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[Discussão] Sobre vilões e mocinhos

Breno C.

Usuário
O que faz de um personagem um vilão?
Quando o vilão se torna mais importante que o mocinho?
Quais são os piores clichês quando o tema são os vilões?
Pode um vilão ser na verdade o mocinho? (essa foi a mais viajada de todas)

Eu estou me fazendo todas essas perguntas agora que estou lendo de novo o livro O médico e o monstro (para o club de leitura aqui do fórum). Sou completamente motivado pelo fato de que nesse livro o mocinho e o vilão são a mesma pessoa, quer dizer... são personalidades de uma mesmo pessoa.
Gostaria de saber qual é a relação de vocês com os vilões dos livros que lêem.
[align=center]***[/align]
Bom... acho que todo mundo já sabe como funcionam esses tópicos que eu coloco na frente do título a "tag" [Discussão], mas gostaria de lembrar que temos que respeitar as opiniões dos amiguinhos de fórum, porque... porque... :think:porque assim agente vai ter um fórum mais saudável :timido:
 
Todos somos movidos por desejo, carência, culpa. Ninguém é inteiramente bom, ninguém conseguiu tornar-se inteiramente mau. Ninguém é mau a todos; às vezes os heróis são vilões à vista de outros. O mesmo acontece com os maus. Ninguém escolhe ser mau. A maldade não costuma ser primeira opção de ninguém. O que é o bem, o que é o mau? Quem define a morte justificada? A ética e os costumes de uma cultura universal?

Faça um favor a si: busque uma motivação, não uma cartilha de bom e mau comportamento.
 
Ok, Fabittar,

Discurso bonito, concordo... na vida real!

Mas nos livros tudo é possivel! Existem sim personagens totalmente bons e totalmente maus, pq quem define é o autor!

Ninguém está fazendo cartilhas... e sim, discutindo como isso é posto na literatura...
 
Amélie disse:
eu odeio quando os vilãos contam os planos... mas normalmente simpatizo com eles! Os acho mais inteligentes... Mocinhos são :tedio:

é geralmente nessa parte que eu sei que o bem vai vencer no final...:rofl:

fabittar disse:
Todos somos movidos por desejo, carência, culpa. Ninguém é inteiramente bom, ninguém conseguiu tornar-se inteiramente mau. Ninguém é mau a todos; às vezes os heróis são vilões à vista de outros. O mesmo acontece com os maus. Ninguém escolhe ser mau. A maldade não costuma ser primeira opção de ninguém. O que é o bem, o que é o mau? Quem define a morte justificada? A ética e os costumes de uma cultura universal?

Faça um favor a si: busque uma motivação, não uma cartilha de bom e mau comportamento.

Hummmm... Como a Amelie já disse: esse discurso é muito bonito, mas só se aplica a vida real e adiciono que ele se aplica a livros que retratam a vida real também. Certos livros tem personagens completamente maus ou completamente bons e nem sempre haverá motivação, alguns personagens não foram criados com o intuito de serem "grandes" por isso não tem um background, logo não tendo motivação para seus atos e postura. Mas acho que, no final, sua opinião é muito válida, porque tem pessoa que ao ler sobre determinado personagens, não se preocupam com os motivos.
 
fabittar disse:
Maniqueísmo: belíssimo em histórias em quadrinhos, livros infantis e textos bíblicos.

Eu sou fã de histórias em quadrinhos, leio livros infantis sempre que rola um tempo e já lia biblia, pelo menos umas três vezes!
Sou um maniqueista? (ta ligado que eu tive que pesquisar o significado da palavra né?!)
 
O relativismo moral é um dos grandes responsáveis pela leniência da sociedade em relação à maioria dos males no mundo contemporâneo. Também foi ele importante personagem em épocas da II guerra, tanto para protelar a ofensiva contra o Eixo como para justificá-lo.

Ninguém é inteiramente mau? Sem dúvida, aparte algumas exceções. Ninguém escolhe ser mau? Evidente que escolhe. A preguiça – tanto física como mental – costuma ser um dos maiores caminhos para essa escolha.

A propósito, quem interpreta a bíblia (especialmente o velho testamento) como maniqueísta não deve tê-la lido. Só há personagens maus.
 
Raphael disse:
O relativismo moral é um dos grandes responsáveis pela leniência da sociedade em relação à maioria dos males no mundo contemporâneo. Também foi ele importante personagem em épocas da II guerra, tanto para protelar a ofensiva contra o Eixo como para justificá-lo.

Ate chorei depois de ler isso... Quase um descrição wikipediana...
Raphael disse:
A propósito, quem interpreta a bíblia (especialmente o velho testamento) como maniqueísta não deve tê-la lido. Só há personagens maus.

Então posso ficar feliz. Até metade do dia eu nem sabia o que era maniqueísmo...XD
 
Não chega a valer lágrimas, Wikipédia é uma péssima fonte de consulta...

Sobre o livro do Louis Stevenson, faz tempo que li, mas se bem me lembro tive a impressão que o Hyde nada mais era que os traços mais obscuros do Dr. Jekyl, seus desejos íntimos e impronunciáveis talvez.

sobre os vilões da literatura, é difícil definir. Algumas vezes são mais legais quando se enquadram no maniqueísmo, outras não.
 
Raphael disse:
Não chega a valer lágrimas, Wikipédia é uma péssima fonte de consulta...

A em português o é, a em inglês é muito boa.

Raphael disse:
Sobre o livro do Louis Stevenson, faz tempo que li, mas se bem me lembro tive a impressão que o Hyde nada mais era que os traços mais obscuros do Dr. Jekyl, seus desejos íntimos e impronunciáveis talvez.

E não é só impressão e é por isso que esse livro é brilhante, fora isso ele é bem normalzinho se for ver.

A relação em O Médico e O Monstro é muito mais Yin-Yang que Bem X Mal, apesar de carregar certas características clássicas inerentes aos personagens bons e maus.

Enfim, poderia até fazer um post mais detalhado sobre o Mito do Herói e tal, mas estou com uma preguiça enorme, então só fica a recomendação de Joseph Campbell, um dos maiores escritores sobre esse assunto (e sobre mitologia em geral).

Mas, pra resumir, pensem assim:

Deuses ---> Semi-deuses ---> Heróis ---> Homens ---> Homens Zoomorfizados ---> animal.

É bem assim que a dinâmica do herói se transcorreu através da história da Literatura, desde Zeus até a barata do Kafka.
 
Pescaldo disse:
Raphael disse:
Não chega a valer lágrimas, Wikipédia é uma péssima fonte de consulta...

A em português o é, a em inglês é muito boa.



Raphael disse:
Sobre o livro do Louis Stevenson, faz tempo que li, mas se bem me lembro tive a impressão que o Hyde nada mais era que os traços mais obscuros do Dr. Jekyl, seus desejos íntimos e impronunciáveis talvez.

E não é só impressão e é por isso que esse livro é brilhante, fora isso ele é bem normalzinho se for ver.

A relação em O Médico e O Monstro é muito mais Yin-Yang que Bem X Mal, apesar de carregar certas características clássicas inerentes aos personagens bons e maus.

Enfim, poderia até fazer um post mais detalhado sobre o Mito do Herói e tal, mas estou com uma preguiça enorme, então só fica a recomendação de Joseph Campbell, um dos maiores escritores sobre esse assunto (e sobre mitologia em geral).

Mas, pra resumir, pensem assim:

Deuses ---> Semi-deuses ---> Heróis ---> Homens ---> Homens Zoomorfizados ---> animal.

É bem assim que a dinâmica do herói se transcorreu através da história da Literatura, desde Zeus até a barata do Kafka.

é um pouco melhor, mas elas tendem a um lado ideológico excessivo algumas vezes.

"A relação em O Médico e O Monstro é muito mais Yin-Yang que Bem X Mal, apesar de carregar certas características clássicas inerentes aos personagens bons e maus."

sim, é por aí
 
Pescaldo disse:
A relação em O Médico e O Monstro é muito mais Yin-Yang que Bem X Mal, apesar de carregar certas características clássicas inerentes aos personagens bons e maus.

Acho que eu estou entendendo, mas quando você tiver um tempo, explica diferença de bem e mal para Yin-yang que eu não sei.

Pescaldo disse:
Mas, pra resumir, pensem assim:

Deuses ---> Semi-deuses ---> Heróis ---> Homens ---> Homens Zoomorfizados ---> animal.

É bem assim que a dinâmica do herói se transcorreu através da história da Literatura, desde Zeus até a barata do Kafka.

Po! Maneira essa forma de ver a coisa. Mas e quando os animais são de alguma forma deuses?
 
Breno C. disse:
Acho que eu estou entendendo, mas quando você tiver um tempo, explica diferença de bem e mal para Yin-yang que eu não sei.

Ah, tou com preguiça, pesquisa aí.


Breno C. disse:
Po! Maneira essa forma de ver a coisa. Mas e quando os animais são de alguma forma deuses?

Se os animais são deuses eles são deuses ué, simples assim.
 
Pescaldo disse:
Ah, tou com preguiça, pesquisa aí.
Por isso que eu falei quando você tiver um tempo, mas to pesquisando mesmo, nem precisa mais.

Pescaldo disse:
Se os animais são deuses eles são deuses ué, simples assim.

Sem nexo. A coisa ficaria assim:

Deuses ---> Semi-deuses ---> Heróis ---> Homens ---> Homens Zoomorfizados ---> animal.

Animais = Deuses
logo

Animal ---> Semi-deuses ---> Heróis ---> Homens ---> Homens Zoomorfizados ---> animal.
 
Isso é na história da literatura, desde Homero até a barata do Kafka. Se os animais são deuses, então os deuses estão zoormofizados (o que os rebaixaria) ou então eles têm características divinas (o que os tornam deuses).
 
Bom...aí vai de pessoa pra pessoa. Eu por exemplo desde a primeira página do livro que eu leio, já começo procurando onde é que está o vilão, sabe, porque pra mim nada é mais divertido que ver eles manipularem a história toda, armarem, ou darem as famosas "puxadas de tapete" nos mocinhos. Hmm...os piores clichês pra eles? Acho que o truque do "santinho" que engana todo mundo é ótimo, porém já foi muito usado, não é mesmo? Histórias assim se tornam previsíveis demais...
 
Fernando Giacon disse:
Bom...aí vai de pessoa pra pessoa. Eu por exemplo desde a primeira página do livro que eu leio, já começo procurando onde é que está o vilão, sabe, porque pra mim nada é mais divertido que ver eles manipularem a história toda, armarem, ou darem as famosas "puxadas de tapete" nos mocinhos. Hmm...os piores clichês pra eles? Acho que o truque do "santinho" que engana todo mundo é ótimo, porém já foi muito usado, não é mesmo? Histórias assim se tornam previsíveis demais...
Procurar vilões logo nas primeiras páginas pode causar danos a história, um grande exemplo são os livros da Agatha Cristei (tipo: Assassinato no expresso do Oriente), onde nem sempre as coisas são o que parecem. Eu prefiro deixar a coisa rolar, deixar que a história mostre "quem está errado e quem está certo".
 
Breno C. disse:
Procurar vilões logo nas primeiras páginas pode causar danos a história, um grande exemplo são os livros da Agatha Cristei (tipo: Assassinato no expresso do Oriente), onde nem sempre as coisas são o que parecem. Eu prefiro deixar a coisa rolar, deixar que a história mostre "quem está errado e quem está certo".
Ah pode até ser mais legal deixar a coisa rolar né cara, mais é que é tão da hora ver o vilão logo nas primeiras páginas, sei lá, dá uma emoção maior, sabe? Odeio ficar de fora do "quem é quem". Infelizmente...¬¬
 
Acho que toda história precisa de seu mocinho/vilão, não teria graça ler algo somente "bom" ou "mau".
Acredito que muitas pessoas leem os livros e se identificam com os personagens, fantasiam fazer o que eles fazem, tanto para o bem como para o mal.
Certa vez li uma frase que condiz com o que escrevi acima: homens maus fazem o que os bons fantasiam....
 

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