Aracáno Elessar
Nietzsche
Caros amigos, amigo N'Liarien, com certeza a citação é clara em Athrabeth, mas veja:
Esta então, eu proponho, era a incumbência dos Homens, não os seguidores mas os herdeiros e os realizadores de tudo: curar a Ruína de Arda, já pressagiada antes da criação deles; e fazer mais, como agentes da magnificência de Eru: aumentar a Música e ultrapassar a Visão do Mundo! Por isso Arda Curada não será Arda Não Desfigurada, mas uma terceira coisa maior e ainda a mesma.
- Então isso é a coisa que os Homens chamam esperança - disse Finrod - Amdir nós a chamamos, "olhar para cima". Mas há outra que é fundada mais profundamente. Estel nós a chamamos, que é "confiança". Esta não é derrotada pelos caminhos do mundo, porque não vem da experiência, mas de nossa natureza e primeira essência. Se nós realmente formos os Eruhini, os Filhos do Único, então Ele não admitirá ser privado do que for seu, não por nenhum Inimigo, nem mesmo por nós. Esta é a última fundação de Estel, que nós mantemos até mesmo quando contemplamos o Fim: de todos os Seus desígnios a questão deve ser para alegria dos Seus Filhos. Amdir vocês não possuem, você diz. Nem Estel permanece de qualquer modo?
- Talvez sim - ela disse - mas não! Você não percebe que faz parte de nosso ferimento que Estel deveria titubear e suas fundações serem abaladas? Nós somos os Filhos do Único? Nós não estamos derrotados finalmente? Ou nós sempre fomos assim? O Inominável não é o Senhor do Mundo?
- Não diga isso nem mesmo em indagação! - Disse Finrod.
- Não pode deixar de ser mencionado - respondeu Andreth - se você entendesse o desespero no qual nós caminhamos. Ou no qual a maioria dos Homens caminha. Entre os Atani, como você nos chama, ou Seguidores como nós dizemos: aqueles que deixaram as terras do desespero e os Homens da escuridão e viajaram para o oeste em esperança vã: acredita-se que a cura ainda possa ser encontrada, ou que haja algum modo de escapar. Mas isto é realmente Estel? Não é mais propriamente Amdir; mas sem razão: mero vôo em um sonho do qual despertando eles sabem: que não há nenhuma escapatória da escuridão e morte?
- Mero vôo em um sonho você diz. - respondeu Finrod - Em sonho muitos desejos são revelados; e o desejo pode ser a última luz bruxuleante de Estel. Mas você não quer dizer sonho, Andreth. Você confunde sonho e despertar com esperança e convicção, para tornar o primeiro mais duvidoso e o outro mais seguro. Eles estão adormecidos quando falam de escapatória e cura?
- Adormecidos ou despertos, eles não dizem nada claramente. - respondeu Andreth - Como ou quando a cura virá? E quanto a nós que antes disto partiremos para dentro da escuridão sem sermos curados? Para tais questões somente aqueles da Velha Esperança (como chamam a si mesmos) têm qualquer suposição de uma resposta.
- Aqueles da Velha Esperança? - perguntou Finrod - Quem são eles?
- Poucos - ela disse - mas seu número cresceu desde que nós viemos para esta terra, e eles compreendem que o Inominável pode (como pensam) ser desafiado. Contudo essa não é uma boa razão. Desafiá-lo não desfaz o trabalho dele do passado. E se o valor dos Eldar falhar aqui, então o desespero deles seria mais profundo. Porque não era no poder dos Homens, ou de qualquer um dos povos de Arda, que a velha esperança estava fundamentada.
- O que era então esta esperança, se você sabe? - Finrod perguntou.
- Eles dizem - respondeu Andreth - que o Único entrará ele próprio em Arda, e curará os Homens e toda a Ruína desde o começo até o fim. Isto que eles dizem também, ou fingem, é um rumor que veio por anos incontáveis, até mesmo dos dias de nossa ruína.
- Eles dizem, eles fingem? - disse Finrod - Você então não é um deles?
- Como eu posso ser, senhor? Toda a sabedoria está contra eles. Que é o Único, quem vós chamais de Eru? Se nós colocarmos de lado os Homens que servem o Inominável, como muitos fazem na Terra-média, ainda muitos Homens percebem o mundo somente como uma guerra entre a Luz e o Escuro eqüipotente. Mas você dirá: não, isso é Manwë e Melkor; Eru está acima deles. Então apenas Eru é o maior dos Valar, um grande deus entre deuses, como a maioria dos Homens dirá, até mesmo entre os Atani: um rei que mora longe do seu reino e deixa príncipes inferiores fazerem aqui em grande parte o que for de suas vontades? Novamente você diz: não, Eru é o Único, sozinho, inigualável, Ele fez Ëa, e está além disto; e os Valar são maiores do que nós, mas todavia não se aproximam da majestade dele. Não é assim?
- Assim é - disse Finrod - nós dizemos isto, e os Valar nós conhecemos, eles dizem o mesmo, todos exceto um. Mas qual, você pensa, é o mais provável para mentir: aqueles que se fazem de humildes ou ele que exalta a si mesmo?
Temos claramente neste trecho, que, não há de forma alguma alusão a uma figura humano-divina, não há a representação de Eru como mortal, assim como seria Cristo. Sendo assim não vejo nada que leve-nos diretamente a uma interpretação que Eru viria na forma de um humano, e essa profecia seria a de Cristo. E outra coisa reforça minha idéia, vocês dizem que a voz de Tolkien está em Finrod e Andreth, claro, disso não dúvido, mas se assim o é, então temos nitidamente Finrod discordando da falsa esperança dos humanos, que por Andreth também não é tida com simpatia.
Abraços.
Esta então, eu proponho, era a incumbência dos Homens, não os seguidores mas os herdeiros e os realizadores de tudo: curar a Ruína de Arda, já pressagiada antes da criação deles; e fazer mais, como agentes da magnificência de Eru: aumentar a Música e ultrapassar a Visão do Mundo! Por isso Arda Curada não será Arda Não Desfigurada, mas uma terceira coisa maior e ainda a mesma.
- Então isso é a coisa que os Homens chamam esperança - disse Finrod - Amdir nós a chamamos, "olhar para cima". Mas há outra que é fundada mais profundamente. Estel nós a chamamos, que é "confiança". Esta não é derrotada pelos caminhos do mundo, porque não vem da experiência, mas de nossa natureza e primeira essência. Se nós realmente formos os Eruhini, os Filhos do Único, então Ele não admitirá ser privado do que for seu, não por nenhum Inimigo, nem mesmo por nós. Esta é a última fundação de Estel, que nós mantemos até mesmo quando contemplamos o Fim: de todos os Seus desígnios a questão deve ser para alegria dos Seus Filhos. Amdir vocês não possuem, você diz. Nem Estel permanece de qualquer modo?
- Talvez sim - ela disse - mas não! Você não percebe que faz parte de nosso ferimento que Estel deveria titubear e suas fundações serem abaladas? Nós somos os Filhos do Único? Nós não estamos derrotados finalmente? Ou nós sempre fomos assim? O Inominável não é o Senhor do Mundo?
- Não diga isso nem mesmo em indagação! - Disse Finrod.
- Não pode deixar de ser mencionado - respondeu Andreth - se você entendesse o desespero no qual nós caminhamos. Ou no qual a maioria dos Homens caminha. Entre os Atani, como você nos chama, ou Seguidores como nós dizemos: aqueles que deixaram as terras do desespero e os Homens da escuridão e viajaram para o oeste em esperança vã: acredita-se que a cura ainda possa ser encontrada, ou que haja algum modo de escapar. Mas isto é realmente Estel? Não é mais propriamente Amdir; mas sem razão: mero vôo em um sonho do qual despertando eles sabem: que não há nenhuma escapatória da escuridão e morte?
- Mero vôo em um sonho você diz. - respondeu Finrod - Em sonho muitos desejos são revelados; e o desejo pode ser a última luz bruxuleante de Estel. Mas você não quer dizer sonho, Andreth. Você confunde sonho e despertar com esperança e convicção, para tornar o primeiro mais duvidoso e o outro mais seguro. Eles estão adormecidos quando falam de escapatória e cura?
- Adormecidos ou despertos, eles não dizem nada claramente. - respondeu Andreth - Como ou quando a cura virá? E quanto a nós que antes disto partiremos para dentro da escuridão sem sermos curados? Para tais questões somente aqueles da Velha Esperança (como chamam a si mesmos) têm qualquer suposição de uma resposta.
- Aqueles da Velha Esperança? - perguntou Finrod - Quem são eles?
- Poucos - ela disse - mas seu número cresceu desde que nós viemos para esta terra, e eles compreendem que o Inominável pode (como pensam) ser desafiado. Contudo essa não é uma boa razão. Desafiá-lo não desfaz o trabalho dele do passado. E se o valor dos Eldar falhar aqui, então o desespero deles seria mais profundo. Porque não era no poder dos Homens, ou de qualquer um dos povos de Arda, que a velha esperança estava fundamentada.
- O que era então esta esperança, se você sabe? - Finrod perguntou.
- Eles dizem - respondeu Andreth - que o Único entrará ele próprio em Arda, e curará os Homens e toda a Ruína desde o começo até o fim. Isto que eles dizem também, ou fingem, é um rumor que veio por anos incontáveis, até mesmo dos dias de nossa ruína.
- Eles dizem, eles fingem? - disse Finrod - Você então não é um deles?
- Como eu posso ser, senhor? Toda a sabedoria está contra eles. Que é o Único, quem vós chamais de Eru? Se nós colocarmos de lado os Homens que servem o Inominável, como muitos fazem na Terra-média, ainda muitos Homens percebem o mundo somente como uma guerra entre a Luz e o Escuro eqüipotente. Mas você dirá: não, isso é Manwë e Melkor; Eru está acima deles. Então apenas Eru é o maior dos Valar, um grande deus entre deuses, como a maioria dos Homens dirá, até mesmo entre os Atani: um rei que mora longe do seu reino e deixa príncipes inferiores fazerem aqui em grande parte o que for de suas vontades? Novamente você diz: não, Eru é o Único, sozinho, inigualável, Ele fez Ëa, e está além disto; e os Valar são maiores do que nós, mas todavia não se aproximam da majestade dele. Não é assim?
- Assim é - disse Finrod - nós dizemos isto, e os Valar nós conhecemos, eles dizem o mesmo, todos exceto um. Mas qual, você pensa, é o mais provável para mentir: aqueles que se fazem de humildes ou ele que exalta a si mesmo?
Temos claramente neste trecho, que, não há de forma alguma alusão a uma figura humano-divina, não há a representação de Eru como mortal, assim como seria Cristo. Sendo assim não vejo nada que leve-nos diretamente a uma interpretação que Eru viria na forma de um humano, e essa profecia seria a de Cristo. E outra coisa reforça minha idéia, vocês dizem que a voz de Tolkien está em Finrod e Andreth, claro, disso não dúvido, mas se assim o é, então temos nitidamente Finrod discordando da falsa esperança dos humanos, que por Andreth também não é tida com simpatia.
Abraços.