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Raphael disse:Informação livre e irrestrita em seu gênero e conteúdo. Pareceu estar óbvio, não pensei que fosse necessário explicar. Acesso a ela todos podem ter, basta destinar o ganho do trabalho para adquiri-la (quando for preciso). De fato, esta é a única restrição a essa forma irrestrita de expressão.
Raphael disse:Paulo disse:Eu fiz essa separação no primeiro post: reconhecer que uma obra tem autoria não implica automaticamente em reconhecer que essa obra é propriedade do autor.
Evidente que implica. Ao menos enquanto o país permanecer fundado numa sociedade democrática liberal que reconhece a propriedade, o autor tem essa garantia. Até porque, lendo agora o link da Convenção de Berna, ela mesma deixa isso claro:
“Copyright under the Berne Convention must be automatic; it is prohibited to require formal registration”
Raphael disse:Paulo disse:Mesmo o nosso direito faz essa diferenciação, uma vez que de outra forma não seria possível que o autor alienasse os seus direitos sobre uma obra em prol de outrem.
Ao contrário, o autor só pode alienar seus direitos em prol de outrem exatamente por ser o natural proprietário da obra.
Raphael disse:Paulo disse:Não é a superação da propriedade intelectual que constitui um obstáculo aos direitos do autor, mas sim a propriedade intelectual em si. Todos os autores que publicam querem ser lidos, exceto os esquizofrênicos. Que o acesso a uma obra seja mediado pela propriedade que alguém detém sobre a obra (o que poucas vezes é exclusividade do autor), isso só consiste em um obstáculo no livre acesso de qualquer pessoa à obra e, portanto, na frustração (ao menos na redução) do objetivo inicial do autor: ser lido.
Deve-se decidir por eles, então? Ou talvez a sociedade deva impor essa decisão? Para não parafrasear a mim mesmo demais, mais uma vez copio o que eu disse acima:
“Quanto a “viver dos direitos autorais”, o fato de apenas alguns conseguirem escrever best-sellers e viver dessas rendas não significa que ela deve deixar de ser garantida. Mesmo que fosse gerado só o suficiente para tomar uma xícara de chá, a decisão de abdicar ou não desses direitos é privilégio do autor.”
Raphael disse:Sua última afirmação é infeliz. Não há duvidas para quem? Se para os genocidas do século passado que ainda possuem sobrevida em alguns rincões do globo, sem dúvida não há. O direito à propriedade é condição sine qua non da liberdade. Sua proibição, a história demonstra, causa o verdadeiro dano.Paulo disse:Não há dúvidas que propriedade em geral é danosa socialmente
É mais honesto dizer que você não vê informação livre e irrestrita como algo intrínseco à democracia (ao menos a qualquer democracia que mereça esse nome), do que tentar deturpar o significado dessa expressão.
A distinção que eu estou fazendo é semelhante àquela existente (e já citada aqui) entre direito autoral moral e patrimonial. Que os autores tem certos direitos como reconhecimento da autoria, controle sobre certas alterações etc, não decorre daí que eles sejam proprietários (e, portanto, que possam impedir o acesso e outros) da obra.
Paulo Escreveu: Mesmo o nosso direito faz essa diferenciação, uma vez que de outra forma não seria possível que o autor alienasse os seus direitos sobre uma obra em prol de outrem.
Ao contrário, o autor só pode alienar seus direitos em prol de outrem exatamente por ser o natural proprietário da obra.
Você não está entendendo. Mas acho que ficou claro com o quote acima.
Apenas por excesso de zelo, explico novamente: quando o autor aliena o seu direito de propriedade sobre a obra, não perde por isso o reconhecimento de que é o autor daquela obra. Se não houvesse a distinção, alienar a propriedade da obra seria igual à alienar também a autoria.
A despeito dos sonhos molhados dos liberais, a sociedade não é meramente a soma dos indivíduos. Da mesma forma que os indivíduos agem sobre a sociedade, esta age sobre os indivíduos.*
O indivíduo isolado, não-social, não existe. Se existisse, não seria capaz de escrever nenhum livro ou compor nenhuma música.
Peloamordedeus!
Infeliz é a sua afirmação. É incrível que alguém ainda possa cair nessa besteira de Hayek, Friedman e cia.
Não há dúvidas para qualquer um que pense historicamente. Assim como não há dúvidas para qualquer um que analise a sociedade de forma científica.
O direito à propriedade não é condição para a liberdade, mas seu empecilho. Não se trata de proibição, mas de superação. Ou alguém mantém ilusões de que esse mundo (tal como é hoje) é maravilhoso e o futuro que se apresenta ainda melhor?
Raphael disse:Sugiro a releitura da primeira parte do post, onde você se confunde entre expressão irrestrita e informação irrestrita. O fato de aquela não ter restrições não significa que o autor deva pagar com o próprio dinheiro para que você tenha acesso a esta, por mais que isso talvez possa ser objeto dos seus sonhos.
Raphael disse:Paulo disse:A distinção que eu estou fazendo é semelhante àquela existente (e já citada aqui) entre direito autoral moral e patrimonial. Que os autores tem certos direitos como reconhecimento da autoria, controle sobre certas alterações etc, não decorre daí que eles sejam proprietários (e, portanto, que possam impedir o acesso e outros) da obra.
Mais uma vez o argumento corre em círculos para tombar no mesmo lugar, exausto. Não é como se eu não estivesse acostumado, tende a ser algo próprio de entusiastas da extrema-esquerda. Enfim, o raciocínio “autor reconhecido como autor, porém não proprietário de sua própria obra” sem que para isso tenha vendido seus direitos, é mesmo algo além da compreensão. Talvez isso faça sentido num universo alternativo onde as leis da lógica não se apliquem. Dito isso, não vejo como posso fazê-lo entender.
Raphael disse:Paulo disse:O indivíduo isolado, não-social, não existe. Se existisse, não seria capaz de escrever nenhum livro ou compor nenhuma música.
As pessoas só são capazes de escrever livros e perceber a sociedade exatamente por possuírem individualidade.
Raphael disse:Quando esta não é respeitada, a despeito dos mantras socialistas, tudo desmorona em conjunto. Sabe do que falo, não? Senso crítico, personalidade, propriedade, todas aquelas coisas chatas que compõe essa tal pérfida individualidade que, por sinal, prova o prazer de alguns em atacar aquilo que mais cultivam:
Raphael disse:caso daqueles que rejeitam com escárnio a única espécie de sociedade que, veja só, permite-os a capacidade de criticá-la.
Raphael disse:De fato. Nada incrível é que alguns ainda levem a sério o que preconizavam jurássicos bacanas como Marx, Engels e Lênin. Aqueles sujeitos responsáveis pelos tempos mais gloriosos da história da humanidade, certo? Que o digam os mais de cem milhões de mortos. Mas talvez seja só uma questão de continuar tentando...
Raphael disse:Paulo disse:Não há dúvidas para qualquer um que pense historicamente. Assim como não há dúvidas para qualquer um que analise a sociedade de forma científica.
Talvez você esteja lendo os livros errados, Paulo. De historia ou de ficção? Recomendo vivamente a revisão deles, a não ser que a sociedade capitalista fundada na propriedade privada tenha de fato "ruído sobre si mesma" e ninguém se lembrou de me avisar.
Raphael disse:Paulo disse:O direito à propriedade não é condição para a liberdade, mas seu empecilho. Não se trata de proibição, mas de superação. Ou alguém mantém ilusões de que esse mundo (tal como é hoje) é maravilhoso e o futuro que se apresenta ainda melhor?
Sou bacana. Tentarei ser bem didático: A não-existência da propriedade implica em autoritarismo, desrespeitos às prerrogativas mais básicas do homem e em miséria. Numa sociedade regida por leis justas, a propriedade é fruto natural do trabalho tanto físico quanto intelectual. Questionar sua existência é negar ao homem o próprio direito à liberdade. Para tanto, além de necessário um Estado policial, o homem deve ser transformado em escravo, uma vez que a primeira propriedade de todo ser humano é seu próprio corpo. Sem ela não há o menor incentivo à produção que não frugal. Se o raciocínio não ajuda nessa ilação, a história assim demonstra.
Raphael disse:Um pouco chato, sim, mas funciona assim nas sociedades que protegem a criatividade da ingerência de alguns “abnegados iluminados” que desprezam a justa propriedade, seja a intelectual, seja a instituição.
Tenho boas suspeitas de que Marx, Engels e Lenin estavam mortos e enterrados depois de 1925.
Como fica explícito no trecho que você serelepemente ignorou
Inacreditável. Você apenas fez desfilar um punhado de aforismos, não argumentou acerca de nenhum deles.
Isso faz sentido para qualquer um que observe a historicidade imanente da sociedade. Mas eu estou me repetindo. Façamos diferente: pergunte aos txucarramãe o que lhes parece que alguém seja dono, isto é, que possa restringir o acesso de outros, de uma ideia. (...) Ao contrário do que pensam os liberais, o modo de produção capitalista não é regra na história do homem, mas exceção.
No mais, Hayek e Friedman foram superados não porque seu prazo de validade (em anos) acabou, mas porque não suportaram o peso da crítica. Se a questão se resolvesse em "antiguidade", então o liberalismo sai perdendo, já que é anterior ao marxismo.
Torno a me repetir: se não há criatividade sem propriedade, devemos jogar fora tudo que (por exemplo) os gregos escreveram? Ou você realmente acredita que Platão detinha o copyright d'A República?
Raphael disse:De resto, acho que dá para concluir toda a questão de modo bem simples. Nem mesmo seria preciso tudo que vai aí acima. (...) Quanto aos outros autores, cabe a eles – e somente a eles - a prerrogativa de prescindir ou não desses direitos.
Liv disse:Mas daí sempre tem a família, né, Nandinha?
Paulo disse:Fernanda, também acho que a discussão se afastou do tema proposto, mas cabe uma observação: se o mundo é uma totalidade complexa, não há como definir, a priori, fronteiras e limites entre temáticas. De fato, todo recorte é abusivo e meramente instrumental. Não é nenhuma surpresa que uma discussão acerca de direitos autorais (ou, de forma mais ampla, propriedade intelectual) leve a uma discussão acerca da propriedade como um todo e, assim, à crítica ao modo de produção vigente.
Raphael disse:Aliás, sobre os direitos dos autores, lembrei dos supostos plágios que a Martin Claret estava fazendo. Pode caber aí uma analogia para aqueles que pensam que a copyright não deveria existir.