Do desenhinho ali em cima eu só discordei da questão dos velhinhos.
Como já virou clichê de internet: Babacas também envelhecem.
Ah, eu vinha justamente comentar isso.
Eu já não frequento o
multiplex, vou aos cinemas "cults" da cidade, onde exibem lançamentos menos comerciais, ou à Cinemateca, onde passam os clássicos. Portanto a minha sina não são mais os adolescentes frenéticos, mas sim as velinhas palradoras. (E, mais amiúde, os "intelectuais" que adoram expor a sua sapiência ao resto dos espectadores, mas essa é outra questão.) Francamente, não sei o que é pior.
Há aquelas que se deslocam em bandos de cinco ou seis, como araras, todas amigas, e ficam comentando alegremente entre si o filme inteiro. Há a velinha estridente, que se ri de quase tudo o que se diz no filme. (Já alguma fez apanharam uma dessas num filme
dramático? Eu já.) Há a velinha puritana, paladina dos bons costumes, que faz um "ah!" de indignação sempre que algo a ofende. (Eu tinha uma dessas na sessão do
La piel que habito, imaginem). Entre outros.
O pior disso tudo é que não há forma de aplacá-las. Quando alguém manda calar um jovem que se acha engraçado e faz graçolas sobre o filme, ou um idiota que está falando com a namorada pelo celular, a maior parte deles ganha um pouco de vergonha na cara e sossega. Porém, se proceder de forma idêntica com uma velinha, 99% delas se fazem de ofendidas e começam a bradar contra a "falta de respeito pelos mais velhos", ou que "também pagaram pelo bilhete e têm direitos".
Eu referi
velinhas, especificamente, porque os maridos delas são muito mais discretos. Normalmente adormecem, e passam grande parte do filme ressonando como um tambor de orquestra.
Nota: Isto não é uma invectiva contra pessoas velhas. Sessões com elas costumam ser mais sossegadas, sem dúvida, e se não fossem essas pessoas os cinemas que frequento iam à falência depressa. Mas, como foi dito, há babacas de todas as idades.