Eru- o Ilúvatar
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Theodore Adorno, um pessimista cultural nato, anuncia em meados dos anos 40 o surgimento da "Indústria Cultural", fundada na mídia de massa, capaz de perverter a razão e criar uma utopia por vias totalitárias. Num sistema provido por técnica e concentração econômica e administrativa, os detentores da mass media estaria habilitados a produzir um engodo cultural ao qual não se deve chamar "cultura de massa" por não se tratar de algo autenticamente popular ou espontâneo, mas sim algo criado para entorpecer e alienar os povos. Essa nova relação fundada no consumo frustraria a arte superior na perda de sua superioridade pela especulação sobre o efeito, ao passo que a arte inferior perde através de sua domesticação pela civilização. Nessa nova realidade, prossegue Adorno, a indústria cultural procura fazer com que o consumidor se ache rei, o sujeito dessa indústria, mesmo que na verdade ele seja apenas o seu objeto. O termo mass media, para ele, faz parecer inofensiva a indústria a que designa. A mesma deve se adaptar aa massas, que não são, no entanto, sua medida, e sim sua ideologia. Citando Brecht e Suhrkamp, Adorno diz serem as mercadorias culturais da indústria orientadas não por uma figuração adequada ou conteúdo, mas por segundo o princípio de sua comercialização. Nela se dá o primado imediato e confesso do efeito, que abole a autonomia da obra de arte, incorporando a cultura, que antes protestava contra a condição esclerosada do homem, a essa esclerose. São fruto de um consentimento geral e não crítico, ditado por regras de mercado, num processo de estandarização e uma superação de valor do lucro sobre a cultura, cujos caracteres primitivamente pertenciam a transformação da literatura em mercadoria.
A técnica na indústria cultural, parasita sobre a técnica extra-artística de produção de bens materiais, se serve de uma decomposição da aura que Benjamim diz existir na obra de arte tradicional como um círculo de névoa. A individualidade do produto agora se calcaria no sistema de "vedetes" da arte individualista. Nasce uma produção cultural híbrida, cujo processo produtivo conserva a fisiologia da indústria cultural, de um streamling, de precisão e nitidez fotográfica, ao mesmo tempo que se vale de resquícios individualistas de atmosfera, de romantismo forjado e já racionalizado. Ela se convence mediante a própria monstruosidade ideológica. O fato estético se confunde com suas vulgarizações, não trazendo arte e, enquanto fenomeno social, defendendo não raramente algo que é funesto por suas consequencias sociais.
Surge dentro dessa nova realidade aquilo que Frederic Jameson define como o pastiche, arte kitsch, mimética de outros estilos e maneirismos, que se vale de máscaras estilísticas e fala em língua morta, mas que difere da paródia ( outra forma de imitar estilos singulares e esclusivos ) pela neutralidade e ausência das motivações ocultas que caracterizam-na. A assimilação gradativa da cultura pela civilização estaria causando a sua dissolução assim como a da obra de arte, a ela vinculada. Adorno ainda dá ênfase ao perigoso poder de fascínio e dominação do cinema, talvez ainda muito influenciado pelo então recente fenômeno da propaganda nazista e suas consequências.
O que vocês acham, hoje em dia, que pode ser considerado genuinamente fruto da cultura de massa? O que, para vocês, hoje, escapa da definição da escola de Frankfurt de "Indústria Cultural"?
A técnica na indústria cultural, parasita sobre a técnica extra-artística de produção de bens materiais, se serve de uma decomposição da aura que Benjamim diz existir na obra de arte tradicional como um círculo de névoa. A individualidade do produto agora se calcaria no sistema de "vedetes" da arte individualista. Nasce uma produção cultural híbrida, cujo processo produtivo conserva a fisiologia da indústria cultural, de um streamling, de precisão e nitidez fotográfica, ao mesmo tempo que se vale de resquícios individualistas de atmosfera, de romantismo forjado e já racionalizado. Ela se convence mediante a própria monstruosidade ideológica. O fato estético se confunde com suas vulgarizações, não trazendo arte e, enquanto fenomeno social, defendendo não raramente algo que é funesto por suas consequencias sociais.
Surge dentro dessa nova realidade aquilo que Frederic Jameson define como o pastiche, arte kitsch, mimética de outros estilos e maneirismos, que se vale de máscaras estilísticas e fala em língua morta, mas que difere da paródia ( outra forma de imitar estilos singulares e esclusivos ) pela neutralidade e ausência das motivações ocultas que caracterizam-na. A assimilação gradativa da cultura pela civilização estaria causando a sua dissolução assim como a da obra de arte, a ela vinculada. Adorno ainda dá ênfase ao perigoso poder de fascínio e dominação do cinema, talvez ainda muito influenciado pelo então recente fenômeno da propaganda nazista e suas consequências.
O que vocês acham, hoje em dia, que pode ser considerado genuinamente fruto da cultura de massa? O que, para vocês, hoje, escapa da definição da escola de Frankfurt de "Indústria Cultural"?