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[COLUNA] Pequeno dicionário feminista

@Grimnir ,pra mim como política pública a lei é OK, pode atenuar caso de estupros, mas não vai de acordo com o movimento que prega igualdade de gêneros e ao mesmo tempo discrimina o homem por ele ser homem.
 
Sério que ta usando uma exceção pra argumentar? Pega a estatística completa então, desses 11,5% de homens, a maioria é criança e adolescente, estuprados pelos pais, amigos ou conhecidos. Ou seja, não se aplica a essa discussão sobre os ônibus.
relacao-de-vitimas.jpg vitimas-agressores.jpg
 
@adrieldantas , a gente sabe a diferença entre quem só está passando e quem é abusador. Abusador te segue, aproveita o balanço do ônibus para te encochar, abusador fica de pau duro e esfrega em você. Abusador não passa e vai pro lugar dele, ele se posiciona atrás de você e fica ali, mesmo que o ônibus não esteja tão cheio, mesmo que você saia do seu lugar, ele te segue, ele balança o corpo com o ônibus parado, ele se esfrega. É impossível alguém "só passando" fazer isso.

Então, se estregar é diferente de sarrar. É o que eu digo pra ele. :)
 
@fcm Merece um prêmio. :rofl:

Outro dia vi uma publicidade aqui em São Paulo que dizia que as mulheres após certo horário poderiam descer do ônibus sem ser no ponto pra chegar com mais segurança em casa, aí eu pergunto: o risco de uma mulher ser assaltada é maior que a de um homem? Pra mim isso é discriminação, não? O feminismo que prega igualdades de gênero ao mesmo tempo elogia essa realização?

No que te atrapalha uma mulher ter a chance de descer mais perto da casa ela, se isso a protege (ainda que de forma apenas paliativa, como disse o Grimnir) de ser estuprada?

E ao lado da publicidade que você viu, tinha um anuncio feminista apoiando essa medida? Se não tinha, o que o movimento feminista tem a ver com a medida de permitir a descida de mulheres em qualquer lugar no período noturno? Ou você quer só usar um exemplo bosta pra defender seu machismo enrustido de vitimismo besta?

88,5% das vítimas de estupro são do sexo feminino, mais da metade tinha menos de 13 anos de idade, 46% não possuía o ensino fundamental completo.

Ou seja, 11,5% são homens, então não é bem assim.

11,5% dos homens, em sua maioria crianças, estupradas por outros homens. Ou seja, É BEM ASSIM SIM.

Você acha mesmo que tem chances de ser estuprado numa rua escura? Mulheres acham, o tempo todo. E com razão.

Cara, eu ando no metrô com os braços pra cima com medo de esbarrar e causar barraco, tento evitar qualquer contato com as mulheres porquê com essa onda feminista qualquer esbarrão já pensam outra coisa.

Ah tadinho de você. E milhares de mulheres andam travadas de medo em horários de lotação por medo de serem assediadas por homens imbecis. Aliás, milhares SÃO assediadas em transporte público por homens imbecis. Eu mesmo já presenciei 3x, tendo que empurrar o fdp em 2, e encarando em outra. Os animais só fazem cara feia e descem. Provavelmente no próximo coletivo fizeram a mesma coisa com outra mulher.

O que é pior, ter medo de um barraco por ser mal interpretado ou de ser bolinada por estranhos e ninguém te defender por saber que é normal?

E na boa, ando de transporte público cheio todo dia. E em lotação de metrô e ônibus já ocorreu vaaarias vezes de eu ficar de frente pra mulher. Mulheres não são seres burros. É bem diferente um homem tentando tirar casquinha da situação de um homem apenas tão apertado quanto a mulher. E elas percebem. Sabem ver quando o homem está embaraçado pela situação e quando eles estão tentando se aproveitar. Nunca nenhuma nem me olhou com cara feia. E sempre que dá pra sair daquela posição, faço isso.

E sim, concordo que o risco é mais alto para as mulheres, apenas toquei no ponto da igualdade de gêneros.

Não, tocou porque quis fazer draminha com um argumento bosta.

Qual vai ser o próximo? "Ain mulheres são beneficiadas por se aposentarem mais cedo" ou "Ahh elas nao precisam se alistar, eu, vítima que sou, preciso mimimi"
 
Nossa, fcm! Quanto simplismo! Pqp!

Meu ponto não é esse, Mavericco.
Não quero dizer que a "vivência" seja desimportante, mas questiono o status de autoridade que ela vem ganhando no seio dessa esquerda multiculturalista pós-moderna, concorrendo para o enclausuramento do debate em guetos identitários. Assim, você é credenciado ou descredenciado para pautar determinadas questões de maneira apriorística, a partir do que você é - ou melhor, do que dizem que você é.

A entronização da vivência atrelada a uma corrente exacerbação subjetivista se vincula - de maneira intrínseca, a meu ver - a noções como Mansplaning (e suas "irmãs"), que pretendem pôr em xeque o silenciamento se afirmando como novas engrenagens silenciadoras, por meio do controle sobre o discurso. Me soa um tanto acanhada a ideia segundo a qual você precisa sofrer uma violência, simbólica ou de fato, para falar com propriedade sobre ela. Como desdobramento dessa lógica, homens não podem debater o feminismo por serem homens; brancos não podem falar sobre o racismo por serem brancos; mulheres brancas não podem falar sobre a condição da mulher negra; mulheres negras heterossexuais não podem falar sobre a condição da mulher negra homossexual; e entramos em uma espiral de piração, caracterizada por essa sanha classificatória, que ademais vive de inventar novos conceitos que arreganham e mistificam a ideia de opressão e correntemente descuram a complexidade das relações sociais, com suas contradições, afirmando-se em torno de narrativas ultralineares e, como tais, antidialéticas.

Não é assim, Mercúcio. De fato, se alguém diz que você não pode opinar por você não estar inscrito em tal categoria é tolice, mas a questão é: você que não é da tal categoria não só acha que sabe mais do que quem sofre com a situação, mas também acha que a experiência do outro é menos importante que sua opinião. E é o que se vê muito. Homens que não só acham que feminismo é falta de rola, mas acham que eles podem ditar as pautas do feminismo. "feministas deviam brigar..." ou "o movimento negro deveria..." etc. Um homem, alguém de cor branca, um heterossexual etc, apenas por exercício de empatia pode sim entender o que alguém de uma categoria diferente sofre, mas é sério que alguém acha que sua opinião vale mais que a experiência de quem sofre diretamente?

Mas, de fato, achar que toda opinião de alguém de dentro da categoria é automaticamente certa é igualmente errado, até por que há as mulheres que dizem que não precisam do feminismo ou negros que acham que se deixassem de falar em racismo o racismo magicamente acabaria, ou gays que acham que bicha afetada/pintosa é ridículo. Obviamente qualquer opinião deve ser pautada em argumentos ou fatos, mas muito do que eu vejo é que quem reclama de alguma pauta de algum movimento é por se ver perdendo privilégios. Como bem apontou a Nihal na questão da ausência de medo de estupros. Quando eu vejo um cara sozinho numa rua estranha eu só temo pela minha vida. Qualquer mulher, do mundo, que tem consciência de seu corpo e do desejo sexual masculino não só teme pela vida, mas teme também um possível estupro, que pode ou não vir acompanhado da perda da vida.
 
Última edição:
Nossa, fcm! Quanto simplismo! Pqp!



Não é assim, Mercúcio. De fato, se alguém diz que você não pode opinar por você não estar inscrito em tal categoria é tolice, mas a questão é: você que não é da tal categoria não só acha que sabe mais do que quem sofre com a situação, mas também acha que a experiência do outro é menos importante que sua opinião. E é o que se vê muito. Homens que não só acham que feminismo é falta de rola, mas acham que eles podem ditar as pautas do feminismo. "feministas deviam brigar..." ou "o movimento negro deveria..." etc. Um homem, alguém de cor branca, um heterossexual etc, apenas por exercício de empatia pode sim entender o que alguém de uma categoria diferente sofre, mas é sério que alguém acha que sua opinião vale mais que a experiência de quem sofre diretamente?

Mas, de fato, achar que toda opinião de alguém de dentro da categoria é automaticamente certa é igualmente errado, até por que há as mulheres que dizem que não precisam do feminismo ou negros que acham que se deixassem de falar em racismo o racismo magicamente acabaria, ou gays que acham que bicha afetada/pintosa é ridículo. Obviamente qualquer opinião deve ser pautada em argumentos ou fatos, mas muito do que eu vejo é que quem reclama de alguma pauta de algum movimento é por se ver perdendo privilégios. Como bem apontou a Nihal na questão da ausência de medo de estupros. Quando eu vejo um cara sozinho numa rua estranha eu só temo pela minha vida. Qualquer mulher, do mundo, que tem consciência de seu corpo e do desejo sexual masculino não só teme pela vida, mas teme também um possível estupro, que pode ou não vir acompanhado da perda da vida.

Morfindel, seu comentário é contraditório.

Você diz que é tolice impedir que alguém de fora dessa "taxonomia identitarista" opine, para logo em seguida fazer um escalonamento apriorístico de opiniões referidas na "vivência" ou ausência desta. Afinal, a opinião de alguém que está fora de um dado grupo delimitado não pode sobrepujar a experiência de alguém que sofre diretamente com uma dada situação. Curiosamente, em seguida, você trata como descartáveis algumas das experiências de algumas pessoas que estão dentro do grupo social delimitado. Aí então você diz que qualquer opinião deve ser pautada em argumentos ou fatos. Diga-se de passagem, existem argumentos bons e ruins, assim como não existem "fatos puros".

Florestan Fernandes não era negro, Darcy Ribeiro não era índio, José Carlos Mariátegui não era mulher, Marx, Engels, Bakunin não eram operários, etcéteras a perder de vista. A opinião de alguém que não sofre com determinado tipo de opressão pode, sim, ser mais fundamentada e/ou coerente que a opinião de alguém que sofra diretamente com uma dada situação. Não se descure o potencial municiador do estudo e da análise criteriosa em nome de um tal subjetivismo difuso.

Mas enfim, como eu disse em meu primeiro comentário, não se trata de descartar a experiência do indivíduo ou do grupo social. Ora, a experiência social é o ponto de partida do debate e das lutas sociais. Contudo, é preciso colocá-la sob análise, dialeticamente - longe de argumentos de autoridade, de dogmatizações e de linearismos empobrecedores. Tampouco se trata de descartar o papel primordial do grupo social oprimido nas lutas emancipatórias, mas de entender essas mesmas lutas de maneira mais solidária. Afinal, as esquerdas modernas nasceram sobre o signo do universalismo, no sentido indicado pelo Safatle (1), longe de tais veleidades identitaristas.

Ainda para exemplificar o caso, remeto-me ao debate sobre cotas raciais: a Carta Capital publicou um texto há algumas semanas afirmando que se posicionar contrariamente às cotas é uma atitude racista, estigmatizando a própria possibilidade do debate, como se todo argumento em contrário às políticas racialistas refletisse tão somente a defesa dos privilégios do Homem Branco, assim tratado de maneira homogênea, como uma espécie de casta monolítica. O César Benjamin, por exemplo, que tem uma respeitável trajetória à esquerda, foi amplamente hostilizado, sendo tachado de racista, reacionário, etc, por escrever contra as cotas no início dos anos 2000 - e, recentemente, embora em menor escala, por resgatar os artigos que escreveu à época. Tratava-se apenas de um branco defendendo os seus privilégios - dizia-se. Ora, um intelectual do quilate de Milton Santos, negro e caro ao movimento negro, também era contra esse tipo de política racialista e, nesse aspecto, via com muito maus olhos a experiência estadunidense. Mas nesse caso, simplesmente se ignora a posição do cara com um condescendente "nesse ponto ele se equivocou".

__________
(1) em ensaio intitulado "A esquerda que não teme dizer seu nome".
 
O que apontei foi que, como você mesmo disse: os argumentos devem sim embasar o debate, mas o que se vê, muito, é que alguém de fora quer ter sua opinião em mais alta conta do que alguém que vive o problema em questão. Darcy Ribeiro numa discussão impediria um índio de opinar sobre a questão das reservas? Acharia que numa discussão qualquer ele saberia mais o que um índio sofre do que o índio que sofre com a questão em debate? Algum teórico conhece mais a fundo uma questão que alguém que trata de forma prática e direta a mesma questão?

Ou eu não fui claro o suficiente ou estamos discutindo coisas diferentes. O que se vê numa discussão qualquer sobre feminismo, por exemplo, é homens tentarem dizer como uma mulher deve ver tal coisa, ou sentir o machismo. O mesmo vale pra questão racial, de identidade de gênero ou de orientação sexual. A questão não é mais empatia, mais falta de empatia. Sua opinião se torna mais importante que o sofrimento alheio. Em geral é sim, por incômodo com uma possível perda de privilégio que isso aparece. "Tudo bem negros exigirem mais acesso ao ensino superior, mas também não precisa diminuir as nossas vagas, né?". Isso aparece em maior clareza no incômodo que alguma pauta causa. Acho que todo mundo já viu alguém de fora tentar ditar alguma pauta, seja sobre feminismo ou movimento negro, ou ainda sobre a pauta LGBT. Como alguém que não pertence ao movimento tenta ditar alguma pauta? Se o movimento, ao qual você não pertence, não atende aos seus anseios você possui pleno direito de lutar pelo que você acha mais certo. A questão não é querer opinar sobre a questão, é querer obscurecer a pauta alheia. Como será que um homem que hoje chama as feministas de feminazi se refeririam às sufragistas? Como será que aqueles que acham que racismo não existe opinariam sobre o abolicionismo?

Eu não falo de não poder opinar, até porque a opinião do outro é válida, o debate só reforça os argumentos e ajuda a iluminar a questão, seja construindo ou derrubando os argumentos, mas quem eu vejo criticando, melhor dizendo, ridicularizando, pautas feministas não quer o debate, então não vejo a mínima chance de suas opiniões serem ouvidas, até porque só se vê crítica vitimista, como se as feministas fossem amazonas, inimigas dos homens. Como se elas quisessem instaurar uma estrutura de opressão feminista, talvez seja isso que cause medo. Serem tratados como eles tratam as mulheres, se não tratam, não acham que as coisas devessem mudar. Até porque, antes o outro sofrendo que eu.
 
Feminismo é um movimento que discrimina homens, busca vantagens para mulheres e tem a cara de pau de ficar repetindo que busca igualdade. É um dos maiores exemplos de hipocrisia e incoerência que temos na sociedade atual.
 
Feminismo é um movimento que discrimina homens, busca vantagens para mulheres e tem a cara de pau de ficar repetindo que busca igualdade. É um dos maiores exemplos de hipocrisia e incoerência que temos na sociedade atual.
Isso é FEMISMO, e as extremistas usam o feminismo pra pregação de ódio e imbecilidades que não fazem sentido.
Agora, você usar casos isolados pra generalizar um movimento tá bem feio, e te aconselho a dar uma estudada na história e no que os movimentos REALMENTE pregam antes de vir dar opinião.
 
tem tantas que lá vem textão do @LuizWsp

Certeza que virá textão sim, pena que bobo e repetitivo pois provavelmente ele virá com aquela história da estagiária gostosa do trabalho dele, que os caras todos pagavam pau pra ela e faziam o serviço dela, e que "é-assim-com-todas-as-mulheres-pois-elas-são-privilegiadas-mesmo". :confused:

No mundinho do luiswsp o conceito de "mulher" se resume à mocinhas lindas que têm o mundo aos seus pés (e que não dão a mínima pra ele :rofl: )
 

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