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Dois afegãos na esquina

JLM

mata o branquelo detta walker
[size=x-large]DOIS AFEGÃOS NA ESQUINA[/size]
de Jefferson Luiz Maleski


Em Cabul, dois homens observavam o movimento parados em uma esquina:

- Por Osama! Olha só o tamanho daquela burca! E que gingado! Vem cá com o baba, vem bêibe! Você é a quarta nora que a minha mãe pediu a Alá!

- Cara, essa é a MINHA esposa.

- Pôxa, foi malz Samir, é que eu não a reconheci olhando por esse ângulo. Mas se fosse você tomava mais cuidado, uma mulher dessas não pode ficar dando sopa pela rua. Cresce o olho, Samir! É um tesouro, uma especiaria rara, algo que você, melhor do que ninguém, sabe o quanto vale.

- Treze camelos, dois bodes e um iPod.

- iPod?

- É, a família dela é meio estranha.

- É.
 
"- Por Osama! Olha só o tamanho daquela burca! E que gingado! Vem cá com o baba, vem bêibe! Você é a quarta nora que a minha mãe pediu a Alá!"
que foda.

tem alguma mensagem escondida nesse negócio do ipod que eu não tenha intendido? :D
 
Preciso repetir que vc escreve muito bem?
Me lembrou Stanislaw Ponte Preta! O jeito do relato quase-jornalístico, os diálogos curtos e diretos. Rápido, preciso, criativo e engraçado.
O "-É" final foi ótimo. Se tivesse terminado uma frase antes, não teria a metade da graça.
Parabéns, de novo!
 
Sorel, se importaria em me explicar por que o "-É" foi tão importante? Tentei achar a diferença, mas.... Deve ser inexperiência. :D
 

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