Adorei isto. Da coluna sobre TV na Folha de São Paulo, escrita pela jornalista-escritora-"maluquete" Vanessa Barbara. Aliás, adoro a Vanessa Barbara. Quem não conhece, "conheça".
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Críticos de berçário
Empunhando o estandarte do jornalismo de utilidade pública, abrimos um espaço para a crítica de programas do Discovery Kids, conforme avaliação e receptividade do meu sobrinho de um ano e familiares correlatos -- a saber, meu irmão.
1. Mecanimais (20h30): Moderadamente bem conduzida, a obra não consegue criar um envolvimento do espectador com as criaturas. Há que destacar a boa intenção de fazer o não dito expressar mais que qualquer diálogo, mas, ainda assim, toca apenas na superfície dos temas que levanta. Avaliação: regular.
2. Peixonauta (11h30, 19h30): Construído no improviso de sua narrativa, fala de seres involuntariamente deslocados de seu habitat. Ao optar por uma estética menos clássica e mais frenética, provoca discussões entre o tradicional e o vanguardista. Preocupado em recriar a "nouvelle époque" na animação, o "Peixonauta" consegue acertar na maioria de seus intentos, embora os segmentos com a bola mágica flutuante sejam forçados. Avaliação: bom.
3. Backyardigans (10h, 21h30): Tolo e frágil, é uma ilusão comercial que fracassa na intenção da realidade alternativa. O duelo verbal entre os personagens não convence o mais ignóbil, e a trama perde ridiculamente o impacto graças à incapacidade de o espectador materializar o "páthos" da obra. Em suma, "Backyardigans" é um desperdício irritante e inócuo. Avaliação: ruim.
4. Rob, o Robô (13h30): Intrigante e enigmático, "Rob, o Robô" é arrebatador. Os efeitos visuais prendem a atenção do infante, que se envolve emocionalmente com as descobertas do sujeito ativo enquanto desbravador de mundos. Um marco na arte e um título obrigatório aos amantes da vida. Avaliação: ótimo.
5. Meu Amigãozão (12h30, 22h30): As técnicas de colorização estendida, frames duplicados e narração em off fazem de "Meu Amigãozão" uma obra estranha. Tal inovação exige maior empenho de sua contraparte (o público), que precisa digerir o trabalho burocrático de personagens como o canguru Bongo. Ainda assim, a conjuntura bivalente do traço expressionista e os diálogos intensos merecem uma análise mais profunda. Avaliação: bom.
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Críticos de berçário
Empunhando o estandarte do jornalismo de utilidade pública, abrimos um espaço para a crítica de programas do Discovery Kids, conforme avaliação e receptividade do meu sobrinho de um ano e familiares correlatos -- a saber, meu irmão.
1. Mecanimais (20h30): Moderadamente bem conduzida, a obra não consegue criar um envolvimento do espectador com as criaturas. Há que destacar a boa intenção de fazer o não dito expressar mais que qualquer diálogo, mas, ainda assim, toca apenas na superfície dos temas que levanta. Avaliação: regular.
2. Peixonauta (11h30, 19h30): Construído no improviso de sua narrativa, fala de seres involuntariamente deslocados de seu habitat. Ao optar por uma estética menos clássica e mais frenética, provoca discussões entre o tradicional e o vanguardista. Preocupado em recriar a "nouvelle époque" na animação, o "Peixonauta" consegue acertar na maioria de seus intentos, embora os segmentos com a bola mágica flutuante sejam forçados. Avaliação: bom.
3. Backyardigans (10h, 21h30): Tolo e frágil, é uma ilusão comercial que fracassa na intenção da realidade alternativa. O duelo verbal entre os personagens não convence o mais ignóbil, e a trama perde ridiculamente o impacto graças à incapacidade de o espectador materializar o "páthos" da obra. Em suma, "Backyardigans" é um desperdício irritante e inócuo. Avaliação: ruim.
4. Rob, o Robô (13h30): Intrigante e enigmático, "Rob, o Robô" é arrebatador. Os efeitos visuais prendem a atenção do infante, que se envolve emocionalmente com as descobertas do sujeito ativo enquanto desbravador de mundos. Um marco na arte e um título obrigatório aos amantes da vida. Avaliação: ótimo.
5. Meu Amigãozão (12h30, 22h30): As técnicas de colorização estendida, frames duplicados e narração em off fazem de "Meu Amigãozão" uma obra estranha. Tal inovação exige maior empenho de sua contraparte (o público), que precisa digerir o trabalho burocrático de personagens como o canguru Bongo. Ainda assim, a conjuntura bivalente do traço expressionista e os diálogos intensos merecem uma análise mais profunda. Avaliação: bom.