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Dos pecados

  • Criador do tópico Calib
  • Data de Criação
C

Calib

Visitante
Quisera tanto tê-la, por invídia,
ao ponto de odiar-lhe o amante e, em fúria,
com zelo, arquitetar tão torpe insídia
porque esse afeto se tornasse incúria.

Roubei-lha; agora ostento-a ao mundo, à mídia.
E o quanto quero a plebe ouvir, murmúrea,
curiosa pelo dia em que eu maride-a!
Sem pressa, a provo; aplico-me à luxúria…

É minha! Não carece matrimônio.
Beijo-lhe a boca tenra, as carnes mordo;
sorvo, ávido, o suor — de amor transbordo…

E hão de acusar-me de integral demônio,
pois, isso feito, deito e durmo. Errado?
O amor fez tudo, o original pecado!



08 MAIO 2008
(Da série Desenterrando Poemas Velhos por Incompetência de Escrever Novos)
 
Pecado maior seria deixar de amar...
Em tempo: Se quiser deixar o poema novíssimo é só não datar :hahano: .Ninguém vai ficar sabendo (quando publicar) se você escreveu em 2008 ou 2012.
XD É o tal "engana que eu gosto".Enfim, o que vale mesmo é tirar o soneto da gaveta ou do HD.
 
Lembrou-me Otelo... Talvez pelo "E hão de acusar-me de integral demônio,". De toda forma, gostei pacas =D
As rimas eu achei que ficaram bem interessantes também: percebo por vezes que rimas de paroxítonas acentuadas dão uma tonalidade mais forte e mais intensa à expressão...
 
Bem, uma das vantagens de pôr a data é que posso justificar possíveis erros à imaturidade da época, etc. Assim também não iludo ninguém a pensar que ando produzindo qualquer coisa atualmente: não escrevo um verso só há anos (tirando aqueles de brincadeira no fórum).
A outra vantagem é que posso afirmar que não tinha lido "Otelo" até 2008, então qualquer semelhança é mera coincidência. :hihihi:


Lembrou-lhe que trecho da peça, Mavericco? A mim não me lembra nada, mas minha leitura tem já um tempo, e foi feita sem grandes cuidados. Você eu sei que andou se encarnando no Shake ultimamente.
 
Tem muitos trechos, e todos os personagens principais (Otelo, Desdêmona e Iago) são caracterizados como demônios:

O Otelo pelo Iago no I Ato, 1ª cena: "Or else the devil will make a grandrise of you"; no II Ato, 2ª cena: "And what delight will she have to look on the devil?". A Emília, no final da peça, V ato, 2ª cena, o chama de "the blacker devil!", e "Thou dost belie her, and thou art a devil", na mesma cena.

A Desdêmona pelo Otelo em III, 3ª cena, é chamada de "fair devil", e, em III Ato, 4ª cena, "young and sweating devil". No IV Ato, 1ª cena, ele a chama diretamente de "Devil!", e, posteriormente, "O devil, devil! / If that the earth could teem with woman's tears / Each drop she falls would prove a crocodile".

Já o Iago é chamado pelo Otelo, no V Ato, 2ª cena, de "If that thou be'st a devil, I cannot kill thee". O Iago se refere a um demônio em um de seus solilóquios: "When devils will the blackest sins put on". A referência, porém, mais interessante, é quando o Otelo chama Iago de "demi-devil", no V Ato, 2ª cena.
 
Concordo com Tadu, pecado seria deixar de amar. Mas o que é o amor, se não mais um estado em que o cérebro está em transe...Brinquei (ou não). >.<
Legal Calib.
 
Seja do baú ou não, o fato é que amar nos descama/descasca de qualquer maneira. Intenso? Opa! Nosso eu-interior que nos diga. Muito bom Calib!
 

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