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Eis o homem, Michael Moorcock

Brontops

Usuário
http://epicapt.wordpress.com/2007/04/25/eis-o-homem-de-michael-moorcock/

Quando Jesus veio para fora, usando a coroa de espinhos e a capa de púrpura, disse-lhes Pilatos: “Eis o homem!”

Estas são as palavras do Evangelho de S. João que inspiraram a controversa obra de ficção científica da autoria de Michael Moorcock, Eis o Homem (Behold the Man).

Inicialmente publicada como novela na revista New Worlds, nos anos 60, o livro conta a história de Karl Glogauer, um homem dos anos 70, que viaja no tempo até ao ano 28 a. C., e testemunha os eventos cruciais que determinaram a crucificação de Jesus de Nazaré em Jerusalém.

Mais do que uma testemunha dos eventos, Karl é forçado a enfrentar os verdadeiros factos sobre a vida de Jesus, mas impelido por um complexo messiânico, gradualmente assume a persona de Jesus Cristo, pregando as palavras que lera na Bíblia às multidões. Em paralelo, as memórias da sua vida passada expõem-no como um homem neurótico e obcecado pela ideia do Messias.

Surgindo no contexto social e histórico dos anos 70, a obra questiona a credibilidade da figura de Cristo, através da subversão e reinterpretação da mitologia universal cristã. Através da personagem de Karl, Michael Moorcock dá lugar às suas reflexões sobre os conceitos nunca lineares de ilusão e fé, religão e o modo como influenciam a psique humana.


(...)

Encontrei este livro na Cultura. Foi publicado pela Editora portuguesa "Saída de Emergência" que possui uma considerável coleção de literatura fantástica... (Recomendo que deem uma olhada)

Eu conhecia Moorcock indiretamente, pelos quadrinhos. Era uma adaptação de Erlic nos Mares do Destino... Achei a história fantástica. Fiquei sabendo deste conto procurando maiores informações por ele, e - por acaso - encontrei uma edição.

Esta história foi publicada originalmente como um conto. É uma história curta e, no final, o autor faz uma análise das circunstâncias em que o conto foi criado (durante a década de 60) e suas repercussões entre os religiosos mais empedernidos. É interessante notar que mesmo religiosos gostaram do conto.

O único ponto contrário da edição portuguesa - na minha opinião - é repetir constantemente no ponto mais "polêmico" e "subversivo" da história na capa, contracapa... Não chega a ser um "spoiler", mas... imagino como teria sido se eu tivesse lido a história sem esta expectativa. Alguns poucos termos típicos de Portugal provocam algum estranhamento, mas nada intransponível.

* * *

-Desconheço quase tudo sobre a "Operação Cavalo de Tróia"(1984), mas fiquei imaginando se não haveria alguma ligação.
-Uma curiosidade: a última história jamais publicada de Rick Veitch nos quadrinhos "O Monstro do Pântano" seriam justamente sobre uma viagem até os tempos de Jesus Cristo. A DC não quis arriscar e Veitch interrompeu seus roteiros na série e saiu da editora.
 
Grande dica, Brontops, não conhecia essa história. Embora algo nela me pareça familiar... Talvez porque tenha sido absorvida pela cultura pop e se transformado em algum script de desenho animado ou algo assim... Ou então por ser mais uma variação do paradoxo ontológico das viagens do tempo, aquele do inventor da máquina do tempo que volta no tempo para ensinar a si mesmo a construir a máquina do tempo. Outro que lembro sobre o mesmo tema é "By His Bootstraps", do Heinlein.

E vi também que "Eis o Homem" ganhou o Nebula de melhor novela em 1967. Vou ver se consigo encontrá-lo na Cultura...
 
Gigio disse:
Grande dica, Brontops, não conhecia essa história. Embora algo nela me pareça familiar... Talvez porque tenha sido absorvida pela cultura pop e se transformado em algum script de desenho animado ou algo assim... Ou então por ser mais uma variação do paradoxo ontológico das viagens do tempo, aquele do inventor da máquina do tempo que volta no tempo para ensinar a si mesmo a construir a máquina do tempo. Outro que lembro sobre o mesmo tema é "By His Bootstraps", do Heinlein.

E vi também que "Eis o Homem" ganhou o Nebula de melhor novela em 1967. Vou ver se consigo encontrá-lo na Cultura...

A viagem do tempo que "realimenta" o passado foi tão usada que hoje, eu me arrisco a dizer, é quase tão batido quanto o culpado ser o mordomo. De pronto, me lembro do "Planeta dos Macacos" ao "Exterminador do Futuro"... Em geral, todas as histórias de viagens temporais transitam entre a história de um passado que dependerá do que acontecer no futuro ou uma espécie de "O que aconteceria se...?" (Vejam "De Volta para o Futuro"). Eu não sou um profundo conhecedor de FC, mas de tudo que já li apenas um único conto propunha uma abordagem diferente... Hmmm... Li uma história em quadrinhos em uma revista independente que também sugeria um algo diferente também.(*)

Mas o foco da história não está neste ponto e acho que isto é que a torna interessante.

(*)Gostaria só de avisar que não creio que isto invalide o gênero... Talvez dificulte as coisas para quem quiser se arriscar a escrever uma história com viagens no tempo. Penso que o autor precisará trabalhar com outros aspectos e não a própria questão da Viagem no Tempo, especificamente: como naquele "A Mulher do Viajante do Tempo" (que, aliás, não assisti, nem li, nem nunca ouvi crítica a respeito).
 
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Desconheço quase tudo sobre a "Operação Cavalo de Tróia"(1984), mas fiquei imaginando se não haveria alguma ligação.

Creio que não... Li os dois primeiros livros da série "Operação Cavalo de Tróia" e, ao que parece, as obras têm pouco em comum. O início, pelo menos, é o mesmo: viagens ao passado, exatamente para a época de Jesus Cristo, para comprovar sua existência. Mas, se me lembro bem (faz muito tempo que li esses livros) o viajante do tempo, inicialmete ateu, começa a seguir Cristo e é influenciado por suas palavras. A obra, apesar de poder incomodar um pouco a igreja católica, não questiona a credibilidade da figura de Cristo, como parece ocorrer no livro do Moorcock .

Penso que o autor precisará trabalhar com outros aspectos e não a própria questão da Viagem no Tempo, especificamente:como naquele "A Mulher do Viajante do Tempo" (que, aliás, não assisti, nem li, nem nunca ouvi crítica a respeito).

Nesse final de semana vi a versão cinematográfica da "A Mulher do Viajante do Tempo" (No Brasil com o título de "Te amarei para sempre"), e só hoje, ao folear o encarte da livraria saraiva, me dei conta que a história foi baseada em um livro. Concordo que a ideia de viagens do tempo já está "batida" na literatura, mas, gostei dessa versão.Talvez, justamente, pelo fato de que essa idéia de "O que aconteceria se...?" não ter sido utilizado no filme!
 

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