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Elfos Pré-Tolkien

Sobre elfos pré tolkienianos não li muito, mas para quem joga RPG ou se interesse sobre o assunto, existe um livro chamado Castelo Falkenstein, nesse livro existe uma mitologia élfica anterior a de tolkien. Fala também dos Tuatha deDannan, entre outros. Acho que talvez seria uma fonte valida de informações...
 
Tenho aqui uma pesquisa que eu tenho faz tempo que resume bem os elfos Pré-Tolkien.
Eles são os filhos de Gaia, a mãe natureza, os sidhes (que se pronuncia shee,”chi”) ou o povo das colinas como são chamados e é o nome gaélico para os elfos na Irlanda e nas terras altas da Escócia. Eles vivem preferencialmente de baixo de terra e para se conseguir ver as suas casas diz-se que tem de se caminhar nove vezes à volta de uma colina numa noite de lua cheia e é então que as suas portas se abrem.Os elfos são o complemento masculino das fadas, mensageiros entre este e o outro mundo e tal como as fadas, os elfos desempenham o seu seu papel no equilíbrio da natureza, dançando e tocando instrumentos de corda, enquanto cuidam das plantas e tratam sobretudo da sua fotossíntese, pois são eles quem lidam com o sol. Ás vezes pequenas criaturas todas vestidas de verde e outras, são do tamanho de homens. É nos Celtas, cultura nórdica e Gália antiga, onde os elfos são mais representados, eles são, originalmente espíritos da fertilidade e só mais tarde se tornaram seres sobrenaturais, moldados como humanos, mas permanecendo com as suas características feéricas, fossem eles muito belos (elfos da luz) ou extremamente feios (elfos negros). Eles eram adorados nas árvores, montanhas e toda a natureza e esta crença em elfos ou seres sobrenaturais é universal, pois não existe qualquer raça que nos seus tempos primitivos, numa ou outra altura, não acreditasse em seres invisíveis e fantásticos. É em especial nas ilhas britânicas que a crença é mais profunda e nas histórias dos séculos oitavo e nono, existem muitas referências a elfos e fadas, o rei dos elfos, Oberon, e a sua esposa, Titânia, aparecem em obras muito importantes da literatura medieval, tais como “Huon” de Bordeaux e “Sonho de uma noite de Verão” de Shakespeare.As histórias de elfos são várias, o poeta inglês William Blake afirmou ter visto certo dia uma procissão de elfos pelo seu jardim, carregavam o corpo sem vida de um deles sobre uma pétala de rosa, colocaram-no depois na terra e cantaram durante a cerimónia e depois desapareceram.Existem muitas outras historias e lendas, conta-se também como duas crianças foram uma vez descobertas num bosque, um rapaz e uma rapariga com a pele de cor verde pálida, assustados e sem compreender nada do que lhes era dito recusaram-se a comer até que se lhes apresentou um prato de feijão branco, aí eles comeram, sôfregos, e com o tempo eles habituaram-se à comida dos mortais mas o rapaz foi definhando aos poucos até que um dia morreu, a rapariga essa, sobreviveu aprendeu a língua dos homens e a sua tez perdeu a cor verde original e aí ela contou em como viviam num mundo subterrâneo em crepúsculo sem saberem o que era o dia e a noite e certo altura entraram num túnel guiados pelo som distante de um sino, quando chegaram ao exterior, ao ar livre em pleno meio-dia, a luz do sol deixou-os de tal forma assustados que caíram para o chão a gritar de pavor…As aparições de elfos e silfos na idade média foram tão grandes que o rei Carlos Magno e outros depois lhe seguiram, criou uma lei contra os elfos, fadas e outras manifestações, pois o povo vivia quase obcecado e tudo aquilo que lhes era desconhecido era atribuído aos seres feéricos. Mas há aqueles que preferem deixar os elfos viver nos mundos fantásticos como é o da Terra Média, os elfos de Tolkien e estes são os mais comuns que deram depois origem a uma grande variedade de elfos em outras literaturas de fantasia e mesmo jogos de tabuleiro como é o caso do famoso "Dungeons and Dragons", ou o jogo de PC "Warcraft". Tolkien inspirou-se nas lendas arturianas e Celtas, da antiga Inglaterra e criou os elfos da Terra Média, filhos de Iluvatar… (Galadriel, Legolas, Arwen, ...) A raça mais justa, mais sábia, mais ponderada. Imortais e sem idade, os elfos são as mais belas criaturas que se passearam pela terra, constantemente envoltas em luz.
 
Há algum tempo atrás, eu estava pesquisando sobre os elfos pré-Tolkien e achei bem interessante um artigo no site www.duvendor.com.br.
Aqui está uma parte:

"Os elfos na mitologia Nórdica:



Nesta mitologia os elfos chamam-se Alfs ou Alfr, também chamados de "elfos da luz" - Ljosalfr. São descritos como seres belos e luminosos, ou ainda seres semi-divinos, mágicos, semelhantes à imagem literária das fadas ou das ninfas. De fato, a palavra "sol" na língua nórdica era Alfrothul, ou seja: Raio Élfico; dizia-se que por isso seus raios seriam mortais a elfos e anões.



O mitógrafo e historiador islandês Snorri Sturluson referiu-se aos anões (dvergar) como "elfos da escuridão" (dökkálfar) ou "elfos negros" (svartálfar) e referiu-se aos outros elfos como "elfos da luz" (ljósálfar), o que freqüentemente foi associado com a conexão dos elfos com Freyr, o deus nórdico do sol (segundo Grímnismál, Edda Poético). Snorri descreve assim a diferença entre os dois tipos de elfos:




Há um lugar [no céu] que é chamado o Lar dos Elfos (Álfheimr). Seus habitantes são chamados elfos da luz (Ljósálfar). Mas os elfos da escuridão (Dökkálfar) vivem sob a terra e são diferentes em aparência - totalmente diferentes, na verdade. Os elfos da luz parecem mais brilhantes que o sol, mas os elfos da escuridão são mais negros do que piche. (Snorri, Gylfaginning 17, Edda em Prosa)





Os elfos na mitologia Escandinava:



Na mitologia escandinava moderna, praticamente só existem elfas, que vivem em colinas e montes de pedras. As älvor (sing. älva) suecas são moças belíssimas que vivem na floresta com um elfo-rei. Têm vida longa e são de natureza jovial. São representadas como louras, vestidas de branco e, como a maioria das entidades no folclore escandinavo podem ser terríveis quando ofendidas. Nos contos, freqüentemente causam doenças. As mais comuns e menos perigosas são sarnas ou brotoejas chamadas älvablåst "golpe élfico". Pode-se apaziguar as elfas com uma oferenda (de preferência, manteiga) posta em um "moinho élfico" - um costume talvez derivado do álfablót dos antigos nórdicos.



As elfas podem ser vistas dançando nos prados, principalmente à noite ou em manhãs brumosas. Se um humano observar a dança das elfas por umas poucas horas, pode descobrir que se passaram muitos anos no mundo real. Elas deixam um círculo onde estiveram dançando, que é chamado älvdanser "danças élficas" ou älvringar "anéis élficos", e acredita-se que urinar neles causa doenças venéreas. Pisá-los ou destruí-los também é perigoso. Geralmente, os anéis élficos são formados por pequenos cogumelos, ou são áreas circulares onde a grama foi achatada.





Os elfos na mitologia Alemã:



No épico medieval alemão Nibelungenlied "A Canção dos Nibelungos", um anão chamado Alberich tem um papel importante. Alberich significa literalmente "rei-elfo", o que contribui para a confusão de anões com elfos já observada nos Edda. Através do francês Alberon, o mesmo nome originou o inglês Oberon - rei dos elfos e das fadas (fairies) em Sonho de uma Noite de Verão de Shakespeare.



No folclore alemão posterior à cristianização, os elfos passaram a ser descritos como entidades travessas que causam doenças ao gado e a pessoas e trazem maus sonhos. A palavra alemã para "pesadelo", Albtraum, significa "sonho élfico". A forma arcaica Albdruck significa "peso (ou pressão) do elfo"; acreditava-se que os pesadelos eram o resultado de um elfo sentando-se sobre o tórax do sonhador. Esse aspecto da crença alemã nos elfos corresponde em boa parte à crença escandinava nos mara e às lendas cristãs sobre íncubos e súcubos.





Os elfos na mitologia Inglesa:



A palavra elf do inglês moderno vem do inglês antigo ælf (pl. ælfe, com variantes como ylfe e ælfen). Originalmente, referia-se aos elfos da mitologia nórdica, mas também as ninfas dos mitos gregos e romanos foram traduzidas pelos monges anglo-saxões como ælf e suas variantes.




Elf-shot (ou elf-bolt ou elf-arrow, "flecha élfica") é uma palavra encontrada na Escócia e Norte da Inglaterra desde o século XVI, inicialmente com o sentido de "dor aguda causada por elfos", mas que depois passou a denotar pontas de flecha de pedra lascada, do neolítico, que no século XVII eram atribuídas pelos escoceses aos elfos e usadas em rituais de cura. Supostamente eram também usadas por bruxas (e, talvez, elfos) para causar mal a pessoas e gado. Tufos de cabelo embaraçado eram chamados elf-lock "madeixa élfica" e supostamente causados por travessuras dos elfos. Paralisias repentinas eram às vezes atribuídas a golpes élficos.



Já nos contos populares do início da Idade Moderna, os elfos são descritos como entidades pequenas, esquivas e travessas, que aborrecem os humanos ou interferem em seus assuntos. Às vezes, são consideradas invisíveis. Nessa tradição, os elfos se tornaram sinônimos das "fadas" originadas da antiga mitologia céltica, como os Ellyll (plural Ellyllon) galeses. "
Por Daniel de Boni
 
Acho que a Ana disse basicamente o que eu ia dizer, mas só complementando, cada cultura possui sua própria definição de elfos, não existe um consenso até porque a abrangência dessas criaturas é muito grande, podem ser desde os pequenos elfos de Shekespeare até os grande filhos de Thuata. Tolkien, por sua vez, preferia se basear na concepção de que elfos eram criaturas de beleza e sabedoria que os colocavam acima dos seres humanos, mas que nem por isso deixavam de serem aparentados, filhos do mesmo pai sujeitos as mesmas intemperies enquanto vivessem sob as mesmas estrelas, tanto que criticava as idéias de seus conterraneo mais velho, ao ponto de desprezar visão que Shakespeare tinha dos nossos parentes de orelhas pontudas.
 
Boa tarde a todos.

Creio que Tolkien se inspirou, entre outras coisas, nos "elfos da luz" da mitologia nórdica. Os nórdicos - especificamente os vikings - acreditavam na existência de Nove Mundos. Midgard, o reino dos homens (inspirou a Terra Média); Asgard, morada dos Aesir, deuses que governam o universo; Vanaheim, morada dos Vanir, os deuses mais antigos; Jotunheim, mundo dos gigantes do gelo; Muspell, mundo dos gigantes do fogo; Nidavellir, terra dos anões; Nilfheim, o reino da morte, para onde vão as almas; e finalmente, os dois mundos menos "conhecidos", ou seja, aqueles que aparecem menos nas sagas e poemas nórdicos: Alfheim, terra dos elfos da luz, e Svartafalheim, terra dos elfos da sombra. Nenhum desses tipos de elfos aparece muito nas lendas nórdicas. Os elfos da luz são descritos como criaturas belas como a luz do sol. Os elfos das trevas são escuros e misteriosos, às vezes confundidos com os anões.

Em outras mitologias nórdicas - as germânicas, e acho que isso inclui os anglo-saxões - os elfos eram mais parecidos com "duendes", seres pequenos e maléficos. A respeito disso, vou transcrever um verbete do "Livro dos seres imaginários", de Jorge Luis Borges:

"Elfos:
São de estirpe germânica. De seu aspecto pouco sabemos, exceto que são sinistros e diminutos. Roubam fazendas e roubam crianças. Divertem-se, também, fazendo diabruras menores. Na Inglaterra se deu o nome de 'elf-lock' (mecha de elfo) a qualquer enredo nos cabelos, pois se considerava que eram obra dos elfos. Um exorcismo anglo-saxão atribui a eles a capacidade de lançar, à distância, minúsculas flechas de ferro, que penetram sem deixar rastros na pele, e causam dores nevrálgicas. Em alemão, pesadelo se traduz por 'Alp', e os etimólogos derivam essa palavra de 'elfo', pois na Idade Média era comum a crença de que os elfos apertavam o peito das pessoas adormecidas e lhes inspiravam sonhos atrozes."
 
Para completar, recomendo um livro chamado "Enanos y elfos en la Edad Media" (Anões e elfos na Idade Média - o original é em francês, mas tenho só a tradução em espanhol) de Claude Lecouteux. É um livro comprido e bastante erudito, o que pode tornar a leitura cansativa, mas contém informações interessantes. Por exemplo:

* É provável que os elfos fossem cultuados como semi-divindades pelas culturas germânicas e nórdicas mais antigas. O historiador Tácito escreveu no século 2 que os antigos germanos cultuavam seres chamados "Albrûnas". "Alb" é a raiz de "elfo" e "rûna" significava "segredo mágico". Na Escandinávia, até o século 11, celebrava-se um festival religioso chamado "álfablót", "o sacrifício dos elfos". É provável que as antigas crenças tenham se perdido com o tempo, de modo que nas sagas escritas na Idade Média os elfos aparecem pouco e às vezes se confundem com os anões.
* A palavra "alb" se relaciona com "albus", que é "branco" em latim, e com a palavra indo-européia "albh", que significa "brilhar". Ou seja, originalmente, os elfos já eram seres alvos e relacionados com a luz.
* A idéia de que os elfos eram seres maléficos deve ter surgido na metade da Idade Média, por volta do século 11. Até essa época, abundavam nomes como "Aelfwine", "Amigo dos Elfos", o que indica que os elfos eram vistos como criaturas protetoras.
* A idéia dos elfos "malignos" pode ter a ver com a supressão do paganismo pela cristandade. Segundo uma lenda popular na Escandinávia medieval, quando Lúcifer se rebelou contra Deus, muitos anjos se uniram à rebelião, muitos outros ficaram do lado "divino, mas houve um grupo que ficou "em cima do muro": nem se aliaram ao Diabo, nem lutaram contra ele. Os anjos rebeldes foram lançados no inferno, mas os anjos "indecisos" foram condenados apenas a abandonar o Céu e a viver na Terra. Segundo a lenda, esses anjos são os ancestrais das fadas - às vezes identificadas com os elfos da luz -, dos anões e dos demais "espíritos" e "gênios".


Espero que as informações sejam úteis e/ou interessantes. Até mais.
 
Que interesante. Nunca soube muito sobre o assunto. A única coisa que lí a respeito, foi um conto sobre um rei Viking, que violentou uma Elfa vestida em seda. Muito triste.
 

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