Morfindel Werwulf Rúnarmo
Geofísico entende de terremoto
Coma apenas o que você poderia caçar, matar, colher ou tirar da terra, como um homem das cavernas.
Esse é o primeiro mandamento do regime proposto pelo economista americano Arthur De Vany no livro "The New Evolution Diet", lançado nos EUA. A obra chega ao Brasil em maio, editada pela Larousse, ainda sem título.
Trogloditas modernos pregam cardápio de Fred Flinstone e atividade física de caçador para emagrecer e evitar doenças
Há pelo menos duas décadas, De Vany, que leciona na Universidade da Califórnia, segue cardápio semelhante ao de 40 mil anos atrás: muita carne, frutas e vegetais.
Não é o único. A dieta paleolítica --uma referência ao período pré-histórico-- é pouco conhecida no Brasil, mas não é novidade na Europa e nos EUA.
O argumento principal dos seus defensores é que o DNA humano não está adaptado para comer alimentos industrializados e cereais.
O cardápio ideal, na visão dele, é aquele praticado 500 gerações atrás.
Faz coro com ele o pesquisador português Pedro Carrera Bastos, da Universidade de Lund, Suécia.
Loren Cordain, pesquisador em ciências da saúde da Universidade do Colorado (EUA), é um dos maiores defensores da dieta.
Em 2002, lançou o livro "The Paleo Diet", com receitas para "perder peso e ganhar saúde".
A paleodieta tem preceitos polêmicos. Além de desconstruir a pirâmide alimentar tradicional, os seguidores recomendam alternar períodos de jejum com refeições fartas (sem contar calorias).
Café da manhã: restos de rosbife grelhado e algumas uvas ou blueberry (à esquerda); almoço: salada caseira de ovos com um toque de maionese, alface romana com fatias de cebola roxa, azeitonas pretas e verdes e molho tipo italiano feito em casa, e alguns pedaços de melão (ao centro); jantar: costela de porco assada (à direita)
Carboidratos? Só de frutas. Cereais são totalmente proibidos, mesmo os integrais, principalmente soja e trigo.
Nutricionistas e nutrólogos discordam, assim como as organizações internacionais de saúde.
Para os defensores da paleodieta, os padrões de nutrição é que estão errados.
Ela coordenou uma revisão de estudos sobre paleodieta e prevenção de doenças cardiovasculares.
CÉREBRO AFETADO
Segundo Halpern, aconteceram, sim adaptações genéticas, explicadas por mudanças na forma como os genes se manifestam, mas que não envolvem alteração no DNA.
ACERTOS DE CONTAS
Não há só erros na dieta paleolítica.
Para o nutrólogo Ribas Filho, só o fato de a pessoa se preocupar com o que come já faz com que sua dieta melhore.
O fato é que comendo pouco e se exercitando bastante é difícil não ter resultados.
Fonte
Esse é o primeiro mandamento do regime proposto pelo economista americano Arthur De Vany no livro "The New Evolution Diet", lançado nos EUA. A obra chega ao Brasil em maio, editada pela Larousse, ainda sem título.
Trogloditas modernos pregam cardápio de Fred Flinstone e atividade física de caçador para emagrecer e evitar doenças
Há pelo menos duas décadas, De Vany, que leciona na Universidade da Califórnia, segue cardápio semelhante ao de 40 mil anos atrás: muita carne, frutas e vegetais.
Não é o único. A dieta paleolítica --uma referência ao período pré-histórico-- é pouco conhecida no Brasil, mas não é novidade na Europa e nos EUA.
O argumento principal dos seus defensores é que o DNA humano não está adaptado para comer alimentos industrializados e cereais.
disse De Vany à Folha."Vivemos mais tempo que no Paleolítico, mas passamos a maior parte da vida doentes. Doenças crônicas, como diabetes e obesidade, podem ser evitadas com a dieta correta",
O cardápio ideal, na visão dele, é aquele praticado 500 gerações atrás.
Faz coro com ele o pesquisador português Pedro Carrera Bastos, da Universidade de Lund, Suécia.
Segundo Lund, 70% das calorias ingeridas hoje pelos norte-americanos são de alimentos que não existiam em sociedades tradicionais."As necessidades dietéticas são determinadas geneticamente. As alterações ambientais, sociais e culturais dos últimos 10.000 anos são recentes numa escala evolucionista."
Loren Cordain, pesquisador em ciências da saúde da Universidade do Colorado (EUA), é um dos maiores defensores da dieta.
Em 2002, lançou o livro "The Paleo Diet", com receitas para "perder peso e ganhar saúde".
diz, no começo do livro. Quer argumento melhor?"Não inventei essa dieta, ela está inscrita nos seus genes",
A paleodieta tem preceitos polêmicos. Além de desconstruir a pirâmide alimentar tradicional, os seguidores recomendam alternar períodos de jejum com refeições fartas (sem contar calorias).
Café da manhã: restos de rosbife grelhado e algumas uvas ou blueberry (à esquerda); almoço: salada caseira de ovos com um toque de maionese, alface romana com fatias de cebola roxa, azeitonas pretas e verdes e molho tipo italiano feito em casa, e alguns pedaços de melão (ao centro); jantar: costela de porco assada (à direita)
Carboidratos? Só de frutas. Cereais são totalmente proibidos, mesmo os integrais, principalmente soja e trigo.
diz Bastos."Todos os cereais têm antinutrientes (como lectinas), que podem ter efeitos adversos, em especial quando a ingestão é elevada",
Nutricionistas e nutrólogos discordam, assim como as organizações internacionais de saúde.
Para os defensores da paleodieta, os padrões de nutrição é que estão errados.
pondera a nutricionista Helena Alves Sampaio, professora da Universidade Federal do Ceará."É algo a se considerar. Talvez sigamos um modelo errado. Temos recomendações internacionais do que seria uma dieta saudável e, mesmo assim, não revertemos a obesidade e as doenças crônicas",
Ela coordenou uma revisão de estudos sobre paleodieta e prevenção de doenças cardiovasculares.
Diminuir pode até ser, mas cortar açúcares e cereais faz muito mal, segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, da Abeso (associação para estudo da obesidade)."Ainda faltam pesquisas comparativas. Alguns trabalhos mostram que diminuir carboidratos e laticínios é benéfico contra aterosclerose."
CÉREBRO AFETADO
Para o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Abran (associação de nutrologia), o maior problema é pular refeições com a justificativa de que isso estimula o gasto energético."A deficiência de carboidrato pode alterar o funcionamento cerebral. O cérebro se alimenta primeiramente de carboidratos. Duvido de qualquer dieta que deixe de fora algum grupo alimentar."
"Nenhum trabalho científico comprovou que ficar sem comer faz bem, pelo contrário."
Segundo Halpern, aconteceram, sim adaptações genéticas, explicadas por mudanças na forma como os genes se manifestam, mas que não envolvem alteração no DNA.
"Não há dúvida de que os genes eram muito parecidos, mas quando o homem passou a tomar leite, nosso organismo começou a produzir a lactase, enzima para digerir. Um exemplo de adaptação."
ACERTOS DE CONTAS
Não há só erros na dieta paleolítica.
diz a nutricionista Camila Torreglosa, do HCor."Sempre falamos que comer alimentos naturais faz bem e que é preciso evitar industrializados",
Para o nutrólogo Ribas Filho, só o fato de a pessoa se preocupar com o que come já faz com que sua dieta melhore.
A paleodieta recomenda atividades físicas intensas alternadas com fases de ócio. De Vany critica movimentos repetitivos das academias."Não é só a dieta, é preciso ter um estilo de vida compatível, com atividade física."
O fato é que comendo pouco e se exercitando bastante é difícil não ter resultados.
acrescenta Halpern."Qualquer dieta de restrição calórica com exercícios físicos faz perder peso. E qualquer perda de peso já diminui o risco de doenças crônicas",
Fonte