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É "Incidente em Antares" um livro de zumbis?

"Incidente em Antares" (Erico Verissimo) é um livro de zumbis?

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Clara

Perplecta
Usuário Premium
Decidi reler este livro ano que vem e, tentando relembrar a história, surgiu essa dúvida.

Sei que o livro tem bastante alegoria sobre a situação política e social do Brasil e tudo isso (principalmente no personagem João da Paz, que morreu torturado) mas vocês acham que a história pode ser classificada como "de zumbis"?


Sinopse para quem não se lembra:

Em dezembro de 1963, uma sexta-feira 13, a matriarca Quitéria Campolargo arregala os olhos em sua tumba, imaginando estar frente a frente com o Criador. Mas logo descobre que está do lado de fora do cemitério da cidade de Antares, junto com outros seis cadáveres, mortos-vivos como ela, todos insepultos. Uma greve geral na cidade, à qual até os coveiros aderiram, impede o enterro dos mortos. Os distintos defuntos, já em putrefação, resolvem reivindicar o direito de serem enterrados - do contrário, ameaçam assombrar a cidade. Seguem pelas ruas e casas, descobrindo vilanias e denunciando mazelas. O mau cheiro exalado por seus corpos espelha a podridão moral que ronda a cidade.

Fonte: Livraria Cultura

Anica, sei que existe um tópico sobre o livro, mas eu queria abrir uma enquete então, se você achar melhor (e isso for possível) por favor junte os dois.
=)
 
Arquetipicamente talvez não; mas é inegável que o livro possua zumbis em seu enredo e que estes sejam de fundamental importância para o enredo bem como o entendimento e a propagação da mensagem textual e literária (e se os zumbis possuem importância para o entendimento do enredo e da mensagem... Bem. O que seria então um livro "de zumbi" se não isso?). Meu voto é sim.
 
concordo com o Mavericco. pode não ter aquela coisa do zumbi-que-come-carne-humana e tudo o mais, mas bem, são mortos-vivos, né? :dente:
 
Se morto vivo é zumbi, então sim. Mas eu votei não, por que acredito que o Érico Veríssimo fez aquela traquinagem com aquele ditado "vou levar esse segredo para o túmulo".
 
[align=justify]Isso faz eu me questionar sobre esse assunto do qual não domino praticamente nada: comer carne humana é condição sine qua non para ser considerado zumbi?[/align]
 
eu acho que não. a característica principal é ser um morto que caminha por aí, digamos assim. os zumbis das lendas africanas não se alimentam de carne humana, se alimentam? eu acho que tem mais do cinema moderno influenciando nessa questão :think:
 
Vampiros também não são mortos-vivos? Se sim, eles podem ser considerados zumbis?

(Desculpem se estou perguntando besteiras, mas é que não sei necas sobre esse assunto)
 
Wikipédia engraçadinha: Morto-vivo é um personagem mítico e fabuloso que não está vivo nem morto.

O exemplo mais conhecido são os zumbis.

Eles são mortos que não tiveram descanso e voltam à vida num tipo de transe, possuem a pele apodrecida e usam roupas esfarrapadas, possuem um cheiro forte e horrível. Normalmente, perdem partes do corpo, como os dentes ou os dedos. Perambulam sem rumo, geralmente a procura de vingança. Para serem mortos definitivamente devem levar um tiro na cabeça.

Outro exemplo conhecido são os vampiros e as múmias.

Çuper siëntífico
 
Vampiro é um morto-vivo, mas não é um zumbi.

Zumbi é uma condição em que não tem uma vontade realmente própria. Em algumas religiões relacionadas ao Voodoo e Hoodoo, ele é resultado de um feitiço em que alguém controla uma outra pessoa por meio de pensamento e coisas assim.

Não apodrecem nem nada, só tem uma vida condenada a servir ao feiticeiro que imbuiu essa condição neles.

O zumbi de comer carne humana e ser esse lance que todo mundo conhece é coisa de cinema e folclore nerd por assim dizer. A situação da zumbificação em relação ao mundo é parecida com a nossa em relação ao saci-pererê e a imensa maioria das mitologias ao redor do mundo: todo mundo conhece uma história superficial, mas o mito a fundo praticamente ninguém realmente conhece.

Dessa forma, segundo esse meu conhecimento que não é tão aprofundado assim, Incidente em Antares não é um livro de zumbi, visto que os mortos-vivos do livro têm vontade própria e pensam por eles mesmos.

De uma forma rala, claro, pode-se dizer que é um livro de zumbis, mas pra mim é uma simplificação tosca (tanto do livro quanto do mito) que eu costumo usar pra cativar alunos a ler isso.
 
[align=justify]O que separa os zumbis dos vampiros é a "consciência" e a capacidade intelectual, então?

Hehehe, legal isso.[/align]
 
Numa forma superficial seria exatamente isso, mas o mito vai bem mais fundo. Um zumbi tem a sua vida roubada (alguns de bom grado) para sobreviver, o vampiro rouba vidas através do sangue para sobreviver.

Nessas religiões, o zumbi não é nem um morto-vivo. A condição de morto-vivo é estabelecida porque ele é uma espécie de autômato: um robô primitivo controlado por uma técnica primitiva.

Nenhum dos dois (num processo de comparação) geralmente são transformados no que são por vontade própria, mas toda a relação deles com o restante é bastante diferente.
 
Os zumbis existem mesmo. Ou quase-isto.

A ideia do Zumbi (um defunto de carne-e-osso que sai da tumba andando poraí) veio do Haiti, Jamaica, estas ilhas onde rola o "vudu". O folclore local afirma que tais e tais pessoas são zumbis, e elas ficam meio que vagando pelas ruas, meio mendigos, meio loucos.

Na década de 60 (estou citando de memória um programa do Discovery), um destes zumbis foi internado num hospital mantido por estrangeiros. Alguém resolveu checar o prontuário do "zumbi" e viram que o cara realmente tinha um atestado de óbito em seu nome, alguns anos antes.

Pesquisadores descobriram que estes zumbis são vítimas dos feiticeiros locais que os envenenam com um negócio feito de um monte de coisas, entre elas porções do veneno do baiacu (um peixe usado na culinária japonesa). O coitado entra em estado de "quase-morte" e realmente pode ser enterrado. O feiticeiro então ia lá e "resgatava" o defunto de sua cova... muitas vezes com graves danos neurológicos ou psicológicos.

Maiores detalhes escabrosos no filme de terror de Wes Craven: The Serpent and the Rainbow (esqueci o título em português)... sem esquecer que é um filme, um tanto exagerado, portanto.
 
então a conclusão seria q nem todos os mortos-vivos são zumbis e nem todos os zumbis são mortos-vivos?
 
Também acho que é sim, afinal, sete mortos saem andando do nada no meio do livro.
Mas dizer simplesmente que o Incidente é um livro de zumbis é injustiça. O livro vai muito além, pois eles não são apenas os mortos-vivos que atrapalham, como nos outros livros do gênero. São personagens da estória, que representam um papel importantíssimo, mesmo que o livro não seja centrado neles.
 
Creio que literalmente é sim um livro de zumbis, afinal são mortos-vivos caminhando pela cidade.

Mas arquetipicamente, como disse o Mavericco, acredito que não. Afinal os mortos-vivos não agem com zumbis comuns do tipo falam: "mioooooooolos" :lol:
 

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