Eu não queria falar sobre asa de avião. Primeiro porque me frustra não ter estado na janela quando levantamos vôo no Galeão. É claro que lembrei do samba, mas não teve graça porque eu não estava pousando nem vendo Corcovado nenhum. Só vi nuvens em diagonal e não previ o como seria insuportável passar 9 horas numa cadeira onde eu não consigo pôr os pés nem sentar de borboleta.
Depois, estou indo pra casa. Meus braços não vêem meus pais há mais de dois anos, mas o provável é que só os veja por duas semanas. Isso porque a gente demora vinte anos pra finalmente ter uma relação adulta e decente com nossos pais, e quando a coisa fica boa, pronto, lá vai a gente e se muda pro outro lado do oceano.
Eu poderia escrever mais, mas a essa altura o ar fica rarefeito e meus pensamentos ficam embaralhados e o esforço é muito grande pra conseguir fazer uma letra decente. Como treme essa geringonça. E ainda tem essas nuvens por todo lado que deixam a folha toda úmida, a caneta não escreve, ainda bem que trouxe minha lapiseira. Aliás, agora é que não escrevo mais mesmo. Ou eu largo essas coisas todas ou eu caio daqui de cima. O piloto resolveu fazer curva e esqueceu de dar a seta. Droga. Lá vou eu parar com a cara na janela de alguém de novo.
1246 nuvens só pra perguntar quando é que vem a próxima imagem. =P