Vão pensar que eu trabalho no marketing do Galo mais lindo do mundo:
Segmentos da torcida do Galo reclamam de 'machismo' e 'objetificação feminina' durante lançamento de uniforme para temporada'2016
Descontentamento refletiu em comunicados divulgados por torcidas organizadas
postado em 16/02/2016 10:00 / atualizado em 16/02/2016 16:02
Redação /Superesportes
Torcedores reclamaram dos trajes curtos utilizados por modelos durante lançamento do uniforme do Galo
O Atlético lançou seu uniforme para a temporada 2016 na última segunda-feira, em desfile realizado na casa de festas Illustríssimo, em Belo Horizonte. Além da aparência do fardamento confeccionado pela Dryworld, um fator em especial no evento chamou a atenção dos torcedores: a representação da figura feminina. Nas redes sociais, surgiram enxurradas de críticas que não viram com bons olhos os trajes curtos utilizados pelas modelos do Galo.
A polêmica reacende uma discussão antiga no que se refere ao papel das mulheres no mundo da bola. Usuários do
Twitter descreveram o desfile como "sexista" e "machista ao extremo". Houve até quem convocasse a torcida do Galo para protestar em relação ao episódio: "Te cuida seus machistas, a Massa Atleticana vai ser toda feminista!", escreveu a usuária
@LuanaRamos.
Saiba mais
Nova fornecedora do Atlético tem roupas com a instrução de lavagem 'Dê para sua mulher'
O descontentamento também refletiu em comunicados divulgados por torcidas organizadas. A
Galo Marx, facção com diretrizes socialistas, aproveitou a oportunidade para demonstrar seu total repúdio ao papel relegado às mulheres durante o desfile.
“A representação da torcida feminina atleticana ficou limitada a modelos desfilando de lingerie e biquíni, enroladas em bandeiras ou, no máximo, vestidas com minúsculos shorts e camisas que sequer encontramos em tamanhos e modelos diversos, tal o descaso do clube com a parte feminina da torcida. As modelos femininas estavam presentes, aparentemente, apenas para o prazer masculino”, ressaltou a organizada em nota de repúdio que pode ser conferida na íntegra
neste link.
As torcedoras do
Blog Camikaze também não pouparam críticas ao evento e lamentaram “profundamente a forma como as modelos, mulheres como nós, e crianças, foram desnecessariamente expostas em uma ação que teve caráter sexual, ainda que com o triste consentimento das mesmas”.
Outra polêmica
Além da polêmica da exploração da sensualidade das modelos na apresentação do novo uniforme, uma nova bomba coloca as mulheres em choque com a Dryworld. Em vários posts, mulheres que já tiveram acesso a camisas promocionais da fornecedora mostram estranhamento em relação às instruções de lavagem das camisas. Isso porque, logo acima dos universais ícones de instrução de lavagem, as peças estampam a polêmica frase "GIVE IT TO YOUR WIFE" (entregue para a sua mulher).
- Reprodução internet
- Reprodução internet
Instruções de lavagem de camisas promocionais da Dryworld estampam a polêmica frase "GIVE IT TO YOUR WIFE" (entregue para a sua mulher)
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Nova fornecedora do Atlético tem roupas com a instrução de lavagem 'Dê para sua mulher'
Machismo também está em etiquetas da empresa, que causou polêmica ao usar modelos com trajes de banho para desfilar com novo uniforme
postado em 16/02/2016 15:21 / atualizado em 16/02/2016 15:58
Gabriela Ribeiro - Especial para o Correio /
Não bastou a exposição de mulheres em trajes de banho no desfile do novo uniforme do Atlético, realizado na noite de segunda-feira, em Belo Horizonte. Nova fornecedora de uniformes do clube, a DryWorld também exprime o machismo nas etiquetas. Nas instruções de lavagem, a marca inclui o recado “Give it to your wife”, que significa “dê para sua mulher”. Na passarela do Galo, enquanto os modelos masculinos vestiam o uniforme completo, com calção e camisa, as mulheres entraram vestindo apenas a nova camisa por cima do biquíni.
Instrução de lavagem do uniforme: "Dê para sua mulher"
Nas redes sociais, fãs de futebol repercutiram de forma negativa a exposição do corpo feminino. Em nota, a torcida organizada Galo Marx demonstrou repúdio à forma como o clube expôs a mulher no desfile. "A objetificação das mulheres não é uma tradição, mas antes uma prática perversa que visa nos equiparar a uma mercadoria. As modelos femininas estavam presentes, aparentemente, apenas para o prazer masculino", afirmou o comunicado.
O caso não ficou apenas entre torcedores do Galo. Mulheres que acompanham futebol em todo o país endossaram o discurso crítico ao time. “#VamosFazerUmEscândalo #MeuFutebolNãoTemPúblicoAlvo”, disse Ana Claudia Marioto, torcedora do São Paulo. “Analisando o novo uniforme do Galo pode ser que role um incômodo quando o jogador for correr”, ironizou a palmeirense Fernanda Magliocco.
Na tentativa de dar sentido aos exageros do desfile, usuários expuseram o machismo no futebol. “Se não botam as gostosas, ninguém ia falar da camisa”, replicou um internauta. O discurso ainda foi apoiado por apresentadores de televisão e colunistas com milhares de seguidores na rede. “Enfim entenderam o público-alvo do futebol”, disse um jornalista, que posteriormente apagou o comentário.
Apesar das críticas, o clube ainda não se manifestou sobre o assunto. A canadense fornecedora de uniformes, que firmou um contrato de cinco anos com Atlético, estimado em R$ 100 milhões, também preferiu o silêncio até agora. O Fluminense, que também tem contrato com a DryWorld, não apresentou as camisas da temporada.