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Definição de "meio-elfo"; Elwing era meio-elfa?

Haran

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Opa,

Gostaria de discutir uma definição de "meio-elfo" segundo o que é exposto nos livros. Estabelecer um critério mais objetivo não é trivial, mas percebe-se que esse critério não é puramente biológico. Assim, por exemplo, Arwen, a despeito de ser filha de Elrond Meio-elfo e da elfa Celebrían, é ainda assim meio-elfa, mas Vardamir, a despeito de ser filho de Elros e de uma humana, não é meio-elfo nem meio humano, ainda que o caso dele seja completamente análogo ao caso de Arwen, mas com as raças invertidas.

Já Lúthien, a despeito de sua mãe maia, era considerada uma elfa e não uma meio-elfa (link a respeito). Melian assumiu as "vestes" dos eldar, assumindo uma biologia eldarin, aparentemente sua natureza espiritual maia não era suficiente para a filha ser contada como uma mestiça.

Uma coisa que tenho a impressão é que Elwing não é contada entre os meio-elfos, ainda que isso seja um senso comum e consta no artigo acima que linkei da Tolkien Gateway, como em vários outros (the encyclopedia of Arda, a wiki inglesa, a lotr wiki). Temos, no glossário do Silmarillion:

Half-elven: Translation of Sindarin Peredhel, plural Peredhil, applied to Elrond and Elros, 304, 315, 322, 354, 357; and to Eärendil, 298​

Isso é, o termo não é aplicado a Elwing em O Silmarillion. No HoME 12, em "The Shibboleth of Feanor":

Earendil was thus the second of the Pereldar (Half-elven),(50) the elder being Dior, son of Beren and Luthien Tinuviel daughter of King Elu Thingol. (...) By the marriage of Earendil to Elwing daughter of Dior son of Beren the lines of the Pereldar (Peredil) were united.​

Assim a linhagem são unidas pois Elwing era filha de Dior meio-elfo, e não que ela própria fosse uma meia-elfa, como é em geral interpretado. Curioso ainda que Eärendil é explicitado como o segundo meio-elfo, ainda que Elwing e ele tenham nascido no ano de 503 da Primeira Era. Não achei nenhuma ocorrência de Elwing como meio-elfa (alguém conhece alguma passagem?).

(editado 10/07/2014) O trecho acima postado é bastante relevador se lembrarmos que os irmãos de Elwing, Eluréd e Elurín, eram mais velhos do que ela. Fosse ela meio-elfa, seus irmãos também seriam, e duvido que Tolkien deixaria de listá-los, ainda que eles tenham morrido na infância. Para mim esta é uma evidência bastante forte que Elwing não era, segundo a terminologia de Tolkien, meio-elfa, pois Eluréd e Elurín claramente não são contados como meio-elfos.

Assim, arrisco a dizer que meio-elfo é meramente o filho de uma elfa e um humano (ou um humano e uma elfa), as gerações seguintes não são meio-elfos. Exceção é feita para a descendência de Eärendil que retém a escolha concedida pelos valar.

Nesse sentido a palavra "meio-elfo" parece ter dois sentidos diferentes. O porquê desse uso, primeiramente pode ser devido a uma questão mais histórica e cultural, já que os meios-elfos da descendência de Eärendil (Elros, Elrond e filhos) tinham em geral uma vida muito longa e viviam entre os eldar (mesmo Elros, antes de assumir a coroa de Númenor), daí podendo advir a alcunha. Pode ser que também a condição de "meio-elfo" implique características físicas bastante especiais, como estar livre (ainda que parcialmente), talvez, da "mortalidade como corpo", como explorei, de forma mais conjectural, aqui e aqui.

(editado 10/07/2014) Um trecho que parece indicar isso é:

Bright Eärendil was then lord of the people that dwelt nigh to Sirion's mouths; and he took to wife Elwing the fair, and she bore to him Elrond and Elros, who are called the Half-elven.​

Curioso o uso do termo "called", o que reforça minha crença de o termo "hal-elven" para Elrond e Elros era uma convenção, uma alcunha, antes de ser algo natural e auto-evidente, como era no caso de Eärendil e Dior, por serem filhos de elfa e humano.

É isso.
 
Última edição:
Assim, arrisco a dizer que meio-elfo é meramente o filho de uma elfa e um humano (ou um humano e uma elfa), as gerações seguintes não são meio-elfos. Exceção é feita para a descendência de Eärendil que retém a escolha concedida pelos valar.

Acho que faltou mais explicações do próprio Tolkien, faltou definir melhor o conceito de meio-elfo, se é que ele tinha a inteção de tornar isso um conceito.
Nas sociedades antigas, a descendência e o sangue é definido pela mãe, e mesmo na idade média européia, onde o poder recai sobre a figura masculina, muitos nobres reivindicaram direitos sobre terra e reinos baseados na descendencia materna. Os filhos bastardos não eram considerados, só os filhos da mulher nobre. Mesmo entre as ordens de cavalaria, para se tornar cavaleiro, era necessário provar a linhagem da mãe por várias gerações.
Em algum momento que eu não lembro, Tolkien fala que a nobreza dos homens provém do sangue élfico. No entanto, a ótica do momento em que Tolkien escreve, é confusa, porque é uma época de muitas transformações sociais. Ao considerar meio-elfo o filho de elfa e homem, ele coloca a descendecia e nobreza em segundo plano. Quando ele queria furar alguma regra, jogava nas mãos dos Valar, o que é um recurso interessante e facilitador, para alguem que escreveu a história de um mundo.
Eu acho que ele não teve muito tempo para definir a questão dos meio-elfos, ou não quis faze-lo, por considerar que haviam coisas mais importantes a fazer. Ou não.
Tolkien, em que pese sua genialidade, era um homem do seu tempo e católico. A imagem feminina que ele coloca em suas obras, mesmo os perfis de suas heroínas, estão relacionados com a forma pela qual ele via e sentia o feminino. E isso pesa na definição de meio-elfo.
Os elfos-machos, com uma ou duas excessões, nunca escolhem uma mulher mortal. É dificil de acreditar que tal coisa não pudesse ter acontecido, mas deixa-se subentender que para eles, o sangue é importante demais para ceder a uma fraqueza momentânea. O homem-macho, ao se associar a uma elfa, tras nobreza e reconhecimento para sua linhagem, e ele vai morrer mesmo, a qualquer momento, bem como seus filhos e filhas, tornando assim esse tipo de associação extremamente benéfica. Já o contrário, é inaceitável, porque por mais nobre que seja o sangue da mulher mortal, toda nobreza provém dos elfos, tornando assim a candidata inadequada para esposa.
 
Os elfos-machos, com uma ou duas excessões, nunca escolhem uma mulher mortal. É dificil de acreditar que tal coisa não pudesse ter acontecido, mas deixa-se subentender que para eles, o sangue é importante demais para ceder a uma fraqueza momentânea. O homem-macho, ao se associar a uma elfa, tras nobreza e reconhecimento para sua linhagem, e ele vai morrer mesmo, a qualquer momento, bem como seus filhos e filhas, tornando assim esse tipo de associação extremamente benéfica. Já o contrário, é inaceitável, porque por mais nobre que seja o sangue da mulher mortal, toda nobreza provém dos elfos, tornando assim a candidata inadequada para esposa.

Temos quatro casos de casamentos entre elfas e humanos, e um caso de um relacionamento entre um elfo e uma humana (Aegnor e Andreth), o espaço amostral parece-me pequeno demais para delinear todo esse perfil psicológico do "homem-macho" vs. "elfo-macho" conforme você fez aí. No caso de Aegnor e Andreth, aliás, é subentendido que a rejeição de Aegnor de dar continuidade ao relacionamento é de natureza ascética, e ele fica, após a morte, recluso em Mandos, de forma que parece-me pouco provável que os elfos, e Aegnor em particular, tenham toda essa preocupação com nobreza e linhagem. Aliás, eles tem sim essa preocupação, mas não penso que seja por causa dela que os relacionamentos inter-raciais sejam tão raros em Tolkien, tampouco a razão da (pouco significativa, a meu ver) relação 4:1 entre os gêneros desse tipo de relacionamento.

Vejo nessa relação algo meramente literário: os eldar são descritos como mais altivos, sábios e belos que os humanos, e essas características cabem melhor (um clichê literário, que seja) à mulher, em geral vista como (ao menos inicialmente) meta inalcançável do homem.
 
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No índice remissivo do SoME existe uma ênfase nas páginas 38, 39, 70 e 158 que recebem do autor o termo que seria traduzido como "especialmente", dando a entender que as páginas precisavam da atenção especial de quem esteja procurando pelo termo "meio-elfo".

Nele o processo de construção do personagem híbrido Elrond o nomeia como "half-elvin" em que o conteúdo mais importante eu reproduzo aqui:

"Their son (Elrond) who is half mortal and half-elvin (7), a child, was saved however by Maidros. When later he return to the west, bound by his mortal half he elects to stay on Earth.

[In this section again most of the changes (not those in notes 2 and 4) were hastily made in pencil]
...
(7) This sentence was changed to read:

Their son (Elrond) who is part mortal and part Elfin and part of the race of the Valar.
...

SoME, The Earliest Silmarillion, p.38-39


Na pág. 158 do SoME (The Quenta) a parte divina dos Valar é chamada "divine seed", referindo-se a ligação (bound) do indivíduo com o povo dos Poderes.

A conclusão a que se chega lendo o SoME (que é parte do HoME) é que Tolkien foi obrigado a ser prático ao determinar o destino do personagem por meio de fenômeno especial que era a reprodução entre dois povos espiritualizados distintos.

Nele o termo "meio-elfo" estaria mais para o apelido de uma realidade maior, uma porta para um ponto de vista que facilitasse a comunicação, estando aquém de um termo definitivo de fidelidade absoluta a situação do indivíduo.

O que significa dizer que para o povo comum uma característica marcante terminava (na época de Tolkien) por apelidar o indivíduo como "o maneta" para uma pessoa que não tem uma mão (Beren) ou "o coxo" para uma pessoa que claudica (o servo da casa de Túrin). De modo que há uma tendência para abreviação e chamá-lo por "meio-elfo" do que dizer "Elrond-parte-elfo-parte-maia-parte-homem".

Por outro lado há a outra questão do sangue levantada oportunamente pela Belle Vox que é mencionada em outras obras como o animê "Evangelion" em que eles tratam do interessante conceito de semente estelar como que referindo a uma linhagem celeste (ou extra-terrestre) de uma maneira muito parecida ao termo "divine seed" dos Valar que parece ser uma "bound" ou ligação ainda mais poderosa, profunda e ampla do que o significado de "sangue ou Dna" uma vez que nem todo ser inteligente necessariamente presuma a necessidade de sangue para multiplicar em número (Melian, por exemplo, faria um corpo com que tipo de Dna ou descendência? Isso não é mencionado).

Razão pela qual os meio-elfos dependam também da ligação de sangue, mas parecem depender ainda mais de um laço mais amplo e discreto que o líquido vermelho prevista por Eru e conhecida pelos Valar, mas muito pouco abordada entre elfos, homens e outros povos livres. O "bound" vai além do sangue, mas como os elfos também desconhecem os detalhes da questão tanto quanto os homens, o Silma tende a ser uma obra quase totalmente sobre ligações de sangue apesar de elas não serem as únicas com relevância ao tratar a herança de uma descendência.
 
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Não consigo considerar a Arwen como uma meio-elfo, ao meu ver ela e o Elrond são elfos. A escolha foi dada e ele escolheu ser elfo. Ser chamado de meio-elfo não o torna meio-elfo, funciona quase como um apelido. Já os filhos do Elros são humanos, ainda que vivam mais etc.
 
Tirando o caso que o Haran falou (que eu nem lembrava, do Aegnor), no mundo de Tolkien os homens (sexo masculino) quando escolhem alguém de raça diferente só escolhem como companheiras mulheres "superiores" (a eles inclusive). Beren (humano) e Lúthien, Aragorn (humano) e Arwen e Thingol (elfo) e Melian (maia).

A explicação da Belle é bem interessante. Os judeus acreditam que a religião é herdada por linha materna. Inclusive isso tem um caráter biológico-evolucionário. Antes do DNA a única certeza era da maternidade, você via a criança saindo da mãe, mas a certeza sobre a paternidade não era certa, a única pessoa que tinha certeza de quem era o pai da criança era a mãe.
 
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Tirando o caso que o Haran falou (que eu nem lembrava, do Aegnor), no mundo de Tolkien os homens só escolhem como companheiras mulheres "superiores" (a eles inclusive). Beren (humano) e Lúthien, Aragorn (humano) e Arwen e Thingol (elfo) e Melian (maia).

Isso no pequeníssimo caso amostral dos meios-elfos né? Se formos para o universo de Tolkien como um todo, isso parece não ocorrer. Poderíamos citar casos como, por exemplo, Fëanor e Nerdanel, Finwë e Míriel, Fingolfin e Anarië, Turgon e Elenwë, Finrod e Amarië, Angrod e Edhellos, e nos humanos a lista também iria longe, a maioria dos reis não tem as mulheres mencionadas, mas decerto não eram mulheres "superiores" aos próprios reis.

E mesmo os meio-elfos isso é mais questionável, a não ser que Arwen e Melian, por exemplo, sejam superiores a Aragorn e Thingol, só pelo fato de serem elfa e maia. Tirando esse fato, é questionável mesmo no caso deles essa suposta "superioridade". E mesmo Beren e Tuor eram herdeiros da chefia de suas respectivas casas (Bëor e Hador), Aragorn era herdeiro dos dúnedain e de dois reinos distintos, e por aí vai.
 
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Isso no pequeníssimo caso amostral dos meios-elfos né? Se formos para o universo de Tolkien como um todo, isso parece não ocorrer. Poderíamos citar casos como, por exemplo, Fëanor e Nerdanel, Finwë e Míriel, Fingolfin e Anarië, Turgon e Elenwë, Finrod e Amarië, Angrod e Edhellos, e nos humanos a lista também iria longe, a maioria dos reis não tem as mulheres mencionadas, mas decerto não eram mulheres "superiores" aos próprios reis.

Erro meu. Quis dizer e percebi agora que não o fiz que quando escolhem alguém diferente (de raça) escolhem alguém superior.

E mesmo os meio-elfos isso é mais questionável, a não ser que Arwen e Melian, por exemplo, sejam superiores a Aragorn e Thingol, só pelo fato de serem elfa e maia. Tirando esse fato, é questionável mesmo no caso deles essa suposta "superioridade". E mesmo Beren e Tuor eram herdeiros da chefia de suas respectivas casas (Bëor e Hador), Aragorn era herdeiro dos dúnedain e de dois reinos distintos, e por aí vai.
Superior no quesito poder. Valar são superiores aos elfos. Elfos aos humanos.
 
Erro meu. Quis dizer e percebi agora que não o fiz que quando escolhem alguém diferente (de raça) escolhem alguém superior.
Ah, tá certo, na verdade tava implícito no post pelo contexto, eu que fui literal demais na interpretação; além do mais, como a Belle ampliou a discussão para casamentos de forma mais geral (preocupação com a linhagem e tudo mais), tive a tendência de interpretar desse jeito.
Superior no quesito poder. Valar são superiores aos elfos. Elfos aos humanos.
Definido "superior" nesse sentido, em essência então é o mesmo que havia sido discutido acima sofre elfas e humanos vs. humanas e elfos, acrescido do caso de Thingol. Nesse sentido, mesmo acrescentando Thingol, ainda acho que o número de casos é pequeno demais para conclusões elaboradas a respeito de aspectos internos da obra (algum suposto "machismo" dos personagens, por exemplo). O motivo maior é literário, no romance mais "tradicional" o personagem feminino é objeto de idealização do masculino, então as raças mais idealizadas caberiam ao personagem feminino do romance.

Seria diferente do caso hipotético, por exemplo, do casamento entre elfos e humanos ser algo cotidiano naquele universo, e ainda assim serem observados pouquíssimos casais de elfos e humanas, então poderia-se concluir algo a respeito daquela sociedade interna, ficcional.
 
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Mas e se for um anão e uma elfa? Ops.... :blah: :puke:

Invenções de PJ a parte, acho que anões não são capazes de conceber com outras raças. E sim, a idéia é revoltante..uhauhauhauahuah!

(algum suposto "machismo" dos personagens, por exemplo). O motivo maior é literário, no romance mais "tradicional" o personagem feminino é objeto de idealização do masculino, então as raças mais idealizadas caberiam ao personagem feminino do romance.

Eu penso que, mesmo a amostragem sendo pequena, há outos fatos que contribuem para minhas conclusões, mas esse não é o tópico, então vamos em frente, no entanto, até essa idealização é uma coisa que se moderna (considere, SE moderna) seria machismo mesmo, mas é típico da época, então não cabe a discussão.

Assim, arrisco a dizer que meio-elfo é meramente o filho de uma elfa e um humano (ou um humano e uma elfa), as gerações seguintes não são meio-elfos.

Acho que para fins de definição, essa afirmativa esta correta. Mas em alguns momentos, as linhagens são meio bagunçadas, o que eu penso é que como o trabalho era muito extenso, algumas coisas ficaram pra tras, sem definição clara. De toda forma, o que se vê é que Elwig não é mencionada como meio-elfa, mas deixa-se subentender. Ou não?
 
Se formos considerar a herança "patriarcal" dessas linhagens como o próprio Tolkien considerava mais relevante, Elwing pode ser considerada Meio-elfa, visto que Dior, seu pai, era considerado Meio-elfo por causa de seu pai Beren que era humano. O que Belle citou lá em cima sobre as sociedades antigas onde a descendência e o sangue é definido pela mãe (em caso de mulheres nobres) nós conseguimos perceber nas obras de Tolkien, onde Morfs também deu ênfase nesse aspecto.
Não achei nenhuma passagem onde Elwing é citada como meio-elfa, mas Tolkien deixa claro que os descendentes de Elwing simbolizam simultaneamente a união e as semelhanças entre os Eldar e Edain e a distância e diferenças discrepantes. O retorno dos Homens de Númenor para a Terra-média na SE marca o início do período do fim dos Elfos de linhagem pura da Terra-média e a transformação desse mundo de fantasia de modo a ser precursor do mundo em que vivemos... ;)

Matematicamente falando:
halfelven.jpg

E como as próprias palavras de Tolkien... quem manda nas linhagens da Terra Média é Valar:
“Elvishness” is a state of being, not determined by Mendelian genetics but instead determined by the rulings of the Valar.” (“The Lost Road”)
 
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Outro trecho interessante é

Bright Eärendil was then lord of the people that dwelt nigh to Sirion's mouths; and he took to wife Elwing the fair, and she bore to him Elrond and Elros, who are called the Half-elven.​

Curioso o uso do termo "called", o que reforça minha crença de o termo "hal-elven" para Elrond e Elros era uma convenção, uma alcunha, antes de ser algo natural e auto-evidente, como era no caso de Eärendil e Dior, por serem filhos de elfa e humano.

Outra coisa que me lembrei é o seguinte: "Earendil was thus the second of the Pereldar (Half-elven) the elder being Dior". Quando criei o tópico, pouco conclui daí, já que Elwing nasceu no mesmo ano de Eärendil, e este poderia ser considerado o segundo por acontecer que tenha nascido antes de Elwing ainda que no mesmo ano, ou, mais provável, meramente por convenção. Acontece que os irmãos de Elwing, Eluréd e Elurín, eram mais velhos do que ela. Fosse ela meio-elfa, seus irmãos também seriam, e duvido que Tolkien deixaria de listá-los, ainda que eles tenham morrido na infância. Para mim esta é uma evidência bastante forte que Elwing não era, segundo a terminologia de Tolkien, meio-elfa, pois Eluréd e Elurín claramente não são contados como meio-elfos.

Se formos considerar a herança "patriarcal" dessas linhagens como o próprio Tolkien considerava mais relevante, Elwing pode ser considerada Meio-elfa, visto que Dior, seu pai, era considerado Meio-elfo por causa de seu pai Beren que era humano. O que Belle citou lá em cima sobre as sociedades antigas onde a descendência e o sangue é definido pela mãe (em caso de mulheres nobres) nós conseguimos perceber nas obras de Tolkien, onde Morfs também deu ênfase nesse aspecto.
Não achei nenhuma passagem onde Elwing é citada como meio-elfa, mas Tolkien deixa claro que os descendentes de Elwing simbolizam simultaneamente a união e as semelhanças entre os Eldar e Edain e a distância e diferenças discrepantes. O retorno dos Homens de Númenor para a Terra-média na SE marca o início do período do fim dos Elfos de linhagem pura da Terra-média e a transformação desse mundo de fantasia de modo a ser precursor do mundo em que vivemos... ;)

Matematicamente falando:
[SPOILER="Linhagens sang[/SPOILER]

E como as próprias palavras de Tolkien... quem manda nas linhagens da Terra Média é Valar:

“Elvishness” is a state of being, not determined by Mendelian genetics but instead determined by the rulings of the Valar.” (“The Lost Road”)

Particularmente não enxergo essa questão da "descendência e sangue" serem definidos pela mãe na obra de Tolkien. Na verdade vejo os casamentos lá como bem ideais, sem bastardos, traições, etc, a ascendência paterna é tão facilmente reconhecida como a materna, e boa parte dos direitos (como coroas) e identidade eram herdados do pai (por exemplo, o filho pertence à casa do pai: os filhos de Fingolfin são noldor e não teleri como a mãe, Túrin é da casa de Hador e não da casa de Bëor como a mãe, etc).

Esse trecho que você mencionou me parece muito estranho, precisaria ser analisado melhor em contexto... Já que sabemos que os valar não podem livremente determinar a "elficidade" das pessoas, e que ela é tampouco determinada pelos valar mas está imbuída no espírito dos próprios eruhíni, diretamente do ato criativo de Eru. Casos como Tuor e os meio-elfos são excepcionais, mas ainda assim não diria que, por exemplo, a "elficidade" de Eärendil e Elwing foram determinados pelos valar, ainda que tenha sido concedido a eles o direito de "serem contados entre" os eldar, ou "serem julgados entre os eldar", etc, Tolkien usa termos desse tipo e nunca algo como "fulano virou elfo", o que o trecho parece sugerir ao dizer que os valar determinam a "elficidade" das pessoas.

Não achei esse trecho no "The Lost Road"...
 
Lembro de ter esse topico no antigo forum com postagem de 2006, onde o Deriel, deixo bem claro que meio-elfo foi atribuído pelos Valar a elrond e elros, e somente a eles o direito de escolher ser elfo ou homem. Neste caso o termo MEIO-ELFO esta voltado para esta escolha, e nao para termos biológicos!

Creio que é assim como acontece conosco; os filhos de Aragorn e Arwen nao sao meio-elfos pq eles nao tiveram o direito de escolher qual ramo da família seguir, portanto, eles digamos assim puxam ao pai, entao eles sao homens com ascendica elfica por parte de mae!!

Os filhos de Elrond não são meio-elfos, apesar de serem filho de um; pq não foi dada a eles esta escolha (neste caso se tivesse sido todos os descendentes da casa de Elrond iriam ter) No caso de Arwen ela simplesmente desistiu de sua imortalidade por amor a Aragorn, os elfos podiam fazer isso!!!

Entao se eu tivesse um filho com o Legolas :timido: nosso BB fofinho ia ser elfo, com ascendência humana ja q os Valar nao iam permitir que ele escolhesse :g:
 
Não é bem por aí Nessä. Tolkien, em textos tardios, atribui o termo "meio-elfo" a Dior (que não teve direito a nenhuma escolha), e ele se refere aos filhos de Elrond como "meio-elfos" em mais de uma carta (possivelmente até nos livros), e os três filhos tinham sim a escolha - isso que permitiu Arwen virar mortal, nenhum elfo em condições normais poderia clamar a mortalidade, afinal isso seria uma presente de Eru.
 
Bom esse assunto é complicado mais era isto que estava no topico. Mas se ninguem podia clama entao como explicar o caso de Luthien?
 
Lúthien só se tornou mortal por intervenção de Eru, após súplicas perante a Mandos. Aliás, é o único caso em que um ser pertencente à raça élfica torna-se mortal.
Por isso é que somente ela de todos os eldalië morreu de fato, e deixou o mundo há muito. (Cap XIX, De Beren e Lúthien, O Silmarillion)

(a rigor, "eldalië" refere-se somente aos Eldar, mas na prática ela é a única mesmo)
 
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Pois é, por isso que usei o termo "em condições normais". Lúthien foi um caso especial, assim como Beren também foi o único humano a voltar à vida. Foi uma exceção aberta diretamente por Ilúvatar:

Mandos, porém, não tinha o poder de reter os espíritos dos homens mortos nos confins do mundo, depois de seu tempo de espera. Nem tinha condições de mudar o destino dos Filhos de Ilúvatar. Dirigiu-se, assim, a Manwë, Senhor dos Valar, que governava o mundo sob a orientação de Ilúvatar. E Manwë procurou uma decisão em seus pensamentos mais íntimos, nos quais a vontade de Ilúvatar se revelasse.
Se bem que, lendo agora, fico com a impressão que a exceção foi aberta por Manwë mesmo, com poder delegado por Ilúvatar... talvez como um papa teria o poder de ser infalível em certas ações, amparado pela inspiração do Espírito Santo (conjuntamente por aspectos naturais como reflexões, conselhos, etc), isso inclusive em matérias mais "celestes", pós-vida ("tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus").
 
Eu interpreto esse trecho como se Manwë buscasse e por conseguinte revelasse as opções que Ilúvatar oferecia (um "elo de comunicação" entre eles e Eru), e que por conseguinte o próprio Eru executaria a que fosse escolhida.
 

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