Por que parece diferente?
Por que é fácil de imaginar que o lider da Coréia teria uma atitude TÃO imbecil de organizar um ataque hacker a uma empresa privada por estar fazendo uma piada com ele, mas é dificil de imaginar uma teoria de conspiração inversa pois os órgãos americanos são confiáveis?
Sim, concordo contigo. É uma teoria da conspiração bem boboca você inventar uma desculpa pra invadir a Coréia do Norte.
Mas é uma idéia imbecil também achar que houve coordenação de ataque hacker porque o coreano ficou ofendidinho.
As declarações do coreano são ditos como bravatas bobocas. Concordo, ele é quase uma caricatura.
E as do Obama? Por que não no mesmo nivel? Ele não provou nada, não mostrou nada de concreto, só mandou a gente confiar nele e nos seus órgãos.
Que bom que concordamos que a teoria de uma manobra dos EUA para invadir a Coréia envolvendo esse ataque hacker seja boboca (ainda que seja possível, como tudo). Porém, o governo da Coréia, ou melhor, grupos simpáticos ao governo e à ideologia por ele defendida, por ventura realizarem um ataque hacker como represália ao que entenderam ser uma grave ofensa... não vejo nada de imbecil nisso. O fervor que ronda a ideologia Juche e as figuras dos presidentes da Coréia do Norte é praticamente religioso, e se até jornalistas foram mortos por zombar de Maomé, não vejo nenhum absurdo caso grupos devotos do presidente queiram prejudicar a Sony por causa daquilo. Tanto não é absurdo que o próprio governo da Coréia assumiu que seja possível que seus "simpatizantes e apoiadores" tenham feito isso, e apoiou o ato desses possíveis simpatizantes...! E além disso, interpretou o filme como um "ato de guerra"! Já os EUA tentam minimizar o fato, dizendo que responderão proporcionalmente, o que obviamente não envolve invasão militar. Nem a Coréia parece agir como a vítima de uma enrascada americana, nem os EUA parecem ver o episódio como uma oportunidade para o que quer que seja...
Nesse sentido esse caso e o caso do Iraque são diferentes por vários motivos. O ataque hacker realmente existiu e houve um grupo que assumiu a autoria e fez reivindicações ideológicas ligadas ao governo da Coréia do Norte. Já as armas de destruição em massa não existiram e não houve ninguém que assumisse tê-las e fizessem reivindicações. Seriam casos parecidos se: 1) No episódio da Sony, não houvesse evidência nenhuma de ataque hacker, a não ser a declaração do governo americano. Ou 2) No episódio do Iraque, houvesse um grupo que dissesse portar essas armas e ameaçasse os EUA por razões religiosas e diretamente ligadas à figura do presidente do Iraque, houvesse um ataque e o Iraque, embora não assumisse a autoria, conjecturasse que seus apoiadores e simpatizantes fossem os autores, e elogiasse o ato. Que, depois de tudo isso, os grupos não fossem do Iraque, mas servissem interesses americanos visando criar motivos para uma invasão do Iraque, seria uma história pouco plausível, quase como aquela que diz que os ataques de 11/09 também foram planejados pelos próprios EUA, ou como se os recentes ataques a cartunistas por muçulmanos fossem na verdade realizados pela extrema-direita "islamofóbica" justamente para perseguir muçulmanos.
Isso é religião, pastoreio, eu sou cientista, não engulo isso, quero que me mostre.
E o que tem a ver o fato de você ser cientista?
Tivesse o Obama divulgado publicamente toda uma série de dados envolvendo o hackeamento, você faria pessoalmente alguma análise científica do caso?
E falar que o Obama fez declarações no mesmo nível de babaquice dos ditadores norte-coreanos, por não divulgar a investigação feita sobre a autoria do hackeamento (se é que nada foi divulgado mesmo), é forçar demais a comparação. Porque ele não está sob um julgamento ou submetendo um artigo para ser revisado pelos pares, não é uma situação onde espera-se que Obama prove por A+B suas afirmações, quer isso agrade ou não seu ceticismo em relação aos americanos. Pode até estar mentindo, claro, mas não há nada de anormal ou suspeito em ele não divulgar toda a investigação - investigações não são divulgadas imediatamente para convencer céticos, o objetivo é divulgar a posição do Estado americano sobre a situação.
Mesmo porque, aliás, qualquer investigação desse tipo não oferece prova cabal - sempre há espaço para ceticismo e para sujeitos como o Morfindel exigirem seres oniscientes, então mesmo uma ideal divulgação da investigação não seria completamente efetiva. E pode até ser que a divulgação poderia expor informações indesejadas sobre os órgãos e métodos americanos.
Você pode até apesar disso manter seu ceticismo, afinal é cientista (?!?!), mas mesmo sem ver diretamente as investigações, é possível concluir sem deixar de lado qualquer ceticismo razoável que a versão americana é mais plausível que a teoria de conspiração antiamericana. Até os norte-coreanos parecem concordar, afinal sua diplomacia assumiu a possibilidade de "apoiadores" terem realizado o ataque, mas particularmente não vi eles levantarem a hipótese de tudo ser um pretexto norte-americano para o que quer que fosse...
Principalmente considerando-se que os EUA tem histórico de falsear motivos pra entrar em guerra. Nunca entram em guerra por que querem, sempre porque alguém afundou seu barco (2 vezes desmentido na guerra contra Espanha e depois Vietnam).
Não entendi, quem mentiu nesses casos?
Concordo. Qualquer politico faria essa escolha. Mas o fato é que só um fez até agora.
Ué, não entendi de novo, no trecho que você citou e concordou eu discorria sobre a escolha de matar civis para poupar soldados. Você afirma que só um político escolheu matar civis para poupar soldados?? Porque existiram políticos que até fizeram pior, mataram civis simplesmente por matar, por motivo de ódio apenas ou divergências de toda ordem, sejam civis de seus próprios países ou de países inimigos.
E matar civis tendo centenas de bases militares japonesas espalhadas pelo pacífico.....~
Bases que deixaram de ser ameaça com a saída do Japão da guerra. Já a possível derrocada das bases por ataque direto e sistemático, além dos recursos e das vidas perdidas, deixaria o próprio Japão ileso - que provavelmente não abandonaria a guerra pela mera perda dessas bases, assim como é improvável que Hitler abandonaria a guerra mesmo se fosse possível que vários estabelecimentos alemães por toda a Europa (fora da Alemanha) sumissem repentinamente por bombas nucleares.
De qualquer forma, obviamente não almejo provar por A+B que o uso das bombas foi o melhor a ser feito, moralmente e pragmaticamente - nem eu nem ninguém tem essa certeza. Mas foi moralmente e pragmaticamente bastante plausível.
A idéia era apenas terminar rápido, e não com menos casualidades.
Mas terminar rápido para que, se não para ter menos perdas que se seguiriam com a continuidade da guerra?
Sim, e quem julga isso? Me apresente o ser onisciente que deduziu que usar uma bomba atômica matando milhares de civis evitou que mais gente morresse. Esse argumento é falacioso.
Se fosse preciso seres oniscientes para tomar qualquer decisão grave no meio de uma guerra, ela seria perdida. O que há são decisões tomadas com base análises que devem ser o mais rigorosas possíveis, para o próprio interesse de quem financiou e vai receber as análises.