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[Conto Pessoal] BLAM!!!

Gennari

Usuário

Autor: Paulo Gennari
Gênero: Conto Pessoal
Título: BLAM!!!

Escrevi esse texto como presente de aniversário de namoro. Gostei tanto que resolvi postar aqui... sei que está bem mal escrito, mas foi de supetão e não quis arrumar...

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BLAM!!!

Ele acorda num susto, um puta susto, daqueles de fazer o coração chegar na boca, entorpecer os sentidos, que nos faz ficarmos com uma sensação de que as pernas vão ceder e cairemos sentados.

Respirando fundo e tomando consciência do que aconteceu, imagina que foi umas daquelas placas de ferro que colocam sobre os buracos na rua para que os carros continuem passando. Levanta e vai até a janela, confirmando que realmente uma placa caiu de um caminhão, ele vê os operários correndo para colocá-la de volta no lugar.

A porta do quarto se abre e ele se vira rapidamente. É sua filha, a caçula, que do alto dos seus 4 anos olha pra ele com olhos esbugalhados, de quem vai chorar de medo.

Ela tem olhos azuis, penetrantes, daqueles que são capazes de arrancar qualquer coisa de qualquer pessoa, "mas graças ao bom Deus, ela ainda só tem quatro anos", ele pensa. Ela herdou esse azul do pai, mas tem o cabelo preto da mãe, como ele mesmo sempre diz, apesar dos protestos da mãe de que seu cabelo não é preto! O resto das características é um misto dos dois, parece que pegaram o melhor de cada um e colocaram nela, ela é um verdadeiro anjo.

Ele corre ao encontro dela rapidamente antes que o choro comece, abraça e ergue-a enquanto ela agarra fortemente seu pescoço e sussurra em seu ouvido: "Tô cum medo...".

"Calma" – ele diz, bem suavemente enquanto caminha até a janela. – "Não foi nada, foi só uma coisa que caiu de um caminhão, olha lá." – apontando para o caminhão pela janela.

Ela afrouxa um pouco, só um pouco, o abraço no pescoço. Ele percebe que ela ainda está assustada e resolve distraí-la. "Que tal um sorvete?" – ele propõe. Quase que instantaneamente ela solta seu pescoço e abre um sorriso de alegria que seria capaz de impedir uma guerra.

Ele a leva para a cozinha, coloca-a sentada sobre a bancada que fica no meio da cozinha, pede para ficar sentadinha, que ele vai preparar o maior sorvete do mundo para eles e ela só balança a cabeça afirmativamente. Ele procura um pote razoável nos armários até achar uma daquelas taças bem grandes, que na verdade foram compradas com a idéia de serem baleiros, pega-a, passa uma água, vai até o freezer e pega os dois potes de sorvete que sobraram do almoço de aniversários, como ele sempre diz; de casamento e de seu próprio nascimento.

Depois de pegar todas as coberturas e coisas que poderia incluir, fez um enorme sundae."Paai, esse é o maió sovete do mundo?" – ela pergunta com um ar de encanto "Sim, o maior!" – responde enquanto entrega uma colher para que ela possa se lambuzar. Os dois entregam aos prazeres de um sorvete daquele e quando ele percebe que ela já se satisfez, pergunta: "Gostou??". Ela responde balançando a cabeça novamente, enquanto lambe a colher com vontade. "Quanto você gostou?" – ele pergunta novamente. Ela abre bastante os braços, segurando a colher com a boca. "E o que mais você gosta bastantão desse jeito?" – ele pergunta já imaginando que a resposta seria um de seus doces prediletos ou talvez até o Chocolate, o cachorrinho da família. Mas nunca estaria preparado para aquela resposta.

Ela tirou a colher da boca segurando com as duas mãos e falou: "De você e da mamãe". Aquilo lhe tocou o coração de uma forma tão forte que ele não agüentou e começou a chorar ali mesmo. Ela ficou com uma cara de assustada e perguntou ao pai o que tinha acontecido. Sabendo que com sua inocência ela não entenderia totalmente, só abraçou-a novamente e disse: "Nada, minha linda, só estou muito, muito feliz!". Carregou-a até seu quarto e colocou-a na cama, conversou até ela cair no sono, o que não demorou muito. Deu um beijinho em seu rosto e sussurrou bem baixinho: "Boa noite, Vitória.".

No caminho de volta a seu quarto, passou e deu uma espiada em seus outros dois filhos, Gabriel e Gustavo, os gêmeos que vieram há 12 anos para alegrar ainda mais sua vida e estavam roncando profundamente.

Ao deitar em sua cama e ficar contemplando sua mulher, ele percebe quanto é feliz por ter a vida que sempre sonhou. Deixa escapar um soluço, pois começou a chorar novamente e sua esposa abre os olhos sonolentos e pergunta com uma voz que é um misto de sono e preocupação: "O que foi?". Ele passa suavemente a mão pelo seu rosto, sorri e responde com mais suavidade ainda: "Descobri que sou o homem mais feliz do mundo, Rafa, com certeza o homem mais feliz do mundo! Feliz assim!!!" – abrindo bem os braços antes de abraçá-la.
 
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