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Eleições 2006 Considerações Finais pré Primeiro Turno

Lordpas

Le Pastie de la Bourgeoisie
Acho interessante fazer um balanço sobre o que foram as campanha nesse Primeiro Turno de eleições, até porque eu duvido muito que não tenhamos um segundo em âmbito federal, a candidatura de Alckmin deslanchou (muito mais por própria burrice petista e apoios obscuros do que por carisma e propostas do dito cujo).

E para fazer esse balanço é inevitável fazermos comparações com eleições passadas, talvez começando pela dita "República Populista", termo injusto ao meu ver, mas registrado na história do Brasil. Naquela época a frase que resume tudo é de um cara inteligentíssimo e letrado (provando mais uma vez que ter renome em meio acadêmico não faz de ninguém um bom político/representante/governante), Carlos Lacerda.

"O senhor Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à Presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar."

Quando Lacerda disse isso ele era Deputado pela UDN e nada mais justo salientar a sigla UDN com toda ênfase possível, ela ainda pesa sobre nós, mesmo aqueles que como eu nasceram em ritmo de Diretas Já e eram muito pequenos para ver Miriam Cordeiro falando sobre como um barbudo comedor de criancinhas a obrigou fazer um aborto, bem como novo pra ver a bandeira do recém nascido PT ser assimilada pela grande mídia ao sequestro do Sr. Pão de Açúcar, além de não poder ter assistido a um debate gravado e editado que iria entrar para o currículo de um jornalista boa pinta do horário nobre.

Indiretamente, acabei resumindo a campanha de 89, salientando os seus fatos não lembrados rotineiramente como é lembrado o grande caçador de Marajás que se ferrou por causa de um Fiat Elba (mais tarde uma avalanche de carros entrou no mercado brasileiro e de repente ele pode ter pensado que poderia ter se sujado por um melhorzinho). O Fiat Elba me remete a 2006 e ao Sr. Okamoto, embora ninguém consiga provar que Okamoto é a Elba versão corrigida com juros de Lula, até onde isso seria mais uma ilação? Não sei. Esses 30 mil reais talvez sejam o feito mais obscuro e maior trapalhada de Lula em todo o seu governo (mal usado pela UDN, ops... digo PFL... o que me leva a crer que a Elba de Lula não deve ser realmente a "Elba" de Lula, a não ser que eles sejam tão atrapalhados como alguns petistas old generation).

Nem vou lembrar "caras pintadas não sei o que estou fazendo todo mundo tá na rua gritando" porque isso não foi período eleitoral. Pula-se para 94, quando com absoluta justiça FHC se eleje de maneira legítima por ter acabado com a inflação e por ser até então um Social Democrata de centro esquerda, dando a dica de que o PSDB poderia se posicionar de maneira mais próxima ao povo (aquele que o outro senador dessa mesma sigla chama de lombrosiano, prisão aos lombrosianos!). Mas não. A culpa do PSDB ser lacerdista, udenista, reacionário, neoliberal e mais toda essa patota de adjetivos que alguém dirá que dá sono de ouvir é dele mesmo. Em oito anos eles não conseguiram se aliar a duas classes importantíssimas e formadoras de opinião como ninguém: professores e, principalmente, a massa. Tudo foi por água abaixo, junto com os velhos ideais de FHC, em uma mudança mais brusca para uma ortodoxia que Lula jamais conseguiria fazer em seu governo.

A reeleição de FHC passou despercebida com os sinais de que a sua política econômica que o colocou lá em cima estava falida, sinais hermanos mostravam isso. Ninguém olhou com cautela e eis que a paridade vai pro saco e nossa moeda sofre desvalorização abrupta, vota-se para o câmbio flexível e uma nova base tem que ser construída, uma base que tente reverter o número pífio de empregos criados e a debilidade de nossas reservas internacionais que não nos protegeram de crise alguma. Mas a eleição passou com tudo na santa normalidade, primeiro turno... um dossiê ou outro... de prache. Um jogo de cartas marcadas desde o início de 98, quando todos sabiam que ele venceria a não ser por forças de um Caymã que foi refutado pelo PT e de maneira ainda mais enfática por Lula.

Em 2002 o agouro estava correto, a insustentabilidade de um governo udenista se mostrou, e nem com genéricos, nem com coquetel contra HIV o nome tucano emplacou. Mas a campanha seguiu estável, sem emoções fortes, talvez a única tenha sido a famigerada tentativa de impor um terrorismo utilizando atrizes globais, mas fora isso nada de marcante além da eleição do cara que não tinha diploma.

A capanha 2006 começou em 2003 e termina agora. Ela começa com um governo cheio de vai e vem, com trapalhadas absurdas como a demissão de um ministro respeitado pelo telefone, passa por denúncias de corrupção (não entr no mérito de provou, não provou, convicção, não convicção. Até porque casos de um passado não distante como o de Ibsen Pinheiro nos mostram a que lugar isso leva), terminando com uma imagem artificial de um presidente de mentira, um fantoche segundo a grande mídia.

Seguindo a tendência de 2002 (com o caso Lunus de Roseana Sarney, inocentada depois por isso e acusa por outros "issos" até hoje, caso esse que eu tenho a convicção que tem o dedo tucano no meio) aparece o Dossiê Serra, o ápice de toda e qualquer trapalhada petista, trapalhada que o Partido deve e vai responder por ela. Nas urnas.

Além de tudo, as eleições vão deixar marcas mais fundas. Vão mostrar quando o Brasil trocou Chico por Caetano, quando o analfabetismo ilustrado cresceu vertiginosamente, quando o PT perdeu a bandeira da ética por própria incapacidade de auto-gestão, quando velhos elementos da história (essa mais antiga) voltam a tona e nos remetem a golpismo.

A situação é sem dúvida a mais lamentável desde o início das diretas, a própria CNBB em carta não oficial repudiou movimentos da mídia e lembra que o Brasil precisa de um governo que se aproxime do povo.

Perante um demagogo P-Sol e um a-carismático PDT, sobra a velha bipolaridade. Um que chafurda em um lamaçal de denúncias (a maioria das quais qualquer um aqui com o mínimo senso lógico pode refutar, mas ainda assim no mínimo com o peso de ter tido em seu governo menos controle e governabilidade do que precisou) e o outro que pesa a aliança política. Esse último tem sobre os seus ombros uma herança de 8 anos, mas ainda leva no nome de sua agremiação o slogan "Social Democracia".

O primeiro, se eleito, resta organizar a casa e seguir com conquistas importantes como os últimos números do PNAD (por exemplo) falam por sí só. O segundo, se eleito, resta ao mínimo ter o senso de fazer o seu partido se aproximar da parcela da população que precisa sim do Estado, não de forma caudilhista usando subterfúgios PFlistas como tem acontecido, não usando Maciel, Heráclito e muito menos ACM e Jorge.

Por ora, como não acredito no cinismo udenista que golpeia e depois morre se arrependendo (como mais uma vez a história provou), eu fico com a balança pendente pro lado barbudo etílico. De minha parte eu pretendo exterminar essa raça (como diria Bornhousen), mas não fazendo sangria em praça pública, apenas com o simples voto. A democracia precisa de oposição, de discussão de valores e idéias, mas falta a atual oposição saber onde criticar, falta um pouco de Covas no PSDB.

E assim chegamos ao final, com mais alguns obstáculos contra-democracia como: Um Presidente do TSE que demonstra parcialidade e nos contempla com suas opiniões pessoais, como alguns querendo impugnação (mesmo sem Elba), outros torcendo o nariz dizendo que petista vota envergonhado, fotos de um caso em que o sigilo de inquérito foi violado transformando as ações de uma polícia republicana em questão partidária e etceteras. Seja quem for o eleito, sairá perdendo.

Um pelo fato de pairar por mais 4 anos dúvidas e acusações em massa, como uma governabilidade ameaçada. O outro por ganhar por vias excusas, anti-democráticas e ilegais (sim, a divulgação das fotos foram fraudulentas e ilegais).

O resumo das eleições 2006 para mim é que a figura, a personalidade de quem obeter maior número de votos não irá ganhar, a campanha como foi conduzida mostra que todo mundo perdeu, não importa que o primeiro de outubro não tenha chegado, seja quem for, ele já perdeu. Todos perdemos um pouco.
 
muito mais por própria burrice petista e apoios obscuros do que por carisma e propostas do dito cujo).
aparece o Dossiê Serra, o ápice de toda e qualquer trapalhada petista, trapalhada que o Partido deve e vai responder por ela. Nas urnas.

Até Lula chamou os evolvidos na compra do Dossiê de aloprados. Mas será que é bem assim? Compra de informações sobre adversários não constitui crime eleitoral, e ainda não se sabe a origem do dinheiro (apesar de anunciarem de antemão, com uma certeza de que é ilegal).

O que se sabe até agora é que pessoas filiadas, e só filiadas, ao PT receberam a proposta dos Vedoim de entregar documentos sobre a participação de Serra na Máfia dos Sanguessugas e incluir o nome deste último nos seus depoimentos à polícia.
Interessante notar que os Vedoim, falidos, precisavam de dinheiro para pagar advogados e já tinham se oferecido ao PSDB para esconder as provas e os nomes de tucanos envolvidos. Parece que a negociação não deu certo e no desespero se dirigiram ao PT.

Francamente, eu não hesitaria em comprar esse dossiê. Não é uma atitude burra, a não ser se considerarmos a cobertura totalmente parcial dos meios de comunicação que ao invés de noticiarem: "Serra, quando ministro da educação superfaturava ambulâncias para prefeituras do PSDB", colocam: "Petistas compram dossiê anti-tucano, imagens do dinheiro em dólares e reais...".
 
Não se trata desse ponto Fallen.

Eu concordo com o que tu disse, mas o jeito como foi feito, foi extremamente amador. Mais de um milhão de reais em malas pretas, em um hotel com câmeras, correndo o risco de serem apanhados com uma quantia suspeita que daria margem a adversários fazerem de tudo para ligar o montante a alguma operação ilícita.

O modo como foi feito é burro, cheio de furos e por ser ligado a alguém com o currículo de Vedoin.
 
Chega até ser um pouco irônico (sendo absolutamente trágico) que o país vá às urnas sob luto oficial, decretado por causa do acidente aéreo.
 
Perante um demagogo P-Sol e um a-carismático PDT, sobra a velha bipolaridade. Um que chafurda em um lamaçal de denúncias (a maioria das quais qualquer um aqui com o mínimo senso lógico pode refutar, mas ainda assim no mínimo com o peso de ter tido em seu governo menos controle e governabilidade do que precisou) e o outro que pesa a aliança política. Esse último tem sobre os seus ombros uma herança de 8 anos, mas ainda leva no nome de sua agremiação o slogan "Social Democracia".

Demagogia é se reeleger com um programa que é necessário, mas mantém o trabalhador dependente, gastando um porção diminuta do dinheiro público, privilegiando as mesmas práticas que critivava no governo do psdb. Se diz de esquerda porque criou vagas em universidades privadas, e porque paralisou as privatizações, mas não realizou auditorias nas que foram feitas e ainda cria coisas bizarras como algumas coisas que contam na lei das PPPs. Claro, e ainda tem a cara de pau de falar em democracia quando não debate publicamente seu governo, acha normal não prestar contas à imprensa, divide palanque com corruptos etc.

Tenho sérias restrições à HH, principalmente ao discurso dela, mas demagogia é o cacete.
 

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