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Documentário 'Marcelo Yuka no Caminho das Setas'

ricardo campos

Debochado!
In Memoriam

A questão da violência no nosso país, todos somos vítimas? Um cinegrafista da TV Band morto em serviço numa troca de tiros entre a polícia e bandidos, numa comunidade no Rio de Janeiro (Podia ser em qualquer lugar no país). Marcelo Yuka também foi vítima, até quando? O Documentário serve de reflexão.



Documentário 'MarceloYuka no Caminho das Setas'




E não foi fácil falar do real motivo que o fez deixar o Rappa, cerca um ano depois do trágico assalto. Até hoje sua saída da banda esteve 'mal explicada'. "Foi dolorido tocar no assunto. Mas, já que tinha me proposto a contar minha história, isto tinha que estar no filme. Senão, não estaria sendo honesto." Sobre tudo isso, Yuka conversou com o


Estado:


Você já assistiu ao filme? Como foi se ver no cinema?
Vi, mas não vi o último corte. Confesso que é tão difícil me ver na tela quanto ser filmado. No começo achei que fosse ser fácil,mas em um documentário a câmera está muito próxima, chega a ser incômodo. Emalguma hora, é preciso 'desligar'.

Como você recebeu a ideia?

Com cautela. Aceitei porque a ideia inicial eracontar minha busca pelo direito de ter acesso à pesquisa das células-tronco,algo que poderia me ajudar a voltar a andar. Esta não é uma luta só minha. Émundial. Mas tudo foi enveredando para minha história pessoal e artística também. Claro que um filme é sempre um recorte do diretor. É um misto de mim edo corte da Daniela. Há momentos em que me vejo e momentos que não. Só tenteiser honesto ao máximo, especialmente com minhas fragilidades. Não desempenhar opapel de vítima.

Mas você nunca fez este papel.

Nem vou. Armadilhas sempre existiram. Seria mais fácil e interessante midiaticamente se tivesse me tornado mártir da violência urbana no Brasil, mas jamais aceitaria. Se eu não tivesse cuidado, o que aconteceu comigo poderia me tornar 'o herói clássico' da tragédia grega.

Temia que o filme também o retratasse assim?

Claro. Tinha medo que fosse muito chapa branca. O corte da Daniela é muito mais gentil comigo do que o que realmente sou. Nas filmagens, pensava: as pessoas têm de ver que não sou tão legal assim, outros personagens têm que falar. Quero que este seja um filme que passou na minhavida. Não que minha vida passe em um filme.

Por falar em 'outros personagens',seu rompimento com o Rappa não poderia ficar de fora.
Exato. Se hoje não me vejo mais no Rappa,pertencendo àquilo, por mais doloroso que fosse, isso tinha que entrar nofilme, porque entrou na minha vida. Respeito a história da banda, mas hoje vejoque são pessoas que se curvam muito facilmente ao poder e ao que o mercado proporciona. A história já está mostrando isso.

Você fala pela primeira vez do motivo real de sua saída.

Era preciso falar. Não é comum um baterista compor,e por causa disso ser requisitado para entrevistas... Havia muito ego envolvido, a briga pelo poder em um nível doentio que poucas vezes pensei existir no mundo.


E havia a questão dos direitosautorais, o estopim de tudo.

Sim. Eu recebia 60% de tudo (50% dos direitos autorais das canções e mais 10% pela participação na composição). E os outros integrantes não achavam justo. Mas a questão é complexa. Hoje posso falar quenão são pessoas legais. Eles podem até continuar tentando replicar o que oRappa propagava antes, mas é preciso haver verdade no que se canta. Ali há uma pequenez humana como poucas vezes imaginei que pudesse haver.

Hoje você se vê em seu disco novo, seu primeiro trabalho solo.

Estou entre Rio e São Paulo, trabalhando nele. Estáficando bacana e deve ser lançado no início de 2012.



Fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/...as-setas-estreia-na-mostra-de-sp,791928,0.htm


"Eu não sei muito bem o que aconteceu. Só sei que sou baterista, tomei tiros, tô paraplégico e minha vida acabou" Marcelo Yuka


 
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