Gente, é sério que eu preciso fazer um esquema?
Pior do que pensei... OK, fazendo esquema.
É fato que vivemos em um mundo cruel que infelizmente fica te julgando pelo que vestimos e falamos. Até chegarmos ao nível de Pullitzer, Nobel, etc., infelizmente temos de dançar conforme as regras do jogo. Alguns amigos meus (um deles professor da Usp) estando em Brasilia foram barrados e não puderam assistir à palestra do prof. (ministro) Sergio Resende, porque estavam vestidos como a maioria dos físicos experimentais do país, ou seja, sem terno e gravata.
Quem barrou? Gente como a gente. Não um filho da puta genérico ricaço, mas um trabalhador comum. Ele olhou meus amigos, e julgou que não podia deixar passar... não tava escrito na cara do Tom que ele é professor da USP (eu pensaria que ele é um Serginho Groismann mais grisalho)
Eu, você todo mundo tem em algum nível o problema de julgar outras pessoas pelo que elas aparentam ser. Seja em termos de roupas, de músicas preferidas, etc., o fato é que dificilmente uma pessoa pode ser amigo de todo mundo do mundo. Temos de fazer uma seleção do que nos interessa. Que a seleção é injusta, e algumas vezes fazemos escolhas erradas é fato. Mas é fato que temos de fazer escolhas. Se somos assim então é hipocrisia criticar o mesmo "defeito" nos outros, por que sentimo-nos 'vitimas' desse preconceito.
A reclamação do tópico é de ser considerado criança (o que dependendo as vezes é tão bom...)
Pois bem, então se alguém quer ser levado a sério o que deve fazer?
Escrever gerundismos (faz um ano do artigo do Luis Caversan, nossa!), tudo errado, se vestir como um Hannibal Lecter e dar gritos estranhos ou ficar gritando a plenos pulmões "eu não sou criança!!!"?
(estou exagerando para que vocês tenham uma idéia do estereótipo que assusta pais e mães como Kledir - que virou Luis - de Kleiton e Kledir
http://www.ecronica.hpg.ig.com.br/ec45.htm)
Pois bem, se a equipe Valinor que fica responsável pelos Encontros Nacionais agisse de forma tão... infantil, aí sim que pai e mãe desconfiado não ia confiar de deixar seu filho nas mãos de... de... sei lá o que pode passar na cabeça se aparece um sujeito que se comporta na minha frente assim. De repente eu começo a dançar junto, oras pois.
Mas na frente de pessoas que você quer convencer que não é idiota, ficar fazendo macacagem idiota ajuda a piorar a situação.
Certo, agora vamos ao segundo ponto.
Se fazemos careta demais, a gente acaba soltando careta de repente. Eu digo isso por experiência própria. Quando estou com profissionais mais chegados eu até arrisco um ou outro "xi" com uma ponta da língua como se fosse criança. Mas não é a mesma coisa fazer isso na frente do comite gestor de pesquisa e tecnologia. Se eu fizer uma coisa dessas, vão pensar com razão que sou doutora de araque brincando com dinheiro do povo.
Tá certo que existem mesmo doutores de araque que ficam brincando com dinheiro do povo, e que parecem sérios (mas não são). Exatamente por isso, é importante eu passar confiança que sei o que estou fazendo, e que as coisas não estão fora do controle, e que o trabalho está progredindo apesar de um ou outro problema que surgiu blablabla...
E em termos de entrevista de emprego é pior ainda a meu ver...
Eu poderia ficar reclamando que isso tudo é baboseira, etc., que nada disso avalia o que sou, etc.. Fato é que na entrevista é a tal oportunidade de mostrar o que sou capaz, e ficar reclamando e culpando o sistema é infantil e idiota. E não ajuda em nada.
Usei o exemplo dos surfistas porque foi o que foi usado em uma reportagem sobre o problema de jovens que fazem parte de alguma tribo na hora de arranjar emprego. Piercing escandalosos, tatuagens podem até ser escondidas e relevadas hoje em dia.
Mas NINGUÉM quer contratar analfabeto. Ninguém vai contratar alguém que não saiba ao menos falar e se comunicar com outros PRINCIPALMENTE em serviços de liderança como engenheiros, cientistas. Ninguém contra um zé mané que ainda vai aprenderr como se faz ali na empresa! A empresa não é escola! Ela quer um profissional, e não um aluno!
Ela quer gente que trabalhe, e não que queira um emprego.
Os jovens pastam muito para controlar ANOS de maneirismos. Os metaleiros muitas vezes tem de cortar seus amados cachos, maneirar nos "FUCK!", e outras coisas.
SE na hora de você convencer outra pessoa da sua seriedade, ficou com anos falando giria, pode ter certeza que sua desenvoltura vai ser muito prejudicada. Seu vocabulário para começar vai ser limitado ao seu universo. Parte de seu cérebro se acostuma a essa nova linguagem e esquece de noções básicas de gramática e de compreensão de textos. Já falei de um professor que passou tanto tempo nos EUA que quando voltou não sabia mais falar português. Hoje em dia parece que ele fala algo que ninguém entende parece mistura de inglês e português...?
Então você fica ainda com a desvantagem de não ter a ferramenta necessária para se fazer entender para quem quer que seja.
Terceiro ponto e mais crítico.
Argumentação depende de treino mental dos mecanismos de raciocínio lógico. Falar por falar não convence as pessoas... elas tem de ser persuadidas a acreditar que o que vocë fala é razoável (tem razão).
Você precisa desenvolver um bom raciocínio lógico para isso. Que em conjunto com a interpretação de textos, vai te entender onde é que diabos dá para atacar o problema (ou no caso, os questionamentos de seu interlocutor: mãe, pai, etc..)
Dar de ombros para a opinião alheia é a forma mais infantil de resolver um problema. Basicamente é a velha fórmula da criança fingindo que não está ouvindo algo desagradável (bronca, sermão), imersa em seu mundo ideal. No entanto, se o jovem não é autista de verdade, então ele acaba tendo de se relacionar com as outras pessoas (não dá para ficar no mundinho ideal para sempre pois é chato), e precisa voltar a falar com alguém. SE for os pais, é inevitável...
Que na verdade significa que a pessoa não tem razão ••••• nenhuma, só ela que acha isso.
Aqui cabe um adendo que ando observando em muitos otakus. Ao contrário de RPG, que necessita de outras pessoas para haver uma sessão, anime e mangá não precisa de um monte de amigos para assistir um desenho. Na verdade, e se o nível de leitura se mantém o mesmo (tipo o pessoal que sempre lê Sabrina e Bianca não podem ser vistos com maus olhos, pois estes otakus fazem o mesmo) é alarmante que as conversas sejam no nível "maneiro, legal" e ficar tendo chiliques por conta do gostosão/sona do personagem (masculino ou feminino).
••••• até nerds de antigamente de óculos fundo de garrafa que gostavam de ler tinham mais discussão que muitos foruns otakus.
Tanto é assim que quando a coisa fica um pouco mais complicada, volta e meia alguém entende mal o outro e começa a rolar maiores quebra-paus. De ciúmes (Kurama é meu) ou de defesa do ego. Discussão mais elaborada são muito perigosos em tais meios totalmente em ebulição de hormônios. Só me arrisco com pessoas com mais de 25 anos ultimamente.
Com um poder de argumentação pobre, e pavio-curto não é preciso ser gênio para perceber que não vai convencer ninguém sobre sua seriedade, sobre a beleza de seu eu interior, ou qualquer outra coisa que precise (eu sou o ideal para esta vaga na universidade/emprego/etc)