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Como o Karnal aguenta o Pondé?

Quem é o mais intragável entre Pondé, Karnal e Cortella


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    13

Mellime

ahlalalalalala
Usuário Premium
Então, povo valinoreano.

Sei que de forma geral vocês não são grandes fãs do Karnal. Mas em geral a maioria concorda que o Pondé é um eterno WTF pé no saco.

Hoje estava eu aqui cuidando da minha vidinha enquanto assistia (na verdade, apenas ouvia) ao (excelente) roda viva com o Noah Yuval Harari.

Mas sabem como é essa vida virtual de algoritmos: assim que acabou o vídeo o youtube emendou este aqui:



Mal 15 minutos se passaram e eu já estou perguntando a mim mesma em loop:

"como que o Karnal aguenta o Pondé?"

"como, como, oh meu deus, COMO o Karnal aguenta o Pondé?!?"

Do Cortella conheço muito pouco / quase nada.

Então fica aí a questão.

Não apenas, talvez, como o Karnal aguenta o Pondé, mas também como o Pondé aguenta o Karnal. Afinal, o Karnal é muito mais defensor do 'politicamente correto', 'diálogo', 'inclusão', enquanto que o Pondé nem tenta esconder que é contra isso tudo.
 
Pondé, dos três, é o que de longe é mais xarope, repetitivo e por isso mesmo previsível, ao menos quando se manifesta oralmente. Você vê uma meia dúzia aleatória de vídeos dele e já viu todos. Nos seus escritos (livros) já provou que pode ir além e propor alguma coisa mais séria. Falando, ou escrevendo em jornal, é sempre o bobalhão que fica batendo na mesma tecla de reclamar do mimimi, da geração nutella, do politicamente correro etc. e dando umas alfinetadas na esquerda. Até na linguagem usada ele parece desesperado pra criar uma imagem de tiozão descolado, o que o torna um tanto mais ridículo. Ele escolheu esse nicho numa época em que parecia promissor, como um "pensador de direita", e até hoje não saiu disso. Mas, em termos politicos, nunca vi nenhuma contribuição dele à questão além dessas queixas bobas. Pra não dizer que ele não faz nada bom, acho que aquele canal dele no YT (Democracia na Teia) até interessante, pra quem quiser ouvir o "outro lado" dando entrevista... Mas tem muitas entrevistas ali, claro, que devem ser bem ruins, pelos convidados. Sendo um programa muito frequente, o Pondé acaba chamando uns tipos bizarros às vezes. E é o Pondé entrevistando, então seus trejeitos estão lá também haha.

O Cortella me parece o tipo que evita a polêmica política e fica mais no âmbito duma autoajuda ou como mero diluidor da filosofia alheia; quase sempre tem uma citação pronta pra tudo que vai falar, como se estivesse acostumado a responder sempre as mesmas perguntas ensaiadas. Não li nada dele, mas tenho o pé atrás por causa desse aspecto meio autoajuda. Mas ouvi-lo nunca me causou enfado nem raiva, apesar daquela dicção peculiar dele néam... É quem eu conheço menos também, sem dúvida.

O Karnal ganhou má fama, até onde eu sei, só em círculos de direita e principalmente entre olavetes (que não são parâmetro pra nada, convenhamos). Quando ele falou da "direita delirante", por exemplo, virou quase meme nesses círculos; mas nem ele imaginava que a direita bolsonarista seria muito mais delirante do que até então já tinha sido. Eu também não li nenhum livro dele mas já vi uns textos pela internet, e alguns eram bem bons. Já vi vários vídeos aleatórios e consigo assistir numa boa. Ele fala de assuntos diversos, de Shakespeare a, sei lá, Freud. É um exímio conhecer de ambos? Provavelmente não, mas e daí? Nao falando merda, já é lucro. Às vezes ele fala umas bobaginhas inofensivas aqui e ali, mas no geral acho que são proveitosos. Dos três acho que é o melhor.
 
Ah, pra mim é o Pondé. Ele flerta o tempo todo com polêmicas baratas. Uma que me vem à cabeça é sobre o vegetarianismo, que foi duramente atacada neste vídeo aqui:

 
Eu simpatizo com o Cortella, apesar de ele ter uma linha bem auto-ajuda mesmo - uma autoajuda com referências filosóficas.

Eu conheci o Cortella através do Renato Janine Ribeiro, figura que eu já conhecia das leituras da faculdade. Comprei aquele livrinho "Política para não ser Idiota", que é um diálogo entre o Renato Janine Ribeiro e o Cortella por causa do Janine Ribeiro. Até então, eu nem fazia ideia quem era o Cortella. Na época, gostei e busquei outras coisas do Cortella. Então tem uns três livrinhos dele aqui que comprei numa promoção. Acabei lendo só o "Não se Desespere!". Não lembro muito do conteúdo do livro, só lembro que um dos capítulos desse livro me fez ir ler Memórias da Emília, do Monteiro Lobato.

O Karnal eu conheci por causa de um livrinho paradidático dele sobre história estadunidense.
Não acompanhei muito essa onda "guru" dele, essa coisa de ser chamado para comentar tudo que é assunto, então não posso falar muito.

Acho o Pondé bastante intragável, mas já li coisas interessantes dele. Lembro de um texto, em particular, que foi levado pra sala de aula por um professor durante a graduação, que era uma crítica sobre como a maneira como se organizou a Universidade sufoca as condições para a originalidade - "O filósofo do martelo na academia", algo assim. Mas concordo com o Mavericco. O gosto pela polêmica barata, no caso dele, gera muito desperdício de energia e um bocado de tolices.

Nesse aspecto, me lembra um pouco o Marco Antônio Villa, que é um cara inteligente, lido, tem um belo livro sobre Canudos. Mas quando eu via o Villa comentarista político, acho que, com alguma frequência, o fígado tomava o lugar da inteligência.
 
Nenhuma das anteriores [comente]

Ok se consideram Olavo de Carvalho um filósofo então esse merece o título de pior. :lol:

No final das contas, pra mim tanto faz porque como bom representante das exatas acho Filosofia uma chatice do caracoles e não perco meu tempo vendo canal desses caras aí :rofl:
 
Eu sempre vou aceitar a proposta de divulgação da filosofia. E os três fazem isso com certa dignidade. Em níveis de explanação diferentes, e dentro de cada aera que se debruça.
Mas explico isso melhor.
Eu gosto bastante do Cortella, ele é de Londrina-PR, cidade perto da cidade onde nasci e fui criado no interior de São Paulo, e alguns professores falavam muito dele.
Surpresa a minha quando ele participou de uma mesa redonda na FMU quando eu estudava por lá.
Muito didático, consegue se expressar bem, e isso é muito bom, é uma herança da sua época de professor né. E é um grande entusiasta da área educacional.
O Cotella tem base técnica de ensino, foi professor, diretor e coordenador de ensino, seu mestrado com Paulo Freire impulsionou de forma positiva sua carreira no ensino.
Infelizmente o governo perdeu ele para essa onda coach de palestras e livros de auto ajuda. Se houvesse alguma aspiração a politica, ele seria um ministro da educação incrível. Não para o atual governo, claro.
Já o Karnal, é historiador, eu não sei quem meteu ele na filosofia, ou foi ele que se enfiou com aquele cabeção. Ele é muito redundante, e faz constatação do obvio.
Tem certa experiência com ensino, sendo professor na UNICAMP, mas acho que isso não ajuda de nada na divulgação filosófica, não como é proposto quando os três se unem. Mas também virou palestrante cocach, o que faz dele ainda mais cansativo, chato e redundante.
Mas o Pondé é o mais intragável dos três, e pior, faz questão disso. Virou ídolo da direita brasileira por fazer criticas a esquerda, modelos de vida, a nova geração, etc, etc, um boomer na filosofia.
Ele abraça essas polemicas baratas para se promover. Isso é muito resteiro da parte dele, e totalmente desnecessário. Claro né, no campo da promoção pessoal em vista do atual governo, vale tudo, e tudo é bem vindo.
De qualquer forma, acho um pouco exagerado falar que eles são uma vergonha para filosofia. Mesmo nesse cenário onde coach é visto como um pensador.
 
Última edição:
Comentava no tópico sobre a coisa dos monumentos que, no Brasil, nos falta a figura do historiador pop.

No pouco que acompanhei dessa coisa do Karnal-guru que fala sobre tudo, pra mim ele não é essa figura, porque toda essa popularidade dele - me corrijam se eu estiver enganado, já que acompanhei muito pouco dessa fase dele - não advém exatamente de um trabalho mais sistemático de vulgarizador do conhecimento histórico.

É diferente do que o Felipe Pigna é na Argentina. O conteúdo dele é História mesmo, desde o sucesso da série "Algo habrán hecho por la historia argentina", que no Brasil inspirou aquela série "Era uma vez uma história", com a Lilia Schwarcz e o Dan Stulbach. Depois disso, lançou diversas outras séries sobre história argentina, publica livros e conteúdos de História em suas redes sociais.

Nesse sentido, talvez a Lilia Schwarcz seja o mais próximo da figura de um "historiador pop" que nós temos. Mas não tem o mesmo alcance que o Pigna tem na Argentina.

Enfim, não vejo o Karnal como essa figura do "historiador pop". É mais essa coisa coach, com referências, que o @Indu comentou. E nem sei se é bom, porque não acompanhei muito. Acho que eventualmente, deve dizer e escrever coisas interessantes, porque inteligente e bem formado ele é. Mas... enfim...
 
Eu acho a maior bobagem essa pecha que tentaram colar no Karnal, de profeta do óbvio, redundante etc. Não pode vir de quem já tenha acompanhado, um pouco que fosse, o seu trabalho. :think:
 
Pois é. Eu adoro o Karnal desde que a direita desceu lenha nele uns anos atrás e acabou por deixar ele mais famoso 😂

Não lembro exatamente quem fez o trash talking contra ele, mas agradeço...

Lembro que uma das primeiras falas que vi dele comentava o (ótimo) filme relatos selvagens.

Depois ele continuou "isentão", postou foto jantando com o moro e foi a vez de a esquerda descer a lenha nele.

Eu gosto bastante do Karnal e vejo com frequência tudo que é conteúdo dele no YouTube.

E eu tinha uma impressão de que todo mundo aqui considerava ele raso, pseudointelectual, etc. Nesse caso eu iria respeitosamente discordar. Felizmente vi que em geral o pessoal do fórum também gosta dele.

O cortella, como eu disse, eu mal conheço, mas o que vocês falaram bate com as minhas impressões dele. Mais auto ajuda, mais ameno. O que eu mais gosto nele nem é ele mesmo, e sim quando o pirula imita ele, hahaha

E o pondé... Ai, francamente. Já falei dele lá no tópico do veganismo.

Por isso mesmo que volto à pergunta inicial do tópico: como que o Karnal e o Pondé podem se tolerar? 😅
 
Pondé seguramente consolidou-se como o "maior filósofo que nunca tivemos". Uma palavra define-o bem: desperdício. Karnal e Cortella podem até ser bons divulgadores, "coachings" ou escritores de branda filosofia carismática, mas carecem daquele ritmo e força estilística que caracterizam o verdadeiro literato. Quem leu o "Contra um mundo melhor" compreende minha afirmação. O problema do Pondé nem é tanto o gosto pela polêmica quanto o vício de fazer tábula rasa dos seus adversários. Quer encher de paulada o movimento e as teorias feministas? Ótimo. O feminismo não é uma corrente de pensamento santificada pelo sofrimento das mulheres ao longos dos séculos, bem como o Comunismo não o é pela exploração do proletáriado nem o cristianismo pela superioridade moral dos pobres frente aos ricos. Feminismo, "esquerdismo" e veganismo podem e devem ser criticados SIM. Agora, transformar o feminismo num espantalho feioso com os peitos de fora, desenhar eternamente as ideias e personagens "de esquerda" como caricaturas grotescas tingidas sempre com um vermelho berrante -- isto é sacrificar a filosofia no altar da ideologia. O Método de escrita do Pondé consiste em fazer um ensaio promissor terminar num panfleto "destruidor", exortando seus leitores a serem revolucionários, o que na gíria neoconservadora se traduz na pose "politicamente incorreta". Aí está outra tara recorrente nos textos de Luiz Felipe Pondé: utilizar-se de um falso dilema enquanto parâmetro para suas considerações de teor ético/moral suscitados pelos fenômenos contemporâneos. Deixemos claro: politicamente correto/incorreto NÃO É conceito nem métrica argumentativa para ABSOLUTAMENTE NADA, mas sim uma pessoal profissão de fé. Imaginemos que na fértil terra do pensamento humano germinou e se fortaleceu, durante milhares de anos, doutrinas e correntes religiosas e filosóficas as mais diversas. Nesta imensa floresta cruzam-se os galhos do Cristianismo e Platonismo, do Estoicismo e Budismo, Escolástica, Lógica Aristotélica, Tomismo, Protestantismo, Islamismo, Iluminismo, Existencialismo e o diabo a quatro. Algumas incipientes árvores só se desenvolveram muito recentecemente, como é o caso dos estudos da Negritude, o Feminismo e etcétera e tal. Entendo o politicamente incorreto/correto como uma espécie de erva-de-passarinho caída do céu (de fato, ninguém sabe direito como surgiu) para sufocar estas jovens arvorezinhas do pensamento. Dupla violência de quem usa tais termos: primeiro contra o indivíduo representado por dada "minoria"; segundo contra toda uma sistemática filosófica e epistemologia legítima que é simplesmente ignorada. Eu digo e repito: criticar, mostrar as contradições, os acertos e as absurdidades destas novas formas de pensar o Humano é totalmente legítimo e aconselhável. Desde que bem embasado, qualquer um pode vir e apontar: aqui o feminismo está errado, ali os estudos negros apresentam uma tese fraca e insustentável .. O que não é admissível é acreditar que para falar de racismo, cotas, subjugação da mulher e temas correlatos seja preciso recorrer ao pingue-pongue monótono e infrutífero do politicamente correto/incorreto e esquecer que, por exemplo, o feminismo não é questão de "aceitar ou negar" e sim ponto de partida para quem pretende pensar solidamente sobre.
Pode passar por espirituoso ou humorado quem aprecia discursos acerca do "Mimimi de hoje em dia" ou de como o politicamente incorreto "exagera" [o que é uma evidente contradição: se a maioria dos intelectuais conservadores condena o politicamente correto justamente por seu "exagero", pra que, então, os seus obscenos elogios e efetivas ostentações de atitudes ditas "politicamente incorretas"? Pois, afinal, não são igualmente "exageros" provindos da mesma deturpação da práxis política?], entretanto, uma coisa é o salão social ou o palco de stand-up, outra bem diferente é a análise séria, seja em sede acadêmica ou feita de forma independente, a qual, comprometida em compreender antes de criticar, parece faltar quase absolutamente ao espírito demoníaco do Sr. Pondé -- verdadeiro representante dos "homens do subterrâneo" anunciado por Dostoiévski, e que atualmente ganham cada dia mais espaço para fora de suas tocas sombrias.
Quanto à enquete, voto no Pondé, não pelo que ele é, mas pelo que certamente poderia ter sido.
 

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