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Deus e destino!

É fato que nós temos liberdade, pois nós fazemos escolhas a todo instante.
Se eu agora falar que sei todas as escolhas que todas as pessoas aqui do fórum farão durante toda a vida, isso de alguma forma influenciaria suas escolhas? Ou provaria que estou controlando todos aqui?
Onisciência não tem ligação nenhuma com o livre arbítrio.

EDIT
E Onisciência é válida pela atemporalidade, vide Dr. Manhattan de Watchmen.
 
Última edição:
O que você falou tem sua coerência, mas se Deus prevê por conhecimento tudo o que faremos, isso não é equivalente a dizer que não temos liberdade?

E, novamente, não, um não anula o outro. Veja bem, há várias ocasiões onde eu sei como minha namorada vai reagir ou mesmo o que fazer. Meu conhecimento não anula a liberdade dela. O mesmo, em teoria, seria válido na relação Deus-Humanos. Aliás, quando digo "sei" não quero ser arrogante não. Não é exclusividade minha. Na verdade, acho que a maior parte das pessoas possuem algo assim com pessoas próximas a ela.

Há diversas áreas, aliás, que trabalham com grau de previsibilidade, como na economia, por exemplo. É claro que, como há variáveis demais, estamos sujeitos a erros. Mesmo estudando muito, nosso conhecimento está longe de ser perfeito.

Mas assim, enquanto um auto grau de conhecimento em Física pode permitir prever certas coisas, um Economista pode prever coisas relacionados a economia, um Psicólogo a mente, e assim por diante. Mesmo nós fazemos nossas próprias previsões com pessoas próximas, como eu disse. Ou seja, podemos falar que "conhecimento" ajuda nas previsões. Se existe um ser de conhecimento supremo e perfeito sobre tudo, nada mais justo que ele estar livre de todos os erros de previsões. E o fato dele saber o que as pessoas irão escolher, não anula, de fato, a liberdade delas.


mas essencialmente igual, do que prever uma partícula se movendo conhecendo as condições iniciais. Se a partícula fosse consciente, acharia que estaria movendo-se por livre vontade, como nós. (e ela poderia estar certa ao achar isso, mas isso envolveria uma discussão mais longa). Mas, pelo menos sem apelar à metafísica, ela não tem liberdade alguma, ela tem que fazer aquele mesmíssimo movimento previsto pelas leis da física.

Eu entendi o ponto, mas aí eu respondo, novamente, com outra pergunta: eu poder prever o que minha namorada irá fazer, retira a liberdade dela? Mas o perigo desse seu argumento é talvez querer, com a Física, englobar conhecimentos que podem não ser da área dela. Talvez um Físico poderia querer ignorar a Psicologia ou mesmo todas as Ciências Humanas e passar a querer "prever" ou estudar tudo sob ótica de partículas, ou seja, prever comportamentos humanos apenas analisando suas partículas.

Olhando por esse lado, aí talvez sim seja fácil cair em "destino" ou em falsa liberdade. Mas isso seria uma ótica da Física, ou melhor, de uma corrente da Física. Do ponto de vista das Humanas, eu não vejo problema nenhum com livre arbítrio.

Acho que é diferente de um roteiro pronto. Nessa visão que apresentei, não é como se o destino estivesse escrito. É como se o conhecimento absoluto de Deus lhe permitisse fazer com todos nós e de maneira perfeita o que eu ou você fazemos em escala bastante limitada com pessoas próximas a nós.


EDITADO:

Isso claro, assumindo que Ele existe ou algo bem próximo da idéia, mas, novamente, não pretendo discutir ou me aprofundar na discussão sua existência ou inexistência.
 
Última edição:
eu não acredito no destino, as escolhas que fazemos é que nos define no dia de amanhã. Então a culpa não é de deus e nem do destino, e sim da escolha que eu tomei hoje.
 
Não é observável e nem nunca será é uma condição lógica visto que é impossível existir um passado infinito. Pode-se acreditar que saber o que ocorreu no passado do universo é um conhecimento longinquo demais para nós, porém acreditar que seja infinito é impossivel.

Confesso que esse tipo de tentativa de tentar ditar a empiria por convicções lógicas (ou de outro tipo que não a própria empiria) me passa a impressão de uma certa ingenuidade em história da ciência. Quer algo mais bem embasado logicamente do que a geometria euclidiana? Não só embasado pela lógica, mas por aquilo que Kant e outros chamam de "sensibilidade pura", algo que antecederia a própria lógica e constituiria aquela "convicção" de uma demonstração matemática intuitiva, isso é, não elaborada logicamente - como aquela convicção de que um círculo de diâmetro um tem área menor do que a de um quadrado de lado um, coisa que não se encontra de forma nenhuma como meras extensões das definições de círculo e quadrado - ninguém precisa saber as fórmulas das áreas ou qualquer argumento lógico, essa convicção nos apresenta imediatamente em nossa mente, e muito mais bem fundamentada que uma demonstração lógica escrita que logo seria esquecida. Mas mesmo isso é um preconceito, ainda que útil e poderoso - o universo não obedece a essa geometria, o que garantiu o protesto de muitos pós-kantianos. A menos que tu ache que seus raciocínios elaborados aqui sejam mais fundamentados que a geometria euclidiana, acho que deveria rever esse seu pensamento e não ter tanta convicção do que o universo vai apresentar à observação para nos surpreender...

Não seria um tempo maior, porém um tempo atuante, como vc falou sobre a força que não se manifesta porém existe, o tempo não atua em si próprio, e tudo dentro dele tem começo e fim.

Ok, embora tenha minhas dúvidas o que você quer dizer com "tempo atuante".

Por isso pergunto como pode existir algo no tempo sem ter entrado no tempo, ou seja, sem que o tempo tenha começado a atuar neste algo? É como a gravidade, após a matéria ter surgido ela passou a atuar na matéria.

Um exemplo bem simples: digamos que haja duas partículas no mundo, dois corpos. Uma muuuuuito pesada e outra muito leve, de forma que a pesada sob boa aproximação fique parada. É possível pela mecânica clássica que, se a partícula menor obedecer certas condições, ela gire em uma trajetória circular eternamente, afinal só há elas no mundo, e nesse mundo não existiria força elétrica, nem partículas menores do que ela, enfim, nada. Só a massa das duas partículas e força gravitacional, além do espaço e tempo nos quais elas aparecem.

Óbvio que é uma situação simplista ao extremo. Mas onde está a necessidade lógica que nega que no passado, eu poderia achar partícula menor nas mesmas condições, isso é, em trajetória circular, sem absolutamente nada de diferente do que eu vejo agora? Se eu investigasse a 10s atrás, ela estaria na mesma trajetória, a mil anos atrás, na mesma trajetória, a um milhão de anos atrás, na mesma trajetória... Sem causa especial primeira, sem nenhuma bizarrice no tempo, como ele sendo interrompido em algum instante no passado... sem a partícula aparecendo do nada ou sendo "causada primeiramente"... A gravidade atuando sempre nos corpos, sem ter começado a fazê-lo. Enfim, a questão é que segundo o que você diz esse exemplo que descrevi seria falho logicamente, você nem precisaria buscar informações no mundo para concluir que a coisa não é assim. Ora, cadê a falha lógica? Como seria feita a correção? A falha daquilo é empírica, não lógica.

Não vale partir de um desses vários pressupostos: "o passado ou o universo como um todo tem que ter causa, não só os eventos particulares", "a energia precisa ter aparecido e não só se transformado", e o restante já questionado - isso teria que ser justificado e não pressuposto. A menos que você queria afirmar que você sabe disso não por lógica, mas por intuição intransferível, daí então paciência.

Não vou me dar o trabalho de citar o restante do post, porque penso que as objeções que eu faria já foram feitas, e a partir desse ponto a coisa começa a soar repetitiva.

Eu entendi o ponto, mas aí eu respondo, novamente, com outra pergunta: eu poder prever o que minha namorada irá fazer, retira a liberdade dela? Mas o perigo desse seu argumento é talvez querer, com a Física, englobar conhecimentos que podem não ser da área dela. Talvez um Físico poderia querer ignorar a Psicologia ou mesmo todas as Ciências Humanas e passar a querer "prever" ou estudar tudo sob ótica de partículas, ou seja, prever comportamentos humanos apenas analisando suas partículas.

Olhando por esse lado, aí talvez sim seja fácil cair em "destino" ou em falsa liberdade. Mas isso seria uma ótica da Física, ou melhor, de uma corrente da Física. Do ponto de vista das Humanas, eu não vejo problema nenhum com livre arbítrio.
Não vejo essa contraposição que você coloca. Se há uma diferença entre a física e as ciências exatas em geral com as ciências humanas são questões práticas, não de princípio. Questões essas que existem dentro das próprias exatas e também dentro da própria física. O exemplo mais conhecido nesse sentido é a teoria cinética dos gases, que aceita que os gases são constituídos de partículas, mas não procura descrever uma a uma o movimento e o estado de cada uma delas, o que seria impossível, e sim o comportamento geral do gás, como um todo, trabalhando com grandezas macroscópicas (pressão, temperatura, etc). Porém, ele aceita e parte do pressuposto que a princípio seria possível estudar cada uma das partículas individualmente e depois somar esse estudo para ter um conhecimento global, macroscópico - não o faz porque requereria um tempo e esforço interminável para processar e interpretar todas as informações.

Isso ocorre analogamente nas demais ciências. A biologia não nega que o homem seja composto por partículas, mas não se interessa por estudar cada uma delas, não porque não acredita que o homem seja um conjunto de partículas, agindo conforme as leis que regem todas as partículas, e sim porque quer saber o comportamento global delas. E global pode ser o comportamento tanto de uma célula quanto de um corpo animal inteiro, dependendo do foco de estudo.

A psicologia também quer saber, no fundo, o comportamento do indivíduo humano (e também animal), não o aspecto "vegetativo" do corpo, mas tudo aquilo ligado ao conhecimento, emoções, etc. As ciências sociais e econômicas vão ainda mais longe, não ligando sequer para um indivíduo, mas para o comportamento coletivo.

Mas nenhuma dessas ciências afirma que, a partir de um nível, que as partículas constituintes do homem são especiais a ponto de nelas não valerem as leis da física comum (como se em meu corpo houvesse uma força livre "Rafael", que age só no meu corpo e apareceria quando a complexidade do conjunto de partículas fosse gigante - não, as forças não mudam com a complexidade). Elas só não a aplicam diretamente pois seria inviável fazê-lo, do ponto de vista prático.

Se eu mostro um chocolate para uma criança, por exemplo, decerto ela vai querer (digo em geral, pois sei que há tanto crianças particulares quanto culturas inteiras que esse não seria o comportamento esperado). Mas por trás da lei "criança + chocolate = pentelhação", há diversas leis físicas envolvidas, de como a luz refletira no chocolate para a retina da criança, que excitará átomos das células da retina, que causará diversos impulsos elétricos, que percorrerão a estrutura cerebral, que processará todos os impulsos e "identificará" o objeto como algo desejável, e enviará a resposta para o restante do corpo, como o braço ou as cordas vocais, indicando a reação adequada. Mas a psicologia não liga para nada disso e escreve o mesmo efeito sobre uma outra linguagem (muitas vezes viajando, como no caso da psicanálise, mas muitas vezes sendo bastante coerente, como a psicologia comportamental, cognitiva, etc), pois está interessado em outros aspectos - mas nenhuma psicologia, ou ciência humana, nega esse fundamento material e físico.

Então não vejo por que fazer essa separação, como se ciências humanas e exatas pregassem algo essencialmente diferente.... por isso, ou você acredita que todas partículas, mesmo a mais simples, é livre e o conhecimento que o homem tem de seu comportamento não influi nisso, ou nenhuma partícula ou conjunto de partículas, o homem incluso, é livre. Mas, se você não apela à metafísica ou espiritualidade (do contrário é fácil, bastaria considerar por exemplo o homem como único ser com alma), não sei se há de fato diferença nisso ou se se trata-se de escolha de palavras. Ora, digamos que o homem seja de fato livre mas retiremos sua liberdade. Qual seria a diferença? Que tipo de comportamento mudaria? Empiricamente, nenhum. Então é questão de você observar a empiria e ver se a palavra "livre" cai bem.

Ora, é fisicamente impossível que a uma criança (normal biologicamente e com experiência de vida comum) veja um chocolate e fale "vou ler o post do Paganus" :dente:, para que ela pudesse fazer isso, teria que ter um cérebro “fora de linha” – poderia ter registros de um condicionamento que a levou à crença de que, falando tal bobagem, ganharia um chocolate, por exemplo, ou por algum motivo estar fora de habilidades mentais normais. Esse não é o caso de uma criança normal, então essa possibilidade não é algo que ela realmente poderia fazer, mas que por deliberação não o fez – seria impossível ela dizer aquilo, ela teria que ter um outro cérebro. Assim como a bola não poderia escolher ir para cima quando solta perto na terra, ou a bússola ficar na direção leste-oeste - ora, a bússola realizaria toda vez uma livre escolha? Ou, para ficar num exemplo menos (mas ainda) distante, a calculadora do Windows não "livre escolheu" o resultado 2 dentre todos os outros para 1+1, e sim é resultado de todas reações elétricas e de outro tipo que ocorrem na CPU, projetadas para dar o resultado correto. E “quem” “projetou” o cérebro para dar o resultado correto? A seleção natural.

Não me vejo e não gosto de bancar o cientificista, e acredito também numa espécie de liberdade não só humana como geral, mas num sentido diferente do que está sendo descrito aqui, por isso as objeções de caráter mais cientifizado.
 
Última edição:
Não vou me dar o trabalho de citar o restante do post, porque penso que as objeções que eu faria já foram feitas, e a partir desse ponto a coisa começa a soar repetitiva.
Digo o mesmo, por isso vou apenas ressaltar o que eu já havia dito e parar por aqui com esse assunto.

Um exemplo bem simples: digamos que haja duas partículas no mundo, dois corpos. Uma muuuuuito pesada e outra muito leve, de forma que a pesada sob boa aproximação fique parada. É possível pela mecânica clássica que, se a partícula menor obedecer certas condições, ela gire em uma trajetória circular eternamente, afinal só há elas no mundo, e nesse mundo não existiria força elétrica, nem partículas menores do que ela, enfim, nada. Só a massa das duas partículas e força gravitacional, além do espaço e tempo nos quais elas aparecem.

Óbvio que é uma situação simplista ao extremo. Mas onde está a necessidade lógica que nega que no passado, eu poderia achar partícula menor nas mesmas condições, isso é, em trajetória circular, sem absolutamente nada de diferente do que eu vejo agora? Se eu investigasse a 10s atrás, ela estaria na mesma trajetória, a mil anos atrás, na mesma trajetória, a um milhão de anos atrás, na mesma trajetória... Sem causa especial primeira, sem nenhuma bizarrice no tempo, como ele sendo interrompido em algum instante no passado... sem a partícula aparecendo do nada ou sendo "causada primeiramente"... A gravidade atuando sempre nos corpos, sem ter começado a fazê-lo.

Para algo ser infinito é preciso ter seu fim como seu começo, formar um circulo, e para que isso seja possivel este algo precisa ser imutável, como o tempo em sua essência é; já não se pode dizer o mesmo da matéria, principalmente por ela estar sempre em transformação, então como a matéria pode ter uma existência infinita dentro do tempo? Não se pode dizer que algo (além do tempo) é infinito, pelo contrário, tudo dentro do tempo teve um ponto inicial, a energia pode se alterar o quanto quiser, mas como pode ter sofrido sucessivas alterações sem ter uma primeira alteração?
 
Em outras palavras, o Haran está derrubando quimeras.

Eu só queria entender porque essa 'necessidade'. Segundo você, Siker, tudo dentro do tempo 'precisa' ter tido um ponto inicial. E desculpa se sou um merdinha em ciências exatas e não tenho pensamento mais lógico do mundo, mas esse
Para algo ser infinito é preciso ter seu fim como seu começo, formar um circulo, e para que isso seja possivel este algo precisa ser imutável
não me parece muito lógico. Você tenta definir infinitude pelo que não é próprio dela. Isso foi óbvio pra mim: a infinitude NÃO ADMITE fim nem começo, portanto essa sua 'teoria' de círculo e, daí decorrendo, imutabilidade sei lá por quê, isso me soou tão forçado...

Da mesma forma, você coloca que
tudo dentro do tempo teve um ponto inicial, a energia pode se alterar o quanto quiser, mas como pode ter sofrido sucessivas alterações sem ter uma primeira alteração?
Os físicos que me corrijam mas... onde está a lógica aqui? Ok, a energia não pode ser eterna porque 'precisa' ter uma alteração inicial? Cuma?

Isso nada diz sobre Deus, é a mesma balela cosmológica de Aquino. Primeira causa, Necessidade, Design Inteligente, bla bla, não é algo lógico fora do modelo aristotélico.
 
Última edição:
Esse assunto tá me fazendo pensar muito, e vou precisar pensar mais ainda pra responder adequadamente, daqui há alguns dias eu volto neste tópico (ou crio um especifico já que este é sobre destino) e explico melhor o meu entendimento dessa questão, já que no momento estou com dúvidas...
 
Não sei se estou falando bobagem, mas andei pensando, esses conceitos de onipotência, onipresença e onisciência são conceitos estabelecidos pelo homem, não são? Estarão totalmente corretos? Poderemos saber o que Deus realmente é, ou o que Ele realmente sabe e pode?

Um Teólogo por favor!!!

Não sou teólogo mas vou comentar alguns pontos sobre o homem e as qualidades divinas.

A questão da limitação do entendimento do homem nos serve até certo ponto mas a natureza mesmo se encarrega de nos empurrar para ainda mais longe (nem precisa de teologia nem filosofia). Significa que temos espaço para crescer.

Devido ao fato de que nascemos e somos (todos, sem exceção) obrigados a aceitar conceitos filosóficos que ultrapassam a mente humana devemos dar o próximo passo. Dois exemplos:

-A existência: Existe algo ao invés de nada. Existir ultrapassa análise ou comparação pois não há com o que comparar a existência. Inventar a existência é mais que surreal.
-Infinitude do espaço: Não existe capacidade humana para analisar adequadamante o conteúdo e a manifestação do infinito. O universo se espraia para onde não podemos ver, para sempre. O Nada é só o novo nome que deram na Academia pra não ter que chamar de Éter.

Esses são apenas alguns exemplos (existem outros). Mas nos fornece com condições que nos posicionam automaticamente (todos) em ato de fé para aceitar que coisas impensáveis estão por aí em toda parte (humanamente impensáveis). E nós não estamos ainda no ponto mais alto do impensável mas já estamos dentro do impensável (não dá para escapar dele). Indo mais alto já estamos habilitados a aceitar outras coisas impensáveis (pois já aceitamos algumas das coisas que deveriam ser impossíveis antes) e uma dessas coisas é o ajuntamento das 3 características exclusivas da força primeira de Deus e que funcionam simultaneamente Onipotência, Onipresença e Onisciência.

Poder total só se governa se tiver ao lado uma capacidade total de entendimento e sabedoria (onisciência) em todos os lugares, em todas as dimensões, dentro e fora das pessoas, no passado, no presente no futuro e em linhas alternativas de tempo, nas retas e nas curvas, na verdade e na ilusão.

Estas são ainda apenas duas capacidades. Essas duas capacidades também não seriam suficientes agindo juntas, é preciso que Deus não apenas saiba tudo, mas que ele também vivencie tudo aquilo que criou e sinta tudo o que cada criatura sente em todos os lugares, tempos (Ele vive o tempo de Deus), dimensões seja na queda e na ascensão, na memória e no projeto de amanhã. Do contrário, se não houvesse a terceira característica seria uma decisão apenas lógica e fria, não haveria comprometimento, responsabilidade e seriedade com a criação. Se imaginarmos um hacker nível infinito com todos os cheats da Realidade ele seria ainda uma analogia pobre (miserável é a palavra) para a junção dessas características simultâneas.

Tudo isso não impede o homem de ser acessado de forma compreensível por um ser que detenha de infinitos recursos a mais. Tais contatos especiais do divino para o humano podem receber nomes, por exemplo, Teofanias.

As Teofanias são experiências muito profundas em que a alma sofre para despertar as faculdades (ocorre purificação enquanto se está em contato) para mudar e na Bíblia temos o caso da conversão de Saulo que era um homem mau e de repente fica manso e justo. Moisés teve isso tantas vezes que o rosto até emitia luminosidade.

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Sobre felicidade tenho pra mim que felicidade verdadeira venha da verdade. Da ilusão vem felicidade temporária ou dor. A ilusão oferece felicidade ilusória.
 
Última edição:
-Infinitude do espaço: Não existe capacidade humana para analisar adequadamante o conteúdo e a manifestação do infinito. O universo se espraia para onde não podemos ver, para sempre.
Para sempre é tempo demais.

O Nada é só o novo nome que deram na Academia pra não ter que chamar de Éter.
O nada é apenas o "lugar" onde a energia e a matéria do Universo ainda não chegaram.
Isso está ficando um pouco poético demais para o meu gosto.
 
Para sempre é tempo demais.
Ou espaço demais, espaço total, em todas as formas, dimensões, possibilidades. Não é possível percorrer isso tudo em 15 bilhões de anos. Sempre também no sentido de distância. Em tanta quantidade que vai aonde não dá mais para ser percebido ou medido. Esses tempos que estão na forma de semente ou que atravessam o espaço antes de um Big Bang podem mesmo ter nomes próprios segundo a representação. Poderia chamar de Tempo ou receber outros nomes.
O nada é apenas o "lugar" onde a energia e a matéria do Universo ainda não chegaram.
Isso está ficando um pouco poético demais para o meu gosto.

Mudaram o nome para não precisar lidar com o assunto imediatamente. Mas no fim não acho que ninguém deveria se sentir mal em ter poesia. A satisfação é parte do pacote.
 
O tópico que estou fazendo sobre a falibilidade de D'us deve abordar algumas dessas questões tratadas aqui, mas já adianto: a ideia de um D'us conforme exposto na Bíblia Hebraica não implica nem requer nenhuma dessas características: impassibilidade, imutabilidade, onisciência, onipresença nem onipotência. Nem mesmo contradiz o texto bíblico, é até indicado por ele, que D'us sofre paixões, pode errar, e se submete aos castigos que Ele mesmo impõe ao povo de Israel. Portanto, atrelar essas categorias fundamentais à agência divina conforme ela é retratada nos textos tradicionais é, no mínimo, problematico, ao menos no que se refere ao Tanach. Talvez seja diferente nos Vedas e Upanishads, no Corão etc.

Isso é uma revisão radical do teísmo clássico, que estou propondo aqui (na verdade, no tópico que estou para criar), e nem é uma ideia original minha, mas uma concepção judaica e não apenas judaica, mas que se encrespa nos diversos tipos de existencialismos religiosos. Talvez alguns dos pontos levantados pelo Haran sejam revisitados também.
 
Legalzinho o tópico. Óbvio que 13 anos depois (o tópico começou em 2008, já com postagem minha) eu teria ressalvas no que diz respeito à forma e ao conteúdo da discussão. Já falei anteriormente que não sou fã desse negócio de picotar os posts dos outros, por exemplo... Mas mesmo picotando, dá pra ver que há certo esforço em dialogar, sem chiliques, afetações e ironias. E o assunto é algo "delicado" (religião), então é uma surpresa. Hoje não mais embarcaria numa discussão desse tipo por aqui, até coisas muito mais triviais descambam...
 
Acho que depende do sentido do argumento e obviamente da intenção do enunciador e, principalmente, se o interlocutor consegue captar essas nuances. Do contrário, é mais retórica e flamin mesmo.
 
Que bom que já tinha uma discussão aberta sobre isso, já que semana passada falou-se muito sobre punição divina, algo que mais uma vez reafirmo será sempre a última opção que eu pensaria.
 
Não sou teólogo mas vou comentar alguns pontos sobre o homem e as qualidades divinas.

A questão da limitação do entendimento do homem nos serve até certo ponto mas a natureza mesmo se encarrega de nos empurrar para ainda mais longe (nem precisa de teologia nem filosofia). Significa que temos espaço para crescer.

Devido ao fato de que nascemos e somos (todos, sem exceção) obrigados a aceitar conceitos filosóficos que ultrapassam a mente humana devemos dar o próximo passo. Dois exemplos:

-A existência: Existe algo ao invés de nada. Existir ultrapassa análise ou comparação pois não há com o que comparar a existência. Inventar a existência é mais que surreal.
-Infinitude do espaço: Não existe capacidade humana para analisar adequadamante o conteúdo e a manifestação do infinito. O universo se espraia para onde não podemos ver, para sempre. O Nada é só o novo nome que deram na Academia pra não ter que chamar de Éter.

Esses são apenas alguns exemplos (existem outros). Mas nos fornece com condições que nos posicionam automaticamente (todos) em ato de fé para aceitar que coisas impensáveis estão por aí em toda parte (humanamente impensáveis). E nós não estamos ainda no ponto mais alto do impensável mas já estamos dentro do impensável (não dá para escapar dele). Indo mais alto já estamos habilitados a aceitar outras coisas impensáveis (pois já aceitamos algumas das coisas que deveriam ser impossíveis antes) e uma dessas coisas é o ajuntamento das 3 características exclusivas da força primeira de Deus e que funcionam simultaneamente Onipotência, Onipresença e Onisciência.

Poder total só se governa se tiver ao lado uma capacidade total de entendimento e sabedoria (onisciência) em todos os lugares, em todas as dimensões, dentro e fora das pessoas, no passado, no presente no futuro e em linhas alternativas de tempo, nas retas e nas curvas, na verdade e na ilusão.

Estas são ainda apenas duas capacidades. Essas duas capacidades também não seriam suficientes agindo juntas, é preciso que Deus não apenas saiba tudo, mas que ele também vivencie tudo aquilo que criou e sinta tudo o que cada criatura sente em todos os lugares, tempos (Ele vive o tempo de Deus), dimensões seja na queda e na ascensão, na memória e no projeto de amanhã. Do contrário, se não houvesse a terceira característica seria uma decisão apenas lógica e fria, não haveria comprometimento, responsabilidade e seriedade com a criação. Se imaginarmos um hacker nível infinito com todos os cheats da Realidade ele seria ainda uma analogia pobre (miserável é a palavra) para a junção dessas características simultâneas.

Tudo isso não impede o homem de ser acessado de forma compreensível por um ser que detenha de infinitos recursos a mais. Tais contatos especiais do divino para o humano podem receber nomes, por exemplo, Teofanias.

As Teofanias são experiências muito profundas em que a alma sofre para despertar as faculdades (ocorre purificação enquanto se está em contato) para mudar e na Bíblia temos o caso da conversão de Saulo que era um homem mau e de repente fica manso e justo. Moisés teve isso tantas vezes que o rosto até emitia luminosidade.

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Sobre felicidade tenho pra mim que felicidade verdadeira venha da verdade. Da ilusão vem felicidade temporária ou dor. A ilusão oferece felicidade ilusória.
Que post bonito!

P.S.: Num li as outras páginas do tópico, não, porque não sou obrigada.
 

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