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Das diferenças raciais e sua influência na Guerra

Muito pode ser escrito sobre isso, mas o mais simples, o mais básico é que todos temos, sim, um certo fascínio quanto à morte, poder e violência. Claro sei que você leitor(a) não sai por aí espancando e matando pessoas, mas admita, uma luta de boxe, jiu-jitsu, filmes de ação (pancadaria a la Van Damme) e guerra foram, são e continuarão a ser adorados e fascinantes.
Os homens podem não perceber, mas entre nossos “instintos básicos” a dominação (poder) através da força é o mais comum (ou vai dizer que quando alguém te irrita ou não faz o que você quer pensamentos como “... estrangular seu pescocinho”, ou ainda “... encher tua cara de porrada”) não são os primeiros a surgirem? A guerra é a expressão maior desse instinto humano, claro que para a maioria de nós a guerra por qualquer motivo é absurda e sem sentindo, mas uma vez que ela existe e que ocorre na obra do Professor, podemos e devemos pensar sobre ela.
Este texto faz referência às raças concebidas pelo Professor em sua magnífica obra, não tendo qualquer relação com conceitos raciais baseados em cor de pele, origem ou outros “métodos” para classificar seres humanos. As diferentes raças aqui apresentadas têm uma relação de características muito maior e mais rica do que as apresentadas neste texto, que visa apenas apresentar minha opinião sobre suas características bélicas
Agora só tratando da obra do Professor, a maior e mais longa guerra seria a Guerra das Jóias; ou seja, a guerra dos Noldor contra Melkor (Morgoth) pela posse das Silmarils. Foi essa guerra, se analisarmos todas as três primeiras eras, que determinou os acontecimentos até a Guerra do Anel e o início da Quarta Era, com o conseqüente domínio dos Homens. Então vou começar pelos personagens principais: Melkor e os Elfos (Noldor especificamente), mas também falarei sobre os Anões e Homens.

Melkor

O poder físico de Melkor dificilmente pode ser medido uma vez que é um dos “Poderes Angelicais”; mesmo assim sua participação na guerra salvo raras exceções (luta com Fingolfin, etc.) não é de forma alguma física, ou seja, Melkor é o cérebro por trás de um enorme exército. Suas sub-criações (orcs, balrogs, dragões, lobisomens, etc.) são seus braços e armas. A vontade de Melkor aliada ao terror que inspirava em seus “aliados” (escravos) foi sua maior arma. Nenhum orc por mais insignificante que pareça, estava livre da influência do terror de Melkor, tornando-se por conseqüência um inimigo a ser respeitado.
Sei que você leitor(a) deve estar pensando “Bobagem! Qualquer um pode lidar com um orc!”; é verdade, com UM orc qualquer pessoa relativamente bem treinada (e equipada) pode lidar, mas e quando temos 10 ou mais? Lembrem-se do números de pessoas (elfos, anões e homens) que foram mortos por grupos de orcs . Orcs foram a infantaria, o “grosso” de um exército que baseava-se em dois “pilares”: número e seus “capitães”.
Outro ponto a ser considerado foi que Melkor ( e depois Sauron) era adepto do “quanto mais melhor”; não se importando com a qualidade de suas tropas, preocupava-se em esmagar, pelo número, seus inimigos. Seria esse o motivo de sua derrota?
Sim, por um motivo: os elfos eram individualmente a mais poderosa raça que existiu na Terra-Média (não estou incluindo os Maiar encarnados), dessa forma mesmo sendo em número inferior aos homens e obviamente aos orcs, um grupo menor de elfos poderia derrotar com certa facilidade um grupo maior de inimigos. Se Melkor juntasse todos os seus “capitães” (balrogs, dragões) não conseguiria um número suficiente para derrotar os elfos (e seus aliados homens e anões); então sabendo que os orcs apesar de inteligentes (claro que inferior aos homens, mas ainda assim inteligentes) nunca conseguiriam evoluir mais do que já haviam evoluído, utilizou-se dessa tática que se pensarmos bem foi eficiente até certo ponto, pois infligia danos terríveis a seus inimigos, seu erro foi utilizar o grande número de soldados para ataques devastores em UMA só frente de batalha! Ora, isso permitia que seus inimigos recebessem auxílio e após um tempo se refaziam do ataque (mesmo que em menor número ou em outro local) acabando sempre no mesmo impasse: nenhum dos lados (mesmo quando saía vencedor) conseguia aniquilar o outro. Melkor por incrível que pareça não percebia que permitindo que seus inimigos se ajudassem não conseguiria a aniquilação (ou submissão) de nenhum povo. Seu “Tenente” Sauron ainda evolui seu sentido tático quando deixou os reinos divididos que eram Arnor em guerra com Angmar, enquanto castigava Gondor com ataques sucessivos não permitindo auxílio mútuo, aniquilando os Reinos do Norte (claro que por incrível que pareça, Sauron não mais utilizou essa tática até a Guerra do Anel, mas aí tática não era tão importante se considerarmos os fatos).
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Orcs

Os orcs são a representação maior do quesito número: fica claro que de todos os povos inteligentes (sim os orcs, apesar do que muita gente pensa eram relativamente inteligentes) são os que se reproduziam com maior rapidez. Não se sabe com certeza como era essa reprodução (chegaram a afirmar que seriam ovos, mas se são deformações de elfos e homens, o mais provável seria o nascimento como conhecemos entre nós). Talvez o tempo de gestação seja menor ou o número de “filhotes” maior que o comum humano (4, 5 ou 6 por gestação); não importa, importa que apesar de todas as baixas sofridas durante longas batalhas, depois de pouco tempo lá vinha outro exército dos “malditos orcs!”.
Outro erro comum é acreditar que os orcs eram mal equipados para a guerra, não eram de jeito nenhum, basta lembrarmos que TODOS os orcs ( e grupos de orcs) mencionados nas obras do Professor estão armados! Suas espadas são curvas (cimitarras) e com detalhes feios, mas são de metal (aço?) e como fica fácil verificar cortavam muito bem. Para proteção, além de escudos, usavam também pedaços de armaduras, além de sua pele que funcionava como a mais comum “armadura”: o corselete de couro. E como eles conseguiam metal e ainda a mão de obra para fabricar essas armas? Bem, sabemos que Melkor manteve elfos (e homens) como escravos, eles provavelmente eram obrigados a ensinar os “moradores” de Angband (ou Útumno) e criavam essas “obras de arte órquicas”; o metal era conseguido com escavações (orcs adoravam o subterrâneo e devem ter aprendido ao menos os rudimentos da mineração) além do que com certeza foi a maior fonte de matéria-prima: pilhar os vencidos. Sei que não existe menção de nenhum orc (ou outro servo negro) lutando com uma arma élfica, mas o número de combatentes élficos ( e humanos com armas de fabricação élfica, além de anões) caídos durante cada batalha foi enorme, proporcionando um bom provimento de armas.
Os orcs tinham sua principal força no número, sabiam e aproveitavam-se disso; sua selvageria aliada ao terror (e ódio) que sentiam de seu (sub) criador e de todas as formas de beleza tornavam os orcs temidos ou odiados pela destruição que podiam causar. A maior fraqueza desses seres era justamente o ódio que os alimentava, uma vez que em sua própria sociedade (se é que se pode chamar uma aldeia de orcs assim) a lei do mais forte era levada a risca, ocasionando disputas (e mortes) durante todo o tempo disponível impedindo assim que esse povo criasse ou melhora-se os aspectos mais básicos da convivência em grupo; além é claro da fraqueza da qual eram vítima sob a luz do sol, fraqueza que alias, só foi eliminada na Terceira Era com a “criação” dos Uruk-Hai. Quando em luta respeitavam (ou temiam) seu líder mas quando em tempos de paz eram incapazes de conviverem entre si sem tumultos, violência e mortes, muitas mortes.
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Balrogs e Dragões

O segundo pilar que sustentava o exército de Melkor fica representado principalmente por balrogs e dragões: sua simples presença insuflava os caóticos orcs e seu enorme poder individual proporcionavam pesadas baixas aos seus inimigos. Melkor utilizava o poder do terror para manter seus escravos sempre na linha, mas seus “capitães” funcionavam como uma lembrança desse horror.
Durante as batalhas isso fica claro em várias passagens quando é dito que a chegada de dragões ou balrogs alteravam a “maré da batalha” para o lado de Melkor.
Aqui também vejo uma importante diferença: os balrogs tinham sua força na simples presença, a aura de terror que inspiravam a seus inimigos (e o conseqüente ânimo a seus aliados) parecem desempenhar um papel mais importante em batalha do que o confronto físico ( em que também eram extraordinários); enquanto que os dragões podem ser considerados verdadeiras “máquinas de guerra”, seu corpo quase impenetrável, suas garras, sua força descomunal e o famoso “bafo” de fogo eram o terror de qualquer infantaria por melhor equipada que estivesse sendo que ainda tinham a habilidade hipnótica que poderia causar estragos de ordem tática em seus inimigos (imaginem um capitão Noldor “enfeitiçado” por um dragão dando ordens para acampar em locais infestados de orcs escondidos!). Essa máquina de guerra tornou-se ainda mais poderosa quando apareceu como uma força aérea: os dragões de asas! Se não fossem as águias e Eärendil para limpar os céus a situação dos povos livres seria, no mínimo, desesperadora.

Elfos

Os elfos são o ápice da perfeição criada para habitar Arda; tanto física, mental e espiritualmente nenhum outro povo pode se equiparar aos Filhos Mais Velhos. Sua habilidade em guerra diz respeito tanto a sua capacidade em criar equipamentos (armaduras, armas, etc.) quanto a utiliza-las de modo sem igual. Imagine um homem com um arco atirando do alto de uma muralha, sendo habilidoso muitos de seus disparos alcançaram o alvo, agora imagine um elfo na mesma situação... coloque um arco com disparo longo em suas mão e os inimigos vão sofrer muito para se aproximar. Elfos podem ser arqueiros, cavaleiros e soldados de infantaria , não importa, em suas mão qualquer arma torna-se letal, mas por que? Simples: fisicamente os elfos tem os sentidos mais desenvolvidos de todos os povos pensantes, sua visão é algo de milagroso, sua agilidade não tem igual, mas talvez o principal motivo de serem tão temíveis guerreiros está no fato de serem imortais. Imagine um grande guerreiro humano, que estudou durante uns 20 ou 30 anos o uso de espada e lança, participou de vários combates... logo se torna uma lenda, mas pense nos elfos com uns 2 ou três MIL anos de experiência!!
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Noldor

Os elfos são apresentados como a mais completa e desenvolvida das raças da Terra-Média, e entre eles os Noldor , sem dúvida, são os mais capacitados para a guerra. Sua capacidade (insuperável até mesmo pelos outros eldar) na fabricação de utensílios torna-se devastador quando utilizado na criação de equipamentos de guerra. Suas espadas, lanças, adagas, escudos e armaduras simplesmente não encontram igual e em mãos hábeis tornam-se o flagelo dos inimigos. Um exército de Noldor bem equipado faz qualquer inimigo (com um mínimo de bom senso) pensar em voltar para casa e discutir o assunto por meios diplomáticos; ao longo de toda a Guerra das Jóias a participação de homens e anões foi sim importante mas a participação dos Noldor (além do motivo óbvio de terem iniciado a guerra) é a força por trás da resistência dos povos da Terra-Média.
Muitas de suas armas e armaduras eram tão formidáveis que seus inimigos ficavam aterrorizados, sua habilidade em construir e, principalmente, utilizar suas armas fez com que durante séculos o poder de um Vala e de vários Maiar fossem contidos, claro que a um grande custo de vidas, mas mesmo assim conseguiram, se não vencer, ao menos manter num “impasse” tal guerra. E então chegamos a pergunta que todos nos fazemos : Por quê os Noldor, com todas as suas formidáveis armas, não foram capazes de vencer, de forma DEFINITIVA, Melkor (Morgoth)?
Eu cheguei a conclusão que dois foram os principais motivos: número e orgulho.
Quanto ao número seu problema foi exatamente o inverso do que acontecia com os orcs, ou seja, mesmo sendo poderosíssimos individualmente os Noldor tinham um crescimento comum (comparando aos humanos de um ou mais raramente 2 filhos por gestação), e assim como os humanos os casamentos aconteciam também em bom número (ao contrário, por exemplo, dos anões cujas mulheres eram em menor número e mesmo assim nem sempre se casavam); mas esse crescimento não é nem de longe comparável as “proles” dos orcs. Assim apesar de sabermos que um Noldor bem treinado e equipado poderia abater muitos orcs de uma só vez, a história muda de figura quando pensamos em dezenas, ou mesmo, centenas de orcs num mesmo combate (batalha). Junte a isso as baixas de guerra e o abandono constante da Terra-Média para percebermos o porque dos Noldor serem em número menor ao necessário para uma “tomada de assalto” de Angband (ou Utúmno).
No que se refere a orgulho sei que vou mexer com muitas pessoas que como eu (acreditem!) adora os elfos (e os Noldor)! Por mais que fossem seres “evoluídos” os Filhos mais Velhos, precisavam sim aprender mais. Precisavam crescer em sabedoria, mas o grande amor dos Noldor por “maquinarias” foi também o motivo de sua derrocada. A própria Guerra das Jóias, como diz o próprio nome, foi causada pela criação (e perda, roubo) das Silmarils; alguns dizem que foi vingança, mas eu vejo que neste caso a vingança foi uma das facetas que o enorme orgulho dos Noldor assumiu. Fëanor teve tempo e ocasiões de sobra para pensar no que representaria a seu povo uma guerra contra um dos Poderes do Mundo, mas mesmo assim insistiu em “vingar sua honra” um nome tão bom quanto qualquer outro para orgulho. Esse mesmo orgulho impediu que os outros povos da Terra-Média se juntassem aos Noldor de “coração e alma” (claro que entre os homens e mesmo anões, a lealdade não pode ser questionada, mas em todos os casos essa ajuda foi por respeito e admiração aos sábios Noldor, que por amor desinteressado).
Tivessem os Noldor aplacado sua ira (orgulho) e argumentado mais tempo com seus irmão Teleri, e depois buscado ajuda dos outros povos (principalmente os anões) a história seria outra. Manwë tinha seus motivos para não declarar guerra aberta a Melkor, mas uma vez que os Noldor não tivessem cometido as atrocidades que cometeram, o auxílio (ou até mesmo omissão dos Valar, leia-se sem Maldição) os outros povos veriam os Noldor não apenas como os “elfos que trouxeram a guerra”, mas teriam-nos como irmãos e guias evitando assim traições e revoltas (de homens e anões).
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Anões

Mesmo tendo participado de importantes batalhas ao lado de elfos e homens os Anões sempre se preocuparam mais consigo mesmo, lutando suas próprias batalhas. A união de elfos e Anões sempre foi prejudicada pelo caráter retraído e teimoso dos Anões e pelo caráter “superior” a que se davam (intenso principalmente nos altivos Noldor) os elfos, que por serem os Filhos mais Velhos,e terem indiscutivelmente o mais elevado nível físico, mental e espiritual dos seres da Terra-Média não souberam adequar seu trato com os teimosos Anões.
De qualquer forma os anões eram a melhor força de infantaria da Terra-Média, devido a sua incrível resistência (principal característica física) e habilidade com metais (armas e armaduras), conseguiam lutar em praticamente qualquer terreno e por muito tempo, além é claro de serem pior equipados apenas que os elfos, pois suas armas eram respeitadíssimas em toda Terra-Média. Os Anões ainda foram reconhecidos como os mais capacitados a enfrentarem dragões (tanto por sua já famosa resistência ao calor como também e principalmente por suas armaduras e elmos), mas seja por seu caráter seja pelo diminuto tamanho (e dispersão) de seu povo a participação dos fogosos Anões nunca foi decisiva (importante sim, nunca decisiva) nas batalhas contra Melkor (ou Sauron).

Homens

Os Homens eram a raça mais frágil da Terra-Média: não eram tão sábios quanto os elfos (menos ainda que os anões), fisicamente também deixavam muito a desejar: morriam cedo, machucavam-se facilmente, doenças os matavam constantemente... Mas não só sobreviveram, como ainda tornaram-se os senhores do mundo em aproximadamente 8000 anos! Como?
Em primeiro lugar seu número só era superado pelos intermináveis orcs, mesmo após longas batalhas seu número logo voltava a ser grandioso; mas o motivo principal está na sua incrível capacidade de adaptação: homens viviam desde próximos ao mar até os confins mais gelados do mundo!
Na guerra assim como os elfos (claro que em menor habilidade) podiam cumprir qualquer papel que lhes fosse designado: infantaria, cavalaria e arquearia. Poucos tiveram nome entre os eldar, mas eram reconhecidos por sua coragem que os ajudou muito na luta contra Melkor e depois Sauron. Os homens de Rohan ficaram conhecidos por sua cavalaria que não tinha igual na Terceira Era, mas também alguns Orientais apareceram com seus carros (carroças) de guerra e as lutas sempre foram equilibradas.
Penso que os elfos e anões viveram com os homens para que os Mais Novos aprendessem mais, e pelo jeito continuam a aprender...
 

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