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Coisas que jogamos e deixam as CPUs dos videogames derretidos

Fúria da cidade

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Reprodução/YouTube

Desde as primeiras gerações de consoles caseiros, os jogadores que passavam algumas horinhas em frente ao televisor certamente já ouviram da mãe ou da avó: "menino, olha só como o videogame tá quente! Pode parar antes que ele pegue fogo!".

Isso não é exclusivo dos trambolhões dos anos 80 e 90. Facilmente encontramos pessoas que levaram essa situação na esportiva e fizeram adaptações gastronômicas para grelhar carnes no PlayStation 3, ou até mesmo fritar um ovo no Xbox One.

Pois bem, o superaquecimento de componentes eletrônicos dos videogames pode ser ocasionado por diversos fatores técnicos que podemos discutir outro dia.

Hoje vamos apenas abordar um fator específico que é a má otimização de alguns jogos, ou seja, quando algumas falhas em seu desenvolvimento resultam na exigência demasiada de recursos de hardware para rodar.

Aqui citamos alguns dos diversos jogos que foram notáveis por elevar a temperatura dos termômetros eletrônicos. "Vamos de número 1, errrr.."

1. Galaxy Force (Master System)


Até "Seguistas" de carteirinha como eu admitem que a Sega eventualmente dava passos maiores que a perna. Entre a prematura transição de jogos bidimensionais para o 3D e o encarecimento de hardwares incompatíveis com o mercado, vez ou outra apareciam ports de Arcade que não rodavam bem nos consoles.

Galaxy Force é um daqueles famosos jogos de navinha que venderam muito bem nos fliperamas e logo chegariam nas prateleiras das locadoras.

A versão de Master System tem todo o charme da paleta de cores do console, mas a jogatina é completamente comprometida pelos "slowdowns" e "flickering".

A quantidade de elementos simultâneos em tela e a velocidade com que eles precisavam se movimentar eram simplesmente demais pro console 8 bits da Sega.

2. Street Fighter II (Super Nintendo)


Para amarelar o sorriso dos nintendistas enquanto eu descrevia os tropeços da Sega, vale mencionar que o Super Nintendo também tinha lá seus probleminhas de superaquecimento.

Aliás, de amarelamento os nintendistas entendem bem, já que o console amarelava com o tempo devido a uma química presente na carcaça para evitar que o videogame pegasse fogo.

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Reprodução

A precaução da Nintendo contra incêndios possibilitou o lançamento de alguns jogos que simplesmente não rodavam como foram planejados inicialmente.

Nesse quesito, os jogos da Capcom eram mestres, já que a ideia era entregar uma experiência bem próxima do que rolava no Arcade. Você precisava deixar os bombeiros de sobreaviso antes de inserir Street Fighter Alpha II no console, ou até mesmo jogar Final Fight 3 no modo cooperativo.

Recentemente, no cartucho comemorativo de 30 anos de Street Fighter foi incluso um aviso que dizia: "CUIDADO, o uso deste cartucho de reprodução no hardware do SNES pode causar superaquecimento ou pegar fogo…" e "… certifique-se de haver equipamento de extintor de incêndio próximo."

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Divulgação/Capcom
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Divulgação/Capcom


3. Turok 2 (Nintendo 64)



No console da geração seguinte, a Nintendo se valeu da evolução tecnológica para otimizar o hardware de seu aparelho.
O Nintendo 64 continha um sistema de dispersão de calor bem eficiente que redirecionava boa parte do calor para a carcaça, preservando assim seus componentes internos.

A dispersão era tanta que comumente seu cartucho de expansão alcançava temperaturas altíssimas e você até precisava esperar antes de retirá-lo do console.

Os clássicos Donkey Kong 64 e Perfect Dark podiam fazer o acessório do console atingir altas temperaturas sem comprometer tanto a performance no jogo. Diferentemente de Turok 2: Seeds of Evil, que, além de fritar o cartucho de expansão, também apresentava terríveis "slowdowns" a ponto de tornar frustrantes as batalhas contra os chefões.

Felizmente, o jogo ganhou uma versão pra PC, plataforma em que é muito funcional e seguro jogar. Isso se você tiver um processador superior ao Pentium 2.


4. GTA San Andreas (Playstation 2)


Possivelmente o campeão do superaquecimento fica com o segundo console da Sony, ainda mais quando tratamos de sua versão slim, que até chegou a sofrer um recall por risco de incêndio com sua fonte.

E se tem um jogo que poderia fazer com que o console chegasse próximo da combustão, ele certamente é GTA San Andreas.
Só quem viveu sabe: basta jogar por alguns minutos pra perceber que o carregamento dos elementos do jogo é um processo penoso para o aparelho.

E não era pra menos, o mapa era impressionantemente grande e detalhado: ousar pegar o helicóptero para ganhar altitude em pouco tempo era um convite pro PlayStation fazer sinal de fumaça.

5. Little Big Planet e Uncharted 2 (Playstation 3)


A Sony seguiu o legado de jogos elevando as temperaturas de seus consoles com o PlayStation 3. São tantos títulos que exploram o máximo deste poderosíssimo console de sétima geração que preciso destacar mais de um.

No caso de Little Big Planet, o risco de superaquecimento devido a uso excessivo de recursos do hardware obrigou os desenvolvedores a inserir um termômetro dentro do jogo para que o jogador pudesse se limitar no modo criativo.

Até aí tudo bem, o problema é que alguns jogadores descobriram glitches que afetavam a funcionalidade do termômetro, possibilitando a criação de cenários acima do seguro. Por sorte, desenvolvedores descobriram a falha e fizeram o ajuste necessário antes que algum incidente fosse noticiado.

O mesmo não pode ser dito sobre Uncharted 2, já que os desenvolvedores não puderam antecipar os trágicos relatos de jogadores que tiveram seus consoles parcialmente danificados por conta do game.

Alguns relatos diziam que o console aguentava mais de 10 horas ligado com jogos pesados como GTA V mas não suportavam algo em torno de 10 ou 15 minutos com Uncharted 2.

6. Borderlands 3 (Xbox One X)


O principal exemplo mais recente de algum jogo levando consoles a altíssimas temperaturas é Boderlands 3 no Xbox One X, mostrando que nem o console mais poderoso do mercado está imune ao superaquecimento de jogos mal otimizados.

Felizmente, o problema não impactou negativamente nas vendas e logo apareceu um patch para sanar o problema.

Consoles atuais possuem sistemas bem eficientes de prevenção dos danos de sobreaquecimento e, salvo em anomalias, as soluções são simples.

Com certeza é o fim da geração de mães e avós preocupadas com a combustão espontânea dos videogames.


 
Eu tinha o cartucho do Mega Drive de Galaxy Force 2.

A verdade é que a máquina arcade deluxe de Galaxy Force 2 foi um dos melhores (e maiores) simuladores lançados na época e a versão do vídeo game era mais "low cost" como um pássaro preso na gaiola porque a versão doméstica não dava conta dos gráficos que nós víamos nos Playcenters. O simulador da Sega de Galaxy Force, estilisticamente falando era mais legal do que muitos simuladores 720 graus de hoje que são apenas ármarios quadrados embutidos na máquina hidráulica com bancos de carro e TV-console:


Quando lançaram em PC vários jogos em 360 graus igual o Descent 1 e 2 eu sonhava que lançassem algo do tipo para eles nas arcades. Mas nunca aconteceu.

Exemplo de simulador 720 graus:


A fonte e o console (os dois esquentavam) por vezes aqueciam demais e o pessoal deixava o ventilador em cima dos aparelhos (as vezes com ar condicionado) pra dar uma ajuda.

Jogos de tiro do Mega como Granada, que é um Shoot Them Up tipo "bullet hell" no melhor estilo Touhou cobrava trocentas animações (algumas com jeito 3D que pareciam gotas de mercúrio líquido) e a tela ficava até lenta quando alguns elementos apareciam nos níveis mais avançados que é onde o número de balas e inimigos aumentava e a velocidade também aumentava.

Exemplo de jogo de tiro "Shoot Them Up" "bullet Hell" Diadra Empty:

 
Como sempre trabalhei com eletrônica desde cedo, eu sempre tive muita atenção em relação a dissipação de calor e nunca medi esforço pra ventilar ao máximo qualquer equipamento que esquentasse além do normal. Se não pudesse instalar nada dentro, apelava sempre pra qualquer ventilador ou circulador de ar que tivesse a mão.
 

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