Pessoal, eu criei um texto curto, uma espécie de esboço de uma situação que imaginei na criação dessa história. Vou colá-la aqui pra vcs terem uma idéia simples do que penso em criar. Lembrando que os nomes ainda são definivos....aliás, nada ainda é definitivo.
EDITADO: Obs.: Leia esse mesmo texto, mas numa versão editada na página 3 do tópico.
Erondiel ao entrar no templo, percebeu o fanatismo daquela congregação. Estavam todos com as mãos erguidas, e gritavam palavras sem sentido algum, ou pelo menos não apresentavam significado para o anjo. Era um templo grande, com capacidade para umas mil pessoas, e naquele momento estava completamente lotado. Ele então começou a passar pelo corredor central, onde também podia se ver alguns humanos ajoelhados, rezando. Passou perante o líder deles, quando finalmente achou um bom local para descansar. Era uma espécie de tanque, onde provavelmente eram realizados batismos. Entrou no tanque, que naquele momento estava vazio, e sentou-se.
Estava desgastado mental e fisicamente, pois afinal de contas, não é todo dia que você vence sozinho, três inimigos. Sangrava muito e precisava com certeza de um tempo para se recuperar. A princípio aquele templo parecia um bom refúgio, pois os soldados do inimigo não gostam muito de entrar em templos religiosos, com exceção daqueles que são dedicados ao culto deles próprios. Por mais que estivesse fraco, não sentia a presença de ninguém por perto, nem mesmo de aliados.
Quando se sentiu seguro e acomodado, começou a prestar atenção nas palavras do orador. Ele dizia coisas sobre o Apocalipse, sobre a perdição dos pecadores e pessoas queimando no inferno. Para o anjo, aquelas palavras soavam como estórias sobre fantasmas contadas em acampamentos. Sentiu uma enorme vontade de se materializar perante os olhos de todos aqueles humanos e contar apenas um pouco de tudo que na verdade aconteceu e poderá acontecer um dia, mas não podia. Tinha que se limitar a apenas assistir e agir como um pastor olhando todo o seu rebanho, prestes a cair em um precipício. Mas ao mesmo tempo sentiu um enorme pesar em seu coração, pois ali sentia a presença de almas sinceras e desesperadas, procurando naquelas palavras um conforto para suas tristezas e falta de esperança. A alma do anjo se entristecia ao perceber que toda a confiança depositava por milhares de pessoas, era simplesmente uma mentira, um conto de fadas. Mas a paz momentânea foi logo quebrada. Sentiu a presença de inimigos, que aproximavam-se de forma tão rápida quanto seus pensamentos. Provavelmente tinham localizado os corpos de seus colegas, e procuravam vingança, seguindo os rastros deixado pelo sangue do anjo.
Se esforçou para sentir a presença de alguém para lhe ajudar, mas foi em vão, estava sozinho. Levantou e aproximou-se do púlpito, onde o orador pregava, pois lá podia ter uma melhor visão do ambiente. Se aquele humano naquele momento tivesse seus olhos abertos, levaria um tremendo susto ao se deparar com aquela criatura alada e brilhante, com um pouco mais de três metros de altura.
Pelo portão principal, passaram então quatro anjos negros, todos empunhando longas espadas feitas com uma espécie de metal tão escuro quanto uma noite fria de inverno. Já com os olhos fixos em Erondiel, eles se separaram, indo dois pelo corredor central e um em cada corredor lateral. Possuíam feições belas e más ao mesmo tempo, mas corroídas pelo tempo e por pensamentos maus. Eles já não ouviam mais as vozes dos humanos, pois naquele momento estavam ainda mais presos a sua dimensão. O Anjo de luz tentou disfarçar da melhor maneira seus ferimentos, e então levantou sua espada, e a luz emitida por ela iluminou ainda mais o ambiente, um brilho tão forte que conseguiu vencer a luminosidade daquele sol do meio-dia. O líder dos demônios, ao perceber a imponência de seu adversário, parou seus passos, assim como os outros. Parecia finalmente entender como apenas um anjo conseguiu destruir três de seus melhores soldados. Abaixou um pouco a guarda, e com uma voz que parecia ser a de muitas vozes unidas, falou:
- Sou Demulok, Capitão da sétima legião. Como você já deve ter percebido, viemos aqui para levar sua alma, mas percebo que nossa missão não será tão fácil como imaginei. De qualquer forma, apenas valorizará ainda mais a minha vitória. A propósito, qual é seu nome, soldado do céu?
À simples presença daquelas criaturas era totalmente repulsiva ao anjo. Em outra situação, ele nem mesmo dirigiria sua palavra as criaturas negras, mas vendo-se acuado e sem alternativa alguma, acabou deixando o orgulho de lado, e falou ao líder e forma serena e ao mesmo tempo ameaçadora:
- Meu nome é Erondiel, Arcanjo do Criador. Se não querem ter o mesmo fim de seus companheiros, aconselho que saiam desse recinto agora, pois ainda tenho poder suficiente para destruí-los.
Os quatro seres malignos, ignorando totalmente tal ameça, riram de suas palavras e começaram a se deslocar novamente, se aproximando cada vez mais do anjo. A escuridão que saía de seus corpos era tão poderosa que sugava a luminosidade que Erondiel emanava. Em um mesmo ambiente existiam duas situações distintas. Em uma dimensão, um grupo enorme de religiosos reunidos, e em outra, quatro demônios prestes a entrar em conflito com um anjo. Erondiel sabia que a única opção naquele momento era enfrenta-los, mesmo que numa enorme desvantagem, pois uma tentativa de fuga apenas abreviaria o seu destino, já que estava ferido e perdera drasticamente sua velocidade.
Um dos demônios levantou vôo, e usando sua espada, assemelhou-se a uma lança rápida e mortal, indo em direção ao anjo. Erondiel saltando de forma impressionante, conseguiu esquivar-se do golpe fatal, enterrando sua espada nas costas do anjo negro, que caiu já sem vida no chão. Os outros demônios pararam novamente. Demulok então começa a proferir palavras com sua voz semelhante à de uma legião, e estas soavam como terríveis blasfêmias aos ouvidos de Erondiel. De repente o chão começou a tremer, e enormes rachaduras começaram a se erguer pelas paredes do templo. As pessoas ali reunidas, não entendendo o porque do poderoso tremor, começaram a se desesperar e passaram a ter reações distintas: uns, achando que era o fim do mundo, aumentaram ainda mais seus gritos de adoração; outros, desesperados, tentavam abandonar a igreja o mais rápido possível. Algumas colunas se romperam, matando muitos humanos que ali estavam.
O líder dos demônios então aumentou drasticamente seu tamanho e seu rosto começou a se transfigurar, ficando cada vez mais ameaçador e maléfico. De sua espada negra começaram a sair línguas de fogo, que consumiam tudo que estavam em sua volta. Os outros anjos negros, surpreendendo-se com tamanho poder, se posicionaram a uma certa distância da criatura gigante. Erondiel percebeu que aquele era o inimigo mais poderoso que já tinha enfrentado desde que ingressou nas tropas celestiais. Demulok, já bem próximo, desferiu o primeiro golpe, ferindo a perna esquerda de Erondiel, que perdeu o equilíbrio e caiu no chão. Sua visão começou a escurecer, mas ainda conseguiu ver o terrível demônio levantando sua espada de fogo para desferir o golpe fatal. Mas naquele mesmo momento, o som de muitas trombetas foi ouvido. Demulok olhou rapidamente para todos os lados, como se o perigo eminente estivesse chegando, e rapidamente fugiu voando do templo, seguidos pelos outros dois.
Poucos segundos depois, quinze anjos chegaram no local de batalha, e encontraram Erondiel desacordado, ao lado de sua espada e do corpo sem vida de um demônio.
Edited by - Steve Perry on 21 December 2001 09:34:47