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Educação Infantil!

Uma frase clássica aqui em casa era o "criança não tem querer",
Isso me deixava com muita raiva!!!!!! :x
Mas tudo bem.. Eu acho que os pais querem nos poupar de tudo e acham que só porque nós éramos crianças éramos ignorantes e não sabíamos de nada! Nunca nossa opnião era levada em conta! :tsc:
 
Creio que parte é tradição: ensinaram assim para nossos pais então na hora de ensinar eles tem de se apoiar no padrão que conheceram. Não vão usar um novo padrão, sem estudar direito a coisa (fizeram algo com a alfabetização e foi um desastre: tiraram as cartilhas das "tias" sem dar outra coisa no lugar)

Então cresci com medo de Kitsune (raposa) e Tanuki (Texugos) e uma Obaba (velha/Bruxa) que fariam algo de ruim pra mim, se eu fizesse determinada coisa ruim (Kitsune me esconderia... "kamikakushita?" algo como abdução... que acontece quando a criança brincava de esconde-esconde de noite)

Pode ser uma "violência", mas também é difícil explicar toda a filosofia por trás dessa didática a uma criança de 5 anos de idade. Isso de certa forma coibia minha curiosidade, mas com certeza me livrou de uma pá de acidentes que uma criança seria vítima, caso fosse intrépida e destemida. Alías, minha falecida priminha foi vítima de sua própria curiosidade e falta de medo... ela faleceu quando tinha três anos de idade, pois a mãe não incutiu o mínimo de medo na menina pelo perigo.

Existem dois lados do problema "porque sim, Zequinha!". Sim, às vezes dá para explicar algo para nossas crianças. Outras, não... por exemplo, como vou explicar para um hipotético filho meu os perigos da radiação e do césio?

Aliás, eu percebi que um problema enorme para explicar para as pessoas carentes, e é o linguajar... se eu usasse uma linguagem mais acessível, com explicações do dia-a-dia, muitas pessoas entenderiam que não é pra sair roubando qualquer coisa de um laboratório de pesquisa (inclusive computadores... que monitoram experiências perigosas como reatores nucleares, por exemplo)

O mesmo aplica-se a crianças, tenho certeza.

Quando me contaram as estórias de bicho-papão, tenho certeza que foi para incutir o medo de auto-preservação. Como nos casos onde pais ficam a pensar que seus filhos estão brincando de esconder, mas já estão a quilômetros de distância no carro de algum pervertido...

Varda do Um Anel disse:
Uma frase clássica aqui em casa era o "criança não tem querer", ou seja, na infância eu não poderia escolher o que eu queria e sim o que eles queriam. Será que isso acontece ainda hoje?

Hoje em dia é o contrário, e isso me dá raiva... crianças que fazem birra no meio do shopping, chorando de forma chantagista para conseguir o que querem. E pais como não sabem lidar com isso... compram!

Existe um limite entre "querer" e "poder". Se a criança pede algo, os pais devem avaliar se podem ou não dar.

Por exemplo... eu queria uma bicicleta. No entanto, sabia (por meio de minha educação) que seria ridículo eu pedir uma bicicleta somente com boas notas. Afinal eu sempre fui uma boa aluna, e tirar boas notas seria uma obrigação no meu caso. No entanto, ao pedir eu também sabia que por NUNCA ter pedido antes, e também porque eu me esforçaria em ser melhor da turma, meu pai podia pelo menos considerar em me dar uma bicicleta se eu tivesse sucesso.

No entanto, quando entrei na faculdade, não fiz o mesmo em relação a carros, mesmo tendo passado na USP (enquanto colegas passavam em faculdades particulares e ganhavam carros de presente). Por que? Porque no meu entender, meu pai teria um encargo: manter-me na faculdade (por ser integral). Além disso, depois de toda a educação que eu tive, era minha obrigação passar em uma faculdade pública e gratuita: ganhar um carro por fazer o que eu sempre fiz?

Notem que apesar do enfoque parecer ser semelhante, não é... no caso de uma criança que nunca pede, o pai deve considerar se faz o agrado... no caso de uma adolescente, já não: é chegada a hora do filho começar a conseguir as coisas por si próprio, não como recompensa.

Se apenas com isso já é complicado ter discernimento para saber quando pode ou não pode fazer a vontade do filho, creio que o discernimento para nossos pais que apenas começaram a ver as novas tendências (nem sempre entendendo-as) deve ter sido o caos.

Agora o desafio é com conosco: tendo passado por muitos "nãos" em suas vidas, será que nas nossas vidas como pais e mães de família conseguiremos dizer "não"? Ou porque nos negaram tanto só conseguiremos dizer "sim"?

Faremos como numa crônica, onde o autor descreve um rebento se pindurando na janela do 9o. andar, e ao retirar o pirralho de lá a mãe do dito-cujo reclama "assim ele ficará traumatizado... você interrompeu a experimentação dele" Bem... ele concluiu que apesar da cabeça-oca da mãe-que-não-sabe-dizer-não, melhor traumatismo psicológico do que um traumatismo craniano/paralisa/morte...
 
Por ter tido uma infância na roça e minha mãe também teve assim, convivi com um monte de mitos e lendas rurais, mas no que diz respeito a crença jamais tive medo ou levei isso a sério.
 

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