Com relação ao belo, a questão é outra. Quem disse que Sauron não tinha amor ao belo? Era o memso amor de Morgoth ao belo, só lhe apetecia, só lhe era bonito o que pudesse dominar, controlar, mandar. O que seria um belo verdadeiro? Algo que não fosse artificial, o que os homens fazem nem maléfico, uma deturpação da antureza com o intuito de replicar o belo?
O belo é a beleza natural, a Natureza em si. Os dois Senhores do Escuro desejavam dominar o Mundo, e, por uma vontade estética, planejavam criar coisas belas. Esse prazer, essa vontade de criar é estética, e presente em todos os Ainur. Mas os Senhores perveteram essa vontade quando quiseram que o que eles fosem criar e o que outros criassem fosse dominado por eles e isso significa que só o que criaram foi mecanismos para dominar. Logo, tão pervertidos, desejosos desse poder, só podiam corromper o criado, torná-lo algo que os agradasse em sua depravação, já que nada mais podiam criar desde a revolta no Ainulindalë.
O amor de Galadriel pelo belo era um estética antural. A preservação de Lórien, dos Portos e de Imladris pelo poder dos Anéis foi efeito de tentativas estéticas naturais, isto é, vontade de proteger o belo verdadeiro, o belo natural.
Não sei se Sauron amava a aparência horrenda do Mestre. Duvido. Pelo que sei, amava uma aparência bela como Annatar para enganar os elfos e porque também tinha seu senso estético. Então porque só criava coisas horrendas? Porque não criava nada, só podia corromper o criado para atingir seus desígnios, já que era uma vontade de poder que o guiava.
Se Galadriel tomasse o Anel, por mais poderosa que fosse, seria corrompida por Sauron e era uma elda, abaixo de um Ser como Sauron, um Maia. Desejaria o poder e esse desejo destruiria seu amor pelo belo natural. Ela então procuraria o belo falso, o belo antinatural que pudesse corromper. Os elfos e seus anéis preservavam o criado, não criavam nada novo.