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[Coluna] Protestar não restringe o direito de ir e vir. Aumentar a tarifa de ônibus, sim

A guinada reacionário-fascista, portanto, é uma possibilidade nada absurda para este movimento que nasce tão bem intencionado.

Amém!

Falando sério, esse depoimento é muito verdadeiro, apesar de que exatamente a falta de algo mais consistente possa esculhambar a porra toda é uma possibilidade, mas não a única, se houvesse algum foco que transparecesse através dos diversos posicionamentos ideológicos...

mas a impressão que eu tenho é que a nossa geração dos protestos será sempre vítima desse tipo de coisa, das manipulações e instrumentalizações.

Seria algo bom a falta de foco? Talvez inicialmente pela difusão de um sentimento de revolta contra o governo brasileiro que se cristalizasse em algo efetivo mas não é exatamente essa cristalização que pode se tornar algo perigoso. Eu não vou ficar delirando aqui sobre 'golpe comunista' e essas besteiras mas a coisa mais fácil do mundo é a manipulação das massas. Nada é mais acéfalo, apaixonado e facilmente controlado que a massa.
 
Última edição por um moderador:
Muito bom o texto. :yep:

E esse trecho aqui:

Ora, se o PT não é visto mais como representante popular pelos manifestantes (e nem tem projeto que o aproxime da juventude) e o PSDB é claramente a mão pesada da repressão, para onde os jovens podem se voltar? Além disso, como não têm uma causa específica a defender, estes empolgados rapazes e moças criam um problema impossível, já que não há solução viável que os acalme. Como resultado, surge apenas um clima imponderável de insatisfação política generalizada – um clima complexo, intenso, raivoso e insolúvel.

É deste tipo de contexto que nascem os golpes.

Claro que esta não é a única resolução possível para o quadro que se desenha. Uma revolução sem foco é uma revolução em busca de um líder, de um emblema, de uma figura messiânica. E não há, hoje, uma estrutura política mais equipada para preencher este vácuo que a direita religiosa.

Isso é preocupante mesmo.
Me lembrou, como já foi dito aqui, de alguns países onde ocorreu a chamada "primavera árabe", com os fundamentalistas islâmicos tomando o poder. =/
 
Além disso, como não têm uma causa específica a defender, estes empolgados rapazes e moças criam um problema impossível, já que não há solução viável que os acalme.

Aqui acho que o autor se engana. Claro, esses manifestantes não tem uma causa única, mas o princípio geral do que eles querem é o mesmo. E esse princípio é muito bem representado por uma resposta que Wagner Moura deu numa entrevista pra Folha:

Folha - Continua a favor de Lula?

Moura - Pô cara, vou te falar, acho que Lula... [pausa] Eu tenho uma admiração grande pelo cara. Ele tem feito muita coisa legal. E eu ainda acredito na esquerda, não na boba, utópica, mas em um Estado intervencionista. Acho o liberalismo uma coisa perigosa. Deixar as coisas andarem nas mãos da iniciativa privada é perigoso. O Estado tem que ter poder. Se o Estado não cuidar da gente, não vai ser a IBM que vai cuidar.

É isso que esses manifestantes desejam, um Estado que cuide deles. E isso eles nunca vão encontrar na Direita. Se estão insatisfeitos com o PT, adivinhem quais são as outras alternativas?
 
Sei lá, eu acho que o povo superestima demais essa bancada evangélica. Não existe 'direita religiosa', existe só um bando de deputados cristãos tentando defender
uma legislação mais conservadora, só isso. Aliás, conservadorismo mesmo como o que tem lá nos EUA nem existe aqui.

Sobre o Estado. Essa coisa de Estado máximo ou Estado mínimo é uma coisa velha como a morte, e não tem nada de 'avançado' ou 'atrasado'. É ideológico.

Essa coisa de Estado mínimo é fetiche liberal, pelo qual não tenho apreço algum embora entenda os perigos de uma influência muito invasiva do Estado nas nossas vidas.
 
E quem falou sobre ser "avançado" ou "atrasado"? Apenas falei que esse parece ser o desejo dos manifestantes. O que, na realidade, parece contraditório. Estão cansados da corrupção, mas querem um Estado maior. Querem um governo que providencie transporte público e gratuito, como se isso fosse garantia de melhor qualidade. Ou então, temo eu, pensam que se é pra ser ruim, que seja de graça. O que é uma desgraça de conclusão.

O Estado mínimo realmente é uma ilusão liberal, o que não quer dizer que o Estado não possa (ou deva) ser menor do que é hoje.
 
E quem falou sobre ser "avançado" ou "atrasado"? Apenas falei que esse parece ser o desejo dos manifestantes. O que, na realidade, parece contraditório. Estão cansados da corrupção, mas querem um Estado maior. Querem um governo que providencie transporte público e gratuito, como se isso fosse garantia de melhor qualidade. Ou então, temo eu, pensam que se é pra ser ruim, que seja de graça. O que é uma desgraça de conclusão.

Pelos impostos que pagamos não sei se é uma desgraça. Pelo serviço que é oferecido bem podia ser de graça mesmo.

E um Estado menor não garante diminuição na corrupção. Mas não mesmo.
 
Cara, na verdade, se você comparar o Corruption Perception Index com a relação gastos público/PIB entre os países do mundo, vai observar que existe uma relação positiva entre as variáveis. A causalidade, no entanto, não é nem um pouco óbvia. Por gastar muito, os governantes de um país podem acabar roubando mais. Por outro lado, um país com político corruptos pode procurar mais e mais motivos para gastar mais.

De qualquer forma, considerando o Brasil, e tudo mais constante, gastar mais dinheiro público não parece uma boa solução.
 
É isso que esses manifestantes desejam, um Estado que cuide deles. E isso eles nunca vão encontrar na Direita. Se estão insatisfeitos com o PT, adivinhem quais são as outras alternativas?

Vou continuar votando no PT. As alternativas não existem no momento.De um lado os tucanos que já estiveram no poder/federal e estão em alguns estados, mas não conseguem sair da propaganda e vir para o mundo real. Querem impor o Estado mínimo/neoliberal goela abaixo do povo e, partiram para os braços da direitona brasileira, o candidato deverá ser Aécio (prefiro não comentar) Marina com seu discurso verde e só. Quem mais?
 
Vou continuar votando no PT. As alternativas não existem no momento.De um lado os tucanos que já estiveram no poder/federal e estão em alguns estados, mas não conseguem sair da propaganda e vir para o mundo real. Querem impor o Estado mínimo/neoliberal goela abaixo do povo e, partiram para os braços da direitona brasileira, o candidato deverá ser Aécio (prefiro não comentar) Marina com seu discurso verde e só. Quem mais?

Na boa?

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PT e PSDB são farinha do mesmo saco, mas cheguei à conclusão de que o PT consegue ser pior. Os Bolsas Esmola são uma versão mais eficiente e descarada de compra de voto, e a administração pública petista consegue ser mais incompetente.

Tá muito difícil de escolher, só que acho que o PT consegue ser pior. Mas escolher o menos pior é só em último caso. Para o governo federal, eu ainda acho que uma Marina pode fazer algo de diferente. Na esfera estadual já fica muito mais foda de decidir.
 
Na boa?

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PT e PSDB são farinha do mesmo saco, mas cheguei à conclusão de que o PT consegue ser pior. Os Bolsas Esmola são uma versão mais eficiente e descarada de compra de voto, e a administração pública petista consegue ser mais incompetente.

Tá muito difícil de escolher, só que acho que o PT consegue ser pior. Mas escolher o menos pior é só em último caso. Para o governo federal, eu ainda acho que uma Marina pode fazer algo de diferente. Na esfera estadual já fica muito mais foda de decidir.

Cara, na boa mesmo. Viver em um estado governado pelo psdb já é mais que um martírio. O Governo estadual (MG) conseguiu liminar na justiça para coibir/tentar protestos (um dos métodos tucano). Bolsa família é apenas 0.8 % do PIB e não decidiu a última eleição. Na Inglaterra existem benefícios sociais maiores que no Brasil e o padrão de vida deles é infinitamente melhor (só pra ficar num exemplo). Administração tucana conseguiu a proeza de ter racionamento de energia no país (nada eficiente,né). Marina não vai fazer nada diferente, ela tem um discurso que agrada e apenas isto (algo messiânico e muito longe da realidade) Bom para os ouvidos e na prática dificilmente conseguirá algo diferente do que está aí. Nós aqui em Minas ainda temos a falácia do tal choque de gestão, dados sobre/índice de violência maquiados e uma imprensa pelega etc. Temos que "brigar" pela reforma política e mais transparência no judiciário,regulamentar os meios de comunicação etc. Investimento em educação, saúde e infraestrutura é obrigação de qualquer governo.
 
Muito bom o texto. :yep:

E esse trecho aqui:



Isso é preocupante mesmo.
Me lembrou, como já foi dito aqui, de alguns países onde ocorreu a chamada "primavera árabe", com os fundamentalistas islâmicos tomando o poder. =/

Mas essa de que a subida dos islamitas ao poder é uma renovação da repressão é uma supersimplificação sem fim.

É claro que o Taleban cometeu atrocidades no Afeganistão. É evidente também que eles têm uma visão moral-religiosa de mais moderação, menos hedonismo. Ou seja, de menos liberdade aos desejos individuais. Mas o cristianismo implementado como instituição estatal faria a mesma coisa, com tabus diferentes. E o mesmo para outras religiões.

Mas a subida de líderes islâmicos pela vontade popular é uma opção daquele povo. Não dá para dizer que é "melhor" ou "pior". Nós colocamos uma lente ocidental demais.

Exemplo: Falamos da falta de direitos humanos no Irã, martela-se sobre isso o tempo todo, já que o Ocidente é inimigo de Teerã. Mas quem disse que, mesmo sob a ótica antropocêntrica ocidental, o regime teocrático, de uma maneira global, representou um amordaçamento médio maior da sociedade persa? Ok, as mulheres perderam o direito de se vestirem descobertas, mas esta era a causa de uma elite secular que vivia à sombra do regime do Xá. Este sim, infindavelmente mais despótico, usurpador das riquezas de seu próprio país.
 
Vou continuar votando no PT. As alternativas não existem no momento.De um lado os tucanos que já estiveram no poder/federal e estão em alguns estados, mas não conseguem sair da propaganda e vir para o mundo real. Querem impor o Estado mínimo/neoliberal goela abaixo do povo e, partiram para os braços da direitona brasileira, o candidato deverá ser Aécio (prefiro não comentar) Marina com seu discurso verde e só. Quem mais?

Sim, eu penso hoje da mesma forma. Nunca tive ilusões sobre 'conservadorismo' no PSDB mas costumava apoia-los por serem uma alternativa à 'esquerda', mas eu reformulei isso. Primeiro porque como você disse eles só reproduzem o discurso e as práticas neoliberais que hoje eu considero mais nocivas que qualquer 'esquerdismo'.

Essas coisas e termos são tão difíceis de se entender hoje em dia...

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Mas essa de que a subida dos islamitas ao poder é uma renovação da repressão é uma supersimplificação sem fim.

É claro que o Taleban cometeu atrocidades no Afeganistão. É evidente também que eles têm uma visão moral-religiosa de mais moderação, menos hedonismo. Ou seja, de menos liberdade aos desejos individuais. Mas o cristianismo implementado como instituição estatal faria a mesma coisa, com tabus diferentes. E o mesmo para outras religiões.

Mas a subida de líderes islâmicos pela vontade popular é uma opção daquele povo. Não dá para dizer que é "melhor" ou "pior". Nós colocamos uma lente ocidental demais.

Exemplo: Falamos da falta de direitos humanos no Irã, martela-se sobre isso o tempo todo, já que o Ocidente é inimigo de Teerã. Mas quem disse que, mesmo sob a ótica antropocêntrica ocidental, o regime teocrático, de uma maneira global, representou um amordaçamento médio maior da sociedade persa? Ok, as mulheres perderam o direito de se vestirem descobertas, mas esta era a causa de uma elite secular que vivia à sombra do regime do Xá. Este sim, infindavelmente mais despótico, usurpador das riquezas de seu próprio país.

Exato. Quem gosta de emitir juízos tão belos e 'civilizatórios' sobre a 'intolerância religiosa' dos países islâmicos se esquece que olha e julga tudo seguindo a lógica ocidental, os preconceitos ocidentais. Não compreendem que existem sociedades no mundo que não veem certas 'liberdades' com os mesmos olhos que ele, mas como submissão a padrões morais que julgam inaceitáveis. Da mesma forma que certas críticas sobre a burca, por exemplo, são vazias porque apenas refletem os preconceitos de feministas ocidentais que seguindo o pensamento imperialista ignoram ou fingem ignorar o valor ascético e espiritual de certos comportamentos e vestimentas, apesar desses mesmos progressistas ocidentais defenderem 'liberdade religiosas'. Esses ocidentais são incapazes de compreender como uma legislação laica frente à lei islâmica, a sharia, é uma aberração aos olhos islâmicos e que esses 'extremismos' que todos adoram meter o malho não são nada menos que reações legítimas ao imperialismos.

Nesse sentido as flores da Primavera Árabe parecem ter um frescor menor, e as críticas de Ahmadinejad contra o modelo ocidental, Israel e o capitalismo soam menos absurdas, mas bem menos.

Eu defendo o regime dos Aiatolás com unhas e dentes como a única opção possível para o Irã viver seu ethos espiritual, sua identidade, sem medo de serem engolidos pelo monstro do Império americano, como sou eterno defensor do regime de Assad, exatamente pelo mesmo motivo. Falta senso nesses lunáticos berrando por 'democracia' no Irã, na Síria, no Egito, esse povo nem sabe do que está falando. Pior é ver anti-imperialistas de todo tipo batendo palmas pra essas 'primaveras' e metendo a piroca em burcas, no machismo e em outras coisas que o mesmo imperialismo que eles criticam veem como seus maiores inimigos, a identidade cultural e religiosa desses povos. Mas liberdade calcada na identidade e não em moldes do que somente o Ocidente caracteriza como civilização cegam essas pessoas.
 
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Você tem razão, Paganus, isso não prova nada.

De qualquer forma, por mais que eu não ache certo o que acontece pra-lá-de-Bagdá (para os meus padrões liberal-ocidentalóides...), acho que quem deve decidir como viver são os próprios indivíduos. Se um dia explodir uma revolução feminista por iniciativa própria, ótimo. O que é um saco, eu concordo, são essas missões democráticas.
 
Em termos concordo com o Thor, e de outro lado deixo meu ponto.

O Brasil ta passando por um momento político um tanto quanto delicado na minha visão.
A oposição chegou no poder, e o poder virou um nada. PSDB não é oposição e mídia como oposição é muito pouco, e pior ainda é governo sem oposição.
Pra mim o PT tem muita gente com boa intenção porém com pouca competência, e ainda insiste em manter incompetentes como Mantega por opções políticas, e isso é muito fácil para ele, já que hoje não há oposição. É fácil cometer erros, quando as pessoas que os contesta não tem credibilidade.

Uma coisa que é um erro inegável no governo Lula é como ele aumentou os gastos públicos (Veja bem estou falando de gasto não investimento, e sim considero bolsa um investimento). O numero de ministérios cresce em quantidade porém em nada em qualidade, os subsídios são feitos de maneiras atabalhoadas o que a longo prazo só vai gerar mais inflação, e muito dinheiro se perde, não por roubo, e sim por uma administração falha. Os erros cometidos hoje, já foram cometidos tempos atras o que resultou num colapso cabuloso na economia, que felizmente acredito que não irá se repetir.

Nem só de políticas sociais vive um país, outras coisas são muito importantes, e nossa infraestrutura é bem precária.

Quanto ao estado mínimo e o estado máximo.
Bem, complicado de se dizer, estados muito influentes normalmente resultam em merda, Stálin e Fidel provaram isso pra gente, por outro lado estados pouco influentes tem sérios problemas para enfrentar uma crise, e isso é visível no EUA hoje. Um equilíbrio é necessário, vejamos que a Alemanha por exemplo está conseguindo contornar a crise, e países Nórdicos pouco sentiram. Ainda sim não consigo ver um modelo ideal pro Brasil apenas com o que sei hoje (talvez quando estiver mais avançado na facul de economia isso facilite), é um país com território muito vasto, e um numero populacional gigantesco para se comparar com países minusculo na Europa.

Então deixo esse post que fala de algo e nada ao mesmo tempo, e sem conclusão alguma.



Um edit aqui para acrescentar uma matéria do El País, feito por Juan Arias no Rio.

¿Por qué Brasil y ahora?

Está generando perplejidad, dentro y fuera del país, la crisis creada repentinamente en Brasil por el surgir de las protestas callejeras, primero en las ricas urbes de São Paulo y Río, y ahora extendiéndose a todo el país e incluso a los brasileños en el exterior.

Por el momento son más las preguntas para entender lo que está aconteciendo que las respuestas a las mismas. Existe solo un cierto consenso en que Brasil, envidiado hasta ahora internacionalmente, vive una especie de esquizofrenia o paradoja que aún debe ser analizada y explicada.

Empecemos por algunas de las preguntas:

¿Por qué surge ahora un movimiento de protesta como los que ya están casi de vuelta en otros países del mundo, cuando durante diez años Brasil vivió como anestesiado por su éxito compartido y aplaudido mundialmente? ¿Brasil está peor hoy que hace diez años? No, está mejor. Por lo menos es más rico, tiene menos pobres y crecen los millonarios. Es más democrático y menos desigual.

¿Cómo se explica, entonces, que la presidenta Dilma Rousseff, con un consenso popular de un 75%, -un récord que llegó a superar al del popular Lula da Silva-, pueda ser abucheada repetidamente en la inauguración de la Copa de las Confederaciones, en Brasilia, por casi 80.000 aficionados de clase media que pudieron darse el lujo de pagar hasta 400 dólares por una entrada?

¿Por qué salen a la calle a protestar por la subida de precios de los transportes públicos jóvenes que normalmente no usan esos medios porque ya tienen coche, algo impensable hace diez años?

¿Por qué protestan estudiantes de familias que hasta hace poco no hubiesen soñado con ver a sus hijos pisar una universidad?

¿Por qué aplaude a los manifestantes la clase media C, llegada de la pobreza y que por vez primera en su vida han podido comprar una nevera, una lavadora, una televisión y hasta una moto o un coche de segunda mano?

¿Por qué Brasil, siempre orgulloso de su fútbol, parece estar ahora contra el Mundial, llegando a empañar la inauguración de la Copa de las Confederaciones con una manifestación que produjo heridos, detenciones y miedo en los aficionados que acudían al estadio?

¿Por qué esas protestas, incluso violentas, en un país envidiado hasta por Europa y Estados Unidos por su casi nulo desempleo?

¿Por qué se protesta en las favelas donde sus habitantes han visto duplicada su renta y recobrada la paz que les había robado el narcotráfico?

¿Por qué, de repente, se han levantado en pie de guerra los indígenas que poseen ya el 13% del territorio nacional y tienen al Supremo siempre al lado de sus reivindicaciones?

¿Es que los brasileños son desagradecidos a quiénes les han hecho mejorar?

Las respuestas a todas esas preguntas que producen en tantos, empezando por los políticos, una especie de perplejidad y asombro, podrían resumirse en pocas cuestiones.

En primer lugar se podría decir que, paradójicamente, la culpa es de quien les dio a los pobres un mínimo de dignidad: una renta no miserable, la posibilidad de tener una cuenta en el banco y acceso al crédito para poder adquirir lo que fue siempre un sueño para ellos (electrodomésticos, una moto o un coche).

Quizás la paradoja se deba a eso: al haber colocado a los hijos de los pobres en la escuela, de la que no gozaron sus padres y abuelos; al haber permitido a los jóvenes, a todos, blancos, negros, indígenas, pobres o no, ingresar en la universidad; al haber dado para todos accesos gratuito a la sanidad; al haber librado a los brasileños del complejo antaño de culpa de “perros callejeros”; al haber conseguido todo aquello que convirtió a Brasil en solo 20 años en un país casi del primer mundo.

Los pobres llegados a la nueva clase media han tomado conciencia de haber dado un salto cualitativo en la esfera del consumo y ahora quieren más. Quieren, por ejemplo, unos servicios públicos de primer mundo, que no lo son; quieren una escuela que además de acogerles les enseñe con calidad, que no existe; quieren una universidad no politizada, ideologizada o burocrática. La quieren moderna, viva, que les prepare para el trabajo futuro.

Quieren hospitales con dignidad, sin meses de espera, sin colas inhumanas, donde sean tratados como personas. Quieren que no mueren 25 recién nacidos en 15 días en un hospital de Belem, en el Estado de Pará.

Y quieren sobre todo lo que aún les falta políticamente: una democracia más madura, en la que la policía no siga actuando como en la dictadura; quieren partidos que no sean, en expresión de Lula, un “negocio” para enriquecerse; quieren una democracia donde exista una oposición capaz de vigilar al poder.

Quieren políticos con menor carga de corrupción; quieren menos despilfarro en obras que consideran inútiles cuando aún faltan viviendas para ocho millones de familias; quieren una justicia con menor impunidad; quieren una sociedad menos abismal en sus diferencias sociales. Quieren ver en la cárcel a los políticos corruptos.

¿Quieren lo imposible? No. Al revés de los movimientos del 68, que querían cambiar el mundo, los brasileños insatisfechos con lo ya alcanzado quieren que los servicios públicos sean como los del primer mundo. Quieren un Brasil mejor. Nada más.

Quieren en definitiva lo que se les ha enseñado a desear para ser más felices o menos infelices de lo que lo fueron en el pasado.

He escuchado a algunos decir: “¿Pero qué más quiere esta gente?" La pregunta me recuerda la de algunas familias en las que después de dar todo a los hijos, según ellos, estos se rebelan igualmente.

Se olvidan a veces los padres de que a ese todo le faltó algo que para el joven es esencial: atención, preocupación por lo que él desea y no por lo que a veces se le ofrece. Necesitan no solo ser ayudados y protegidos, llevados de la mano, quieren aprender a ser ellos protagonistas.

Y a los jóvenes brasileños, que han crecido y tomado conciencia no solo de lo que tienen ya, sino de lo que aún pueden alcanzar, les está faltando justamente que les dejen ser más protagonistas de su propia historia, más aún cuando demuestran ser tremendamente creativos.

Que lo hagan, eso sí, sin violencia añadida, que violencia ya le sobra a este maravilloso país que siempre prefirió la paz a la guerra. Y que no se dejen coptar por políticos que intentarán montarse sobre su caballo de protesta, para vaciarla de contenido

En una pancarta se leía ayer: “País mudo es un país que no muda”. Y también, dirigido a la policía: “No disparéis contra mis sueños”. ¿Alguien puede negar a un joven el derecho a soñar?.
 
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Aqui em BH mais ou menos 12mil estão caminhando da praça 7 (centrão de BH) até o mineirão em protesto, já fecharam uma das principais avenidas.
 
Oi pra todo mundo, caindo (mais ou menos) de paraquedas aqui (:

Só pra postar esse texto, que tá rolando bastante por aí e acho que complementa o texto do Villaça, postado aí mais pra trás. Achei que vai na veia e dá bastante norte:

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/analise-setores-reacionarios-se-reorganizam-em-outro-front

Cliquei no link, vi que era do blog do Nassif e pensei em ignorar. Pra não se acusado de preconceito ideológico, acabei lendo o texto.

A bandeira agora é dizer que o aumento é só a última gota. Defendem que os manifestantes, na realidade, não toleram mais “bolsa isso, bolsa aquilo”, são contra os mensaleiros, contra a política fiscal do governo, contra os “tentáculos do governo nas empresas estatais”, contra os impostos, contra a inflação, etc. Trata-se de um claro objetivo de capitalizar o movimento para as bandeiras da direita reacionária desse país.

Se essa fosse a bandeira, eu estava nas ruas apoiando a causa. Essas são bandeiras da direita reacionário? Ser contra a inflação é ser reacionário? Se contra mensaleiros é ser reacionário? Ser contra aumento de impostos sem contrapartida é ser reacionário? Ser contra um governo que engessa a Petrobras é ser reacionário?

Felizmente eu li o texto pra poder afirma: Que idiota.

O libertário movimento deve deixar claro. O aumento de 20 centavos é sim a última gota. Mas nosso “copo” está cheio é de um modelo econômico que não democratiza as oportunidades, que não democratiza a terra, que não democratiza a educação, que não democratiza a sociedade. Deve deixar claro que o direito de ir e vir passa obrigatoriamente pela gratuidade do transporte coletivo e que este deve ser pago por aqueles que dele se beneficiam (ou seja, todo cidadão) e não pelos seus usuários.

Libertário! :lol:
Tá mais pra libertino mesmo. Se querem um transporte público e gratuito, comecem a plantar dinheiro. Ou então aceitem mais impostos. Ou então, é claro, confisquem heranças, fuzilem banqueiros e etc.

Meu cérebro derreteu depois desse texto. Credo.
 
Bh segundo a polícia já chegou a 20mil e tomaram a Antonio Carlos, a polícia agiu, não sei como foi, mas infelizmente já não é algo na boa mais.
 

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