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Notícias Daniel Alves ironiza ato racista e come banana jogada por torcida

Achei sensata a explicação dele.
Sei lá, talvez esteja sendo monga, mas prefiro acreditar que as coisas todas (campanha do Neymar e camisetas do Huck) foram feitas com boa intenção. :dente:


De bem intencionado ó...

lake-of-fire.jpg

:lol:
 
@Grimnir , essa amiga que reclamou, BTW, a mãe dela é negra. :lol: Creio que é aquela coisa que eu disse pra você no Foicebook: você vem com uma posição favorável tendo a melhor das intenções. Só que não percebe que, de algum modo, pode estar prejudicando ou ignorando algum aspecto relevante ao realizar esse apoio. Cabe feedback, claro, mas também não nego que algumas pessoas se excedem com certas posições. Mas aí, vai ficar irritado por que? Infelizmente é de se esperar esse tipo de reação. Se eu puder fazer algo para apoiar a causa do outro mas com pontos que não prejudiquem ou machuquem ou ignorem algo relevante ali, seria interessante refletir porque não realizar uma nova abordagem. (Um exemplo é aquele filme "Histórias Cruzadas", onde uma branquela azeda salva toda a comunidade negra com um livrinho que faz todos perceberem que os negros também são gente. Tipo, WTF?!) Moralmente falando, empatia é algo que deve ser exercido a todo indivíduo. Mas a empatia tem um limite: ela não te permite compreender a complexidade emocional inerente às experiências do indivíduo. Todo mundo aqui já deve ter sofrido preconceito de algum tipo, e mesmo dentro de alguns grupos existem discussões sérias sobre a integração de outros grupos sociais perseguidos e discriminados - vide o debate entre os transgêneros e as feministas, por exemplo -, mas a experiência é única. É aquela mesma coisa de dizer, "I know how you feel" quando você sabe que isso é mentira, e a resposta do outro pode ser qualquer uma dependendo do estado de espírito.
 
Essa frase do Luciano:

"Depois do desabafo, ele resolveu tirar o climão do post anterior e escreveu: "Ponto final neste assunto. Dia lindo. Vamos trabalhar. Porque amanhã é feriado. Eba"."

Parece coisa de quem tá desesperado pra tirar o seu da reta. Sei lá, não sou perfeito. Posso ter mesmo entendido errado ele, mas não sei. É como a Seiko já falou.

E opinar qualquer um pode, opinar sobre qualquer coisa, mas eu acho oportunismo homens tentarem ditar pautas feministas, heterossexuais tentarem ditar as pautas LGBTs etc. Quem nunca passou pelo tipo de preconceito em questão será demagogo se vier com "eu sei como é isso", não, você nem imagina como é e fique feliz por isso.

É o mesmo caso de quem diz "por que vocês lutam por animais? tem tanta criança passando fome por aí". Não basta a pessoa não ajudar a resolver o problema, ela ainda quer dizer o que você pode ou não pode fazer. É coisa de quem acha que pode roubar o protagonismo de alguma coisa que não é sua e nunca foi e que nunca será.

Empatia é se condoer com o sofrimento alheio. Se apossar do sofrimento alheio é canalhice e demagogia.
 
Quem está falando de homens ditando pautas feministas? Ou brancos ditando pautas raciais? Boiei.
 
Fazer, motivado por publicidade, uma campanha antirracista não tem nada de imoral.

Agora, é inegável também que a estima que a sociedade tem pelo indivíduo, especialmente aquela intelectual, de zelo da pessoa pela sua própria opinião, fica prejudicada. Um episódio desse só reforça no imaginário coletivo que o Neymar é um meninão bobão que não tem nada na cabeça, ficando fácil para que marqueteiros enxerguem essa suposta mente vazia como um espaço publicitário, um poste onde possa ser pregada qualquer ideia.

Enfim, uma escolha pessoal dele, a que é de todo direito dos outros também fazer um juizo negativo.
 
Mas é bom a gente dizer que a campanha e a mercantilização de um valor incorre no risco de prestar um desserviço: pode construir - ou reforçar, no caso brasileiro - um certo mito de democracia racial, que impede o debate e atitudes mais concretas contra o racismo, essa filhadaputagem secular. Sim, porque são poucos os que vomitam aos quatro cantos a "supremacia ariana" e outras merdas do tipo. A distinção de raças vai se construindo em terrenos sutis - portanto mais perigosos -, como o acesso ao ensino superior, ao mercado de trabalho, aos serviços, ao desmerecimento cultural, etc. Esse racismo escorregadio, mas de impactos extremamente palpáveis, dá a impressão de sua inexistência. Se a esse fato somarmos a adesão maciça ao "#somostodosmacacos" e um monte de gente comendo banana, numa mensagem pela mensagem, numa imagem pela imagem, a chance de se minar a questão e se reforçar o lado sutil da discriminação é imensa.

Moralmente falando, empatia é algo que deve ser exercido a todo indivíduo. Mas a empatia tem um limite: ela não te permite compreender a complexidade emocional inerente às experiências do indivíduo. Todo mundo aqui já deve ter sofrido preconceito de algum tipo, e mesmo dentro de alguns grupos existem discussões sérias sobre a integração de outros grupos sociais perseguidos e discriminados - vide o debate entre os transgêneros e as feministas, por exemplo -, mas a experiência é única.

@Bruce Torres, excelente colocação! A luta não é menos válida por conta disso, até porque, além de todos os elementos classificatórios, o que se proclama é a humanidade. Mas é fato: a gente pode defender, levantar as bandeiras, ver amigos sofrendo o preconceito, mas a real dimensão, nunca teremos.
 
Última edição:
Quem está falando de homens ditando pautas feministas? Ou brancos ditando pautas raciais? Boiei.

Foi um exemplo.

Ele disse 'tentar' no sentido de que o movimento possa ser apoiado, mas jamais 'dirigido' por alguém que não faça parte dele integralmente. Embora eu não concorde com isso - pois as pessoas que são simpáticas a determinado movimento podem se sentir rechaçadas, e poderão diminuir uma contribuição que pode ser valiosa - é um fato.
A meu ver, esse tipo de atitude só serve para aumentar ainda mais a ideia de minoria, ao invés de promover uma integração sadia, e o real sentido de 'igualdade' perde-se.

Essa frase do Luciano:

"Depois do desabafo, ele resolveu tirar o climão do post anterior e escreveu: "Ponto final neste assunto. Dia lindo. Vamos trabalhar. Porque amanhã é feriado. Eba"."

Parece coisa de quem tá desesperado pra tirar o seu da reta.

Bem isso. Foi querer fazer bonito com o chapéu alheio, acertou um tiro no próprio pé. Babaca.
 
pois as pessoas que são simpáticas a determinado movimento podem se sentir rechaçadas, e poderão diminuir uma contribuição que pode ser valiosa

Esse foi o meu ponto quando citei o post compartilhado pelo Bruce. Concordo totalmente que quem não é negro, não pode dizer "eu sei como você se sente". Isso significa que não pode falar "somos todos iguais"? Não. Dizer que "somos todos iguais" significa "eu sei como você se sente, mas vamos tentar esquecer o passado e viver uma vida nova"? Definitivamente não.

O post compartilhado pelo Bruce não foi único - eu vi algumas reações parecidas no facebook. Todas com um tom muito parecido - a maioria não pode apoiar a minoria.
 
Posso estar sendo muito simplista mas entendi todo esse movimento de maneira diferente, como uma forma de combater o racismo explícito como o caso da banana dizendo que somos todos macacos no sentido de sermos todos iguais biologicamente a despeito da cor de pele e tudo mais. Somos todos humanos, tendo sido usada a palavra macaco pois foi a ofensa implícita no ato de jogar a banana.
Isso obviamente não significa que os não-negros apoiando saibam como os negros se sentem ou pelo que passam, mas não acham isso justo e resolveram aderir ao protesto. Não vejo isso como algo ruim.
Ninguém está dizendo que sabe o que é sofrer preconceito racial. Também não vou entrar no mérito de isso ter mais impacto e repercussão na mídia que resultado real, especialmente no racismo de verdade, que acontece em situações mais sutis e de forma velada, que é o que causa dano a muito mais gente.
 
Posso estar sendo muito simplista mas entendi todo esse movimento de maneira diferente, como uma forma de combater o racismo explícito como o caso da banana dizendo que somos todos macacos no sentido de sermos todos iguais biologicamente a despeito da cor de pele e tudo mais. Somos todos humanos, tendo sido usada a palavra macaco pois foi a ofensa implícita no ato de jogar a banana.
Isso obviamente não significa que os não-negros apoiando saibam como os negros se sentem ou pelo que passam, mas não acham isso justo e resolveram aderir ao protesto. Não vejo isso como algo ruim.
Ninguém está dizendo que sabe o que é sofrer preconceito racial. Também não vou entrar no mérito de isso ter mais impacto e repercussão na mídia que resultado real, especialmente no racismo de verdade, que acontece em situações mais sutis e de forma velada, que é o que causa dano a muito mais gente.

Exatamente. Por isso que falei "gente chata". Não é uma questão de ser contra o politicamente correto, mas de ser contra reações do tipo "brancos não podem falar que somos todos iguais".
 
Eu entendo que todos podem se manifestar, pois como disse, a coisa foge a qualquer tipo de classificação. Mas também concordo com o posicionamento do @Bruce Torres e do @Morfindel Werwulf Rúnarmo: por mais que seja uma coisa execrável, só quem vive na pele sente a verdadeira revolta.

E há um outro ponto: vejo como algo positivo esse tipo de debate. Ele nos faz refletir, mesmo, numa soma de visões prós e contras, nas formas de apoio em sua construção subjetiva e objetiva.

Mais um ingrediente, não de todo inédito, pro caldo: muitas vezes quem ajuda se coloca em posição superior, vitimizando, quando não abobalhando, os grupos a quem a ajuda se destina. Se buscarmos lá atrás, nossa Abolição foi propagada como um ato de bondade branca, mandando pros cantos empoeirados da História os movimentos negros de resistência cotidianos em relações sócio-culturais. Mesmo a historiografia marxista teimou em considerá-los, por não se enquadrarem nos padrões de organização política de questionamento. Porém, o fez pautado em boas intenções. Só que ao negar essa luta rotineira e pensar o negro exclusivamente como mercadoria, lhe retirou a condição de sujeito.

Assim como o negro, liberto pelo branco, se viu alienado de sua função de agente histórico.

Pra ilustrar, Machado de Assis possui uma ótima crônica que trata dessa questão:

"Bons dias!

Eu pertenço a uma família de profetas après coup, post factum, depois do gato morto, ou como melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, e juro se necessário fôr, que tôda a história desta lei de 13 de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos, mais ou menos. Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar.
Neste jantar, a que meus amigos deram o nome de banquete, em falta de outro melhor, reuni umas cinco pessoas, conquanto as notícias dissessem trinta e três (anos de Cristo), no intuito de lhe dar um aspecto simbólico.
No golpe do meio (coup du milieu, mas eu prefiro falar a minha língua), levantei-me eu com a taça de champanha e declarei que acompanhando as idéias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a nação inteira devia acompanhar as mesmas idéias e imitar o meu exemplo; finalmente, que a liberdade era um dom de Deus, que os homens não podiam roubar sem pecado.
Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, e veio abraçar-me os pés. Um dos meus amigos (creio que é ainda meu sobrinho) pegou de outra taça, e pediu à ilustre assembléia que correspondesse ao ato que acabava de publicar, brindando ao primeiro dos cariocas. Ouvi cabisbaixo; fiz outro discurso agradecendo, e entreguei a carta ao molecote. Todos os lenços comovidos apanharam as lágrimas de admiração. Caí na cadeira e não vi mais nada. De noite, recebi muitos cartões. Creio que estão pintando o meu retrato, e suponho que a óleo.
No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza:
- Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que…
- Oh! meu senhô! fico.
- …Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho dêste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos…
- Artura não qué dizê nada, não, senhô…
- Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma galinha.
- Justamente. Pois seis mil-réis. No fim de um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete.
Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Êle continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.
Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio; daí pra cá, tenho-lhe despedido alguns pontapés, um ou outro puxão de orelhas, e chamo-lhe bêsta quando lhe não chamo filho do diabo; cousas tôdas que êle recebe humildemente, e (Deus me perdoe!) creio que até alegre.
O meu plano está feito; quero ser deputado, e, na circular que mandarei aos meus eleitores, direi que, antes, muito antes da abolição legal, já eu, em casa, na modéstia da família, libertava um escravo, ato que comoveu a tôda a gente que dêle teve notícia; que êsse escravo tendo aprendido a ler, escrever e contar, (simples suposições) é então professor de filosofia no Rio das Cobras; que os homens puros, grandes e verdadeiramente políticos, não são os que obedecem à lei, mas os que se antecipam a ela, dizendo ao escravo: és livre, antes que o digam os poderes públicos, sempre retardatários, trôpegos e incapazes de restaurar a justiça na terra, para satisfação do céu.

Boas noites."


Evidente que estamos em outro contexto. E nem quero dizer que quem bota lá "#somostodosmacacos" obrigatoriamente bebe dessa fonte. Mas há o ranço e discuti-lo é um caminho válido para o amadurecimento das nossas relações. Permite, inclusive, atingir as formas veladas do racismo, pois um apoio, se construído com sentimento de hierarquia, nada mais é que outra manifestação discriminatória.

E que tudo não termine em hashtags e bananas.
 
Toda crítica é válida mas eu sinceramente não vejo incompatibilidade entre apoiar uma campanha dessa por menos efetiva que seja e ser contra cotas raciais. Mas não vou entrar esse mérito porque já explanei minha opinião no tópico de cotas.
 
Amigos se manifestam pró-torcedor do Villarreal e tio dá nova versão

Amigos e familiares de David Campayo Lleo, torcedor do Villarreal acusado de racismo por atirar uma banana na direção do lateral Daniel Alves, saíram em defesa do rapaz nesta quinta-feira. Cerca de 800 pessoas se reuniram e protestaram na Plaza Mayor, em Villarreal, contra a atenção que a mídia tem dado ao fato. E na carona do protesto que ganhou o mundo com o lema #somostodosmacacos, lançada por Neymar, criaram a campanha “Todos somos David”. O tio de David esteve no protesto e defendeu o sobrinho (assista ao vídeo).

- A mãe dele deu para ele a banana, que agora ficou famosa, para o jantar, e na hora ele estava tendo uma pequena discussão com a sua namorada. Ele estava um pouco nervoso e jogou a banana no campo. Nas imagens você vê que ele joga antes do Daniel Alves chegar. Ele é um rapaz muito bom, ele não é racista e nunca foi, e não entendo esse linchamento que ele está sofrendo da mídia. É excessivo. É terrível - afirmou.

Outra preocupação daqueles que apoiam David é com a imagem que Villarreal ganhou com o episódio. De acordo com um vizinho do torcedor, atos de racismo não são recorrentes na cidade e apontou outros locais onde isso seria mais frequente.

- Sou absolutamente contra. Também sou contra jogarem bananas. O verdadeiro racismo está em Melilla e em Ceuta. Aqui em Villarreal não acontece nada disso - afirmou.

A Polícia Nacional da Espanha anunciou na quarta-feira que o torcedor foi detido, interrogado e solto sob fiança. David Campayo Lleo, de 26 anos, era funcionário do clube e já foi banido pelo Villarreal do clube, e não poderá mais frequentar o estádio pelo resto da vida.

Fonte: Globo Esporte
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Agora que as coisas apertaram para ele, aparecem com essa versão dos fatos que não convence ninguém.
 
Tirando essa explicação (brigou com a namorada, tava com uma banana no estádio e jogou no campo) tudo que ele falou poderia ser verdade. Mas não conheço a Espanha pra poder opinar.
 
- A mãe dele deu para ele a banana, que agora ficou famosa, para o jantar, e na hora ele estava tendo uma pequena discussão com a sua namorada. Ele estava um pouco nervoso e jogou a banana no campo. Nas imagens você vê que ele joga antes do Daniel Alves chegar. Ele é um rapaz muito bom, ele não é racista e nunca foi, e não entendo esse linchamento que ele está sofrendo da mídia. É excessivo. É terrível - afirmou.

Migué do caraio. :rofl:
 

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