Ha, acabei de ver.
62
Eu acho que estou superestimando um pouco com um 62; prevejo que o filme vai desaparecer da minha memória dentros dos próximos 45 minutos, restando apenas uma vaga lembrança das suas melhores piadas, mas eu não posso dar menos de 60 pra um filme em que os nomes dos atletas do time inimigo (composto de musculosos machões) é: Blade... Laser... Blazer... Me'Shell (pronunciado Michelle)... etc. Eu também não posso negar que, por mais que a maioria das piadas do filme venham de bolas acertando pessoas de maneira agressiva, há momentos engenhosos, como o video-de instruções de como jogar queimada ("Yes, dodgeball was invented in a chinese opium-den!"), ou o preparamento do time pelo treinador maluco ("If you can dodge wrenches, you can dodge balls!", e um pouco depois, "If you can dodge traffic (!!!!), you can dodge balls!"), ou quando tem cameos de ícones como David Hasselhoff (e outros, prefiro não estragar). Vince Vaughn é desperdiçado, dando conta do papel de "bom chapa" mas não exercitando nenhum músculo cômico (ele não parecia animado com o papel) enquanto Ben Stiller dá tudo de si no super-otário-machão-patético que ele faz, White Goodman, dono da maior academia do mundo ("We are better than you... and we know it!"). Justin Long como o garoto nerd que quer ser um "torcedor" no colegial (!!!) e Rip Torn como o treinador maluco detonam, mas a maior parte do time é meio que desperdiçada. Tem um "subtexto" interessante, transformando o conflito entre os avearage joes (os excluídos, passivos ou simplesmente que não se importam com nada) por quem o filme simpatiza e os entusiastas de musculação (obsecados por auto-melhoramento), o qual o filme critica. E essa empatia com os freaks, eu suspeito, veio de infâncias problemáticas de roteiristas que odiavam os atletas do colégio. É estranho também como o roteiro é bem preguiçoso, correndo pela trama à toda velocidade, coisas acontecendo sem nenhuma preocupação com motivação (pq diabos à advogada simpatizou tanto com a academia dos avearage joe tão rápido?) ou preparação (eles não vão praticar antes do primeiro jogo deles? da onde eles arrumaram os uniformes? como eles estão pagando a estadia em Las Vegas?). O melhor de tudo é ignorar os buracos e implausibilidade e preguiça levar tudo na fantasia. Ah, sim, ao lado do narrador das partidas tem um comentarista chamado Pepper que é hilariamente óbvio e/ou hilariamente inconveniente (e hilário). Ex:
Narrador: We haven't seen Average Joe's yet. They haven't made it to the court. It could be a psychological ploy, or something worse.
Pepper: They're definitely not on the court, Cotton. Their absence is noticeable.
ou ainda melhor...
Narrador: I'm being told that Average Joe's does not have enough players and will be forfeiting the championship match.
Pepper: It's a bold strategy, Cotton. Let's see if it pays off for 'em.
Bom trabalho, comediantes, obrigado.