• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Dostoievski profetiza...

  • Criador do tópico Paganus
  • Data de Criação
E onde está que exista algum discurso 'puramente' geopolítico? Todas as forças políticas, como aliás tudo que é humano, são em si manifestações de forças espirituais ou, ao menos, anímicas. =D

É pura ilusão sua crer que, por mais profanas que possam ser as intenções dos líderes mundiais (não descartando, hipoteticamente, o ínclito Putin), que estes simplesmente controlem tamanhas forças humanas e infra-humanas, que estas não lhes influenciem, que todo e qualquer movimento nesse tabuleiro não seja expressão de lutas e elementos mais profundos.

Agora sobre a motivação tradicionalista do eurasianismo, isso resta ver. Putin é muito cauteloso: aprovou leis anti-gayzistas e tem sido o queridinho de muitos conservadores não envenenados pelo Olavão, mas ainda se move com cuidado. Não se proclamará nenhum Estado tsarista ortodoxo antes da Rússia estar bem estabelecida no cenário mundial e antes da 4TP estar bem articulada em termos orgânicos e religiosos, em termos de integração de forças tradicionais.



Concordo com praticamente tudo aqui. As oposições que levantei entre a Terceira Via e o modernismo existem sim, mas, infelizmente, ou não passaram de retórica inflamada no começo dos movimentos ou foram impedidos de se cristalizar em verdadeira resistência 'alternativa'. Existem bons exemplos disso: o fascismo foi concebido e mesmo defendido como um socialismo nacional, com uma ideologia anti-liberal e mesmo um novo projeto civilizacional. Mas como o Evola não cansava de repetir: faltou base, faltaram verdadeiros princípios metafísicos, as referências ao mundo da Tradição não passavam de diletantismo intelectual ou de mera superficialidade, de retórica, propaganda.

O mesmo aconteceu na Alemanha, o desvio que Hitler realizou no Partido Nacional-Socialista, suas divergências com os irmãos Strasser com relação ao anti-semitismo, à revolução nacional-socialista, à aplicação do sistema de guildas e corporações (também utilizado imperfeitamente na Itália fascista). Outro exemplo é o rumo que o legionarismo tomou na Romênia, sendo mero adorno de um regime pró-Eixo, autoritariamente policial, militarista e profano (e profanizador da cultura ortodoxa romena), se apartando dos rumos 'legionários' delineados por Corneliu Codreanu, com sua filosofia do novo homem, puro, santo, legionário.

Não que eu queira fazer futurologia e dizer que se X e Y não tivessem acontecido, talvez o nazi-fascismo tivesse sido um sucesso belo e moral. Não. Evola nunca cessou de dizer que o fascismo NUNCA teve nada de tradicional além da retórica, e isso vindo de quem tentou 'de fora' reformá-lo doutrinalmente. Mussolini poderia admirar Evola, mas nunca substituiria Gentile por ele. Nesse sentido, como em outros, o nazi-fascismo de tornou mais um refém embrutecido da modernidade do que um verdadeiro conservadorismo revolucionário, mas não se pode negar em suas figuras mais periféricas e em diversos de seus elementos e momentos muitos aspectos que, tradicionais ou não, apelavam ao mito como algo fundante de uma realidade social e política inteiramente novas e, no entanto, velhas. O anti-liberalismo salta aos olhos nesses casos.




O sentido não é histórico-temporal, visto que esse aspecto (que existe) é relativo. O sentido é ideal mesmo, as ideias que podemos chamar de individualistas e mesmo de coletivistas tendências apenas aparentemente opostas de uma mesma visão de sociedade, ou melhor, de tendências anti-tradicionais vigentes historicamente desde muito tempo. Na verdade, ainda que a anti-Tradição flutue desde sempre pelas Eras do mundo, é um fato que se pode rastrear temporalmente seus princípios de forma mais dissolutiva ao final da última época tradicional do Ocidente: a Idade média.

Por volta do século XIV-XV, já se podem identificar elementos regressivos, característicos de uma sociedade em involução, sob os mais diversos aspectos. Os exemplos abundam: o protestantismo, por exemplo, o que mais seria que uma das reações mais vigorosas do racionalismo e do individualismo contra uma tradição essencialmente anti-individualista pela sua valorização da ascese e anti-racionalista, pela sua fidelidade à óbvia superioridade do conhecimento (gnose) divino face ao meramente discursivo? E o que seria mais individualista que a decadência do ecúmeno imperial do medievo trazida pelas disputas e guerras fratricidas promovidas por orgulhosos Estados nacionais dos começos da Idade moderna? E não é igualmente individualista o aparecimento na história da burguesia como uma classe crescendo cada vez mais e mais em poder econômico, pervertendo aos poucos todas as tradicionais relações de trabalho e produção, economia e sociedade? E não é racionalista todo o pensamento que acompanha essas transformações louvadas pelos apóstolos do progresso? Não havia racionalismo nesses fenômenos de decadência antes mesmo de existir um pensamento filosófico propriamente 'racionalista'? Não é a perda do sentido espiritual da existência e a constante secularização racionalista anterior a Descartes?

Esse assunto é complicado demais, eu poderia gastar páginas, mesmo escrever livros sobre os processos que levaram do mundo da Tradição ao mundo moderno e diria que esses processos históricos nada mais são que a manifestação de forças espirituais ou sub-espirituais em revolta contra todo 'espírito' verdadeiro, contra toda ortodoxia, ordem, legitimidade hierárquica e iniciática. Poderia escrever muito mais, mas acho desnecessário: basta acompanhar a história para enxergar como o mundo moderno, muito anterior às suas consequências fatais de 1789 e 1848, sempre foi uma gradual erosão de princípios eternos e inumanos que já guiaram a humanidade.

Aí se pula para coletivismo. Não se pode dizer que as sociedades tradicionais sejam coletivistas, se pode dizer que eram anti-individualistas, porém, os processos coletivistas, de coletivização da vida com todo o seu arcabouço teórico e aplicações quiméricas são frutos, produtos do mesmo espírito que engendrou o liberalismo, o mesmo espírito 'esclarecido' do racionalismo que busca resgatar o mundo do abismo em que queda a civilização ocidental. Essa 'salvação', porém, não se dará com um retorno às fontes pré-modernas, mas pela confiança em forças ainda mais obscuras que as que engendraram a modernidade: forças de massificação, de concepção do homem enquanto máquina e engrenagem, destruição de sua liberdade e perda de sua identidade pelo auto-sacrifício forçado com fins ainda mais quiméricos: o comunismo total, a revolução permanente, a organicidade intelectual. Em tudo, o comunismo apresenta aspectos ainda mais 'satânicos', desagregadores, caóticos, espiritualmente destrutivos que o capitalismo que procura derrubar ou corrigir.



Certamente é mais aceitável, até porque reconhecer que a raça, ou que características psíquicas e espirituais porventura relacionados ao sangue ou a algo que o substitua de certa forma (casta, pátria, nação etc), influenciam sim, e fortemente, a cultura e a civilização de forma geral é um simples fato, por mais que o neguem os apóstolos do igualitarismo mais ingênuo. A raça é sim um fator importante, mas está longe de ser o principal, o mais importante e entender raça como mera raça biológica é um erro brutal: porque não apenas seria equiparar o homem com qualquer animal irracional como seria ignorar que as grandes realizações do mundo da Tradição andaram lado a lado com aspectos raciais mais profundos que o simples sangue.

O sangue em si nada conta a favor, se o tal sangue não for santificado pela iniciação, introduzido no cerne do segredo iniciatório, no Centro da Tradição Primordial, ou seja, se esse sangue não for transfigurado em sangue divino pela iniciação promovidas pela guerra santa, pelo ato impessoal, pela ascese, pela mais pura e solar virilidade espiritual.

Isso nenhum nazi jamais entendeu.



Ué, e você quer alguém mas tolerante do que eu? A quase totalidade dos membros desse fórum ou é aberta e conscientemente marxista, liberal ou partidária das mais diversas formas de progressismo e relativismo moral e religioso, ou seja, são quase todos clara e flagrantemente inimigos do tradicionalismo, assim como eu, de suas ideias. E ainda assim, estou aqui discutindo sobre eurasianismo, Tradição, 4TP, DUgin, Evola, Terceira Via e uma série de outras doidivanias com vancês, amados!

Claro que eu posso perder a cabeça, me estressar, falar muita merda, mas só o fato de estar aqui, falando, discutindo e os ouvindo, será que nem isso... nem isso me faz soar menos intolerante? Extremista sim! Sempre! Mas intolerante?

Não os tolerasse e os respeitasse não teria o que fazer aqui, minha Preta.



Faz diferença a forma que o fazem. Eu considero o imperialismo ianque muito pior que o soviético exatamente porque escravizam e tiranizam sem parecer que o fazem, sob um véu hipócrita de excepcionalismo moralista, superioridade científico-tecnológica, auto-exaltação e exportação de sua identidade e democracia e sua imposição de valores através de infiltração insidiosa. A URSS, pelo menos, atacava abertamente, forçava os cristãos ao martírio, acabava involuntariamente fortalecendo o cristianismo e a religião enquanto que os EUA a destruíram praticamente com suas 'liberdades individuais', 'civilização', 'democracia' ou alguma outra besteira masturbatória.

Não temei o inimigo que mata o corpo, mas o que mata a alma.

Talvez seja melhor você observar outras fontes, outras mídias, procurar conhecer o o utro lado, Clarinha, em vez de se alimentar com o que a Globo mostra, como aquele merda do William Waack. Estaria o Putin tão errado assim? Seria ele tão monstruoso? Desliga o Jornal Nacional e vá ver alguma outra coisa, no internet mesmo. Faça um esforcinho.




Assomam-me lágrimas aos olhos ao ler os posts do confrade @Bruce Torres nesse tópico! Admira-me ver tamanha defesa dos princípios metafísicos e arguta análise do mundo moderno e suas punhetas coletivistas e anárquicas através de referenciais tão solares, viris, imperiais!

Ô glória! É pra glorificar de pé, assembleia!!!

O LOL é pela última resposta.
Tô vendo que devo ter medo mesmo do Bruce, porque pelo jeito faz sentido o que nós, ignaros esquerdistas/liberais, achamos que era zoeira. :-?

E não, @Paganus, eu não assisto um programa da rede globo (e nem leio a Veja) faz anos (acho que até décadas) o que leio é na internet mesmo, em portais de notícia ou jornais tipo Estadão e Folha de SP.
Não muda muita coisa, eu sei, mas é o que tenho disponível. =/
 
Tá intragável pra mim ver essa russofobia nas mídias sociais do Brasil. Aquele programa do Globo News, com o William Waack, foi a gota d´água pra mim. Na época da crise na Síria, foi a mesma coisa: pra mim ver aqueles filhos da puta daqueles mercenários serem tratados como 'rebeldes lutadores pela democracia e liberdade' foi o auge da cretinice.

Mas não sei também, talvez eu é que esteja off-stream demais, meio que um hipster da ideologia.
 
O LOL é pela última resposta.
Tô vendo que devo ter medo mesmo do Bruce, porque pelo jeito faz sentido o que nós, ignaros esquerdistas/liberais, achamos que era zoeira. :-?

Então, @Clara V. , eu usei o vocabulário dele de forma desconjuntada para resumir seu pensamento, mas de forma consciente visando ser irônico. Contudo, eu sabia que o @Paganus iria perdoar uma ou outra besteira ali mas veria suas ideias expostas bem na medida do possível por um leigo brincalhão. Não conheço muito de tradicionalismo mas já li um pouco Huberto Rohden, Teilhard de Chardin, Thomas Merton, etc., que tinham interpretações cosmológicas e religiosas que soam um pouco semelhantes aos tratados do colega ortodoxo-valinoriano. É uma linha de raciocínio com a qual eu não concordo mas acabo sempre aprendendo alguma coisa de interessante para usar no futuro por conta do meu pensamento estruturalista.
 
Mas na sua opinião, o Putin "pode" estar envolvido?
Tipo, não tem nada de ruim os russos invadirem um país sendo que os EUA fazem isso há anos?
Não entendi esse seu posicionamento, pra mim é sempre ruim não deixar que o povo de um país decida seu futuro .
Mais ruim ainda porque os russos estão fazendo isso de forma brutal.
@Paganus fala de "mãe rússia", Dostoievski, volta do Cristo, espiritualidade e tals mas tudo que vejo nas notícias é exército, autoritarismo, violência e opressão. =/

Se realmente o povo (ucraniano) decidir seria aceitável (concordo) , mas ao que parece a UE e os USA já decidiram o destino ( por enquanto) da Ucrânia. Lógico que os russos não ficariam quietos assistindo tudo passivamente, pois está em jogo muita coisa na região. Não me arrisco colocar a mão no fogo pelas superpotências, mas a política estadunidense de violar soberania e criar qualquer motivo para uma guerra nós conhecemos bem e os políticos de lá são suspeitos em falar qualquer coisa nesse sentido ( esse é meu ponto de vista ou birra...rs). Uma matéria interessante que li:

Seumas Milne: Pela primeira vez desde 45, neonazistas no poder
publicado em 6 de março de 2014 às 0:29

O confronto na Criméia é fruto da expansão ocidental

A disputa externa para dominar a Ucrânia colocou fascistas no poder e trouxe o país à beira do conflito

Seumas Milne, no diário britânico Guardian, em 05.03.2014

Pronunciamentos diplomáticos são reconhecidos pela hipocrisia e moral dupla. Mas as denúncias ocidentais sobre a intervenção russa na Criméia atingiram novas profundidades de auto-paródia. A incursão até agora sem sangue é “um incrível ato de agressão”, declarou o secretário de Estado John Kerry, dos Estados Unidos.

No século 21 você não invade países “sob pretextos completamente inventados”, ele insistiu, no momento em que aliados dos Estados Unidos concordavam que foi uma inaceitável violação da lei internacional, para a qual “haverá custos”.

Que os estados que lançaram o maior ato de agressão não provocada da História moderna com um pretexto inventado — contra o Iraque, uma guerra ilegal que já custou a vida de 500 mil pessoas, além da invasão do Afeganistão, troca de regime sangrenta na Líbia e a morte de milhares em ataques de aviões não tripulados no Paquistão, Iêmen e Somália, tudo sem autorização das Nações Unidos — deveria deixar claro que as declarações vão além do absurdo.

Não é apenas que a agressão ocidental e a matança sem lei estão em outra escala do que qualquer coisa que a Rússia tenha contemplado, o que dizer levado adiante — o que remove qualquer base crível para os Estados Unidos e seus aliados protestarem contra as transgressões da Rússia. O fato é que os poderes ocidentais também jogaram um papel central em criar a crise na Ucrânia em primeiro lugar.

Os Estados Unidos e os poderes europeus abertamente promoveram os protestos para derrubar o governo corrupto, mas eleito, de Viktor Yanukovych, que foram disparados pela controvérsia sobre um acordo tudo-ou-nada com a União Europeia, que teria excluído qualquer associação com a Rússia.

Na sua notória chamada telefônica “foda-se a União Europeia”, que vazou no mês passado, a subsecretária de Estado norte-americana Victoria Nuland pode ser ouvida descrevendo como seria um futuro governo pós-Yanukovych — governo que em seguida virou realidade como ela descreveu, quando o presidente foi deposto depois da escalada de violência, semanas depois.

O presidente tinha, então, perdido autoridade política, mas seu impeachment improvisado foi constitucionalmente dúbio. Em seu lugar surgiu um governo de oligarcas, de neoliberais recauchutados da Revolução Laranja e de neofacistas, que teve como um dos primeiros atos a remoção do status oficial do russo, falado pela maioria nas regiões sul e leste, ao mesmo tempo em que eram feitas tentativas de banir o Partido Comunista, que teve 13% dos votos nas eleições mais recentes.

Tem sido alegado que o papel dos fascistas nas demonstrações foi exagerado pela propaganda russa para justificar as manobras de Vladimir Putin na Criméia. A realidade é suficientemente alarmante para não precisar de exagero. Ativistas informam que a extrema-direita representava cerca de um terço dos manifestantes, mas eles foram decisivos nos confrontos com a polícia.

Gangues fascistas agora patrulham as ruas. Mas eles também estão nos corredores do poder em Kiev. O partido de extrema-direita, o Svoboda [ex-Partido Nacional Socialista], cujo líder denunciou “atividades criminosas” do “judaísmo organizado” e que foi condenado pelo Parlamento europeu por sua visão “racista e antissemita”, tem cinco postos ministeriais no novo governo, inclusive o vice primeiro-ministro e o procurador geral. O líder do ainda mais extremo Right Sector, que esteve no coração da violência nas ruas, agora é vice-chefe de segurança nacional da Ucrânia.

Neonazistas no governo é a primeira vez que se vê na Europa depois da Segunda Guerra Mundial. E isso é num governo não eleito, apoiado por Estados Unidos e União Europeia. Demonstrando desprezo pelos ucranianos comuns que protestaram contra a corrupção e esperavam mudança real, o novo governo indicou dois oligarcas bilionários — um deles administra seus negócios desde a Suiça — para serem os novos governantes das cidades de Donetsk e Dnepropetrovsk, no leste do país.

Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional está preparando um plano de austeridade de fazer chorar para a economia ucraniana, que afunda, o que pode apenas inchar a pobreza e o desemprego.

De uma perspectiva de longo prazo, a crise na Ucrânia é produto do desastroso estilhaçamento da União Soviética, estilo Versalhes, no início dos anos 90. Como na Iugoslávia, gente que estava contente em ser uma minoria nacional numa unidade administrativa de um estado multinacional — russos na Ucrânia soviética, ossetas do sul na Geórgia soviética — passaram a se sentir diferentes quando estas unidades se tornaram estados pelos quais eles tinham pouca lealdade.

No caso da Criméia, que foi transferida para a Ucrânia por Nikita Kruschev apenas nos anos 50, isso está claro para a maioria russa. Ao contrário do que foi prometido na época, os Estados Unidos e seus aliados desde então passaram a expandir a OTAN até as fronteiras da Rússia, incorporando nove ex-integrantes do Pacto de Varsóvia e três ex-repúblicas soviéticas ao que efetivamente se tornou uma aliança militar anti-russa na Europa. O acordo de associação que provocou a crise ucraniana também tinha cláusulas que integravam a Ucrânia à estrutura de defesa da União Europeia.

Aquela expansão militar ocidental foi suspensa pela primeira vez em 2008 quando a Geórgia, estado cliente dos Estados Unidos, atacou forças russas no território contestado da Ossétia do Sul e foram repelidas. O confronto curto mas sangrento também sinalizou o fim do mundo unipolar de George Bush, no qual o império dos Estados Unidos imporia sua vontade sem desafios em todos os continentes.

Dado este passado, não é surpreendente que a Rússia tenha agido para evitar que a mais nevrálgica e estrategicamente sensível Ucrânia caia no campo ocidental, especialmente quando a única grande base naval de água quente da Rússia é na Criméia.

Claramente, a justificativa de Putin para a intervenção — proteção “humanitária” e um apelo de um presidente deposto — é legalmente e politicamente frágil, ainda que não na escala das “armas de destruição em massa”. O nacionalismo conservador e o regime oligárquico de Putin também não tem grande apelo internacional.

Mas o papel da Rússia como uma contrapeso limitado ao poder unilateral do Ocidente tem apoio. Num mundo onde os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e seus aliados tornaram o desrespeito às leis internacionais uma rotina permanente sob um verniz moral, outros países são tentados a praticar o mesmo.

Felizmente, os únicos tiros disparados pela forças russas até agora foram no ar. Mas o perigo de uma escalada de intervenção estrangeira é óbvio. O que é necessário em vez disso é um acordo negociado na Ucrânia, inclusive com um governo de coalizão em Kiev que não tenha fascistas; uma constituição federal que garanta autonomia regional; apoio econômico que não pauperize a maioria; e uma oportunidade para que o povo da Criméia escolha seu próprio futuro. Qualquer outra solução pode espalhar o conflito.
Fonte: http://www.viomundo.com.br/denuncia...overno-europeu-com-apoio-dos-eua-e-da-ue.html
Fonte: http://www.theguardian.com/commentisfree/2014/mar/05/clash-crimea-western-expansion-ukraine-fascists
 
Tá intragável pra mim ver essa russofobia nas mídias sociais do Brasil.

Ainda que o evento tenha passado, como se trata da sua amada pátria Rússia, gostaria de saber sua opinião aqui nesse tópico em especial a notícia que publiquei no post 5 que fala do genocídio ocorrido na região da Circássia.
 
Última edição:
A Merkel confirmou minhas suspeitas do começo do tópico:

...
...dizendo que “estamos vivendo conflitos sobre esferas de influência e reinvindicações territoriais que conhecemos dos séculos 19 e 20 e que nós pensávamos que tivessem sido superados. Está claro que não foram.
...


http://veja.abril.com.br/blog/nova-york/russia/descendo-do-muro-de-berlim/



Uma vez que analistas alertavam no começo dos anos 2000 que o século 21 estava ficando mais parecido com o começo do século vinte do que com o futuro que desejávamos é notável que a sociedade ao invés de ter adquirido maturidade tenha caminhado para a mesma infantilização orgulhosa que precedeu os anos 20.

Naquela época todos pensavam que saberiam administrar facilmente, mas poucos sabiam de verdade e empurravam o problema pra frente com um visual estiloso novo. E aonde andava a integridade? Até mesmo o ambíguo conceito de honra estava em falta naquela época porque as leis estavam se torcendo com relativismo moral (alguma semelhança com o Brasil?).

Como as coisas andam parecidas, se este for mesmo um repeteco do século 20 (igual o analistas dizem) então as crises sociais que dispararam nos anos 00 e 10 são um ensaio para uma tensão social ainda pior que tende a vir no futuro (repetindo o que houve no século vinte culminando na segunda guerra, de armas mais terríveis e de mais longo alcance).

Pelo visto a Rússia soprou mesmo a poeira de cima de um objetivo que já era velho quando o muro de Berlim caiu. A diferença agora é que Putin pode estar usando um plano militar antigo para servir em uma conjuntura nova ao invés do método antigo de guerra fria.

A conferir.
 
Última edição:
Texto pra provocar o Paganus: O duguinismo no Brasil

Hahaha, pra quem não sabe o Olavo perdeu totalmente as estribeiras nesses últimos dias e as olavetes, como é de praxe, seguem o mestre nisso, mas de forma piorada.

Um deles publicou uma 'lista' onde eu e amigos conservadores, tradicionalistas e eurasianistas são incluídos como 'agentes da KGB infiltrados no Brasil para disseminar a revolução comunist-fascista de Dugin e Putin'.

:rofl::rofl::rofl::rofl::rofl::rofl::rofl::rofl:

Essa galera conservadora formada pelo Olavo é de chorar.

Esse texto aí, inclusive, é de chorar de tão ruim. Os caras estão totalmente fora da realidade quanto a qualquer 'duguinismo no Brasil'. Dugin só passou a ser conhecido no Brasil, e por um grupo de número limitadíssimo e extremamente hermético, a partir de 2012. Antes disso, o grupo era ainda mais limitado: alguns católicos tradicionalistas e o clubinho do Rafael Daher, um ortodoxo meio pinel estudioso de Evola e Guenon, além dos Santos Padres que vivia enchendo o saco do Olavo no orkut. Delírios e mais delírios desse povo.
 
Resultado final aponta 96,8% dos crimeios a favor da união à Rússia
1,2 milhão de eleitores votaram pela anexação ao país vizinho.
Parlamento crimeano deverá aprovar resultado nesta segunda-feira (17).


Uma maiorida de 96,8% dos votos do referendo realizado neste domingo (16) na Crimeia apontou que é a favor da união da República Autônoma da Crimeia à Rússia, informou nesta segunda-feira (17) Mikhail Malishev, chefe da comissão eleitoral local, após a apuração total dos votos, de acordo com a agência de notícias Associated Press. Isso representa 1,2 milhão de eleitores.
O parlamento crimeano aprovou os resultados do referendo e e pediu oficialmente a Moscou para que aceite a república separatista ucraniana dentro da Federação Russa.

Também nesta segunda, o presidente do legislativo crimeano, Vladimir Konstantinov, anunciou que as unidades militares ucranianas no território da Crimeia serão dissolvidas, mas os militares poderão continuar a viver na península se desejarem.

"Tudo o que se encontra aqui no território, claro, nacionalizaremos. As unidades militares serão dissolvidas, e os que quiserem podem continuar a viver aqui, por favor", afirmou Konstantinov, que acrescentou que "será um processo de reorganização normal".

Ele também deu as boas-vindas aos militares que quiserem jurar lealdade à nova formação autoproclamada. E assinalou que os militares ucranianos que desejarem ficar na península "encontrarão um exército normal, sério, e terão a oportunidade de obter um bom salário, digno e de servir a nossa pátria".

O Parlamento da Rússia anunciou aprovará legislação para permitir a anexação “num futuro muito próximo”, segundo a agência de notícias Interfax, que citou a declaração de um deputado.
“Eu não acredito que haverá qualquer demora em considerar essas questões na Duma (câmara baixa) ou no Conselho da Federação (câmara alta). Estamos prontos para aprovar todas as decisões legais necessárias o mais rápido possível”, disse Ilyas Umakhanov, do Conselho da Federação à emissora de televisão russa "Rossiya 24".

Antes mesmo de a votação começar, Estados Unidos e União Europeia comunicaram que não iriam aceitar o resultado do referendo, considerado ilegítimo. O presidente dos EUA, Barack Obama, conversou por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Ele disse que os EUA e seus aliados estão "preparados" para aplicar sanções a Moscou após o referendo na Crimeia. Ele ainda alertou Putin, segundo a Casa Branca, que os exercícios militares russos na fronteira da Ucrânia "só aumentam a tensão".

Milhares de pessoas celebravam o resultado na praça central da cidade de Simferopol desde quando autoridades separatistas anunciaram que metade das urnas já haviam sido apuradas e a maioria dos votos (95%) apoiava a anexação à Rússia.

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2...ta-97-dos-crimeios-favor-da-uniao-russia.html

Uma derrota significativa para a "diplomacia" USA & União europeia.
 
É o mesmo que penso sobre o caso das Ilhas Malvinas. A imensa
maioria que mora lá que ser cidadão britânico e aí não adianta os argentinos espernearem.

A resposta a que cheguei é que pelo que os analistas comentam há uma complicação maior que seria diferente do contexto das Malvinas.

O plano usado pela Rússia é de uma época em que o mundo criava estados artificiais com propósitos diretamente bélicos. Um século antes vastos territórios eram negociados por compensação financeira (Alaska, México).

Então luzes de advertência acenderam de Berlim a Nova Iorque porque a Ucrânia pode ser uma moda que pega e questionaram se o futuro trará uma nação autômata, se será uma nova nação independente ou se será absorvida ao longo do tempo pela Rússia. Até lá a Rússia e a Criméia vão ter que provar com ações que não são um governo de fachada para realizar operações financeiras excusas.

E falando nisso... Os japas estavam notando que a oficial porta voz da Crimea é bonita e eu concordo:

http://en.rocketnews24.com/2014/03/...-in-love-with-new-attorney-general-of-crimea/

2mo4c49.jpg


15x1opk.jpg
 
Interessante que é uma manobra estratégica e tanto colocar uma porta voz bonita. No sentido de símbolo, é quase um bardo dos tempos modernos. Daí talvez venham expressões como "colírio". Porque a visão de tal pessoa dá sede como a terra áspera que pede chuva. Pobre público de Idols japonesas, vão enfartar e ser as primeiras baixas da guerra da Criméia no Japão.

Por ela valeria invadir a Rússia no Inverno. :lol:

Pensando aqui com calma, essa seria também uma manobra que poderia inclusive funcionar (apesar de Napoleão, essa missão seria menor). Entrar na Rússia durante o inverno portando um convite para visitar as praias do Brasil tem maior apelo porque aqui seria verão (quase sempre é verão). A chance aumenta se você tiver uma casa na praia para hospedá-la(a moça parece gostar de água).

E o Cantona tocou num ponto do plano de agências de inteligência, que seria o fato de nem toda estratégia militar ser feita com pessoas feias.
 
Última edição:

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.404,79
Termina em:
Back
Topo