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[Desafio] Quanto vale uma imagem?

Hum... Gostei tanto deste post que vou me comprometer, ou tentar pelo menos, a escrever uma parte aqui também já que gosto muito de fotografia e de escrever.
Gostaria muito de ter escrito algo sobre a primeira foto mas perdi o tempo, paciência.
Parabéns a Kika, pelo seu texto, ficou muito legal mesmo.
 
Naquela cidade lenta e preguiçosa mais um dia lindo e ensolarado passava inexoravelmente rumo ao seu fim. Entretanto, naquela cidade, ninguém o aproveitava. O dia, o tempo, a vida, eram só passos necessários a serem dados antes do que quer que os esperasse.
Uma criança, chorando, voltou da rua e disse à mãe.
_Mãe... o Luar foi embora e me deixou sozinho.
_De quem você está falando, Raul.
_Do Luar, mãe, ele foi embora e me chamou de chato.
_Quem é Luar? È o filho da vizinha?
_Não mãe, O Luar é a minha sombra... ela fugiu!
_Ahhhh.... Não me enche menino! Eu aqui pensando que fosse algo sério. Vai para a rua brincar.
_Mas mãe...
_Vai!!!
Contrariado o menino disse, enquanto saia.
_Tá bom... Mas se você quer mesmo saber a sua sombra também falou que você era uma chata e também fugiu para brincar com o Luar.
A mãe, meio sem entender, olhou para baixo, já se achando uma tonta por dar ouvidos ao filho. Incrivelmente, onde deveria estar sua sombra, no lado oposto ao que o sol brilhava forte, a sua sombra não estava. E em nenhum outro lugar. Nada.
_Raul _ disse a mãe_ como você disse que se chama seu amiguinho mesmo?
_É Luar mãe... ele disse que é a minha sombra e que se chama Raul, só que ao contrário. Disse e foi para o quintal, ainda contrariado.
A mãe... perplexa, não disse nada. Ficou lá, parada , reconstruindo seus pensamentos desde o inico, tijolo por tijolo, quando o menino gritou lá do quintal.
_Mãe!!! Vem ver!!!
A mãe saiu do transe e saltou para o quintal. Os olhos esbugalhados.
_Olha lá, mãe. Lá vai a Liagiba, sua sombra pulando o muro.
Adiante, mesmo debaixo do sol forte, e sem nada que as provocasse, duas sombras, uma pequena e outra maior, pulavam o muro para depois correr pela rua para a praça, onde havia uma escuridão de sombras fazendo a maior bagunça.


Palavras 311
 
Não resisti e fiz um texto aqui que queria atribuir à primeira foto... Será que é possivel?

Bom... como não sei, vou postar fora mas deixar um link aqui... :tchauzim:

http://www.meiapalavra.com.br/showthread.php?tid=3847
 
Vail disse:
Não resisti e fiz um texto aqui que queria atribuir à primeira foto... Será que é possivel?

Bom... como não sei, vou postar fora mas deixar um link aqui... :tchauzim:

http://www.meiapalavra.com.br/showthread.php?tid=3847

Vail, conta as palavras e eu incluo na contagem na quarta feira.... :P Lindo o texto... espero ver palavras suas todas as quartas (pelo menos...heheh)
 
kika_FIL disse:
Vail, conta as palavras e eu incluo na contagem na quarta feira.... :P Lindo o texto... espero ver palavras suas todas as quartas (pelo menos...heheh)

Oh, sim... tentarei mesmo manter assiduidade nisso. É claro... meu pouco tempo ou minha efemera inspiração podem atrapalhar, mas tentarei sim publicar algo toda a semana. XD

Quanto ao "Tetsuo" as palavras á foram contadas... tks
 
Tentamos esquecer nosso passado, enterrá-lo no mais profundo poço para que nunca seja encontrado. Vivemos no anonimato de nossas vidas e somos julgados pela nossa aparencia física e pelas feições transparentes a nossa face.
Porém o jovem Pedro descobriu algo raro, uma luz raríssima.
Em uma das suas travessuras de explorador, Pedro reativou o antigo refletor de um cinema abandonado, em uma das ruas da cidade. A príncipio parecia algo banal, uma luz em um tom mais forte que o normal. Ofuscando a visão dos transeuntes, e gerando uma sombra diforme.
O curioso foi que ao tentar desligá-la, Pedro notou um fato raro. Do outro lado da rua passeava um homem maltrapilho arrastando-se na calçada. Porém o mais inusitado era que a sombra formada pelo homem nao condizia com seu estado deplorável. Na imagem projetada na parede ele via um balarino charmoso e encantador, saltando de um lado para o outro, e dançando lindamente.
Um susto.
No dia seguinte ele retornou. Ligou e desligou o refletor inumeras vezes ainda se perguntando como seria aquilo possivel. Esperou um senhor alto, carrancudo e com ar sério passar e ligou a luz. A sombra projetada era de um senhor alegre, que dançava com sua mulher e filhos. Depois ele enterrando todos eles após um acidente aéreo.
A luz mostra o passado de cada um? Pensou Pedro ainda assustado.
Era preciso testar.
Então ligou e luz e esperou.
Uma velha senhora já fora madame rica e pomposa até perder o marido. O casal romântico e abraçado, mostrou a sombra da traição de ambos os lados. O médico e seu jaleco branco impecável, portava uma faca em que matava a amante a facadas. O policial vendia drogas a traficantes. O pai de família espancava a mãe. A senhora rica e elegante, casara-se por dinheiro e traía o marido na noite.
Desligou a luz.
Pedro sabia que encontrara algo raríssimo, algo revelador.
Então decidiu ver seu próprio passado, confrontar a ele próprio.
Ligou a luz.
Atravessou a rua de frente ao cinema e ficou em frente a luz ofuscante.
Virou para sua sombra, e a mesma pulou em cima dele e o matou estrangulado.
Morto pela própria sombra?
Uma nota escrita a mão foi achada pela polícia no dia seguinte:
"Deixe seu passado em paz"

360 palavras
 
Atualizando o Resumo da semana - 1ª imagem:

1823 palavras, sendo (em ordem de postagem)

Wilson - 456 + 100 palavras
Lelo - 130 palavras
Kika - 187 palavras
Farfael - 83 palavras
Breno C. - 210 palavras
Palazo - 105 palavras
Amandinha - 107 palavras
Vail - 445 palavras


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Agora o Resumo da Semana - 3ª imagem: 833 palavras, sendo (em ordem de postagem)

Wilson - 6 palavras
Kika - 156 palavras
Vail - 311 palavras
Palazo - 360 palavras

Vamos caprichar pra próxima hein? :P
 
Desafio - 4ª Semana

1097382855_f.jpg

Fonte: Arquivo pessoal (foto by Kika)

Resumo das Regras
1. Imagens serão publicadas semanalmente (Quartas-feiras)
2. Qualquer um pode participar, com o texto no tamanho que sua imaginação e inspiração permitirem. Liberdade é a palavra de ordem aqui (pegando carona na idéia do JLM)
3. Publique somente textos inspirados nas imagens e em prosa.
4. Lembre-se de indicar o número de palavras que contém o seu texto.
5. Para contar o numero de palavras do texto clique aqui.
 
[align=justify]O quarto tinha um cheiro pesado de nicotina e café torrado, misturado a um cheiro velho de molho de tomate passado da validade. Nada comentei. Não me cabia, naquele momento, questionar sobre as condições sanitárias em que vivia meu amigo. Sentava-se em uma das muitas cadeiras de escritório de forro rasgado e embolorado que ele provavelmente roubara de algum depósito qualquer, ou de um lixão, talvez, me cruzou o pensamento pela cabeça. Possuía uma estante de metal da qual evitei me aproximar ou relar, com medo de que uma tempestade de volumes de biologia molecular, direito criminal, física de partículas sub-atômicas e aerodinâmica, entre clássicos de Dostoievski e Virginia Woolf, caísse sobre mim. Evitei, também, pedir que abrisse a janela; ele poderia tomar como uma forma de insulto, não queria que notasse que eu havia notado o vago rastro de flatulência que ainda pairava no ar paralisado. Os bolsões de pele sob seus olhos eram negros e profundos, uma barba crescia crespa pela face seca e petrificada como era a de meu amigo. O computador instalado embaixo da beliche emitia uma enjoada sequência pi-pi-pis à medida que caracteres brancos desfilavam verticalmente de cima para baixo no monitor, à uma frequência muito abaixo dos 60Hz imaginados. Minha cabeça doeu apenas de olhar a tela por poucos segundos. Perguntei-me sobre sua sanidade mental, se havia piorado desde a última vez em que estivera ali. Ele não falava nada. Coçava insistentemente uns caroços vermelhos que cresciam em seu pescoço e não parecia se dar conta de que eu estava ali. Hesitei iniciar qualquer diálogo com ele, queria ver até quando permaneceria em silêncio, mas chegou uma hora em que eu simplesmente não podia mais ignorar a presença do estranho aparato no meio do quarto; um intricado armengue de hastes e trilhos metálicos, parafusado ao chão, que se erguia até um pequeno buraco aberto no telhado de zinco, por onde um cano finíssimo passava.

"Sua nova invenção?", perguntei. Não lembrava de ter visto aquele curioso artefato antes.

"Sim", respondeu, desistindo dos cascões abertos no pescoço. "É um rifle de alta precisão ergonômica", continuou. "Está apontado para o coração de Deus."

"Interessante..."

"Apertarei o gatilho quando desejar acabar com o mundo."[/align]

361 palavras
 
Ao entrar naquele quarto, desorganizado por natureza, deixava o resto do mundo para trás. Problemas, brigas, estresse, trânsito, pessoas mal-educadas, todos ficavam do outro lado da porta.

Aquele quarto respirava sua vida. Os cheiros da tinta acrílica do quadro recém-pintado (um rosto favorito escolhido entre desconhecidos da internet), as palavras dos vários amigos de papel, os milhares de momentos musicais, as várias cadeiras onde não assentavam pessoas, eram parte de sua essência, fundamental em sua descrição.

Ali, seus anseios eram derramados na tela branca do computador, visíveis para quem quisesse ver, em blogs desconhecidos e arquivos ocultos, embalados pelos ares gelados do inverno por entre os eucaliptos, logo ali. Ali, existia o EU.

Aquele lugar era seu santuário. E sua perdição...

120 palavras
 
O texto de vocês ficaram muito bons... Kika e Wilson...
Tomara que o quarto da foto não seja o seu Kika, pois eu dei muita risada com a descrição que o Wilson fez dele...

Alías, percebi que sou um cara bem influenciável... enquanto tentava pensar em alguma coisa para escrever o texto do Wilson não me saía da cabeça...
Amanhã vou ter tempo de escrever e postar o meu...
 
hehehe.

Não existe ateliê organizado... principalmente se você está no MEIO de um quadro...

13 Palavras :P
 
(Visita ao analista) Sexta, 7 de setembro - 15:00
Doutor, você tem filhos? Eu sabia que não, você como analista já sabe a encrenca que eles são. A minha não é diferente, na verdade deve ser mil vezes pior que qualquer outra. Sempre tento ajudar, mas ela sempre reclama.
A última vez aconteceu quando eu desci ao quarto de Claire. Livros, pincéis, lapis, cadernos, folhas limpas e amassadas, anotações jogadas, paredes sujas, uma zona completa. E o senho sabe como tenho mania de limpeza. Deve saber, eu vivo arrumando as coisas no seu escritório, não é doutor? Inclusive, troque de faxineira. A sua anda meio relapsa com o seu escritorio.
Ah claro, eu sei que estou pagando. E por sinal, tá salgado o preço. Ganhar para ouvir os outros, se Claire fosse esperta faria o mesmo.
Mas vamos voltar, por que eu pago para falar da minha vida, não é doutor. Então, minha filha havia viajado no fim de semana e eu fiquei horrorizada quando entrei no quarto dela. Nem pensei duas vezes, sai organizando e limpando tudo. Pintei as paredes de branco, coloquei um aromatizador no quarto, o cheiro anterior estava me enojando. Joguei papéis fora. Em resumo, deixou o lugar decente.
Para mim pelo menos. Por que para a Claire, o lugar estava horrivel. Ela reclamou de tudo, disse que gostava das coisas como estavam e que se achava na sua bagunça. Onde já se viu, achar algo naquela zona?
Adolescentes, sempre se acham mais espertas que as mães. Sorte a tua não ter filhos doutor, sorte a tua.
Acabou o horário, mas já? O senhor deve estar rico, tão caro e tão pouco tempo.

271 palavras
 

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