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El Chapo

Fúria da cidade

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Em diferentes épocas, o colombiano Pablo Emilio Escobar Gaviria e o mexicano Joaquín Archivaldo Guzmán Loera foram considerados os maiores narcotraficantes do mundo. Morto em 1993, Escobar, ou El Patrón, foi o rei do tráfico de cocaína entre 1976 e 1993. El Chapo é hoje o número 1 na venda, não só de cocaína, mas também maconha, heroína e metanfetamina. Em comum, além de serem os mais procurados por autoridades americanas, ambos tiveram infâncias difíceis, promoveram um verdadeiro banho de sangue em seus países e tinham ambições ousadas: Escobar quis ser presidente da Colômbia, e chegou a ser deputado; El Chapo foi preso porque planejava um filme sobre sua própria vida. A parte curiosa é que Guzmán e Escobar já se encontraram, segundo o mexicano revelou na entrevista ao ator Sean Penn Reprodução - Mexican Prison Authority

Fugas surpreendentes, inclusão na lista dos mais ricos da revista "Forbe"s, a reputação de criminoso mais procurado do mundo e um indiscutível talento para enganar autoridades.

São características que fizeram a fama do notório traficante colombiano Pablo Escobar, mas que poderiam tranquilamente descrever a trajetória do traficante mexicano Joaquín 'El Chapo" Guzmán, recapturado na semana passada.

Um marcou com violência a história de seu país nas décadas finais do século 20. O outro se tornou o traficante mais procurado do mundo no início do século 21.

"El Chapo" foi recapturado na sexta-feira e agora enfrenta a ameaça que Pablo Escobar tanto tentou evitar: a extradição para os Estados Unidos.

Então, seria "El Chapo" Guzmán o "novo Pablo Escobar"?

Vida paralelas

As semelhanças entre um e outro são muitas. Os dois viraram líderes de enormes organizações criminosas usando esperteza, ambição e crueldade.

Ambos também "aprenderam" com criminosos famosos.

Em seu livro El Patrón del Mal, o jornalista colombiano Alonso Salazar conta como, nos anos 1970, o jovem Pablo Escobar virou guarda-costas de Alfredo González, contrabandista colombiano conhecido como "El Padrino". Assim ele conheceu rotas de contrabando e os segredos do submundo, que seriam extremamente úteis depois.

Da mesma forma, "El Chapo" Guzmán aprendeu sua "profissão" nos anos 1980, ao lado de Miguel Ángel Gallardo, o "Chefe dos chefes", líder do cartel de Guadalaraja, que, nesta época, chegou a controlar quase todo o tráfico de drogas do México para os EUA.

Gallardo foi detido em 1989 pelo assassinato do agente da DEA Enrique "Kiki" Camarena. Segundo o jornalista mexicano Ricardo Ravelo, em seu livro Los capos, las narco-rutas de México, foi neste mesmo ano, no de sua prisão, que o "Chefe dos chefes" decidiu dividir seu império.

O livro diz que "El Chapo" ficou com as cidades de Mexicali, no Estado Baja California, e de San Luis Río Colorado, em Sonora.

Outra coincidência é que ambos conduziram sangrentas guerras contra cartéis rivais - que em outros momentos chegaram a ser aliados.

Quando estiveram na prisão - Escobar em La Catedral, e Chapo em Puente Grande -, viviam cercados de luxo e continuaram a controlar suas organizações.

Escobar, inclusive, fez com que fossem levados à cadeia alguns de seus rivais e os assassinou ali mesmo.

Os dois fugiram quando assim o julgaram necessário - e sem maiores problemas.

Em 21 de julho de 1992, Escobar deixou La Catedral porque soube que seria levado para outra prisão.

"El Chapo" fugiu duas vezes: em 19 de janeiro de 2001, porque, segundo Anabel Hernández no livro Los señores del narco, temia ser extraditado para os EUA; e em 13 de julho do ano passado, por um túnel de 1,5 km de extensão do presídio de segurança máxima Altiplano.

Escobar e Chapo também tinham uma forte ligação com suas regiões de origem --Antioquia e Sinaloa, respectivamente-- onde foram capturados.

E o destino reservou a eles uma outra irônica coincidência: Pablo Escobar foi rastreado e acabou sendo morto em 1 de dezembro de 1993, em um bairro de classe média de Medellín, devido a uma chamada feita por celular.

Além disso, um nova coincidência pode estar por vir: enquanto Escobar foi retratado em duas séries de TV (O Patrão do Mal e Narcos, esta última com o brasileiro Wagner Moura no papel do traficante), "El Chapo" inspira uma série da TV mexicana prevista para estrear no final do ano.
Diferenças

Mas as diferenças também são grandes.

Ao contrário de Pablo Escobar, que chegou a ser eleito suplente na Câmara, "El Chapo" Guzmán nunca se envolveu diretamente com política.

Há relatos de que Escobar, em algum momento, teria chegado a alimentar, brevemente, o sonho de conseguir a independência do Estado de Antióquia - evitando, assim, sua extradição para os EUA.

Mas "El Chapo", pelo que se sabe, não tem pretensões políticas.

Também não se conhece nenhum esforço seu para criar uma base social de apoio, com a construção de habitações sociais ou campos de futebol, como fazia Escobar.

Este não escondia suas ambições e intenções de se converter em figura pública; e isso acabou levando os jornais colombianos - principalmente o El Espectador, cujo diretor, Guillermo Cano, foi morto a mando de Escobar - a vasculhar a vida do líder do cartel de Medellín e expô-lo como traficante.

Além de se manter mais discreto, Guzmán não iniciou um confronto direto contra o Estado, como Escobar, que entre o final dos anos 1980 e início dos 1990, colocou o governo contra a parede - conseguindo até que a extradição fosse especificamente proibida pela Assembleia Constituinte de 1991.

Até o final, Escobar foi o chefe indiscutível do cartel de Medellín, que desapareceu após sua morte.

O cartel de Sinaloa, de acordo com especialistas mexicanos, é mais uma "federação" de organizações, e "El Chapo", ainda que seja o rosto mais conhecido do cartel, é apenas um de seus chefes.

Além de ser uma "federação", o cartel de Sinaloa opera como uma enorme multinacional, com múltiplos negócios (como a metanfetamina) e com tentáculos que se estendem por vários continentes - segundo agência de segurança dos EUA, atuam em mais de 50 países.

Chegaram onde o cartel de Medellín apenas sonhou chegar.

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Captura de El Chapo teve tiroteio e tentativa de fuga por túnel
12.jan.2016 - Marcas de tiros podem ser vistas nas paredes deste cômodo do esconderijo do narcotraficante Joaquín "El Chapo" Guzmán, em Los Mochis, no Estado de Sinaloa, no México. A imagem foi feita na segunda-feira (11). O traficante mais procurado do mundo tentou escapar por túnel, assim como havia feito para escapar da prisão de segurança máxima Altiplano, em julho de 2015. Ele roubou um carro e tentava sair da cidade quando foi capturado por fuzileiros navais Leia mais Gilberto Meza/EFE

Fonte
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No país do Chapolin, Chespirito, Chaves e tantos "Ch" famosos, mais um com essas iniciais que tá virando mito por aquelas bandas e podendo superar um grande mito do narcotráfico.
 
As mil vidas do maior traficante do mundo: Veja o que aconteceu com El Chapo

Com uma vida digna de um roteiro de suspense, El Chapo foi um dos maiores pesadelos do México e EUA
Giovanna de Matteo Publicado em 24/09/2020, às 09h27


El Chapo em 19 de janeiro de 2017, sob custódia com agentes policiais

El Chapo em 19 de janeiro de 2017, sob custódia com agentes policiais - Wikimedia Commons

Joaquín Guzmán teve uma infância perturbada. Advindo de uma família pobre do México e sofrendo abusos do pai, o tráfico fez parte de sua vida desde a adolescência, quando aos 15 anos teve que começar uma produção e venda de maconha em seu quintal para sustentar a família.

Depois de ser expulso de casa pelo pai, viveu um tempo com seu avô, mas acabou deixando sua cidade a procura de trabalho em cartéis de drogas. Foi nesse período que ele acabou ganhando seu apelido "El Chapo", que o marcou pelo resto da vida.

A partir da década de 80, El Chapo se tornou um narcotraficante profissional através de seu trabalho conjunto com Miguel Ángel Félix Gallardo, conhecido como "O Poderoso Chefão" e o maior traficante de cocaína no México, porém, tempos depois, devido a diversas prisões e brigas internas, ele decidiu criar seu próprio cartel na cidade de Culiacan.

Sua venda havia ganhado popularidade e com os anos ele conseguiu ser um dos maiores fornecedores de drogas que entravam nos Estados Unidos, principalmente cocaína, que gerava lucros estupendos. Desse modo ele conseguiu fazer com que os cartéis mexicanos se tornassem até mesmo maiores do que os
famosos cartéis colombianos.

Seus truques de narcovenda na fronteira Estados Unidos-México incluíam táticas de tráfico via terra e avião. Os transportadores levavam pequenas quantidades de droga por vez, tornando mais difícil dos policiais detectarem a locomoção dos narcóticos.

Sua rede de tráfico contava com centenas de traficantes, produtores e figuras dentro do governo mexicano e da fronteira dos EUA, que o ajudavam de forma corrupta.

Com o crescimento dos seus negócios, outros cartéis começaram a disputar com Sinaloa pelas locais de produção e rotas de transporte de drogas. Entre 1989 e 1993 a sua popularidade cresceu de tal forma que guerras contra outros cartéis começaram, em disputas pelas produções e rotas de transporte de drogas. Isso aumentou a perseguição contra o narcotraficante.

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Foto de Joaquín Guzmán, conhecido como El Chapo / Wikimedia Commons

Mas foi apenas quando, em uma tentativa de assassinato de Guzmán, o arcebispo Juan Jesús Posadas Ocampo acabou sendo morto por engano, que a população mexicana começou a incitar ação do governo pela busca dele. Desse modo, o rosto de El Chapo ficara estampado na capa de todos os jornais mexicanos prometendo uma recompensa pela sua cabeça.

Joaquín "El Chapo" Guzmán então foi preso pela primeira vez em 1993 onde foi levado para o México, para a prisão de Almoloya. Dois anos depois, ele foi transferido para a prisão de segurança máxima de Puente Grande, Jalisco, onde ele escapou em 2001. El Chapo já era considerado pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos o traficante de drogas mais poderoso do mundo.

Com guerras entre cartéis e o número de mortes crescendo, o presidente mexicano Felipe Calderón declarou oficialmente uma guerra contra os narcotraficantes. Nos próximos quatro anos, 50 mil pessoas foram presas, mas os homens de El Chapo não estavam sofrendo a perseguição esperada, tendo a ação afetado mais outros cartéis.

Em 2014, Guzmán foi finalmente detido pela Marinha do México em Mazatlan, Sinaloa, onde ficava seu ponto de vendas, mas acabou depois de um ano fugindo novamente do presídio de segurança máxima onde cumpria pena.

Uma caçada contra o mexicano foi iniciada para recapturá-lo e em 2016 foi de novo encontrado e preso. Em 17 de julho de 2019, depois de cinco meses de julgamento, El Chapo foi sentenciado à prisão perpétua, por um tribunal federal em Nova York, respondendo pelos crimes de conspiração internacional para produzir e distribuir drogas, tráfico e manuseio ilegal de armas de fogo, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, onde permanece até hoje.

 

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