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(Des)acordo ortográfico

Anica

Usuário
Escritores consideram dispensável a ratificação do Acordo Ortográfico da língua portuguesa. Eduardo Lourenço diz que não vai mudar para uma "ortografia comum" e Maria Lúcia Lepecki vai mais longe: "É um desperdício de energias e de dinheiro".

O ensaísta, professor universitário e filósofo Eduardo Lourenço considera dispensável o Acordo Ortográfico da língua portuguesa cuja ratificação está pendente desde 1994 e vai continuar a escrever como aprendeu, mesmo que este entre em vigor, informa a agência Lusa.

"Eu acho que se podia dispensar este acordo. Escrevo em português e penso que os portugueses vão continuar a escrever - sobretudo os da minha geração - no código em que foram ensinados. Na minha idade (84 anos), não vou agora mudar para uma ortografia - digamos comum", disse Eduardo Lourenço à margem da 9ª edição do encontro de escritores de expressão ibérica Correntes de Escritas, que hoje termina na Póvoa de Varzim.

Já o novo ministro da Cultura tem uma posição ligeiramente diferente. Ao contrário de Isabel Pires de Lima, que anunciou uma moratória de dez anos para aplicação do acordo, José António Pinto Ribeiro confessou que tem uma opinião diferente.

À margem da visita à ARCO, a Feira de Arte Contemporânea de Madrid, o responsável pela pasta da Cultura disse esperar "que haja condições para que muito proximamente seja ratificado também por Portugal o acordo ortográfico, em coordenação com o mundo editorial, com os livros escolares e com todos os interessados", noticia a Rádio Renascença.

O ministro lembrou que o acordo está em vigor, mas escusou-se a dizer que Portugal está em incumprimento:

"É uma questão que passa pela coordenação de vários Ministérios, mas aquilo que posso dizer é que em termos do ponto de vista da política internacional e do direito internacional, o acordo está ratificado já por três países e nos termos do próprio acordo, a partir desse momento ele entrou em vigor. Mas acho que estamos aqui na ARCO e aquilo que devemos celebrar é esta forma extraordinária de expressão da cultura portuguesa que são as artes plásticas".

Desavenças constantes

A ensaísta e professora universitária de literatura portuguesa Maria Lúcia Lepecki defendeu que o Acordo é desnecessário e um desperdício de recursos: «Eu sempre achei que o acordo ortográfico não é preciso: um brasileiro lê perfeitamente a ortografia portuguesa e um português lê perfeitamente a ortografia brasileira. Olha a ortografia, sabe que palavra é que é, pronuncia correctamente».

«Acho que é um desperdício de energias, um desperdício de dinheiro, e penso que se devia gastar o pensamento e as forças em outra coisa qualquer», sustentou Maria Lúcia Lepecki.

«Quando houve aqui uma grande polémica sobre esse assunto, há cerca de 20 anos, eu nunca me pronunciei. Na altura, era presidente da Associação de Professores de Português e havia quem se pronunciasse por mim, veiculando a posição da associação», explicou.

A escritora moçambicana Paulina Chiziane também manifestou dúvidas quanto à razão de ser e à utilidade de um acordo ortográfico: «Há muitos anos que eu venho ouvindo falar deste acordo, que sai e não sai. Mas, se eu olhar para o meu próprio país, que é Moçambique, nós somos tão diversos que de vez em quando acho que cada um tem o direito de escrever a sua língua portuguesa».

Fonte: Amigos do Livro
 
Menegroth disse:
To pra ver alguém (alguém que interessa mesmo, pessoas que trabalham e estudam a língua portuguesa) a favor desse acordo.

E isso é simplesmente porque um acordo desses não adianta nada. A mudança ortográfia e da língua como um todo acontece na rua, no dia a dia, e não através de acordos teóricos.
 
A língua não é algo estático, ela muda o tempo todo, é completamente desnecessário padronizar a língua portuguesa agora se daqui a alguns anos vai estar diferente denovo.
É realmente um desperdício de energia e dinheiro como disse a professora Lepecki, no post da Ana.
 
Pepper disse:
Menegroth disse:
To pra ver alguém (alguém que interessa mesmo, pessoas que trabalham e estudam a língua portuguesa) a favor desse acordo.

E isso é simplesmente porque um acordo desses não adianta nada. A mudança ortográfia e da língua como um todo acontece na rua, no dia a dia, e não através de acordos teóricos.

Exatamente, a língua é mutável, por mais que fosse aprovado um acordo da língua e ela fosse padronizada mundialmente, e isso quer dizer desde Brasil até Macau e Timor Leste (imaginem o tamanho da bagunça), poucas décadas depois cada país já teria sua própria maneira de interpretar a língua, suas próprias gírias, etc.

A língua se funde a cultura e é a própria cultura, por isso acho inviável e dispensável qualquer cordo nesse sentido, até por que ao invés de ajudar, estaria destruindo a evolução natural da língua em diversas regiões.
 
Pepper disse:
E isso é simplesmente porque um acordo desses não adianta nada. A mudança ortográfia e da língua como um todo acontece na rua, no dia a dia, e não através de acordos teóricos.

Ronzi disse:
Exatamente, a língua é mutável, por mais que fosse aprovado um acordo da língua e ela fosse padronizada mundialmente, e isso quer dizer desde Brasil até Macau e Timor Leste (imaginem o tamanho da bagunça), poucas décadas depois cada país já teria sua própria maneira de interpretar a língua, suas próprias gírias, etc.

A língua se funde a cultura e é a própria cultura, por isso acho inviável e dispensável qualquer cordo nesse sentido, até por que ao invés de ajudar, estaria destruindo a evolução natural da língua em diversas regiões.

Era justamente isso que eu estava pensando.
Bem, vamos dizer que depois da bagunça toda. Tudo é unificado.
Realmente, como vocês disseram, em pouco tempo, cada um vai ter algo diferente e valido para acrescentar, mas para o seu país. Pode ser que algo inventado ou acrescentado no Timor Leste, não valha a pena aqui no Brasil.
E ai o que fazer? Reunificar tudo outra vez???
 
Daí eu ouvi hoje no rádio que a Isto É está lançando a Novíssima Gramática Ilustrada, do Sacconi, e parece que essa gramática já vem com as modificações do acordo ortográfico. Rezo pra ter entendido errado a propaganda, mas acredito que infelizmente seja isso mesmo.

Fico pensando no tanto de gente que tem aproveitado pra faturar em cima dessa reforma ortográfica. Sinceramente, já que são estudiosos da língua, seria mais digno que publicassem estudos discutindo a necessidade de tal reforma. ¬¬

Mas a questão que gostaria de colocar é outra: com essas "novissimasissimasíssimas" gramáticas sendo lançadas ao mesmo tempo em que o acordo é tão fortemente rechaçado, como ficará o ensino, principalmente nas escolas? Uma adota uma gramática 'reformada', outras se recusarão a fazê-lo... daí é cada um por si e seja o que Deus quiser? o_O
 
Vocês viram a notícia que coloquei lá no Notícias & Eventos, né? Pois então. Todo mundo estudandinho para seguir as novas normas do acordo ¬¬'
 
Anica disse:
Vocês viram a notícia que coloquei lá no Notícias & Eventos, né? Pois então. Todo mundo estudandinho para seguir as novas normas do acordo ¬¬'

Eu vi... e prevejo que isso vai dar uma dor de cabeça tremeeeeeeenda...
O pessoal mal consegue escrever direito com uma norma, ainda mais se começar a falar que vai ter outra :dente:
 
Acredito que seja mais uma reforma "pra inglês ver", nos esforçaremos....mas a propósito, reformar a ortografia, se a maioria dos brasileiros fala por gírias e escreve por internetês??? E viva a diversidade!!!!!
 
Onde eu consigo o texto integral da reforma, alguém sabe?

Desde a 7a ou 8a série eu ouço essa estória, alguns professores meus inclusive me ensinavam as coisas das duas formas...
 
Para vcs se informarem, melhor....._____Brasil se prepara para reforma ortográfica

"O fim do trema está decretado desde dezembro do ano passado. Os dois pontos que ficam em cima da letra u sobrevivem no corredor da morte à espera de seus algozes. Enquanto isso, continuam fazendo dos desatentos suas vítimas, que se esquecem de colocá-los em palavras como freqüente e lingüiça e, assim, perdem pontos em provas e concursos.

O Brasil começa a se preparar para a mudança ortográfica que, além do trema, acaba com os acentos de vôo, lêem, heróico e muitos outros. A nova ortografia também altera as regras do hífen e incorpora ao alfabeto as letras k, w e y (veja quadro). As alterações foram discutidas entre os oito países que usam a língua portuguesa -uma população estimada hoje em 230 milhões- e têm como objetivo aproximar essas culturas.

Não há um dia marcado para que as mudanças ocorram -especialistas estimam que seja necessário um período de dois anos para a sociedade se acostumar. Mas a previsão é que a modificação comece em 2008.

O Ministério da Educação prepara a próxima licitação dos livros didáticos, que deve ocorrer em dezembro, pedindo a nova ortografia. ‘Esse edital, para os livros que serão usados em 2009, deve ser fechado com as novas regras’, afirma o assessor especial do MEC, Carlos Alberto Xavier.

É pela sala de aula que a mudança deve mesmo começar, afirma o embaixador Lauro Moreira, representante brasileiro na CPLP (Comissão de Países de Língua Portuguesa). ‘Não tenho dúvida de que, quando a nova ortografia chegar às escolas, toda a sociedade se adequará. Levará um tempo para que as pessoas se acostumem com a nova grafia, como ocorreu com a reforma ortográfica de 1971, mas ela entrará em vigor aos poucos.’

Tecnicamente, diz Moreira, a nova ortografia já poderia estar em vigor desde o início do ano. Isso porque a CPLP definiu que, quando três países ratificassem o acordo, ele já poderia ser vigorar. O Brasil ratificou em 2004. Cabo Verde, em fevereiro de 2006, e São Tomé e Príncipe, em dezembro.

António Ilharco, assessor da CPLP, lembra que é preciso um processo de convergência para que a grafia atual se unifique com a nova. ‘Não se pode esperar resultados imediatos.’

A nova ortografia deveria começar, também, nos outros cinco países que falam português (Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste). Mas eles ainda não ratificaram o acordo.

‘O problema é Portugal, que está hesitante. Do jeito que está, o Brasil fica um pouco sozinho nessa história. A ortografia se torna mais simples, mas não cumpre o objetivo inicial de padronizar a língua’, diz Moreira.

‘Hoje, é preciso redigir dois documentos nas entidades internacionais: com a grafia de Portugal e do Brasil. Não faz sentido’, afirma o presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vilaça.

Para ele, Portugal não tem motivos para a resistência. ‘Fala-se de uma pressão das editoras, que não querem mudar seus arquivos, e de um conservadorismo lingüístico. Isso não é desculpa’, afirma."

***

Colégio trocará livros didáticos em até 2 anos

"Colégios particulares de São Paulo já estão se preparando para a reforma ortográfica. As 165 escolas associadas da rede Pueri Domus, por exemplo, terão, em até dois anos, todo o material didático adequado às novas regras.

Na Fuvest, o maior vestibular do país, não há data definida para a aplicação das regras. Na editora Sextante, a nova ortografia passará a ser incorporada aos novos livros e aos títulos do catálogo à medida que forem, respectivamente, lançados e reimpressos. Já a Companhia das Letras e a Nova Fronteira informaram que ainda não definiram de que forma farão as alterações.

Antonio Carlos Sartini, superintendente do Museu da Língua Portuguesa, também aguarda o início da nova ortografia. ‘Estaremos atentos e iremos observar e analisar todas as mudanças.’"

***

O que muda

"Entre 0,5% e 2% do vocabulário brasileiro será alterado com as mudanças

HÍFEN

Não se usará mais:

1. quando o segundo elemento começa com s ou r, devendo estas consoantes ser duplicadas, como em ‘antirreligioso’, ‘antissemita’, ‘contrarregra’, ‘infrassom’. Exceção: será mantido o hífen quando os prefixos terminam com r -ou seja, ‘hiper-’, ‘inter-’ e ‘super-’- como em ‘hiper-requintado’, ‘inter-resistente’ e ‘super-revista’

2. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Exemplos: ‘extraescolar’, ‘aeroespacial’, ‘autoestrada’

TREMA

Deixará de existir, a não ser em nomes próprios e seus derivados

ACENTO DIFERENCIAL

Não se usará mais para diferenciar:

1. ‘pára’ (flexão do verbo parar) de ‘para’ (preposição)

2. ‘péla’ (flexão do verbo pelar) de ‘pela’ (combinação da preposição com o artigo)

3. ‘pólo’ (substantivo) de ‘polo’ (combinação antiga e popular de ‘por’ e ‘lo’)

4. ‘pélo’ (flexão do verbo pelar), ‘pêlo’ (substantivo) e ‘pelo’ (combinação da preposição com o artigo)

5. ‘pêra’ (substantivo - fruta), ‘péra’ (substantivo arcaico - pedra) e ‘pera’ (preposição arcaica)

ALFABETO

Passará a ter 26 letras, ao incorporar as letras ‘k’, ‘w’ e ‘y’

ACENTO CIRCUNFLEXO

Não se usará mais:

1. nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos ‘crer’, ‘dar’, ‘ler’, ‘ver’ e seus derivados. A grafia correta será ‘creem’, ‘deem’, ‘leem’ e ‘veem’

2. em palavras terminados em hiato ‘oo’, como ‘enjôo’ ou ‘vôo’ -que se tornam ‘enjoo’ e ‘voo’

ACENTO AGUDO

Não se usará mais:

1. nos ditongos abertos ‘ei’ e ‘oi’ de palavras paroxítonas, como ‘assembléia’, ‘idéia’, ‘heróica’ e ‘jibóia’

2. nas palavras paroxítonas, com ‘i’ e ‘u’ tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: ‘feiúra’ e ‘baiúca’ passam a ser grafadas ‘feiura’ e ‘baiuca’

3. nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com ‘u’ tônico precedido de ‘g’ ou ‘q’ e seguido de ‘e’ ou ‘i’. Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem

GRAFIA

No português lusitano:

1. desaparecerão o ‘c’ e o ‘p’ de palavras em que essas letras não são pronunciadas, como ‘acção’, ‘acto’, ‘adopção’, ‘óptimo’ -que se tornam ‘ação’, ‘ato’, ‘adoção’ e ‘ótimo’

2. será eliminado o ‘h’ de palavras como ‘herva’ e ‘húmido’, que serão grafadas como no Brasil -’erva’ e ‘úmido’"

***DIVIRTAM-SE ........XD
 

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