Salve, Cavalheiros, M’Ladies...
Ora, pois sinto me em casa em meio a tantas pessoas que compartilham da mesma paixão que tenho por História!
Especialmente, tratando-se de Egiptologia...
A Civilização Egípcia é fascinante...
Gostaria de pedir a licença de dividir com todos algo que foi uma abertura para o meu amor pelo antigo Egito:
A MORTE: A MUMIFICAÇÃO *Tira o cachimbo e um naco de fumo da trouxa de pertences-O acende-Traga*
Basicamente, essa civilização vivia para preparar-se para a morte.
Para os egípcios, o ser humano era constituído de três elementos:
O corpo físico, o “
Ka”- A energia vital e o “
Ba”- A personalidade.
Ao deixar a vida, o Ka e o Ba, libertariam-se do corpo através da boca(Motivo pelo qual um do Rituais Religiosos durante a mumificação, consistia em que um Sacerdote abrisse a boca do cadáver.).
O Ka necessitaria de tudo o que o corpo necessita: Desde a alimentação até o entretenimento. Objetos curiosíssimos foram encontrados nas Tumbas, Mastabas e Pirâmides.
Para “amainar o coração dos deuses”, era colocado junto ao corpo o
Livro-dos-Mortos: Um longo pergaminho em papiro onde a vida do morto era retratada através de inscrições e ilustrações. Obviamente, este pergaminho apresentaria o que conviesse ao interessado: Somente seus bons atos.
O Ba, então, faria a passagem ao submundo, onde os deuses pesariam seu coração em uma balança. Se o peso deste se equiparasse ao de uma pluma, o indivíduo seria digno da vida eterna.
O Ba e o Ka se uniriam formando o “
Akh”, a força da imortalidade, retornando em seguida ao corpo que, para tal, deveria estar preservado.
Daí a necessidade do embalsamamento:
A arte da Mumificação.
A Mumificação era executada por profissionais de grande prestígio e sua qualidade variava, de acordo com o poder aquisitivo do falecido e sua família.
Entre procedimentos de embalsamamento e Rituais Religiosos, realizados por Sacerdotes, por vezes vestindo-se como o deus
Anúbis(O guardião da passagem para o submundo, representado por um
cão do deserto e não por um
chacal, como acreditam alguns. Não existiam chacais nos desertos Egípcios)o processo se completaria em cerca de setenta dias.
Após a libertação do Ka e do Ba, através do Ritual da abertura da boca, já citado, o primeiro passo era a extração do cérebro, pois sendo um órgão de rápida deterioração, não poderia ser preservado. Uma espécie de gancho metálico longo e incandescente era introduzido pelo orifício da narina, rompendo a mucosa e atingindo o interior do crânio, onde o cérebro seria macerado e retirado em pequenas partes. Com o avanço dos processos de Mumificação, esse procedimento deu espaço à outro, um tanto mais prático: Injetar no interior do crânio uma espécie de ácido pelo orifício da narina. Em pouco tempo, o cérebro seria liquefeito e literalmente, escorreria.
Múmia do Faraó Ramses II que governou o Egito por cerca de setenta anos.
O crânio poderia ser preenchido com
Betume(Uma resina derivada do Petróleo), massa de argila ou simplesmente ficar vazio.
Os olhos eram retirados e as cavidade preenchidas por chumaços de fios de linho ou olhos de vidro ou gemas preciosas, a depender novamente, do poder aquisitivo do morto.
Por um corte feito no flanco, à altura do Fígado ou Baço, as vísceras e pulmões eram retirados.
O Coração, tido como o centro do pensamento e sentimento humano, era deixado.
Os órgãos extirpados recebiam um tratamento com ungüentos e óleos aromáticos e, por fim eram depositados em
Canopos, vasos cujas tampas exibiam o busto do deus que haveria de proteger seu conteúdo.
O corpo era banhado externa e internamente com ungüentos e óleos aromáticos.
Limpas, as cavidades abdominal e torácica eram preenchidas com especiarias, ervas nobres, raízes aromáticas, serragem, chumaços de linho embebido em resina e argila. A argila também foi usada em experiências para tornar a aparência do rosto das Múmias mais natural, o que acabou por ser um experimento frustrado dando a impressão de inchaço e, conseqüentemente, fazendo a pele se rachar.
O corte era fechado, todos os orifícios do corpo vedados, os braços colocados na famosa posição de Reverência(Cruzados diante do peito)e então se seguiria a parte mais longa da preparação para a eternidade: O corpo seria encoberto por vários quilos de
Natrão, uma espécie de sal altamente desidratante, e lá ficaria por quarenta ou cinqüenta dias.
Após esse período, era retirado do fosso de Natrão e corpo todo recebia uma camada de betume diluído, para conservar a pele.
O corpo era enfaixado com tecido de linho embebido nos já citados ungüentos e óleos aromáticos(Cerca de trezentos a quinhentos metros de faixas eram utilizados)e o amuleto do
Escaravelho de Lápis-lazuli(Caçado como ouro pelos saqueadores de túmulos)colocado junto ao peito da Múmia, entre as faixas.
Se o indivíduo fosse de classe de bom poder aquisitivo, um artesão prepararia a
Máscara Mortuária, um busto do falecido. Era colocado sobre os ombros da Múmia com o intuito de facilitar o reconhecimento do corpo pelo Akh.
A Mumificação possibilitou ao povo Egípcio o conhecimento da Anatomia, tornando possíveis, inclusive,
Cirurgias Neurológicas(Drenagens de coágulos são citadas em pergaminhos).
É de conhecimento que foram o primeiro povo a se utilizar da
Anestesia, que era obtida à base de um vegetal entorpecente, semelhante a
Coca.
Mumificação.
Talvez o intuito dos egípcios tenha sido alcançado:
A VIDA ETERNA.
Esse processo ocorreu há
milhares de anos.
As
Múmias conservam-se intactas e
JAMAIS, com processo algum presente nos dias de hoje, chegou-se a tal perfeição.
Fascinante, não? *Passa o cachimbo para Lobo Nobre*
Sem dúvida, um dos melhores jogos estratégicos-administrativos de todos os tempos...
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No entanto a Nefertiti ou Nefertháry, citada um pouco mais acima, esta foi uma autêntica Rainha do Egito, na minha opinião muito mais habilidosa do que a Cleópatra.
FARAÓ é inacreditável...
E, falando-se em Rainhas autênticas, que falavam o Budge...
Por que não, mais à frente citar
uma Faraó?
HACHEPSUT.