik defends the canon against assault from hobbits and Tom Shippey
Aí está a tradução que o Estado de São Paulo fez da mencionada "obra prima do intelecto humano"

Capricharam até no cabeçalho pra tentar reproduzir o "espirrorito" do famigerado original em, presumably, "Academic" Ingrish! Enjoy, my friends fellows of forum! :p:p:clap::clap::sacou::sacou::ruiva::ruiva::lol::lol:

 
Última edição:

Everyone has a secret: Closeting and secrecy from Smallville to The Flash, and from shame to algorithmic risk​

Queerbaiting: The ‘playful’ possibilities of homoeroticism

Joseph Brennan
 
 
Muito do que está descrito no Leis e Costumes não se reflete nas narrativas que encontramos sobre o Legendarium. Fica o questionamento se Tolkien pretendia revisar seus escritos para se encaixarem melhor ao Leis e Costumes (problema inerente a uma obra inacabada) ou se os feitos narrados eram narrados justamente por serem protagonizados por aqueles que se afastavam do Lei e Costumes e, por conta disso, mereciam destaque, enquanto que o resto era só mais do mesmo e por isso não aparecem. Acho que é uma mistura dos dois.
- casamento de livre vontade
- atos de luxúrias raros
- amor não correspondido ser o único motivo de mágoa em Aman
- essa mágoa ser decorrente do desfiguramento de Arda ou um mistério da natureza dos filhos de Eru
- diferença entre hröa e fána
- morte dos elfos nos primórdios dos tempos

Alguns pontos podem ser apenas exceções que aparecem destacadas nas obras justamente por serem comportamento diferente do esperado (casamento de livre vontade e atos de luxúria raros). Os outros pontos me parecem carecer de uma revisão deste ou de outros texto para se encaixarem.

EDIT: Ah, e o segundo casamento do Finwë é totalmente incompatível com o Leis e Costumes. E não por causa do Finwë, que é o que todo mundo discute, inclusive o próprio Tolkien. Finwë quebrou um costume, deu ruim, serviu de exemplo, vá lá. Mas a incompatibilidade é muito maior se olharmos pelo lado da Indis. E sobre isso não vejo discussão.

Exatamente o que Finarfin disse aí em cima reflete o que o Jim Allan escreveu num fórum anos antes.

[IMG alt="jallan"]https://thetolkien.forum/data/avatars/m/3/3985.jpg?1424886592[/IMG]



jallan


Member​



Joined Jan 9, 2003 Messages 630









Lindil posted:
It could be that [and how ironic and 'modern' it would be] the starting point of the entire Legendarium, the Earendel line from the poem Crist never opened itself fully to his mind's eye as did so much else.
Considering that the original story of Earendel was supposed to taken five nights to tell in full, it would appear that the rest of Tolkien’s Lost Tales material was originally inspired by the wish to provide the necessary background to it.

From letter 137:
... for of course in such a story one cannot make a map for the narrative, but must first make a map and make the narrative agree.
I imagine Tolkien knowing approximately what he wanted to tell about Earendel, but deciding that before writing it in full he would produce a first complete mapping of the background for the story, starting with the tale of Earendel’s father and the Fall of Gondolin and the lineage of Earendel’s mother and then her ancestry, and tales of the gods and demons of his legendarium, and so forth, working back from Earendel on one side and forward from creation on the other.

The map failed to cohere and the result was that the main story was never written at all (for the sketchy material we have about Earendel is hardly a story).

If in his younger days Tokien had also starting speculating about whether Orcs have immortal souls and the philosphical problem of how evil beings could themselve work against Melko and the physics of Aman, Tolkien would perhaps never have written the Lost Tales material either.

Making “maps” of the historical background and metaphysical background, and cosmological background, and religious background, creating an aware metaphysics, after the story is already conceived, is just as problematical as making geographical maps after one has first written the story.

Things don’t fit.

It seems that Tolkien found it equally difficult to change the stories to fit the necessities of his increasingly detailed and changed “maps”, yet he couldn’t bend “maps” to fit the stories either.

Tolkien became locked in a world-building puzzle, concerned more with the continuity for the tales rather than the tales themselves.

This perhaps seemed reasonable, as the stories were largely written, many in long form, and all Tolkien had to do, in theory, was make this already written cycle of tales self-consistant.

One may see something similar in the later works of science fiction writer Isaac Asimov, where often the main point of a novel would be continuity explanations of the Asimov world, a methodological but not inspired filling in of a map.

So Tolkien changed Inglor’s name to Finrod and Finrod’s name to Finarfin niggling around with details, like someone working at a block puzzle with no clear strategy other than the hope that the puzzle does have a solution and that if you move things around enough the solution will emege.

I certainly exagerate here ... but I think in part that was what happened.

And Tolkien knew that if he did start writing new versions of the his tales, that the background map would change again, and his world had become so interlaced that almost any change in a part of it necessitated changes throughout it.

Explaining the legendarium as garbled legend within a supposed mostly untold truer history was an ingenious attempt to transcend the problem by saying that the map was not accurate.

But it would have been difficult to present aesthetically, and it gave Tolkien two continuities and two metaphysics to establish in place of one.
 
Última edição:

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.404,79
Termina em:
Back
Topo