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Crônica (gênero)

Zirak-tarâg

Moleculista
Crônica é uma narração curta, produzida essencialmente para ser veiculada na imprensa, seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal ou mesmo na rádio. Possui assim uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização, criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma familiaridade entre o escritor e aqueles que o leem[1].

Eu adoro crônicas. Quanto mais banais e despretensiosas, melhor. Conheci há algum tempo o Portal da Crônica Brasileira e tenho gastado um bom tempo lá ultimamente. A intimidade da conversa direta com o autor traz uma franqueza que o conto, o romance e o poema não permitem. Lembro de ficar fascinado com uma sobre o mar que li num livro didático e, anos depois, com outra sobre o nome das ruas em Portugal. Descobrir esse site foi reavivar uma parte de mim da qual não me lembrava.

Vocês costumam ler crônicas? Já deram uma chance ao gênero? Hoje li aqui que surgiu em língua portuguesa. Amigos de letras, confere?

Deixo indicadas as que mais me agradaram até agora nessa redescorberta.
O homem que calculava - Paulo Mendes Campos
Macacos me mordam - Fernando Sabino
O apaixonado - Rubem Braga
Exame de consciência (I) - José Carlos Oliveira
 
Eu adoro uma boa crônica, mas, como quase tudo o mais na vida, tenho deixado a desejar nas minhas leituras desse gênero. Mas um livro que sempre lembro de recomendar a quem gosta é este aqui:

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Ainda quero reler pra ver se mantém o frescor depois de tantos anos ou se eu vou achar menos estimulante.
 
Não tenho o costume de ler o gênero, mas teve uns livrinhos da coleção Para gostar de ler que li na adolescência que, pelo que me lembro, eram excelentes. Não consegui parar de ler até terminar.

Acho que desde então nunca mais li um livro exclusivo do gênero.
 
Amo crônicas! Inclusive, nos primeiros períodos da graduação, quando tive de montar um projeto de pesquisa, optei por analisar crônicas do meu querido Luis Fernando Verissimo. Era um trabalho focado no riso crítico que as crônicas provocavam. Todo mundo escolheu analisar romances, fazer coisas escabrosas, e eu fui lá conversar com as crônicas, enquanto tomava café da manhã.

Essa pegada cotidiana do gênero "menor" sempre me fascinou, porque costumo ler isso como um grande potencial para subverter a ordem, sem que a ordem dê pela existência da crônica como algo que pode lhe oferecer perigo. É que vejo as crônicas na perspectiva de literatura menor que, nos dizeres de Guilles Deleuze e Félix Guatarri, "é aquela que uma minoria faz em língua maior."

Isso de a crônica ser um gênero "entre" também me agrada. Mezzo literatura mezzo jornalismo. Mezzo humor mezzo rumor. A crônica diz tanto com pouco (porque a brevidade é uma de suas características), e de um jeito subjetivo e aconchegante. Aquela coisa meio "fofoca", mesmo. Ou, para Antonio Candido, trata-se de um texto que adota o tom de uma "aparente conversa fiada".

Antonio Candido ainda ressalta que: "É importante insistir no papel da simplicidade, brevidade e graça próprias da crônica. Os professores tendem muitas vezes a incutir nos alunos uma ideia falsa de seriedade; uma noção duvidosa de que as coisas sérias são graves, pesadas, e que consequentemente a leveza é superficial. Na verdade, aprende-se muito quando se diverte, e aqueles traços constitutivos da crônica são um veículo privilegiado para mostrar de modo persuasivo muita coisa que, divertindo, atrai, inspira e faz amadurecer a nossa visão das coisas."
 
Crônicas seguramente é um dos meus três gêneros preferidos. Rubem Braga e Fernando Sabino são os que mais li.

Crônicas policiais é o meu segmento preferido. É uma pena que o radialista e especialista Gil Gomes não quis se aventurar muito na escrita (publicou pouquíssimos livros que pouco foram divulgados) e preferiu muito mais a narração, senão tinha tudo pra ter se tornado um grande cronista nesse segmento literário.
 
E cronista publicando hoje, alguém acompanha?

Eu gosto muito do Antonio Prata, que publica na Folha. Quando começou o governo Bolsonaro, ele não estava mais conseguindo escrever o que eu considero crônica. Estava mais para artigo de opinião. Mas agora parece que está conseguindo retomar.
 
Não sou leitor do gênero. Mas peguei pra folhear um livrinho dia desses na Biblioteca, uma seleção das melhores crônicas do Affonso Romano de Sant'Anna. Gostei e me animei a tentar explorar um pouco mais do gênero. De repente, ir atrás daquela seleção As Cem Melhores Crônicas da Literatura Brasileira - algo assim.
 

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