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Dicionário Amigo

Olá,
não sabia ao certo onde publicar esse tópico se tiver outro local melhor, os moderadores podem nos ajudar.


O que é o Dicionário Amigo?
Às vezes, tu sabe a descrição de algo mas não lembra de uma palavra que a define. Então pode vir algum amigo/participante do fórum e sugerir alguma pra ti.
É isso. Todos se ajudam. :)


Quando alguém abre um dicionário, geralmente sabe a palavra mas não lembra bem do significado. O problema é que não existe um dicionário onde tu poste o significado e ele te devolva a palavra significante.

Exemplo: Estou pensando naqueles ornamentos que bruxas e fadas nos contos, usam na cabeça, feito de folhas, mas não lembro neste momento uma palavra para definir isso. Encontrei "coroa de folhas" na Wikipedia. Mas é uma espécie de coroa de folhas verdes... Se alguém souber, poste sugestões aqui. ;)
 
Você pode adquirir um dicionário analógico.

Outra possibilidade é instalar o Houaiss eletrônico no seu PC, pois ele permite a busca por palavras dentro dos verbetes.
 
Quanto ao ornamento, só me ocorre agora guirlanda ou grinalda.

No Houaiss:

grinalda s.f. (1548 FOlP 274) 1 coroa de flores, ramos, pérolas ou pedrarias 2 arq decor m.q. 1festão 3 fig. antologia literária, ger. de poesia lírica; florilégio 4 mar numa embarcação, a parte superior do painel da popa 5 mar a parte localizada do lado direito do cesto de gávea virada para a ré 6 nums em determinadas moedas, entrelaçamento de dois ramos, localizados ger. no seu reverso ¤ etim esp. guirnalda (até 1400), antes guirlanda (até 1300) e guerlanda (1288), segundo Corominas, a f.esp. é da mesma orig. incerta do port. grinalda, cat.occ. garlanda, fr.ant. garlande, it. ghirlanda, talvez tomado do fr.ant. garlande, prov. alt. de *garnande, der. germ. da raiz de garnir 'guarnecer, adornar'; garlande transformou-se em guirlanda na língua de Occitânia por infl. de várias pal. autóctones, passando a guirnalda por metátese ¤ sin/var capela, coroa, diadema, estema, guirlanda, guirnalda, láurea, laurel, lauréola, louro, pancárpia; ver tb. sinonímia de antologia Ç noção de 'grinalda', usar antepos. corol(i)-

(pesquisar os sinônimos que podem servir)
 
Obrigado Calib, nunca tinha ouvido falar em dicionário analógico. Estou pesquisando sobre isso agora, me parece que é um dicionário de sinônimos...

Grinalda é uma palavra que acho feia (parece nome de avó, ainda um nome feio de avó), mas serve, obrigado novamente. :piscada:


Postem as dúvidas de vocês aí... para que outros possam vir e sugerir alguma coisa.
 
Não é a mesma coisa que um dicionário de sinônimos, não. Pode estar certo disso. ;-)
 
Alberto, será que a palavra que você estava procurando era "laurel"?

(Usei o thesaurus lá no thefreedictionary.com)
 
Laurel é sinônimo de coroa de louros. Eu procurava alguma coisa com mais cara de bruxa, de mágica, do que grega... ;)


O dicionário online português Priberam também reforça a palavra grinalda. Mas entendo o que vc quer dizer, parece coisa de noiva.

http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=grinalda

Este dicionário online tem uma opção MUITO legal que são as "Palavras Relacionadas"

Ali apareceram, como sinônimos de grinalda, "Estema" e "Anadema".

Se fosse EU escrevendo usaria "Anadema" que me lembra "Diadema"
(diadema |ê|
s. m.
1. Adorno de metal ou estofo com que se cinge a testa.
2. [Figurado] Realeza; dignidade soberana.)

Particularmente, eu tiraria este chapéu de bruxa. Lembra coisa do Pica-pau ("...E lá vamos nós...")
Bruxa que é bruxa para mim, anda descalça e descabelada, sem sutiã, sem bolsa, lenço ou documento e não faz chapinha. rs
 
Dicionário analógico é uma delícia. Eu tenho o da Lexikon :grinlove:

Só queria que o pessoal fosse mais prático e desse uma opção de vender esses dicionários todos digitalizados como o Michaelis. Seria tãããoooo mais fácil de pesquisar...

(aloka dos dicionários)
 
Esse é um texto meu do ano passado que vai te ajudar a entender o que é um Dicionário Analógico:

Thesaurus, a arma do escritor

Quando comecei a encarar o ato de escrever com mais seriedade, entrei numas de querer mistificar o processo criativo. Talvez por influência de alguns escritores famosos, que fazem todo aquele rodeio na hora de escrever. Tem um que escreve durante três horas corridas para depois jogar tudo fora, sem dó. Serve só de aquecimento para o que está por vir. E outra que escreve em data certa, à luz de velas e todo aquele clima. Mas não sendo eu António Lobo Antunes nem Isabel Allende, me contentava em bagunçar a minha escrivaninha pra ficar com ares de gente ocupada. Quem não liga pra coisinhas bobas como organização, decerto se põe a pensar em questões mais filosóficas. Eu falsificava um caos interno pra ver se saía alguma luz de dentro de mim.

Ou, então, apelava para meus padroeiros: deixava um livro grosso do Rubem Braga por perto, na esperança de, nas horas de sufoco, ouvir a voz do mestre, dizendo “vai, menino, estou com você!”. Mesmo com toda a minha descrença, cheguei a orar por São Francisco de Sales, o padroeiro dos escritores e jornalistas. Sem contar que eu deixava à vista uma estatuazinha do Dom Quixote, pra ver se a engenhosidade do fidalgo me ajudava de alguma forma. Ainda bem que, com o tempo, eu fui deixando essas bobagens para trás – embora, confesso, ainda tenho a estatueta na minha mesa.

Essa introdução pessoal foi só pra preparar o clima do que vou dizer agora: se você quer escrever e procura boas ferramentas, esqueça os santos e os mortos. Procure os dicionários. Mais especificamente, os dicionários da Lexikon, uma editora especializada nesse tipo de publicação. Existe um que se destaca no catálogo da editora: o Dicionário Analógico da Língua Portuguesa, do filólogo Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Eu o descobri um pouco por acaso. Acho que foi quando andei lendo essas dicas que escritores famosos dão a aspirantes do ofício e notei que ninguém falava dos dicionários. Fui atrás e descobri essa pérola, também chamada de Thesaurus ou de Dicionário de Ideias Afins. Ele tem função inversa à de um dicionário comum, que informa os significados a partir de uma palavra conhecida. No Thesaurus, deve-se procurar a idéia que se quer exprimir. Procura-se pelo grupo “dimensões”, por exemplo, e nele encontram-se subdivisões, como “tamanho”, que nos dá “grandeza, enormidade, colossalidade, gigante, titã, Golias” etc. Aí vêm os verbos, os adjetivos e os advérbios. Em oposição, temos a subdivisão “pequenez”, que nos dá os antônimos da anterior, também organizados em verbos, adjetivos e tal. São mil grupos principais para orientar sua busca. Cito algumas, só pra deixar claro o alcance vocabular do bicho: existência, generalidade, composição, igualdade, intervalo, som de coisas, velocidade, secura, visão, transparência, escolha, casualidade, necessidade, descrição, riqueza, penalidade, virtude, desrespeito.

Enfim, este dicionário me ajuda sobretudo nos momentos de lapso lexical. Você sabe o que quer passar, manja a ideia, mas não encontra a palavra apropriada. Esse problema, saiba, não é de exclusividade nossa, meros amadores – muitos escritores e compositores são assombrados por esse mal, que me era superior até eu enfileirar o Dicionário Analógico da Língua Portuguesa na minha estante. Falando em escritores e compositores, o prefácio fica por conta de ninguém menos que Chico Buarque. Veja:

"Pouco antes de morrer, meu pai me chamou ao escritório e me entregou um livro de capa preta que eu nunca havia visto. Era o dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Ficava quase escondido, perto dos cinco grandes volumes do dicionário Caldas Aulete, entre outros livros de consulta que papai mantinha ao alcance da mão numa estante giratória. Isso pode te servir, foi mais ou menos o que ele então me disse, no seu falar meio grunhido. Era como se ele, cansado, me passasse um bastão que de alguma forma eu deveria levar adiante. E por um bom tempo aquele livro me ajudou no acabamento de romances e letras de canções, sem falar das horas em que eu o folheava à toa; o amor aos dicionários, para o sérvio Milorad Pavic, autor de romances-enciclopédias, é um traço infantil no caráter de um homem adulto.

Palavra puxa palavra, e escarafunchar o dicionário analógico foi virando para mim um passatempo (desenfado, espairecimento, entretém, solaz, recreio, filistria). O resultado é que o livro, herdado já em estado precário, começou a se esfarelar nos meus dedos. Encostei-o na estante das relíquias ao descobrir, num sebo atrás da Sala Cecilia Meireles, o mesmo dicionário em encadernação de percalina. Por dentro estava em boas condições, apesar de algumas manchas amareladas, e de trazer na folha do rosto a palavra anauê, escrita a caneta-tinteiro.

Com esse livro escrevi novas canções, decifrei enigmas, fechei muitas palavras cruzadas. E ao vê-lo dar sinais de fadiga, saí de sebo em sebo pelo Rio de Janeiro para me garantir um dicionário analógico de reserva. Encontrei dois, mas não me dei por satisfeito, fiquei viciado no negócio. Dei de vasculhar livrarias país afora, só em São Paulo adquiri meia dúzia de exemplares,e ainda arrematei o último à venda na Arnazon.com antes que algum aventureiro o fizesse. Eu já imaginava deter o monopólio (açambarcamento, exclusividade, hegemonia, senhorio, império) de dicionários analógicos da língua portuguesa, não fosse pelo senhor João Ubaldo Ribeiro que ao que me consta também tem um, quiçá carcomido pelas traças (brocas, carunchos, gusanos, cupins, térmitas, cáries, lagartas-rosadas, gafanhotos, bichos-carpinteiro.

A horas mortas, eu corria os olhos pela minha prateleira repleta de livros gêmeos, escolhia um a esmo e o abria a bel-prazer. Então anotava num Moleskine as palavras mais preciosas, a fim de esmerar o vocabulário com que eu embasbacaria as moças e esmagaria meus rivais".
 

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