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[Discussão] Inspiração

Breno C.

Usuário
Alguns escritores dizem que inspiração é o fator mais importante para uma boa obra, pois é nela que reside a alma do trabalho.

Sei que nem todo mundo aqui do fórum escreve e que poucos os publicam por aqui, mas o que eu queria discutir ou saber é aquilo que te inspira a escrever e se existe alguma relação direta da inspiração com a importância final da obra.

(Acho que um bom livro para o tema da discussão é o livro Ensaio sobre a cegueira)
 
A Idéia

De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!

Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...

Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica.


Augusto dos Anjos

E eu concordo com ele e com Drummond também quando ele diz que Arte é 10% inspiração e 90% transpiração. Ter a idéia é uma coisa, mas se você não trabalha em cima dela, provavelmente ela ficará bem crua e não-aproveitável.
 
Para se contar uma boa história, basta inspiração. Manda ver e coloca no papel tudo o que passou pela cabeça. Agora, para fazer uma obra literária impecável, aí tem que suar, sim. Tem gente que pensa que para poesia basta rimar coração com canção e está tudo bem. Não, dá para fazer muito mais com isso, como vários poetas já provaram. E o mesmo vale para a prosa. Ou vocês acham que o Grande Sertão do Guimarães foi escrito de uma vez só? :)
 
Pescaldo disse:
E eu concordo com ele e com Drummond também quando ele diz que Arte é 10% inspiração e 90% transpiração. Ter a idéia é uma coisa, mas se você não trabalha em cima dela, provavelmente ela ficará bem crua e não-aproveitável.

Você já tinha colocado isso em outro tópico né?

Mas em fim: concordo com esse negócio sobre a transpiração e inspiração em parte, porque o autor pode suar rios encima de uma obra, mas se ele não estiver inspirado a coisa sai meio plástica, sem sentimentos. E a meu ver a inspiração ta muito ligada também ao temperamento momentâneo do escritor.
 
Breno C. disse:
Você já tinha colocado isso em outro tópico né?

Mas em fim: concordo com esse negócio sobre a transpiração e inspiração em parte, porque o autor pode suar rios encima de uma obra, mas se ele não estiver inspirado a coisa sai meio plástica, sem sentimentos. E a meu ver a inspiração ta muito ligada também ao temperamento momentâneo do escritor.

Já sim, é que ela resume bem a idéia de trabalho literário. Tipo, aquele poema do Fernando Pessoa (autopsicografia) rebate esse teu argumento. Inspiração não é nada mais que a idéia que o escritor tem. Depois que vem o trabalhar com a obra e tal.
 
Pescaldo disse:
Já sim, é que ela resume bem a idéia de trabalho literário. Tipo, aquele poema do Fernando Pessoa (autopsicografia) rebate esse teu argumento. Inspiração não é nada mais que a idéia que o escritor tem. Depois que vem o trabalhar com a obra e tal.

Po! Mas se o cara não tem uma idéia boa, não adiante ser o melhor escritor do mundo! As vezes da até para enganar, tipo: Celular do King, é um livro bom (note bem, eu disse bom), mesmo a idéia principal sendo meio esdrúxula.
 
Breno C. disse:
Po! Mas se o cara não tem uma idéia boa, não adiante ser o melhor escritor do mundo! As vezes da até para enganar, tipo: Celular do King, é um livro bom (note bem, eu disse bom), mesmo a idéia principal sendo meio esdrúxula.

Quer coisa mais batida que traição conjugal? Dom Casmurro.
Quer coisa mais batida que romance de cavalaria? Dom Quixote.

E outro autor que pode dar uma rebatida maneira nesse teu lance de "a coisa sai meio plástica se não tiver sentimento" é Camões: tem um dos poemas mais belos sobre Amor (que é um dos mais razoáveis dele) e foi um putanheiro do começo ao fim da vida.

Se tu for relacionar a vida de Camões com a sua obra você dificilmente achará algo em comum.

A chave do mundo real não abre a chave da subjetividade. O texto é subjetivo e vive aquém do autor. Fazer qualquer relação autor-obra é diminuir a arte e torná-la rasa, sem significado pra mais nada.

Foda-se que o autor é bicha, ou drogado, ou era cego. O autor não quer dizer nada, ele simplesmente disse e pronto. Não é tarefa do leitor ficar imaginando que porquê ele era bicha ele escreveu uma história assim ou coisa do tipo. A vida do autor não importa, se importasse leríamos a sua biografia, não seus livros.

E também não é SOBRE o que se escreve, mas sim COMO se escreve. Pegue poemas falando sobre Amor e veja quantos realmente prestam (e até mesmo do mesmo autor).

O próprio Manuel Bandeira utiliza temas do cotidiano para ser sublime.
 
Breno C. disse:
Po! Mas se o cara não tem uma idéia boa, não adiante ser o melhor escritor do mundo! As vezes da até para enganar, tipo: Celular do King, é um livro bom (note bem, eu disse bom), mesmo a idéia principal sendo meio esdrúxula.

Pôxa Breno, falando no livro Celular penso exatamente o contrário, a idéia do livro foi boa mas o livro nem tanto porque não me apresentou o terror característico das obras do King, mas claro, respeito sua opinião, viu menino? Nós achamos um livro bom, apesar de os motivos serem diferentes, porém já vi algumas pessoas classificando-o como um dos melhores de King...

E voltando ao assunto do tópico, você sabe que eu não escrevo, sou um dos peixes fora d'água aqui do meia, acho que já disse por aqui que não tenho formação universitária e não entendo nada de literatura, apenas gosto de ler.

Em minha opinião de leiga acredito que é relativo: um autor pode ter uma inspiração e tanto, mas, se não souber desenvolvê-la não terá um bom resultado para a sua obra, e vice-versa. Uma idéia mesmo sendo medíocre, se bem trabalhada, poderá ganhar louros.

Quando esses dois fatores caminham juntos o sucesso é inevitável. A inspiração trará todo lado sentimental para a obra e o seu bom desenvolvimento garantirá que ela esteja presente do princípio ao fim.

bjs da angel;)
 
Pescaldo disse:
Quer coisa mais batida que traição conjugal? Dom Casmurro.
Quer coisa mais batida que romance de cavalaria? Dom Quixote.
Péssimos exemplo para mim, já que não sou fã de nenhum das duas, mesmo sabendo que foram grande histórias de grandes livros.

Pescaldo disse:
Se tu for relacionar a vida de Camões com a sua obra você dificilmente achará algo em comum.

A chave do mundo real não abre a chave da subjetividade. O texto é subjetivo e vive aquém do autor. Fazer qualquer relação autor-obra é diminuir a arte e torná-la rasa, sem significado pra mais nada.

Não quis dizer isso. Acho que um cara que é estremamente morbido e sombrio, pode escrever contos de amor e vice versa. E até concordo com essa relação entre o autor e a obra, porque a obra costuma ser bem maior que o autor ou o leva junto para um estado de grandeza.

Pescaldo disse:
Foda-se que o autor é bicha, ou drogado, ou era cego. O autor não quer dizer nada, ele simplesmente disse e pronto. Não é tarefa do leitor ficar imaginando que porquê ele era bicha ele escreveu uma história assim ou coisa do tipo. A vida do autor não importa, se importasse leríamos a sua biografia, não seus livros.

Nisso eu discordo, pois acredito que mesmo no primeiro caso que eu citei sobre a morbides e os contos de amor, ainda assim havera uma contaminação da obra pela vida do autor, mesmo que muito sutil.

Pescaldo disse:
E também não é SOBRE o que se escreve, mas sim COMO se escreve. Pegue poemas falando sobre Amor e veja quantos realmente prestam (e até mesmo do mesmo autor).

Tópico errado filhote, esse aqui é o Inspiração, então é exatamente sobre o que se escreve.

Angélica disse:
porém já vi algumas pessoas classificando-o como um dos melhores de King...
Porque é totalmente fora o conceito do King (isso conforme uma das pessoas que eu conheço que mais gosta dele)

Angélica disse:
E voltando ao assunto do tópico, você sabe que eu não escrevo, sou um dos peixes fora d'água aqui do meia, acho que já disse por aqui que não tenho formação universitária e não entendo nada de literatura, apenas gosto de ler.

E isso é o mais importa. No fundo ter todo o conhecimento de um autor não serve de nada se você não pode sentir o que ele quer passar ou não ter a capacidade de refletir sobre o que é escrito

Angélica disse:
Em minha opinião de leiga acredito que é relativo: um autor pode ter uma inspiração e tanto, mas, se não souber desenvolvê-la não terá um bom resultado para a sua obra, e vice-versa. Uma idéia mesmo sendo medíocre, se bem trabalhada, poderá ganhar louros.

Quando esses dois fatores caminham juntos o sucesso é inevitável. A inspiração trará todo lado sentimental para a obra e o seu bom desenvolvimento garantirá que ela esteja presente do princípio ao fim.

Preciso nem dizer mais nada.
 
Como já disse em outro tópico: não interessa o que você gosta, literatura é uma ciência e como tal tem mecanismos de análise para isso. Você pode não gostar de Machado ou de Dom Quixote, assim como pode não gostar da lei da gravidade, mas fazer o quê? As coisas caem, Machado é um gênio e Quixote é apenas (veja só, apenas) a melhor e maior obra de literatura da história da humanidade, eleita por diversos críticos e teóricos literários.

Se você acredita que haverá contaminação na obra pela vida do autor, pode acreditar. Porém é em vão essa tua crença, já que existe um rapaz chamado Fernando Pessoa que criou outros três famosos heterônimos (Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos) com nenhuma relação com sua vida ou seus pensamentos. Agora me diz: esses caras têm até livros escritos, aliás, têm prefácio de um deles escrito pelo outro, diga-me: como isso é possível em não perceber que não é Fernando Pessoa? E acredite, você não percebe, não existe nenhum traço parecido. Postei isso em outro tópico já, os quatro estágios da escrita.

Acho, com todo o coração, que você deveria aprender a fazer leituras. Realmente não é SOBRE o que se escreve que diferencia um bom autor de outro autor, e sim COMO se escreve. O trabalho com as palavras e o esmero em seu trabalho que vão diferenciar a habilidade de escrita. O tema pode ser o mesmo, mas o desenvolver dele é diferente. Temas existem poucos no mundo (sobre o que se escreve), textos existem diversos (como se escreve) e apenas os mais fuckests chegam há algum lugar.

Procure as obras do semioticista Mikhail Bakhtin, recomendo fortemente para que se aprofunde mais nos ditos literários.
 
Penso que é preciso inspiração e tempo e vontade para dar um trato no texto. E é bem perceptível quando foram utilizados esses instrumentos.

Editado: percebível (se essa palavra existe) - por perceptível
 
Pescaldo disse:
Como já disse em outro tópico: não interessa o que você gosta, literatura é uma ciência e como tal tem mecanismos de análise para isso. Você pode não gostar de Machado ou de Dom Quixote, assim como pode não gostar da lei da gravidade, mas fazer o quê? As coisas caem, Machado é um gênio e Quixote é apenas (veja só, apenas) a melhor e maior obra de literatura da história da humanidade, eleita por diversos críticos e teóricos literários.

Só por essa tua declaração deu para ver que agente, não só, tem uma visão diferente como ela também é conflitante. Eu vejo a literatura como uma arte e não como uma ciência, então para mim não existe critério de avaliação além da "sua" própria opinião. E talvez por isso uma das minhas frases principais em relação as artes seja: " Não importa se é bom para a critica, tem que ser bom para você!". Mas é de divergências que o mundo é feito né? (ou talvez não).

Pescaldo disse:
Se você acredita que haverá contaminação na obra pela vida do autor, pode acreditar. Porém é em vão essa tua crença, já que existe um rapaz chamado Fernando Pessoa que criou outros três famosos heterônimos (Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos) com nenhuma relação com sua vida ou seus pensamentos. Agora me diz: esses caras têm até livros escritos, aliás, têm prefácio de um deles escrito pelo outro, diga-me: como isso é possível em não perceber que não é Fernando Pessoa? E acredite, você não percebe, não existe nenhum traço parecido. Postei isso em outro tópico já, os quatro estágios da escrita.

Engraçado que sempre tive oportunidade de ler algumas coisas do Fernando Pessoa, mas sempre fico protelando, agora me interessei de vez. Bem... quanto a esse fato que você descreveu, tenho "n" respostas, mas a maior parte dela descamba para um lado da mente ainda não conhecido e sobre a pluralidade do ser humano, o que não é o tema da discussão!

Pescaldo disse:
Acho, com todo o coração, que você deveria aprender a fazer leituras. Realmente não é SOBRE o que se escreve que diferencia um bom autor de outro autor, e sim COMO se escreve. O trabalho com as palavras e o esmero em seu trabalho que vão diferenciar a habilidade de escrita. O tema pode ser o mesmo, mas o desenvolver dele é diferente. Temas existem poucos no mundo (sobre o que se escreve), textos existem diversos (como se escreve) e apenas os mais fuckests chegam há algum lugar.

Pust! Preferia fingir que não li isso, mas vai ficar um pouco difícil. Bem, bem... mais uma visão conflitante que temos. Eu acredito que bons escritores (no sentido da escrita) existem aos milhões e que existem poucos que saibam captar o que deve ser escrito.

Pescaldo disse:
Procure as obras do semioticista Mikhail Bakhtin, recomendo fortemente para que se aprofunde mais nos ditos literários.

Registrado! Quando tiver um tempo vou procurar.
 
Breno, quero que você entenda uma coisa: o que eu digo e repito que a Literatura é uma ciência (além de ser uma Arte e claro que inexata), não sou eu. É algo que vem desde Aristóteles/Platão e se estende até hoje com, por exemplo, Umberto Eco (talvez o melhor teórico literário vivo).

Aliás, todas as Artes são consideradas ciências, por isso se estuda Literatura e existem matérias como Educação Artística no currículo escolar.

Mais uma vez estive a conversar com a minha namorada sobre Arte hoje. Sou um pretenso escritor e ela desenhista/pintora, eu prestes a me formar em Letras e ela já formada (na mesma faculdade que eu sou discente). Estávamos conversando que tanto Duchamps (precursor do Dadaísmo) quanto os Modernistas (e o Manifesto Antropófogo) foram mal-interpretados e o são até hoje.

Expressão artística qualquer um faz. Eu posso fazer, você pode fazer, Paulo Coelho pode fazer, um Chimpanzé pode fazer (e um vendeu um quadro por $60.000), a Arte não. Arte é ciência porque existe uma técnica a ser aplicada, todo o trabalho e o esmero com as palavras (que é o que define a diferença entre um Umberto Eco com Pêndulo de Foucault e um Dan Brown com Código da Vinci) que eu tanto defendo mostra o manejo da técnica e o domínio sobre ela. Você mesmo, Breno, pode escrever um poema sobre Amor, mas nunca chegará aos pés de Camões (se um dia chegar, mudo de sexo. Não duvidando de sua capacidade, mas apostando na do grande poeta), porque ele dominava a técnica e a aplicava com perfeição.

Essa técnica é a chamada Estética e existem os mecanismos de análise para que seja identificada o manuseio dela dentro de uma obra. Os "critérios de avaliação" (conhecidos mais como análise) estão aí para serem usados e aplicados, ninguém formulou essas teorias sem motivo ou só porque não tinha nada melhor pra fazer.

Concordo que uma obra tem que ser boa pra você, isso é óbvio (a minha assinatura diz exatamente isso), mas não é você (felizmente) que determina o que é Arte (a não ser que seja um estudioso no assunto). Reduzir a Arte à algo tão vil, egoísta e parcial quanto o gosto é assassiná-la e desperdiçar tudo o que já foi escrito sobre esse assunto. Ignorar a crítica de alguma coisa (concordo que a maioria, hoje em dia, não presta) é ridicularizar os anos de estudo que aquela pessoa teve (e que outras também tiveram).

O que todos deveriam entender é que não é proibido gostar de porcaria (eu mesmo gosto de várias coisas horrendas e me divirto com elas), mas não ousem elevar aquilo ao status de Arte apenas por que você gosta: é infantil, grosseiro e desonroso. A Arte é uma ciência mutante, claro (como eu disse, inexata), mas os mecanismos e as mudanças podem ser analisadas e estudadas, já que a Estética (e o "nível" dela) determina boa parte (talvez toda) do que é ou não Arte.

Entretanto, se você quiser jogar fora uma série de pensamentos e estudos que datam desde a antigüidade clássica, fique à vontade, mas eu recomendo que os conheça antes que você os descarte. Gosto por gosto, temos Calypso, Paulo Coelho e Zorra Total como os grandes nomes artísticos desse Brasil baronil. Curioso é pensar que as Artes já encantaram a maioria da população mundial, hoje em dia é o contrário.

Enquanto continuarem à descer a Arte ao nível do gostar, não conseguirão alcançá-la. Apenas quando conseguirem passar por cima disso que as pessoas verão a Arte como ela realmente é.

Até lá, infelizmente, serão poucas as pessoas que se encantarão com a Arte (e não com meras expressões artísticas). Para se encantar, é preciso conhecê-la, para conhecê-la é preciso estudá-la, para estudá-la é preciso estudar os grandes artistas (que não são poucos e suas obras não são imortais por acaso) e entender (superando a mesquinhez do gosto) porque eles (e, bem mais, elas) são considerados tão grandes (e isso vai bem mais longe que uma mera aula de Literatura no colegial).

Bons escritores existem aos montes (como você mesmo disse), mas esses são apenas artistas sem a Arte. Artistas com a Arte existem poucos e são esses os grandes reverenciados. Saber captar o que deve ser escrito, todos captam, mas você mesmo diz: o que deve ser escrito é saber trabalhar as palavras. Ou você acha que "O belo rapaz cruzou o mar de piche" é o mesmo que "O garoto bonito atravessou a rua"?

Recomendo que, novamente, se apegue aos textos que falem sobre "Amor". Temas existem poucos (e eles são constantemente os mesmos na história das Artes), o que diferencia um bom escritor de outro é o COMO se escreve e não SOBRE o que se escreve. Por isso que existe o 10% inspiração e 90% transpiração.

Enfim, acredito que não tenho nada mais a dizer sobre isso.



PS: antes que você diga qualquer coisa, Fernando Pessoa não ouvia vozes na sua cabeça nem nada disso, ele apenas criou outros personagens que muitos acreditaram ser reais durante muito tempo (existiam pessoas que foram até o endereço do Ricardo Reis no Rio de Janeiro). Aliás, existem teorias malucas que dizem que o próprio Fernando Pessoa era um heterônimo. Outra coisa curiosa é que, geralmente, a poesia é analisada como sendo de Ricardo Reis, por exemplo, não poesia do Fernando Pessoa.

PS2: Código da Vinci é O Pêndulo de Foucault para crianças de jardim de infância, recomendo fortemente a leitura desse livro do Umberto Eco (sim! Além de teórico respeitado ele é escritor renomado!)
 
Inspiração...uma palavra que com certeza faz um diferencial imenso no final, ou no andamento da obra. Eu penso que cada um tem o seu momento, ou condição para que as idéias surjam com mais facilidade. Que nem eu por exemplo...enquanto tiver um raiozinho de sol que invada a minha casa, eu não escrevo se quer uma linha. Já quando cai a noite e vira aquela madrugada gostosa, boa, aí sim eu me boto diante de um papel, e tudo flui muito bem. Outro detalhe que eu andei percebendo em mim, é que se eu não comer, a inspiração não chega de maneira nenhuma...por isso sempre escrevo ao lado de uma mesa farta de coisas. Resumindo: madrugada + banquete extra = minha máquininha de idéias funcionando.
 
Fernando Giacon disse:
Inspiração...uma palavra que com certeza faz um diferencial imenso no final, ou no andamento da obra. Eu penso que cada um tem o seu momento, ou condição para que as idéias surjam com mais facilidade. Que nem eu por exemplo...enquanto tiver um raiozinho de sol que invada a minha casa, eu não escrevo se quer uma linha. Já quando cai a noite e vira aquela madrugada gostosa, boa, aí sim eu me boto diante de um papel, e tudo flui muito bem. Outro detalhe que eu andei percebendo em mim, é que se eu não comer, a inspiração não chega de maneira nenhuma...por isso sempre escrevo ao lado de uma mesa farta de coisas. Resumindo: madrugada + banquete extra = minha máquininha de idéias funcionando.

Tradução:
Giacon + momento escritor = provável obesidade.
 
Acho que ninguém que tenha o hábito de escrever precisa de inspiração para fazer um bom texto.
Exemplo básico seriam vestibulares, testes e afins: você está lá, sob a maior pressão, e, se tiver um bom manejo da língua, escreve e se dá bem.

Contudo, uma pequena ponderação,
mesmo que nem sempre seja visível, é claro que textos feitos com feeling costumam ter um nível um pouco superior, só que de nada adianta inspiração sem técnica. A mente mais fértil do mundo também tem que saber canalizar as idéias para o papel.
 
Cleo disse:
Acho que ninguém que tenha o hábito de escrever precisa de inspiração para fazer um bom texto.
Exemplo básico seriam vestibulares, testes e afins: você está lá, sob a maior pressão, e, se tiver um bom manejo da língua, escreve e se dá bem.

Po! Mas tem toda uma diferença entre se escrever para um vestibular e se escrever um texto sem pretensão (ou até mesmo com pretensão, não sendo essa passar em um concurso). No vestibular, você está naquela noia de ter que passar. Eu nem sei o que avaliado nessas horas, mas com certeza a inspiração não é uma das principais determinantes.
 
Mas escrever mal você não pode, simplesmente.
Há quem não escreve bem em qualquer situação, inspirado ou não.
E há quem escreve relativamente bem mesmo sem estar inspirado se parar e suar para isso.

Daí a coisa, para se escrever só por escrever não precisa ter mil idéias na mente, mas, se quiser fazer algo pessoal e transmitir algo interior, aí sim. Porém, creio que nunca se pode esquecer de que um bom texto é mais trabalho do que idéia.
 
Breno C. disse:
Tradução:
Giacon + momento escritor = provável obesidade.
Ah é...até parece cara UhuahhhUH :dente:! A minha salvação é que eu malho bastante, se não eu estaria bem ferrado com esse "momento escritor" meu.
 

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