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Dinamarca prepara-se para tensão por lançamento de livro com charges de Maomé

Morfindel Werwulf Rúnarmo

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Para evitar novas tensões com o mundo muçulmano, autoridades dinamarquesas deram os primeiros passos para evitar o lançamento hoje de um livro sobre a 'crise das caricaturas' do profeta islâmico Maomé, coincidindo com o quinto aniversário da publicação das charges pelo jornal "Jyllands-Posten".

A ministra de Assuntos Exteriores dinamarquesa, Lene Espersen, manteve hoje em Copenhague uma reunião com embaixadores de países da Organização da Conferência Islâmica (OIC) e, na semana passada, se reuniu em Nova York com o secretário-geral dessa entidade e o da Liga Árabe, assim como chanceleres de vários países do Oriente Médio.

O propósito dessas reuniões é, segundo a Chancelaria,
"evitar um novo confronto não convém a ninguém",
ressaltando que o Governo não pode limitar a liberdade de expressão, mas que respeita todas as crenças religiosas e que quer manter e reforçar "boas e cordiais relações" com o mundo islâmico.

Espersen destacou, no entanto, que existem "muitos indícios" de que há movimentos em andamento para provocar uma nova escalada do conflito.

O principal motivo é o lançamento hoje de "Tavshedens Tyranni" (A Tirania Do Silêncio), uma tentativa de analisar os motivos da crise e colocar as caricaturas em perspectiva com outras imagens consideradas ofensivas ao longo da história.

O autor é Flemming Rose, redator chefe da editoria de Cultura do jornal "Jyllands-Posten", o mesmo que cinco anos atrás incitou vários caricaturistas dinamarqueses a desenhar charges de Maomé por causa dos problemas do escritor Kåre Bluitgen para encontrar um ilustrador que quisesse fazer um retrato do profeta para uma obra sua.

O livro reproduz em seu interior a capa do jornal com os 12 desenhos, assinalando-a em uma série de imagens consideradas ofensivas ao longo do tempo, e por que "pouca gente se esforçou em analisá-los", explicou Rose em entrevista coletiva nesta quarta-feira.

As várias publicações das charges nestes anos sem causar-lhe problemas o leva a crer que não teria por que não publicar agora.

Segundo Rose, o livro fala sobre como viver em um mundo cada vez mais multicultural e multirreligioso, protegendo liberdades individuais como a de expressão e condenando a "tirania do silêncio".

"Não sou um provocador nem uma pessoa conflituosa por natureza, embora alguns me vejam assim",
declarou o autor, quem não se arrepende de nada e reitera que publicar ilustrações satíricas não significa incitar à violência. Para ele, palavras devem ser combatidas com palavras.

Flemming Rose, que conta com proteção pessoal dos serviços secretos da Dinamarca, não quis responder sobre as várias tentativas de atentado contra o "Jyllands-Posten" por grupos fundamentalistas desativados nos últimos anos, alguns recentes.

As caricaturas de Maomé provocaram uma onda de críticas na comunidade islâmica dinamarquesa, que meses mais tarde se estenderam por todo o mundo muçulmano, causando um boicote a produtos dinamarqueses e ataques contra embaixadas da Dinamarca - vítima da pior crise política desde a Segunda Guerra Mundial - em vários países.

Junto aos interesses particulares de alguns países islâmicos, que usaram o conflito para resolver questões de política doméstica, também contribuiu para essa escalada a intransigência do então primeiro-ministro, o liberal Anders Fogh Rasmussen, atual secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Nos meses anteriores aos atritos internacionais, Rasmussen demonstrou uma falta de diplomacia evidente ao rejeitar diversas vezes uma reunião sobre o tema com um grupo de embaixadores islâmicos e acusando-os de querer transformá-lo em censor e desconhecer a liberdade de expressão.

"Sua manipulação deliberada e sua distorção dos fatos",
nas palavras do conhecido jornalista e escritor Rune Engelbreth Larsen, foram elemento fundamental para a crise, cujo cenário foi a dura retórica contra os imigrantes, especialmente muçulmanos, que caracterizou o debate político dinamarquês há uma década.

A Dinamarca, que tem uma das políticas de imigração mais duras da União Europeia (UE), é governada desde 2001 por uma coalizão de liberais e conservadores que goza de maioria absoluta no Parlamento graças ao apoio do ultradireitista Partido Popular Dinamarquês.

Nenhum desses aspectos aparece refletido na versão de Rose sobre o caso das caricaturas, mas pelo menos o Governo dinamarquês agora evidenciou rapidez de reflexos, mostrando um talante aberto e dialogador do que então careceu.

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