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Delegado do Distrito Federal relata crime em forma de poesia

ricardo campos

Debochado!
In Memoriam
Literatura contra o crime...:rofl:



Delegado do Distrito Federal relata crime em forma de poesia

[align=justify]'Tive vontade de transmitir uma mensagem a quem fosse ler', diz delegado.
Documento teve que ser reescrito para ser enviado ao Poder Judiciário.
Rafaela Céo
Do G1 DF


O delegado Reinaldo Lobo, da 29ª DP, no Riacho Fundo, a 18 quilômetros de Brasília, surpreendeu a Corregedoria da Polícia Civil ao registrar, no dia 26 de julho, um crime em forma de poesia.

O documento apresentado pelo delegado faz parte do inquérito policial, formado ainda pelo auto de prisão em flagrante, as oitivas e o relatório. A peça final, única feita em poesia, não foi aprovada e teve que ser refeita.

O relatório dizia respeito a um crime de receptação, ocorrido na noite de 22 de julho, quando um homem foi flagrado por policiais militares na garupa de uma motocileta roubada.

"O preso pediu desculpa/disse que não tinha culpa/pois estava só na garupa/foi checada a situação/ele é mesmo sem noção/estava preso na domiciliar/não conseguiu mais se explicar", escreveu o delegado sobre a abordagem ao suspeito.

Mais adiante, o delegado prossegue: "Se na garupa ou no volante/sei que fiz esse flagrante/desse cara petulante/que no crime não é estreante".

O preso pediu desculpa
Disse que não tinha culpa
Pois só estava na garupa
Foi checada a situação
Ele é mesmo sem noção
Estava preso na domiciliar
Não conseguiu mais se explicar
A motocicleta era roubada
A sua boa fé era furada"Trecho do relatório produzido pelo delegado Reinaldo Lobo
A vontade de fazer um trabalho diferente motivou a redação do poema, disse o delegado. “O nosso trabalho é um pouco de idealismo. Apesar de muito árduo, ele é um pouco de fantasia, de você lutar pela reconstrução e pela melhora do mundo. Acho que isso traz muita realização e eu quis transformar isso em arte, daí a ideia da poesia.”

No relatório em forma de poema, o delegado explica a inovação: "Resolvi fazê-lo em poesia/pois carrego no peito a magia/de quem ama a fantasia/de lutar pela paz contra qualquer covardia".

Lobo disse ao G1 que sua intenção era chamar a atenção de quem fosse ler o inquérito, afirmou. “Nos deparamos com situações difíceis. Naquela noite, tive vontade de transmitir uma mensagem a quem fosse ler aquele inquérito.” ...[/align]
Veja a íntegra do relatório do delegado


"Já era quase madrugada
Neste querido Riacho Fundo
Cidade muito amada
Que arranca elogios de todo mundo

O plantão estava tranqüilo
Até que de longe se escuta um zunido
E todos passam a esperar
A chegada da Polícia Militar

Logo surge a viatura
Desce um policial fardado
Que sem nenhuma frescura
Traz preso um sujeito folgado

Procura pela Autoridade
Narra a ele a sua verdade
Que o prendeu sem piedade
Pois sem nenhuma autorização
Pelas ruas ermas todo tranquilão
Estava em uma motocicleta com restrição

A Autoridade desconfiada
Já iniciou o seu sermão
Mostrou ao preso a papelada
Que a sua ficha era do cão
Ia checar sua situação

O preso pediu desculpa
Disse que não tinha culpa
Pois só estava na garupa

Foi checada a situação
Ele é mesmo sem noção
Estava preso na domiciliar
Não conseguiu mais se explicar
A motocicleta era roubada
A sua boa fé era furada

Se na garupa ou no volante
Sei que fiz esse flagrante
Desse cara petulante
Que no crime não é estreante

Foi lavrado o flagrante
Pelo crime de receptação
Pois só com a polícia atuante
Protegeremos a população

A fiança foi fixada
E claro não foi paga
E enquanto não vier a cutucada
Manteremos assim preso qualquer pessoa má afamada

Já hoje aqui esteve pra testemunhá
A vítima, meu quase chará
Cuja felicidade do seu gargalho
Nos fez compensar todo o trabalho

As diligências foram concluídas
O inquérito me vem pra relatar
Mas como nesta satélite acabamos de chegar
E não trouxemos os modelos pra usar
Resta-nos apenas inovar

Resolvi fazê-lo em poesia
Pois carrego no peito a magia
De quem ama a fantasia
De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia

Assim seguimos em mais um plantão
Esperando a próxima situação
De terno, distintivo, pistola e caneta na mão
No cumprimento da fé de nossa missão


Riacho Fundo, 26 de Julho de 2011

Del REINALDO LOBO
63.904-4"

Fonte:
http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2011/08/delegado-do-distrito-federal-relata-crime-em-forma-de-poesia.html
 
Acho que esse tipo de relatório tem que buscar a objetividade e a clareza acima de tudo. Não tem que florear ou buscar inovar... Poesia é subjetivo demais!

Resolvi fazê-lo em poesia
Pois carrego no peito a magia
De quem ama a fantasia
De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia


(Fazer poesia é ser ursinho carinhoso, praticamente. Isso sem contar que o cara taxa de lutar pela Paz ou qualquer outra covardia como fantasia... Fantasia de irreal ou de bonito, admirável? Subjetividade. Não seria simplesmente mais fácil e mais adequado que ele escrevesse, sei lá, um livro de poesias onde recontasse de forma não oficial os causos?)
 
Concordo em partes com você Mavericco. Mas já soube de um caso em que um advogado fez toda defesa de seu cliente em versos. O réu foi absolvido segundo relatos de terceiros. Quanto ao livro pode até ser que fosse mais adequado para as situações vividas pelo delegado no seu dia a dia, porém, acho que ele entendeu que a melhor forma nesse caso foi utilizar a arte de versificar. E não fere a lei. Lembrou os poemas de cordel. Fez firula sim, mas enquadrou o suspeito. Vai que o suspeito consegue um advogado que possa fazer a defesa dele em forma de poema. Duelo de poetas.:sim:
 
Um simples caso de inadequação de registro linguístico. Não fere a lei só porque ninguém pôs na lei que tinha de ser em prosa. Mas isso qualquer jegue sabe.
O delegado foi infelicíssimo na escolha (além de ser péssimo versejador).
 
Calib disse:
Um simples caso de inadequação de registro linguístico. Não fere a lei só porque ninguém pôs na lei que tinha de ser em prosa. Mas isso qualquer jegue sabe.
O delegado foi infelicíssimo na escolha (além de ser péssimo versejador).

Você está incluído entre os jegues? :rofl:
 
Foi um rap legal, mas claramente inadequado. Tem pinta de ser poeta frustrado por um trabalho completamente boçal... como eu também... :rofl:
 
Umav Ozatroz disse:
Foi um rap legal, mas claramente inadequado. Tem pinta de ser poeta frustrado por um trabalho completamente boçal... como eu também... :rofl:



Achei interessante a notícia, apenas isso :sim:.Quanto a questão da adequação realmente isso é muito questionável.:sim:.Acho que ele pode ser melhor delegado do que poeta...:rofl:.Uma coisa ele conseguiu os cinco minutos de fama com um trabalho poético questionável.
 
ricardo campos disse:
Calib disse:
Um simples caso de inadequação de registro linguístico. Não fere a lei só porque ninguém pôs na lei que tinha de ser em prosa. Mas isso qualquer jegue sabe.
O delegado foi infelicíssimo na escolha (além de ser péssimo versejador).

Você está incluído entre os jegues? :rofl:

Hehe. Eu não disse que só jegues sabiam. :nao:
 
Olhando isso me lembrei de um tal de "Juiz poeta" que meu pai havia comentado comigo já faz algum tempo. Resolvi então procurar por ele, já que provavelmente meu pai não se recorda do nome do sujeito, e encontrei dois casos peculiares.
http://www.via6.com/topico/34195/sentenca-inusitada-de-um-juiz-poeta-e-realista-
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u498244.shtml
 
Calib disse:
ricardo campos disse:
Calib disse:
Um simples caso de inadequação de registro linguístico. Não fere a lei só porque ninguém pôs na lei que tinha de ser em prosa. Mas isso qualquer jegue sabe.
O delegado foi infelicíssimo na escolha (além de ser péssimo versejador).

Você está incluído entre os jegues? :rofl:

Hehe. Eu não disse que só jegues sabiam. :nao:




Se não disse,blz.





dmcclccam disse:
Olhando isso me lembrei de um tal de "Juiz poeta" que meu pai havia comentado comigo já faz algum tempo. Resolvi então procurar por ele, já que provavelmente meu pai não se recorda do nome do sujeito, e encontrei dois casos peculiares.
http://www.via6.com/topico/34195/sentenca-inusitada-de-um-juiz-poeta-e-realista-
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u498244.shtml




Conheço um juiz aposentado que fez o mesmo. Parece que é mais comum do que imaginava. Enfim, curiosidades mundanas.:sim:


"No dia cinco de outubro
Do ano ainda fluente
Em Carmo da Cachoeira
Terra de boa gente
Ocorreu um fato inédito
Que me deixou descontente.
O jovem Alceu da Costa
Conhecido por "Rolinha"
Aproveitando a madrugada
Resolveu sair da linha
Subtraindo de outrem
Duas saborosas galinhas.’”

O juiz Ronaldo Tovani


Duas saborosas galinhas? Ele não deve ter degustado né. Usou licença poética é claro...:rofl:
 
Esse último poeminha aí já está bem mais simpático.
Ainda assim, o metro quebrado me dá um agonia. XD
 
Eu curti pela inovação. Claro que eu não entregaria algo assim para o inquérito e investigação como foi feito, mas acho legal a dedicação, a inovação. Nada impede que uma pessoa use de sua criatividade para tornar o trabalho de outros e o seu mais divertido. Isso pode ser feito, mas para mim... sem caráter de oficial , após tudo ser feito corretamente, a poesia poderia vir para quebrar o clima pesado do dia a dia dos policiais, delegados, etc ;)
 

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