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[Coluna] Protestar não restringe o direito de ir e vir. Aumentar a tarifa de ônibus, sim

Chega a ser engraçado aproveitar o embalo da Primavera Árabe (cujas flores não são todas lá muito perfumadas) para chamar isso de Primavera Brasileira. Nego lutando pra se livrar de ditaduras sangrentas e nós aqui brigando pelo pseudo-direito ao transporte público gratuito.

Eu entendo que não são só 20 centavos. Entendo que há muita insatisfação com uma série de problemas e um constante sentimento de frustração do cidadão nesse país. Só que nesse caso específico, querem vender uma causa que eu não compro. Não ouvi ninguém reclamando da qualidade do transporte. A reclamação é que o aumento é um abuso, mesmo estando abaixo da inflação. A reclamação é que o aumento fere o direito de ir e vir, mesmo que isso não seja verdade. A reclamação é que o transporte público não é gratuito, mesmo que o dicionário diga que a palavra "público" tem mais de um sentido.

Acho justo, isso sim, reclamar dos abusos dos policiais. Se bem que, verdade seja dita, não vi absurdo algum na primeira abordagem dos policias sobre o caso do vinagre. Já a segunda abordagem...
 
"Tem que protestar, mas sem quebar tudo", e "É óbvio que existem interesses políticos por trás dessas manifestações" Meus ovos! Frases prontas de quem tem pouca informação.

Manifestações que atingem Haddad (PT), Alckimin (PSBD), Cabral (PMDB) e assim por diante....manifestações que atingem diversos partidos políticos em diferentes cidades do país. Que atingem petistas e tucanos. Quem está por trás disso, então? Agora o PCO, possui força para mobilizar dezenas de milhares em Sampa, e ao redor do Brasil
e do mundo, mais centenas de milhares?

As manifestações possuem interesses do POVO. Quem acordou foi a juventude brasileira. Não são 20 centavos. Isso foi apenas uma última gota. Cansaram de ver o poder de compra diminuindo, a inflação e o dólar crescendo, e dinheiro público sendo despejado aos bilhões em obras faraônicas que, após um mês de uso, se tornarão elefantes brancos, como o caso do Estádio Nacional em Brasília. Agora, aguentem, porque isso não vai parar enquanto o governo (seja ele prefeitura petista ou estado tucano) não agir de forma a agradar o povo.

E se a Polícia continuar cagando no pau como cagou ontem, a imagem de uma instituição fascista, arma do governo contra a voz do povo não vai mudar. "AH, policiais fazem seu trabalho". Soldados nazistas também faziam. GRANDE BOSTA. Atirar boma de efeito moral em idosos dentro de estabelecimentos comerciais, como ocorreu ontem, não faz parte de um profissional que é pago para proteger o povo, na boa. A Choque ontem foi uma piada, de mal gosto. Isso em contar o desgraçado que quebrou o vidro da própria viatura...

Enfim, Enquanto vermos um PT que, outrora era corajoso, mas hoje fica mudo, inerte em cima de um muro de silêncio, e com discursos muito parecidos com o discurso tucano, menos eu crerei em ideologia de partidos políticos. Menos eu acreditarei em políticos sérios.

PS: Não sou contra a Copa. Amo futebol, e tenho orgulho de saber que ano que vem será aqui! Sou contra estádio erguido com dinheiro público. Grêmio e Palmeiras construíram novas Arenas PERFEITAS para qualquer evento esportivo, e sem dinheiro público. Então MEU OVO também pra essas porcarias de elefantes brancos espalhados pelo país.
 
Chega a ser engraçado aproveitar o embalo da Primavera Árabe (cujas flores não são todas lá muito perfumadas) para chamar isso de Primavera Brasileira.

São flores podres a dessa Primavera Árabe.
 

Existe uma explicação plausível e perfeitamente lógica pra essa atitude do policial: ele fechou a porta com a chave da viatura lá dentro.

:neutral:

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Última edição por um moderador:

Isso é piada, né?

Não ouvi ninguém reclamando da qualidade do transporte.

Onde você andou lendo? Isso faz parte sim do protesto.

Existe uma explicação plausível e perfeitamente lógica pra essa atitude do policial: ele fechou a porta com a chave da viatura lá dentro.

:neutral:

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Não, Clara. Falar com pessoas que não entendem as coisas que acontece é muito chato. Vou mostrar o que aconteceu de verdade:

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Se informem!
 
Chega a ser engraçado aproveitar o embalo da Primavera Árabe (cujas flores não são todas lá muito perfumadas) para chamar isso de Primavera Brasileira. Nego lutando pra se livrar de ditaduras sangrentas e nós aqui brigando pelo pseudo-direito ao transporte público gratuito.

Eu entendo que não são só 20 centavos. Entendo que há muita insatisfação com uma série de problemas e um constante sentimento de frustração do cidadão nesse país. Só que nesse caso específico, querem vender uma causa que eu não compro. Não ouvi ninguém reclamando da qualidade do transporte. A reclamação é que o aumento é um abuso, mesmo estando abaixo da inflação. A reclamação é que o aumento fere o direito de ir e vir, mesmo que isso não seja verdade. A reclamação é que o transporte público não é gratuito, mesmo que o dicionário diga que a palavra "público" tem mais de um sentido.

Acho justo, isso sim, reclamar dos abusos dos policiais. Se bem que, verdade seja dita, não vi absurdo algum na primeira abordagem dos policias sobre o caso do vinagre. Já a segunda abordagem...
Mas a questão é que concordar ou não com a causa não tira o direito de todos os que a consideram válida de se manifestarem e protestarem.
Sem molotovs.


A ideologia inicial e corrente pode não ser a que defendemos.
Meu apoio se dá unicamente pelo que disse. Já que todos sabemos que o transporte vai continuar uma merda, que seja de graça mesmo.
Que os caras gritem o que gritarem. A questão é tentar bater e ferir o nosso sistema totalmente falido de transporte. Bater e ferir nessa merda de mafia de onibus que fudeu com tudo por aqui no Rio (não sei de outros lugares).

Talvez tivesse sido mais nobre ter ocorrido em outros assuntos como educação se tivessemos abraçado a greve dos professores por uma carreira melhor no ano passado, ou contra os mensaleiros anos atrás, etc.
Ainda assim não tira a legitimidade de uma briga contra uma porcaria que é nosso sistema de transporte, que menos ou mais, também é de importancia.
 
Última edição:
Mas a questão é que concordar ou não com a causa não tira o direito de todos os que a consideram válida de se manifestarem e protestarem.
Sem molotovs.

[...]

Talvez tivesse sido mais nobre ter ocorrido em outros assuntos como educação se tivessemos abraçado a greve dos professores por uma carreira melhor no ano passado, ou contra os mensaleiros anos atrás, etc.
Ainda assim não tira a legitimidade de uma briga contra uma porcaria que é nosso sistema de transporte, que menos ou mais, também é de importancia.

Cara, em algum momento eu falei que os manifestantes não tinham o direito de manifestar? Ou que a manifestação não tem legitimidade pq eu discordo com parte da causa? O meu segundo post sobre o assunto foi bem claro:

Não sei se estou muito por fora dos acontecimentos, mas esse é o resumo da ópera:

1) Pleitos válidos: Melhor serviço e reajustes de acordo com a inflação

2) Pleitos surreais do mundo de Cthulhu: "Se é público, pq é pago?"

Até onde eu li e ouvi da boca dos próprios manifestantes, essa é a bandeira maior do movimento. Sério isso? Alguém aqui realmente concorda com esse pleito? Em que dimensão o público implica gratuidade? Não é na minha.

3) Formas de manifestação válidas: Protestos nas ruas e talvez o fechamento de algumas vias.

4) Formas de manifestação não-democráticas: Coloquetel molotov (quem é que leva isso para uma passeata pacífica?), quebrar patrimônio público, botar fogo em sacos de lixo no meio das ruas e etc (estou falando sobre isso e isso).

Pronto, simples assim.

As pessoas podem protestar por qualquer coisa, contanto que com alguma civilidade. Não acho que tem que quebrar tudo e se isso é frase pronta de quem está desinformado, so be it. De forma bem simples:

- Polícia respeita o manifestante pacífico: Correto
- Política agride o manifestante pacífico: Errado
- Polícia prende o manifestante pacífico: Errado
- Polícia é agredida pelo manifestante vândalo: Errado
- Polícia agride o manifestante vândalo: Errado
- Polícia prende o manifestante vândalo: Certo

É fácil respeitar todas essas condições ao mesmo tempo, em especial considerando o despreparo dos nossos policiais e a confusão do momento? Óbvio que não. A polícia fez cagada? Óbvio que sim. Isso significa que quem quebrou tudo (mesmo que fosse a minoria no movimento, como foi dito aqui no fórum) estava exercendo o seu direito democrático? Óbvio que não.

Quando ironizei a comparação com a Primavera Árabe, a minha ideia é que a população dos países árabes precisaram recorrer à violência, pois não viviam mais no estado de direito. Quando é assim, realmente só através de uma revolução para mudar a situação. Será que esse é realmente o nosso caso?
 
Re: Meus depoimentos (completo e resumido)

Sim, e a Primavera Árabe foi um legítimo movimento popular para derrubar tiranias sanguinárias e instalar o reinado democrático e dourado da paz e do amor, sob a égide ínclita e desinteressada dos EUA. Aham, senta lá, Claudia.

Sei que existem interesses de certos partidos políticos e sei que os manifestantes de SP tem, principalmente os universitários, uma ideologia, uma forma de pensar o país, suas instituições que é nociva, degradante, vil, delirante, apaixonada. Mas é claro que é, jovem é assim mesmo, é besta, pode ter lido muito, ser muito crítico mas quando se trata de militancia todo mundo é meio babaca, se deixa influenciar, inchar como um balão, enfim, se iludem. E isso também só reforça uma imagem ruim pra uma população que pode não compactuar com esses pressupostos, mas isso aqui parece estar mudando porque o apoio aos protestos já não é uma coisa de intelligentsia, é uma coisa de paixão popular mesmo, de luta, de ódio a tanta injustiça. A coisa se catalisa nesse sentido e é bom que assim seja, as coisas exatamente por sua fluidez e falta de ordem, de direção, pode carregar em si uma energia suficiente pra pelo menos marcar o país com um combatividade que talvez nunca nos abandone. Isso é essencial.

E mesmo se tudo, mesmo no sentido mais abstrato possível, que valha a minha máxima no apoio a esses protestos:

Ah quer saber? Foda-se. Eu vou nos protestos em Santos e dane-se os partidos, a esquerda, a direita, os liberais, a Globo, o Alckmin, foda-se a porra toda. Se vocês gostam de uma enrabada, relaxem e gozem; no meu cu não, cazzo!
 
Re: [Coluna] Protestar não restringe o direito de ir e vir. Aumentar a tarifa de ônibus, sim

A primavera teve sua legitimidade por derrubar regimes ditatoriais. Em nenhum momento falei q os resultados finais foram flores democraticas.
 
Re: [Coluna] Protestar não restringe o direito de ir e vir. Aumentar a tarifa de ônibus, sim

A primavera teve sua legitimidade por derrubar regimes ditatoriais. Em nenhum momento falei q os resultados finais foram flores democraticas.

Logo, não teve legitimidade alguma.

Mas, enfim, isso é outro assunto, e deveria ser discutido em outro lugar.
 
A situação é delicada. Neste caso devemos analisar a situação de todos os lados. Os manifestantes agrediram policiais sem motivo ? Provável que sim. Policiais agrediram protestantes sem motivos ? Provável que sim. Policiais ganham pouco para obedecer ordens. Não significa que TODOS concordem com as ordens que lhe são dadas. Mas também não digo que são santos, pois nenhuns dos dois lados são santos. Tem muito vagabundo lá, que só vai para causar. Porem, a vários momentos da historia em que protestos pacíficos não adiantaram nada. Não estou justificando ações como a de quebrar o patrimônio de alguém que não tem nada ver. Digo isso: Deveriam é ir quebrar as casas dos que governam esse país. Ambos os lados deveriam enxergar, que o verdadeiro inimigo não está trajado com uma farda policial e muito menos portando um frasco de vinagre. O verdadeiro inimigo, está sentado em uma poltrona confortável, fumando um charuto caro, desviando dinheiro publico e rindo disso tudo.
 
Re: Meus depoimentos (completo e resumido)

Ah quer saber? Foda-se. Eu vou nos protestos em Santos e dane-se os partidos, a esquerda, a direita, os liberais, a Globo, o Alckmin, foda-se a porra toda. Se vocês gostam de uma enrabada, relaxem e gozem; no meu cu não, cazzo!

Mas que linguajar chulo é esse, mocinho?

Esquecestes dos ensinamentos do grande filósofo Calion? "Não fales palavrão que deus te fode."
 
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Eu acho que "São só 20 centavos" já pode entrar para a galeria das expressões mais ignorantes da história do Brasil. Ou a pessoa tá mal intencionada, ou não sabe mesmo o que são 20 centavos a mais na passagem de ônibus (que já estava bem salgada).

E vejam esse vídeo. A PM mostra as suas verdadeiras cores quando sente cheiro de liberdade de mais. No dia 13 de junho de 2013 caiu a máscara e ficou em evidência a sua origem. Herança maldita da época da ditadura. Só tem um detalhe: na revanche do povo contra a ditadura, os opressores não terão direito à censura. O mundo inteiro é convidado a assistir ao espetáculo dos militares, porque não dá pra esconder a informação em 2013 como se fazia na década de 70. E digo "revanche", porque a verdade é que nós perdemos, né? A verdade é que o povo nunca venceu da ditadura... o sistema só se adaptou ao novo mundo pseudo-democrático, mas quem mandava continua mandando, e quem era oprimido continua levando porrada.

[video=youtube_share;YioowQRC6cI]http://youtu.be/YioowQRC6cI[/video]

Agora tá explicado o motivo de os Dinamarqueses terem sugerido o fim da PM no Brasil. Temos que sair dessa vida de Republiqueta das Bananas.
 
Última edição:
Re: Meus depoimentos (completo e resumido)

Sei que existem interesses de certos partidos políticos e sei que os manifestantes de SP tem, principalmente os universitários, uma ideologia, uma forma de pensar o país, suas instituições que é nociva, degradante, vil, delirante, apaixonada. Mas é claro que é, jovem é assim mesmo, é besta, pode ter lido muito, ser muito crítico mas quando se trata de militancia todo mundo é meio babaca, se deixa influenciar, inchar como um balão, enfim, se iludem. E isso também só reforça uma imagem ruim pra uma população que pode não compactuar com esses pressupostos, mas isso aqui parece estar mudando porque o apoio aos protestos já não é uma coisa de intelligentsia, é uma coisa de paixão popular mesmo, de luta, de ódio a tanta injustiça. A coisa se catalisa nesse sentido e é bom que assim seja, as coisas exatamente por sua fluidez e falta de ordem, de direção, pode carregar em si uma energia suficiente pra pelo menos marcar o país com um combatividade que talvez nunca nos abandone. Isso é essencial.

O ponto é um pouco esse mesmo.
Que ótimo que está inchando e explodindo. A infraestrutura desse país é tão falida em TODOS os aspectos, e pagamos tão caro em taxas pra sustentar essa infraestrutura, que qualquer militancia sobre qualquer mínimo ponto é totalmente válido.
Se a bandeira inicial era uma bobagem de desentendimento semantico da palavra "público", mas isso resvalar no questionamento geral que o nosso serviço é uma porcaria e "já que estamos todos nas ruas mesmo, vamos começar a reclamar disso também", ótimo.
Do jeito que estamos na merda, pra que lado for a reclamação, a probabilidade do movimento estar errado é pequena.

PS: Apesar de eu ainda dizer que, com a qualidade que temos, ser de graça não é nenhum absurdo.
Ninguém paga por merda.

PPS: agora licença que vou assistir o jogo da seleção.
Vai Braziu!
 
Última edição:
Mas que linguajar chulo é esse, mocinho?

Esquecestes dos ensinamentos do grande filósofo Calion? "Não fales palavrão que deus te fode."

Fode nada, Deus abençoa cada palavra chula nascida da legítima revolta.

Só é bom não abusar que Satanás te pega. :yep:
 
Eu acho muito estranho a galera que vê teoria da conspiração em todo lugar. Dizendo que isso foi organizado por partido. Que não é popular. Qual partido faria isso que atingiria governo e oposição? PSTU? PSOL? PCO? Eles não tem esse poder e se algum partido fizesse isso, estaria fora da lei? Há alguma lei que proíba manifestação? Pois na Constituição está dito que o direito de se manifestar é garantido.

Os manifestantes agrediram policiais sem motivo ? Provável que sim.

Sem motivo não.

Policiais agrediram protestantes sem motivos ? Provável que sim.

Provável que sim não. Agrediram.

Policiais ganham pouco para obedecer ordens. Não significa que TODOS concordem com as ordens que lhe são dadas.

Não concordar e obedecer é o mesmo de concordar.

Porem, a vários momentos da historia em que protestos pacíficos não adiantaram nada.

Exato.

Não estou justificando ações como a de quebrar o patrimônio de alguém que não tem nada ver.

Isso não aconteceu. Em SP danificaram o patrimônio público. Nenhum particular.
 
Eu acho muito estranho a galera que vê teoria da conspiração em todo lugar. Dizendo que isso foi organizado por partido. Que não é popular. Qual partido faria isso que atingiria governo e oposição? PSTU? PSOL? PCO? Eles não tem esse poder e se algum partido fizesse isso, estaria fora da lei? Há alguma lei que proíba manifestação? Pois na Constituição está dito que o direito de se manifestar é garantido.

mas isso dos dois lados, né? na sexta tinha um blog que publicou um texto sobre a manifestação, dizendo que estava já 24 horas fora do ar - dando a entender que foram censurados pelo governo. aí me conte: qual a vantagem para o governo se queimar como ditador e tirar um site do ar, sendo que outros 'n' sites (inclusive de periódico grande e que deve ter muito mais acesso como o carta capital) diziam a mesma coisa? era só o servidor não aguentando o tranco do número de acessos, é óbvio. só que isso é o tipo de coisa que o dono de um site sabe, então não sei até que ponto a divulgação da nota no facebook com esse tom de 'estamos sendo censurados' não foi um pouco de má fé. o dono de outro blog que tb estava fora do ar chegou a comentar na nota do cara "com a gente também, dreamhost é uma merda, cara", mas isso ninguém compartilhou tanto quanto o post do cara acusando o governo de censurar sites.

e de boas que esse tipo de desinformação no facebook me irrita mais do que convite para candy crush e aqueles pokes. :disgusti:
 
Acho uma pena que um movimento que finalmente conseguiu ganhar um apelo considerável frente à população em geral venha no fundo pedir por uma intervenção maior do Estado na vida cotidiana, e parta de princípios equivocados. Não existe jeito objetivo de estabelecer um "preço justo" de um serviço prestado pelo Estado, o direito de ir-e-vir não é o direito de ser transportado, e não existe "passe livre", alguém vai pagar a conta. Pedir por tarifa "zero" é apenas pedir que o Estado cobre a tarifa via cobrança de impostos, que já são pesadíssimos. Para mim o caminho é totalmente outro: retirar o Estado do setor, desburocratizá-lo ao máximo.

Conceitos piores que esses, aliás, encontram-se na ata de princípios do site do movimento:

O MPL deve ter como perspectiva a mobilização dos jovens e trabalhadores pela expropriação do transporte coletivo, retirando-o da iniciativa privada, sem indenização, colocando-o sob o controle dos trabalhadores e da população. Assim, deve-se construir o MPL com reivindicações que ultrapassem os limites do capitalismo, vindo a se somar a movimentos revolucionários que contestam a ordem vigente. Portanto, deve-se participar de espaços que possibilitem a articulação com outros movimentos, sempre analisando o que é possível fazer de acordo com a conjuntura local.​

Agora resta torcer que esse movimento desprenda-se desses princípios e se torne algo maior, isto é, a tese de que alguns estão vendendo que os 20 centavos foram uma gota d'água para inflação, corrupção, gastos públicos inúteis e outros tantos problemas do tipo, uma gota que começa a dar fim à falta de ação política do brasileiro. Mas acho difícil de entender que depois de pouco reagir a tudo isso o que realmente moveu a população foi uma demanda que vai na contra-mão desses problemas, que se resolvem com enxugamento estatal. O movimento ganhando força, vejo por um lado uma certa "primavera" política, como alguns colocam, e por outro lado um aumento de tendências equivocadas sobre o papel do Estado, que entendo como um retrocesso, e fico em dúvida se no final o saldo é positivo ou negativo.
 
texto do villaça, achei que aponta umas boas questões:

Hoje participei da manifestação que ocorreu em Belo Horizonte e sinto-me à vontade para dizer algo: Geraldo Alckmin conseguiu o que queria e entrou para a História do Brasil. Não como sonhava entrar, mas seu nome já está garantido ao menos como nota de rodapé nos livros didáticos.

Explico: até a noite de quinta-feira, 13 de junho, o movimento que ocorria pontualmente ao redor do Brasil em protesto ao aumento das passagens de ônibus era algo relativamente difuso, sem muito potencial para crescimento. Havia duas opções de desfecho: as passagens seriam reduzidas (como ocorreu em Porto Alegre) e tudo voltaria ao normal ou eventualmente a negativa das empresas e do governo deixaria claro que nada poderia ser feito quanto à questão. No entanto, a partir do instante em que Alckmin agiu como Alckmin (e Serra) e ordenou que a PM reprimisse a manifestação popular com força desproporcional, catalisou um processo que talvez levasse um tempo infinitamente maior para se cristalizar. Ninguém gosta de um bully – e o governo tucano, como já havia se mostrado em tantas outras ocasiões (com professores da rede pública, estudantes da USP, habitantes do Pinheirinhos e até mesmo com a Polícia Civil), não hesita em se entregar ao bullying sempre que questionado.

Desta vez, porém, Alckmin errou feio seu cálculo e criou um monstro que se espalhou por todo o país. A partir de quinta-feira, a questão definitivamente já não girava mais em torno de 20 centavos ou mesmo do transporte público livre; era uma questão de cidadania. E, como tal, deixou também de ser algo contra o governo tucano ou a prefeitura petista, passando a ser um grito de revolta generalizado, um berro de “chega!”.

Mas “chega” o quê?

E foi esta pergunta que vi tantos jovens se fazendo durante o manifesto em BH – mesmo que não percebessem o questionamento. Assim, voltei para casa feliz por testemunhar o despertar de uma juventude repleta de potencial, mas também inquieto por perceber claramente que ela não tem ainda uma ideia muito clara do que está fazendo ou de como prosseguir.

O que resulta numa combinação muito, muito perigosa.

(Aqui peço licença para um breve flashback pessoal para estabelecer por que me julgo detentor de certa experiência para discutir a questão: em 1992, depois de fundar e presidir por dois anos o grêmio do colégio no qual estudava – Promove Savassi -, fui eleito em assembleia estudantil como líder do movimento secundarista no Fora Collor. Como tal, participei da organização das manifestações em Belo Horizonte, discursei em carro de som na Praça da Liberdade e na Praça Sete e fui o rosto de meus colegas sempre que uma entrevista à imprensa era necessária – e certamente há fitas embaraçosas nas emissoras mineiras que trazem meu rosto moleque tentando parecer sério enquanto discute os motivos que tornavam necessária a saída do Presidente. Na época, fui um dos estrategistas do movimento em Minas, ajudando a decidir datas, locais e focos de protesto – e mais tarde presidiria DA da faculdade até abandonar o movimento estudantil ao perceber que precisava me focar nos estudos. Não sou, portanto, um mero palpiteiro, creio eu. Fim do flashback.)

Ao caminhar entre a multidão de milhares de pessoas neste sábado, percebi duas coisas muito óbvias: uma imensa empolgação e uma preocupante falta de foco.

A primeira é fácil compreender: há anos a juventude não ia às ruas – e, como toda geração, eventualmente era inevitável que ela se questionasse acerca de sua própria revolução. A geração anterior teve o “Fora Collor!”; antes dessa, houve a luta contra a Ditadura. O que a geração pós-anos 90 tinha para protestar, porém? Quando e como poderia extravasar o impulso rebelde que faz parte do DNA jovem e que é algo tão belo e fundamental para o avanço da Humanidade?

Os últimos dias trouxeram esta oportunidade – e não é à toa que um jovem amigo pelo qual tenho imenso carinho me enviou uma mensagem por telefone na qual dizia, em parte, “estar em êxtase” após a passeata. Como não estaria? Lembro-me de meus dias de líder estudantil e ainda sinto o calor nostálgico da sensação de dever cumprido: como tantos antes de mim, eu estava deixando minha marca na História.

É um sentimento lindo, único, precioso. E sinto-me privilegiado por ter testemunhado o brilho que este trouxe aos olhos de tantos jovens hoje em Belo Horizonte. Eu olhava ao meu redor e via este êxtase em todos os rostos lisos que me cercavam – e sentia a vontade de abraçá-los com força e dizer: “Eu sei. É lindo, não é?”.

Sim, é lindo.

Mas eu também me sentia inquieto ao observar que, ao lado da euforia, havia uma clara dispersão de objetivos. Assim, puxei papo com vários jovens e observei atentamente os cartazes que carregavam.

“Pela humanização das prostitutas!”

“O corpo é meu! Legalizem o aborto!”

“Fora, Lacerda!”

“Viva o casamento gay!”

“Passe Livre já!”

“Passagem a 2,80 é assalto!”

“Pelo fim da PM no Brasil!”

“Cadê a Dilma da guerrilha?”

“Fuck you, PSTU!”

“Aécio NEVER!”

“Não à Copa no Brasil!”

E por aí afora. Era um festival desconjuntado de causas, ideologias e revoltas. Os cartazes tratavam dos sintomas, não da doença – e ao berrarem os sintomas pelas ruas de BH em vez de identificarem a patologia que os provocavam, aqueles jovens pareciam felizes, sim, mas também um pouco perdidos.

Passei a caminhar silencioso pela multidão. Sentia a energia gostosa, positiva, da ação juvenil, mas mergulhava cada vez mais em uma reflexão preocupada sobre o que via. Seria apenas um sinal dos tempos? Uma revolução do tempo das redes sociais, nos quais você pode “curtir” uma mensagem, uma causa, a cada segundo? Havia, sim, um componente de hiperlink até nos bordões cantados pela massa: um refrão sobre os ônibus levava a outro sobre a PM que levava a outro sobre a Copa que levava a outro sobre Lacerda que levava a outro sobre…

… sobre o quê?

Ao chegar em casa, manifestei esta dúvida no Twitter e alguns jovens imediatamente responderam: “Ninguém nos representa!” e “Sim, estamos contra tudo!”.

Mas “estar contra tudo” não é ideologia.

E sem ideologia não há movimento que se sustente. Ou, no mínimo, que se sustente de maneira consistente – o que abre espaço para a manipulação.

Foi isto, enfim, que me angustiou profundamente.

Vivemos em tempos perigosos: a direita religiosa se torna cada vez mais influente e as grandes empresas da mídia já perceberam que o PSDB não é uma oposição viável – e, assim, decidiram ser elas mesmas a Oposição. Não é à toa que, contradizendo todos os índices econômicos divulgados por órgãos independentes, a Globo, a Foxlha, a Veja e o Estadão vêm pintando um quadro de instabilidade crescente: inflação alta, dólar alto, PIB decrescente e por aí afora, pintando um país em crise que, sejamos honestos, não corresponde ao que vemos todos os dias nas ruas.

Enquanto isso, o aliado histórico dos movimentos populares, o PT, parece ter se esquecido de suas origens: tímido em sua resposta à brutalidade da PM, Haddad apenas embaraçou-se ao relativizar os excessos da polícia – e sua proposta de se reunir com as lideranças do movimento Passe Livre vem tardio, já que estas já não representam mais as massas na rua. Enquanto isso, Dilma é vaiada num estádio lotado por representar o poder – mesmo que, há pouco tempo, tenha oferecido subsídios justamente para diminuir as passagens de ônibus que, ironicamente, serviram como estopim da revolta.

Ora, se o PT não é visto mais como representante popular pelos manifestantes (e nem tem projeto que o aproxime da juventude) e o PSDB é claramente a mão pesada da repressão, para onde os jovens podem se voltar? Além disso, como não têm uma causa específica a defender, estes empolgados rapazes e moças criam um problema impossível, já que não há solução viável que os acalme. Como resultado, surge apenas um clima imponderável de insatisfação política generalizada – um clima complexo, intenso, raivoso e insolúvel.

É deste tipo de contexto que nascem os golpes.

E esta não seria uma solução que desagradaria os barões da mídia – lembrem-se das manchetes dO Globo pós-golpe em 64.

Claro que esta não é a única resolução possível para o quadro que se desenha. Uma revolução sem foco é uma revolução em busca de um líder, de um emblema, de uma figura messiânica. E não há, hoje, uma estrutura política mais equipada para preencher este vácuo que a direita religiosa.

A guinada reacionário-fascista, portanto, é uma possibilidade nada absurda para este movimento que nasce tão bem intencionado.

Isto, aliás, é que me deixa tão preocupado: os jovens que vi hoje na rua eram… lindos. Lindos. Felizes em seu papel democrático, acreditavam estar desempenhando uma função histórica fundamental. E estão. Mas se não surgir um foco para esta embrionária revolução, o perigo para que ela se desvirtue e seja cooptada pelo que temos de mais reacionário, conservador, atrasado e estúpido é real e imediato.

E veríamos, então, a destruição dos resultados trazidos por dez anos de um projeto político voltado de forma inédita para o crescimento social dos miseráveis. Ninguém duvida que, do ponto de vista social, o Brasil de 2013 seja infinitamente melhor que o de 2003. Mas se esta massa juvenil maravilhosa não encontrar o foco necessário, corremos um grande risco de regressarmos a 1993.

Foi isto, afinal, que me deixou tão triste após uma tarde de alegria ao lado daqueles admiráveis jovens.
 

Valinor 2023

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