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Clube cinematográfico

acho q outro tópico fica mais organizado. e aí o tópico aqui acaba funcionando pra quem assistir aos filmes e quiser comentar, mesmo que seja de fora do clube
 
Demorei também, estou sem internet banda larga e demorou dois dias pro filme baixar aqui. MAS, ainda bem que baixou.

Achei o filme muito bonito e bem executado, é como um poema cinematográfico (podemos dizer), a trama flui naturalmente e não se perde no meio (mesmo com diversos outros temas que poderiam ser incluídos e que - graças a Deus - não foram). A fotografia é muito bonita, mas ainda assim não achei tão fantástica assim. Achei a atuação do Richard Gere bem mediana, mas ainda assim, este não e um filme extremamente desafiador quando o assunto é atuação.

Não posso negar que é um excelente filme, vulgo sabendo toda a história perturbada das gravações, mas ainda assim você consegue perceber que alguma coisa aconteceu nos bastidores (ok, isso é uma suposição/ideia minha, mas geralmente a maioria dos filmes que tem gravações perturbadas tendem a ser mais extensos e por vezes cansativos).

No geral eu gostei bastante, e eu gosto de filmes de época. Não sei se assistiria novamente em um futuro próximo, mas sem dúvidas fico feliz de ter assistido.

Nota:★★★
 
Eu, Daniel Blake, filme ganhador da Palma de Ouro em Cannes, me remeteu bastante a O Processo, livro do Kafka, guardadas as devidas proporções. Parece que todo o sistema – o estado, a burocracia, o aparato em si – é feito para sufocar e aterrorizar de forma propositada aqueles que mais deveria ajudar. O filme é britânico, mas creio que não seria tão diferente se fosse brasileiro – provavelmente seria até pior, visto o caos em que se encontra o INSS tupiniquim, como temos presenciado nos últimos tempos.

Além disso, outro aspecto gritante é o conflito de gerações. Não gerações no sentido de idade, mas de formas de se conectar com o mundo. Dan é um homem que viveu toda sua vida construindo sua relação com outras pessoas por meio da conversa olho no olho, da escrita, do papel (seu próprio currículo é escrito à mão!). De repente ele se vê obrigado a encarar um mundo para o qual ele não está preparado e que constantemente mais atrapalha do que ajuda na resolução de seus problemas. Ele se torna apenas um número. Um diálogo um tanto quanto kafkiano é aquele em que ele pede ajuda ao gerente da agência e este diz que tudo que ele quer saber está no site, mas o que ele queria saber é exatamente como acessar o site.

Katie, mãe solteira de dois filhos de pais diferentes, também sofre com esse mesmo estado, que a aloca longe de sua cidade natal e de sua família. Uma cena um tanto quanto chocante é quando ela, ao buscar alimentos no centro de doações, abre um enlatado (que parece ser molho de tomate) e tenta tomar na hora devido à intensa fome que possuia. O final do filme não deixa claro se ela continuou na "profissão" que a contingência a obrigou a praticar.

Quanto ao final, minha leitura é que Dan foi morto por aquele mais deveria apoiá-lo (ou então aquele que menos deveria atrapalhá-lo): o estado.
 
Última edição:
É um filme que veio em uma hora propicia, apesar de considera-lo tecnicamente bem feito, acho que assisti filmes com a mesma pegada demais já e não consigo apreciar mais. A verdade é que o filme é bem pra baixo, e isso me afasta de gostar. De qualquer maneira fica minha nota pela epoca que assisti bastante filmes assim (2016). E vamos para Terra em Transe na próxima semana!

Nota: ★★★☆☆
 
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achei uma paulada, triste demais. e eu obviamente fiquei sensibilizada com a história do protagonista, mas a história da katie me pegou de jeito. aquele momento que ela abriu a lata de feijão e começou a comer com a mão - é do estado transformando pessoas em bichos - aí a leitura do texto do blake no fim bate ainda mais forte se você lembra disso.

o que mais dá raiva é pensar que um erro deles (dentro de um esquema extremamente burocrático) somado à inflexibilidade (de onde se esperava humanidade) que acabou provocando tudo aquilo. pode não ser necessariamente
a morte do daniel, mas as situações degradantes e insanas que ele estava vivendo em um momento em que estava completamente fragilizado

nota: ★★★☆☆
 
Muitas vezes nós tendemos a olhar para os países europeus – e desenvolvidos, de um modo geral – sob uma ótica em que "desburocratiza" o Estado, ou seja, o Estado, nesses espaços, seria mais eficiente.

Eu, Daniel Blake vem fazer um contraponto a essa ótica (em dados momentos me fez lembrar um pouco de um segmento de Relatos Selvagens), onde o aparelho estatal não se faz eficiente, mas se prova tão burocrático quanto no Brasil, por exemplo. A burocracia engloba os personagens principais e o Estado que, em tese deveria prover condições razoáveis de bem viver, torna-se um obstáculo insuperável.

É digno de nota, entretanto, que, não obstante o monstro estatal "amordaçar" os personagens principais, eles se "abraçam" uns aos outros em solidariedade – todos tem em comum o domínio daquele sobre suas vidas, seja no querer da consumação de seus objetivos ou no próprio ambiente de trabalho.

Destaco as atuações de Dave Johns (Daniel) e Hayley Squires (Katie). Contudo, o longa, em minha concepção, perde um pouco do ritmo previamente proposto, em seu segundo terço, tramas secundárias se tornam mais atraentes que a principal – a de Blake – e isso prejudicou a minha visão do longa como um todo (além, também, do clima mais pesado já dito).

Nota: ★★½
 
A maioria dos filmes Europeus são crus, até mesmo na comédia e fantasia. Questões sociais é um assunto que rende e Ken Loach, na minha opinião, trata isso com sucesso.

Em Daniel Blake, o ouro vai pra além da questão social, mas para a execução do filme como um todo. O roteiro não é lá brilhante, mas o jeito que ele é atuado e editado, tornam-o um filme extremamente dolorido e pessoal. O mesmo aconteceu com "Sorry We Missed You", assuntos delicados rendem uma boa história e ele sabe lidar com isso - Apesar que Sorry não tem tantos momentos pesados quanto Daniel, mas é tão bem feito quanto.

No meu ver, um filme é bem sucedido quando ele consegue te mover de alguma forma, seja pela comédia, suspense ou drama. Se ele te incomodou ou tocou algo lá no fundo que te fez pensar ou reavaliar algo, daí eu considero altas estrelas - por isso que acho fantástico discutir cinema, a experiencia é diferente pra cada um e é divertido ver e analisar as diferenças.

Achei Daniel Blake um filme pesado, mas não em sua totalidade. É um filme extremamente pessoal, como se o Daniel tivesse feito todo o filme. Gosto de filmes crus, eles me incomodam e me fazem repensar.

Nota: ★★★★

Não é difícil de chorar, mas na cena do feijão eu meio que solucei, hehe. A miséria humana é algo extremamente delicado e que nós vemos todos os dias, mas na maioria das vezes escolhemos ignorar. Quantos moradores de rua não passam por isso? É difícil...
 
Precisa colocar o aviso de spoiler? Eu não tenho colocado, já que tenho postado sempre no sábado à noite, próximo do último dia...
 
Hoje fui tentar me cadastrar na isenção pro Enem e deu "data não bate com os dados do CPF na Receita".... Daniel Blake intensifies
 
Terra em Transe é um filme produzido em meados da década de 60, mas que se relaciona diretamente com o panorama político brasileiro nos dias de hoje. Mais que o maniqueísmo praticado pelos dois políticos de polos "opostos" que o longa contempla, as práticas espúrias de, escondendo-se em uma ideologia que já se prova ultrapassada, escalonar um projeto de poder sem escrúpulos é, também, inerente às práticas políticas do Brasil atual.

Vários paralelos podem ser feitos – do período ditatorial que ainda estava na sua gênese quando da filmagem, do retrato que Glauber intencionara fazer da politicagem brasileira, do tempo que passou da filmagem até hoje, enfim – mas todos se cruzam na percepção que o diretor capta: a aversão às camadas mais pobres da sociedade, o utilizar-se de conveniências passageiras para apegar-se ao poder, a falsa inimizade política que, na prática, é reflexo da busca desenfreada do poder pelo poder.

O político conservador que se apega à religião e a Deus para intencionar seus atos e o populista que sempre está próximo do "povo" tem, hoje, figuras muito bem delineadas, mas é uma crítica que também vale para políticos de todos os espectros no Brasil: de que, assim, praticam uma ilusão de liderança política e de governança prática, haja vista que estão sombreados pelas próprias abjetas conveniências.

O "poeta" no filme pode ser visto como o próprio "povo", estando esses mais próximos das figuras: o poeta, assim como o povo brasileiro, está sempre entre um e outro projeto de poder, mesmo que ambos no final caminhem para um único objetivo, refém das próprias escolhas e aflitivos em relação a elas.

Nota: ★★★½
 
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Terra em Transe é um filme didatico e virtuoso, porém é um filme que é mais didatico do que virtuoso, e isso é um ponto que pode ser considerado bom ou ruim, de acordo com o espectador, para mim soou quase como um documentario, não consegui me aprofundar muito nos personagens e nas suas relações também (pelo menos pessoais), porém entendi a mensagem do filme como se alguem tivesse escrito para que eu entende-se.

Vou dar uma nota mediana, pois a parte virtuosa, que é a que deveria ter me prendido, não foi o suficiente para me prender, mas caso fosse apenas pelo didatismo do filme, talvez recebesse meio ponto a mais (o que ia ser arredondado para baixo).

Nota: ★★★☆☆
 
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Filmaço.

Eu já tinha assistido Match Point há uns dez anos e não me lembrava de quão bom é o filme. Um dos melhores da carreira do Woody, sem dúvida. Não é à toa que é seu filme preferido dentre os que foram dirigidos por ele mesmo.

O filme dialoga muito bem com Crime e Castigo (e a influência na obra é deixada explícita logo no começo), explorando a problemática da moral, da culpa, da superioridade, da sorte e da existência de uma justiça universal.

A trilha sonora composta por árias de grandes óperas (como La Traviata e Otello) é outro grande ponto forte do filme.

Foi muito bom revisitá-lo.
 
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É literalmente um filme atipico do Woody Allen, o desenrolar das coisas na parte final me surpreendeu, principalmente porque o filme deu um pulo absurdo nos acontecimentos, ele ja havia escrito filmes que o andar da carruagem vai por caminhos assim, como em Desconstruindo Harry, mas não me surpreendeu tanto, o que também me supreendeu é que o filme não tem um alivio, de nenhum tipo.

De qualquer maneira vai um 3 de 5, pois os filmes que mais gosto dele são os de comédia apesar desse ser bom.

Nota: ★★★☆☆
 
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Assisti agora O Grande Ditador e gostei bastante, nunca tinha assistido um filme do Charles Chaplin e é realmente bom. De quebra senti um ponto onde o humor é parecido com o do Roberto Carlos Bolaños, o que com certeza criou um brilho extra para ambos pra mim.

Nota: ★★★★☆

Atrasado mas esta ai.

Edit. Se for flood me avisem.
 
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