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Rebatendo: Clarice não usa de sentimentalismos para atrair o leitor. Não ao choro, não às lamentações(aqui eu queria citar um trecho d'A hora da estrela, mas não tenho esse livro =/). Sim à busca de nós mesmos, à nossa identidade! Votem em Clarice, a nossa bruxa das palavras !
Ora bolas, mas pra isso basta fazer um Boletim de Ocorrência, caso tenha perdido a identidade... E, se você e sua cliente estão tão perdidos assim, posso mandar o link, caso queiram (pois tenho um bom coração).
Mesmo porque a questão da busca em Nabokov não é uma mera questão individual. Quando uma personagem de Nabokov busca sua identidade, ela busca, na verdade, uma cultura. Temos fundamentalmente um contato cultural a partir do momento em que, na condição de exilada, a personagem perde seus costumes, sua terra, sua história.
Esse aspecto é realmente mais velado em Lolita, onde nós temos, basicamente, uma busca cruzada: Humbert procura Lolita que é, na verdade, a busca de sua companheira, de sua experiência sexual ocorrida durante a infância que nas primeiras páginas o narrador nos diz. Mas, para além do périplo de busca interior por um passado que se perdeu, à Proust, o resultado disso é simbólica e efetivamente a busca, reitero, de uma cultura.
Dos romances nabokovianos, aquele em que essa perspectiva mais se aprofunda é o engenhosíssimo livro "Fogo Pálido". Sua estrutura é complexa, de modo que apenas o pensar em como lê-lo já é uma forma saborosa de degustá-lo.
O livro fala de um poema escrito pelo poeta John Shade antes de sua morte. O poema tem toda uma gama de referências à sua pátria, Zemba.
Além do poema, o livro Fogo Pálido também oferece o comentário crítico e a interpretação de um admirador de Shade denominado Charles Kinbote, de modo que o livro é, basicamente, um poema comentado. E tudo isso com a amplitude técnica de Nabokov que leva às últimas consequências a correlação entre mensagem poética e mensagem prosódica, entre o dizer cultural da poesia e o dizer cultural da prosa...
Enfim. O fato é que em Fogo Pálido nós não temos bolsos furados, CPFs no chão ou RGs surrupiados. Além da busca tanto de Shade quanto de Kinbote de si mesmos, bem como na busca de Kinbote pela figura reclusa de Shade (visto que nos textos nabokovianos sempre existe um contraponto de mistério [ou de misantropia], seja ele o primeiro narrador como Humbert ou uma personagem externa como o Sebastian Knight); além dessas duas buscas, temos a busca de toda uma nação que se metaforiza e suplanta o mero inconsciente individual para arcar com o inconsciente coletivo.
Além do mais, Fogo Pálido possui várias referências a outros artistas como Dostoiévski, Joyce ou T. S. Eliot, bem como a livros anteriores de Nabokov, entre eles o Lolita (que aparece como "Hurricane Lolita").
Para citar apenas o começo do poema Fogo Pálido, que é cíclico (é composto de 999 versos onde o milésimo seria o primeiro), temos:
I was the shadow of the waxwing slain By the false azure in the windowpane; I was the smudge of ashen fluff--and I Lived on, flew on, in the reflected sky.
Metáfora parecida foi utilizada por um poeta goiano, Afonso Félix de Sousa, em um de seus primeiros livros e sob o mesmo auspício do tema do exílio... Mas, de resto, quanta beleza, quanto significado, não acham? O pássaro não se espedaça na vidraça: ele mora, ele continua seu voo ao longo do céu refletido...
Enfim. Acho que consegui mostrar que não é uma questão de endoscopia.
Biel, eu deveria te dar uns cascudos por você não ter A hora da estrela.
E, gente, votei, rápido, porque se o Mavz cortar os pulsos, cês vão falar que isso foi influência da saitorë dele. E ser chamada de EMO não fará bem para a minha já DESTRUÍDA reputação neste fórum.
Você vai votar no Nabokov, é claro! Vi que você deu 5 estrelas pro "Detalhes de um Pôr-do-sol" no Censo de 2012... E olhe que esse livro de contos do Nabokov é fraco, hein? Prometo, para as próximas disputas, falar um pouco mais de contos como The Vane Sisters, que são pesos-pesados.
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